VIRGÍNIAO casal não foi para a sala de jantar, Fred subiu as escadas levando Virgínia a reboque.- Fred, calma. Eu não me importo com o que ela disse.A verdade era que doía ouvir tudo aquilo. Nunca tinha feito nada com Fernanda, mas a criatura a odiou desde o primeiro momento em que se encontraram.Fred a defendeu como um leão e aquilo lhe confortava.Eles entraram no escritório e Fred trancou a porta. Ele parecia abalado e andava de um lado para outro.- Fred, por favor, acalme-se. - ela tocou o braço do marido e ele parou. Os dois se olharam e Virgínia viu nos olhos dele a raiva, o ódio que ele estava sentindo.- Ela passou dos limites.- Eu sei, mas olha, estou bem. Não ligo para o que ela disse.- E nem deve. Ela não tem razão no que falou. - ele segurou o rosto dela, com toda delicadeza – Eu peço perdão por ela.Virgínia riu e beijou uma das mãos que segurava seu rosto.- Você não fez nada. Vamos esquecer esse assunto.Ela estava indo para a porta, quando a voz do homem fez com
VIRGÍNIAVirgínia esperou Fred dormir para voltar a ler os diários da irmã. A falecida descrevia sua vida desde que chegara na Mansão Romano. Inicialmente, falava que Alexia e Fernanda eram ótimas amigas que lhe apoiavam, mas após a morte de Marcelo, sua irmã escrevia que a sogra e Fernanda não a deixavam em paz. Alexia se afastara graças ã influência das duas. Fred vivia na empresa e não dava abertura para que Angelina pudesse lhe dizer quem realmente era a mãe e a namorada.Ela olhou para o marido dormindo. Então ele tinha sido ausente, não tinha ajudado a difamar sua irmã?Virgínia continuou a leitura por horas até chegar ao momento em que Angelina descobria a gravidez e decidiu fugir.“Minha sogra me difama cada vez mais. Pagou ao motorista para ele dizer que é meu amante. Tentei falar com Fred, mas ele não para em casa, só vive na empresa. Não ficarei mais nesta casa. Irei em busca de Virgínia."Sentiu o coração apertado ao pensar no desespero de Angelina.- Por que você está ac
VIRGÍNIAVirgínia não sabia o que pensar nem o que sentir. Tudo o que pensou que aconteceria, se voltou contra ela. Talvez pior.Passou a noite acordada, esperando o retorno do marido, mas as horas passaram e ela compreendeu que ele não voltaria.Aquilo era o fim da história dos dois.Ela fez o que pôde, mas no final, piorou toda a situação.Chorando, fez suas malas, colocou todas as coisas, menos os diários. Deixaria aqueles cadernos ali, apesar de ser de Angelina não queria levá-los, não queria remoer aquilo.Esperou o dia amanhecer para pegar Diego. O garotinho não queria deixar a Mansão, mas Virgínia lhe garantiu que Alexia e Fred logo iriam visitá-lo em casa e assim, conseguiu arrancar o pequeno da casa.Ela saiu sem se despedir de ninguém. Deixou uma carta para Alexia e outra para Fred. Não sabia se ele entregaria ao irmão o que tinha escrito, mas fez sua parte. Quando chegasse em casa entraria em contato com Alberto para que agilizasse a devolução dos bens de Fred e, agora, o
FREDA sorte era que ele já estava com as mãos em volta da cintura dela, assim quando Virgínia desfaleceu, sua queda foi aparada pelo marido. Ele colocou a mulher nos braços e a sacudiu levemente, mas nada adiantava.Desesperado, pegou o corpo da esposa e desceu com ela nos braços, encontrando Celso embaixo.- O que houve com a menina?- Ela desmaiou. Por favor, me ajude a colocá-la no carro.Os dois homens acomodaram Virgínia na parte de trás do veículo de Fred e logo os dois seguiram para o hospital. Ele observava a mulher, mas Virgínia não esboçava nenhuma reação, parecia pálida demais.Parou o carro no hospital e correu para que alguém o ajudasse, logo Virgínia foi levada para dentro, enquanto ele fazia a ficha da esposa na recepção. Longos minutos passaram até que o médico viesse falar com ele.- Sr. Fred Romano?Ele assentiu.- Nós fizemos alguns exames na sua esposa, o resultado sai em algumas horas. Pelo exame visual não identifiquei nada que possa justificar o desmaio dela.-
