FRED Quem conhecia a fama do grande e imbatível empresário Fred Romano não acreditaria se visse o homem impiedoso olhando a criança no berço. Ele tinha os olhos brilhantes e um sorriso suave no rosto, a pequena Angélica tinha capturado o coração do pai de um jeito que ninguém mais conseguiu. A porta do quarto foi aberta e Virgínia entrou, Fred sorriu para a esposa, a outra garota que deixava seu coração derretido, enterrando de vez aquele outro Fred Romano, que tinha fama de mau e impiedoso. - Diego? - ele perguntou. - Dormiu. - Virgínia aproximou-se do marido e entrelaçou os dedos dos dois. O casal ficou ali observando a filha, maravilhados pelo fato de que aquele pequeno pedaço de gente ser uma parte de cada um. Ele ficava maravilhado quando a menina abria os olhos e lhe fitava com as íris da cor de esmeraldas iguais às da mãe. Ela sorria sempre que o via e isso o orgulhava de tantas maneiras que o homem nem sabia expressar. - Ela é linda. - Fred disse, repetindo a frase pela
Laura corria desesperada, sem ver para onde ia, as lágrimas nublavam sua visão, mas só queria ir para longe dali. Saiu da Igreja sem se preocupar com os convidados ou com os pais, muito menos com a tempestade que caía lá fora. As suas lágrimas se misturavam com a água da chuva que caía, deixando sua visão totalmente embaçada. Correu até suas pernas não aguentarem mais e seu corpo cair no chão, exausto.As ruas estavam quase desertas e as poucas pessoas que tentavam se abrigar em um local esperando a chuva passar olhavam Laura correr e temiam que ela fosse alguma louca. O vestido branco, agora ensopado de chuva e lama, arrastava pelo chão, destruído. A mulher não se importava com nada a seu redor, os olhares questionadores, reprovadores ou de pena, não eram captados por ela, porque a noiva estava presa somente ao seu sofrimento.Sempre sonhou com aquele dia e, afinal, qual mulher não sonharia com o seu casamento? O dia em que se uniria, supostamente, para toda a eternidade com o homem
Laura não fizera faculdade, uma vez que desde cedo teve que ajudar os pais financeiramente. A moça tinha apenas o diploma do ensino médio e por isso não conseguia vagas de emprego melhores. Em um certo dia, quando já estava desiludida que conseguiria algo, viu no jornal uma oportunidade de ser acompanhante de um homem idoso.A jovem deixou o filho aos cuidados da mãe, pegou um ônibus e depois de muitos minutos, chegou ao destino. Uma enorme mansão localizada no bairro abastado da cidade. O portão acobreado, com um enorme brasão com um “G” no meio chamava a atenção na propriedade. Antes que conseguisse localizar uma campainha para acionar, um homem idoso, trajando um uniforme, apareceu.“Pois não?” – ele disse, a voz polida.“Oi, bom dia.” – respondeu, nervosa – “Eu vim pela vaga de emprego.” – mostrou o jornal – “Acompanhante.”O homem assentiu e abriu o portão para que Laura passasse.“O senhor Gregório está no escritório, mas devo dar algumas instruções antes.” – os dois andavam pel
Prólogo Cinco anos antes… - Virgínia… - a mulher pálida, deitada na cama de hospital, disse com muita dificuldade – Eu confio meu bebê a você. - as lágrimas saíam incessantes dos olhos castanhos – Não o abandone, não o entregue à família do pai, por favor. Me prometa. Angelina, sua querida irmã mais velha, tinha acabado de dar à luz a Diego. O menino nascera saudável, mas a mãe perdia sangue desde o momento em que a criança viera ao mundo, os médicos não conseguiam parar a hemorragia e era perceptível que sua irmã já estava sem forças, exausta. Virgínia tentava conter as lágrimas e só desejava que a outra ficasse bem para cuidar do pequenino que acabara de nascer e dormia em seus braços. - Irmã, calma. Você vai ficar bem. Olhe, Diego está bem. - ela mostrou o pacotinho azul para a irmã. O menino dormia calmamente, depois que as enfermeiras o higienizaram e empacotaram. – Nós três vamos ficar bem e viveremos felizes juntos, como uma família. - Eu vou morrer, eu sinto. Eu não tenho
