VIRGÍNIADepois que o médico lhe deu alta, Virgínia e Fred voltaram para casa. Em silêncio. A tensão entre os dois poderia ser cortada com uma faca. A mulher não queria forçá-lo a participar da criação do filho deles. Ela entendia que tudo começou errado e se Fred queria ficar longe, sem se envolver, ela aceitaria, por mais que aquilo doesse nela.Ele estacionou o carro na garagem da casa e os dois desceram. Logo Diego veio ao encontro deles, preocupado.- Eu senti saudades.Fred abraçou o garoto e o colocou no colo. Amava tanto aquele garotinho que não sabia se era possível amar mais outro garotinho daquele, seu filho… com os cabelos dele e os olhos da mãe…- Tia, você está doente?- Não, querido. Foi só um mal-estar. Já passou.Ela sorriu, mas era perceptível que estava fraca, os olhos cheios de olheiras, a pele pálida e o sorriso triste.- Você já tomou café? – perguntou ao sobrinho.- Não, tio.- Então, vamos. - ele disse ao menino – E você também. - falou para a esposa.Os três e
FREDRecebeu uma ligação de Tim logo depois de acordar, o advogado disse que sua presença era exigida na empresa. Fred desceu para o café da manhã, contrariado. Encontrou Diego e Virgínia sentados à mesa, já se alimentando.- Bom dia. - ele deu um beijo no topo da cabeça do sobrinho e, só para deixá-la sem jeito, depositou um beijo na bochecha da esposa.- Tio, vamos brincar no jardim?- Não posso. - ele olhou para a mulher – Fui chamado para ir a empresa.Virgínia deu de ombros.- Mas volto logo. - avisou – Diego, cuide da sua tia na minha ausência.- Claro, tio. - o garotinho falou – Tia, você está doente?- Não, querido, eu estou bem.Eles ainda não tinham dito a Diego sobre o bebê, Virgínia esperava o momento certo para dar a notícia ao garoto.Após o café, ele se despediu dos dois e foi para a empresa. Ao entrar na sala, encontrou Tim e Alberto conversando.- Bom dia.- Fred, bom dia. - Tim disse – Alberto pediu sua presença e uma reunião com você.- Há algo errado?- Não, apenas
FREDChegaram na Mansão uma hora depois, Fred parou o carro no pátio e, de mãos dadas, entraram. Foram recebidos por Alberto.- Sr. Fred, elas estão no quarto.Os dois subiram as escadas e foram até o quarto de Alexia. Fred encontrou a irmã se balançando, para frente e para trás, na cama, enquanto tampava os ouvidos com as mãos.- Irmã…- Fred… Fred… - a jovem disse, nervosa – Fred, você foi embora. Diego foi embora.- Calma, Alexia. - o homem pediu – Tivemos que ir, mas estamos aqui. Diego está bem, ficou dormindo.- Fred, querido… - a mãe se aproximou deles e Fred rilhou os dentes, controlando-se para não desmascarar a cunhada ali mesmo – Alexia ficou assim, de repente…- Mamãe, por favor, me deixe sozinho com Alexia.A mulher olhou para o filho e para Virgínia, mas não disse nada, saiu silenciosamente.- Irmã, calma. - ele olhou para Virgínia – Pegue as pílulas dela e guarde em sua bolsa. - ele olhou para Alexia – Vamos, deite-se, ficarei com você aqui.O homem se acalmou aos pouco
VIRGÍNIAVirgínia e Diego estavam no jardim quando o carro de Tim estacionou no pátio da Mansão. Ela sentiu o coração acelerado no peito e, dizendo a Diego que voltava logo, foi atrás do advogado. O homem entrou na Mansão e foi recebido pelo próprio Fred, que parecia furioso. Tim entregou uma pasta a Fred e esperou.- Fred, o que houve? Alguma novidade?- Virgínia, vá para o jardim e fique com Diego.Ela o olhou, confusa.- Não, Fred, eu quero saber, o que aconteceu?- Eu vou matar a minha mãe, é isso que aconteceu. - ele saiu em busca da mulher, olhou por todos os lados, mas foi encontrá-la na outra parte do pátio, onde havia bancos e uma enorme mesa com cadeiras. A mulher estava lá, acompanhada de Fernanda, sua fiel escudeira.Elas viram a chegada do grupo e logo se levantaram, talvez assustadas com a expressão assassina no rosto de Fred.- Fred, o que houve? - a mais velha perguntou.- VOCÊ! - ele gritou – VOCÊ TENTOU MATAR MINHA IRMÃ!Virgínia percebeu que a mulher ficou pálida no