VIRGÍNIADepois que o médico lhe deu alta, Virgínia e Fred voltaram para casa. Em silêncio. A tensão entre os dois poderia ser cortada com uma faca. A mulher não queria forçá-lo a participar da criação do filho deles. Ela entendia que tudo começou errado e se Fred queria ficar longe, sem se envolver, ela aceitaria, por mais que aquilo doesse nela.Ele estacionou o carro na garagem da casa e os dois desceram. Logo Diego veio ao encontro deles, preocupado.- Eu senti saudades.Fred abraçou o garoto e o colocou no colo. Amava tanto aquele garotinho que não sabia se era possível amar mais outro garotinho daquele, seu filho… com os cabelos dele e os olhos da mãe…- Tia, você está doente?- Não, querido. Foi só um mal-estar. Já passou.Ela sorriu, mas era perceptível que estava fraca, os olhos cheios de olheiras, a pele pálida e o sorriso triste.- Você já tomou café? – perguntou ao sobrinho.- Não, tio.- Então, vamos. - ele disse ao menino – E você também. - falou para a esposa.Os três e
FREDRecebeu uma ligação de Tim logo depois de acordar, o advogado disse que sua presença era exigida na empresa. Fred desceu para o café da manhã, contrariado. Encontrou Diego e Virgínia sentados à mesa, já se alimentando.- Bom dia. - ele deu um beijo no topo da cabeça do sobrinho e, só para deixá-la sem jeito, depositou um beijo na bochecha da esposa.- Tio, vamos brincar no jardim?- Não posso. - ele olhou para a mulher – Fui chamado para ir a empresa.Virgínia deu de ombros.- Mas volto logo. - avisou – Diego, cuide da sua tia na minha ausência.- Claro, tio. - o garotinho falou – Tia, você está doente?- Não, querido, eu estou bem.Eles ainda não tinham dito a Diego sobre o bebê, Virgínia esperava o momento certo para dar a notícia ao garoto.Após o café, ele se despediu dos dois e foi para a empresa. Ao entrar na sala, encontrou Tim e Alberto conversando.- Bom dia.- Fred, bom dia. - Tim disse – Alberto pediu sua presença e uma reunião com você.- Há algo errado?- Não, apenas
FREDChegaram na Mansão uma hora depois, Fred parou o carro no pátio e, de mãos dadas, entraram. Foram recebidos por Alberto.- Sr. Fred, elas estão no quarto.Os dois subiram as escadas e foram até o quarto de Alexia. Fred encontrou a irmã se balançando, para frente e para trás, na cama, enquanto tampava os ouvidos com as mãos.- Irmã…- Fred… Fred… - a jovem disse, nervosa – Fred, você foi embora. Diego foi embora.- Calma, Alexia. - o homem pediu – Tivemos que ir, mas estamos aqui. Diego está bem, ficou dormindo.- Fred, querido… - a mãe se aproximou deles e Fred rilhou os dentes, controlando-se para não desmascarar a cunhada ali mesmo – Alexia ficou assim, de repente…- Mamãe, por favor, me deixe sozinho com Alexia.A mulher olhou para o filho e para Virgínia, mas não disse nada, saiu silenciosamente.- Irmã, calma. - ele olhou para Virgínia – Pegue as pílulas dela e guarde em sua bolsa. - ele olhou para Alexia – Vamos, deite-se, ficarei com você aqui.O homem se acalmou aos pouco
VIRGÍNIAVirgínia e Diego estavam no jardim quando o carro de Tim estacionou no pátio da Mansão. Ela sentiu o coração acelerado no peito e, dizendo a Diego que voltava logo, foi atrás do advogado. O homem entrou na Mansão e foi recebido pelo próprio Fred, que parecia furioso. Tim entregou uma pasta a Fred e esperou.- Fred, o que houve? Alguma novidade?- Virgínia, vá para o jardim e fique com Diego.Ela o olhou, confusa.- Não, Fred, eu quero saber, o que aconteceu?- Eu vou matar a minha mãe, é isso que aconteceu. - ele saiu em busca da mulher, olhou por todos os lados, mas foi encontrá-la na outra parte do pátio, onde havia bancos e uma enorme mesa com cadeiras. A mulher estava lá, acompanhada de Fernanda, sua fiel escudeira.Elas viram a chegada do grupo e logo se levantaram, talvez assustadas com a expressão assassina no rosto de Fred.- Fred, o que houve? - a mais velha perguntou.- VOCÊ! - ele gritou – VOCÊ TENTOU MATAR MINHA IRMÃ!Virgínia percebeu que a mulher ficou pálida no