- Que você seja muito feliz lá, minha querida. – Márcia disse, os olhos cheios de lágrimas em virtude da despedida.- Dona Márcia, nunca esquecerei o que fez por mim e minha família. – abraçou a mulher e chorou – Eu queria que pudesse ir comigo, me sentiria mais segura.-Não posso, querida. Quem vai cuidar da minha casa, se eu for embora?Virgínia assentiu.A mulher beijou o rostinho de Diego e ajudou os dois a entrarem no quarto do advogado, que esperava pacientemente. Depois que as despedidas foram feitas e que todos estavam no carro, eles partiram, rumo a um futuro incerto que Virgínia temia que fosse um engano.Ainda não conseguia acreditar que ela e Diego tiveram tanta sorte de se tornar herdeiros de uma grande fortuna que os deixaria seguros pelo resto da vida.Durante a viagem, o advogado falou um pouco sobre a empresa, a diretoria era formada apenas por homens, por isso Virgínia não poderia se mostrar com medo ou insegura, senão seria massacrada. Ele garantiu que estaria
O tempo foi passando.A reforma na Mansão estava sendo feita, Virgínia reformou cada canto da casa que agora chamaria de lar. Trocou todos os móveis por alguns mais funcionais e simples, uma vez que os antigos eram muito ostensivos para o gosto dela.O advogado a ajudava com os assuntos administrativos da empresa, enquanto Laura lhe fornecia assuntos mais coloquiais (as fofocas).O advogado se tornou um bom amigo. Ele era um homem honesto que auxiliava Virgínia em todos os assuntos da empresa e das propriedades. Ele a aconselhou a vender algumas propriedades e investir o dinheiro, com os juros ela faria uma poupança para o sobrinho e garantiria conforto para Diego.O menino crescia saudável e feliz, ele era paparicado por Virgínia, Naty, Celso e até mesmo pelo advogado, todos adoravam o garoto que era protegido e muito amado.Às vezes, Virgínia olhava para Diego e tinha medo que os Romano os descobrisse, que Fred o tomasse dela. Precisava construir um forte em torno da criança,
FREDDesde o momento em que chegou em casa, Fred se trancou em seu escritório. Não entendia as intenções daquela mulher, mas com certeza o objetivo principal dela não era o que dizia. Assim que saiu da empresa dela, pediu a Tim para investigá-la. Virgínia Bruni. Ele sabia que nunca ouvira aquele nome, mas aquele rosto não era totalmente desconhecido.- Fred? - ouviu a voz da irmã, Alexia, na porta.- Entre, irmã.- Fred, irmão, como foi a reunião?- Tudo certo. A empresa nos ajudará a recuperar a empresa Romano. - ele disse.- Que bom! Então tudo ficará bem?- Sim, irmã, tudo ficará bem. - a mulher saiu feliz, enquanto Fred pensava que todos ficariam felizes, enquanto ele entrava num negócio onde não sabia o quê esperar.#VIRGÍNIAConferiu seu vestido no espelho. O traje vermelho de alças finas e trançadas nas costas, justo e longo estava perfeito. Ela escovara os cabelos e os cachos desapareceram, dando espaço a uma cortina lisa de fios caramelo.- Tia, você está linda! - D
FREDNo dia seguinte, o homem foi para a empresa bem cedo. Tim já o esperava na sala de reuniões, os dois precisavam fazer um plano para apresentar a Virgínia.- Você tem certeza que conseguirá reerguer a empresa em seis meses? - o advogado perguntou, preocupado.- Eu vou conseguir, Tim. - respondeu, convicto.Por volta de oito horas, Virgínia e o advogado dela entraram na sala de reuniões. A mulher trajava um vestido colado ao corpo de cor preta e parecia muito animada naquela manhã.Ele a fitou lentamente, observando cada curva que aquele vestido revelava.A mulher era uma megera, mas era muito bonita e voluptuosa. - Bom dia! – ela falou, alegremente.Deus, ele odiava gente feliz demais. Ainda mais de manhã. Fred respondeu com um aceno de cabeça.- Bom dia, Sra. Virgínia. Nós temos um plano de recuperação da empresa. Está aqui. - Tim empurrou a pasta para ela.- Examine, Al. Veja se é possível. - ela disse ao advogado – Enquanto isso, precisamos conversar sobre a nossa f