VIRGÍNIANo dia seguinte, Virgínia recebeu alta. Eles voltaram para a Mansão e antes mesmo de entrar, Fred já estava testando a paciência da esposa. Ele correu para o lado dela, não permitiu que levantasse e a segurou nos braços.- Fred, eu não estou inválida.- O médico disse repouso total.- Como se eu fosse sair correndo para subir as escadas. - ela revirou os olhos.- Você não gosta de ficar nos meus braços? – ele perguntou enquanto andava em direção à casa.Ela não respondeu, deitou a cabeça em seh ombro e beijou o pescoço do homem.A porta foi aberta e Alfredo sorriu para os dois.- Alfredo, como estão todos?- Diego está no quarto com Célia, a srta. Alexia está no quarto lendo.Fred assentiu e subiu as escadas, sem deixar Virgínia pisar no chão. Ele levou a esposa para o quarto e a deixou na cama.- Você sabe muito bem que não conseguirá me manter nesta cama por meses.Ele sorriu e se aproximou, perigosamente.- Talvez não nesta cama. - ele beijou a bochecha da mulher – Mas na
FREDEle colocou a bandeja com o café da manhã de Virgínia na mesinha de cabeceira e, com cuidado, sentou-se na cama de frente para a mulher.Ela tinha feito a higiene matinal e agora estava deitada, com os braços cruzados, os olhos perdidos na janela e um bico enorme na boca.Ele a amava tanto e adorava quando a mulher fazia birra. Fred acariciou o rosto da esposa e riu baixinho quando Virgínia grunhiu, ela sempre era adorável, mas também sabia ser selvagem.- Bom dia, querida. – arriscou, mesmo que os dois já tivessem se faladoEla olhou para ele com raiva, mas Fred só sentia vontade de desfazer aquele bico com beijos. Achava que Virgínia ficava muito fofa com raiva, por isso sempre fazia algo para deixá-la naquele estado.- Bom dia.- Eu trouxe seu café. - disse calmo, apontando para a bandeja – Olha, tem suquinho e frutinha para ficar fortinha...- Fred, eu posso andar, sabe? - disse – Por que eu não posso descer as escadas e tomar café com todos na sala de jantar?- Virgínia, o m
VIRGÍNIAAquela dor era infernal, sabia que o parto era dolorido, mas não imaginava o quanto. Fred continuava sentado na cadeira, olhando para ela com os olhos arregalados.O homem estava em estado de choque, mas era ela quem estava sentindo dor.- Fred. - suspirou – Fred, chegou a hora. O bebê vai nascer.- Não é cedo? Eu provoquei isso? Não deveria ter feito nada...Ela olhou para o marido, que parecia apavorado.- Eu estou com quarenta semanas, Fred. Já está quase passando da hora. - uma contração forte chegou e ela deu um grito – Se não nos apressarmos, não conseguiremos chegar no hospital a tempo.Fred então levantou e a colocou nos braços, ele parecia fazer as coisas no modo automático e, se não estivesse tão possuída pela dor, poderia até rir da cara do pobre coitado. Foram até o carro e ele ajudou a esposa a se acomodar no veículo, antes que ele pudesse sair, Virgínia puxou o homem pela camisa.- Fred, nós vamos ser pais, hoje.- disse, um pouco apavorada.E se não soubesse cu
FRED Quem conhecia a fama do grande e imbatível empresário Fred Romano não acreditaria se visse o homem impiedoso olhando a criança no berço. Ele tinha os olhos brilhantes e um sorriso suave no rosto, a pequena Angélica tinha capturado o coração do pai de um jeito que ninguém mais conseguiu. A porta do quarto foi aberta e Virgínia entrou, Fred sorriu para a esposa, a outra garota que deixava seu coração derretido, enterrando de vez aquele outro Fred Romano, que tinha fama de mau e impiedoso. - Diego? - ele perguntou. - Dormiu. - Virgínia aproximou-se do marido e entrelaçou os dedos dos dois. O casal ficou ali observando a filha, maravilhados pelo fato de que aquele pequeno pedaço de gente ser uma parte de cada um. Ele ficava maravilhado quando a menina abria os olhos e lhe fitava com as íris da cor de esmeraldas iguais às da mãe. Ela sorria sempre que o via e isso o orgulhava de tantas maneiras que o homem nem sabia expressar. - Ela é linda. - Fred disse, repetindo a frase pela