VIRGÍNIANo dia seguinte, Virgínia recebeu alta. Eles voltaram para a Mansão e antes mesmo de entrar, Fred já estava testando a paciência da esposa. Ele correu para o lado dela, não permitiu que levantasse e a segurou nos braços.- Fred, eu não estou inválida.- O médico disse repouso total.- Como se eu fosse sair correndo para subir as escadas. - ela revirou os olhos.- Você não gosta de ficar nos meus braços? – ele perguntou enquanto andava em direção à casa.Ela não respondeu, deitou a cabeça em seh ombro e beijou o pescoço do homem.A porta foi aberta e Alfredo sorriu para os dois.- Alfredo, como estão todos?- Diego está no quarto com Célia, a srta. Alexia está no quarto lendo.Fred assentiu e subiu as escadas, sem deixar Virgínia pisar no chão. Ele levou a esposa para o quarto e a deixou na cama.- Você sabe muito bem que não conseguirá me manter nesta cama por meses.Ele sorriu e se aproximou, perigosamente.- Talvez não nesta cama. - ele beijou a bochecha da mulher – Mas na
FREDEle colocou a bandeja com o café da manhã de Virgínia na mesinha de cabeceira e, com cuidado, sentou-se na cama de frente para a mulher.Ela tinha feito a higiene matinal e agora estava deitada, com os braços cruzados, os olhos perdidos na janela e um bico enorme na boca.Ele a amava tanto e adorava quando a mulher fazia birra. Fred acariciou o rosto da esposa e riu baixinho quando Virgínia grunhiu, ela sempre era adorável, mas também sabia ser selvagem.- Bom dia, querida. – arriscou, mesmo que os dois já tivessem se faladoEla olhou para ele com raiva, mas Fred só sentia vontade de desfazer aquele bico com beijos. Achava que Virgínia ficava muito fofa com raiva, por isso sempre fazia algo para deixá-la naquele estado.- Bom dia.- Eu trouxe seu café. - disse calmo, apontando para a bandeja – Olha, tem suquinho e frutinha para ficar fortinha...- Fred, eu posso andar, sabe? - disse – Por que eu não posso descer as escadas e tomar café com todos na sala de jantar?- Virgínia, o m
VIRGÍNIAAquela dor era infernal, sabia que o parto era dolorido, mas não imaginava o quanto. Fred continuava sentado na cadeira, olhando para ela com os olhos arregalados.O homem estava em estado de choque, mas era ela quem estava sentindo dor.- Fred. - suspirou – Fred, chegou a hora. O bebê vai nascer.- Não é cedo? Eu provoquei isso? Não deveria ter feito nada...Ela olhou para o marido, que parecia apavorado.- Eu estou com quarenta semanas, Fred. Já está quase passando da hora. - uma contração forte chegou e ela deu um grito – Se não nos apressarmos, não conseguiremos chegar no hospital a tempo.Fred então levantou e a colocou nos braços, ele parecia fazer as coisas no modo automático e, se não estivesse tão possuída pela dor, poderia até rir da cara do pobre coitado. Foram até o carro e ele ajudou a esposa a se acomodar no veículo, antes que ele pudesse sair, Virgínia puxou o homem pela camisa.- Fred, nós vamos ser pais, hoje.- disse, um pouco apavorada.E se não soubesse cu
FRED Quem conhecia a fama do grande e imbatível empresário Fred Romano não acreditaria se visse o homem impiedoso olhando a criança no berço. Ele tinha os olhos brilhantes e um sorriso suave no rosto, a pequena Angélica tinha capturado o coração do pai de um jeito que ninguém mais conseguiu. A porta do quarto foi aberta e Virgínia entrou, Fred sorriu para a esposa, a outra garota que deixava seu coração derretido, enterrando de vez aquele outro Fred Romano, que tinha fama de mau e impiedoso. - Diego? - ele perguntou. - Dormiu. - Virgínia aproximou-se do marido e entrelaçou os dedos dos dois. O casal ficou ali observando a filha, maravilhados pelo fato de que aquele pequeno pedaço de gente ser uma parte de cada um. Ele ficava maravilhado quando a menina abria os olhos e lhe fitava com as íris da cor de esmeraldas iguais às da mãe. Ela sorria sempre que o via e isso o orgulhava de tantas maneiras que o homem nem sabia expressar. - Ela é linda. - Fred disse, repetindo a frase pela
Laura corria desesperada, sem ver para onde ia, as lágrimas nublavam sua visão, mas só queria ir para longe dali. Saiu da Igreja sem se preocupar com os convidados ou com os pais, muito menos com a tempestade que caía lá fora. As suas lágrimas se misturavam com a água da chuva que caía, deixando sua visão totalmente embaçada. Correu até suas pernas não aguentarem mais e seu corpo cair no chão, exausto.As ruas estavam quase desertas e as poucas pessoas que tentavam se abrigar em um local esperando a chuva passar olhavam Laura correr e temiam que ela fosse alguma louca. O vestido branco, agora ensopado de chuva e lama, arrastava pelo chão, destruído. A mulher não se importava com nada a seu redor, os olhares questionadores, reprovadores ou de pena, não eram captados por ela, porque a noiva estava presa somente ao seu sofrimento.Sempre sonhou com aquele dia e, afinal, qual mulher não sonharia com o seu casamento? O dia em que se uniria, supostamente, para toda a eternidade com o homem
Laura não fizera faculdade, uma vez que desde cedo teve que ajudar os pais financeiramente. A moça tinha apenas o diploma do ensino médio e por isso não conseguia vagas de emprego melhores. Em um certo dia, quando já estava desiludida que conseguiria algo, viu no jornal uma oportunidade de ser acompanhante de um homem idoso.A jovem deixou o filho aos cuidados da mãe, pegou um ônibus e depois de muitos minutos, chegou ao destino. Uma enorme mansão localizada no bairro abastado da cidade. O portão acobreado, com um enorme brasão com um “G” no meio chamava a atenção na propriedade. Antes que conseguisse localizar uma campainha para acionar, um homem idoso, trajando um uniforme, apareceu.“Pois não?” – ele disse, a voz polida.“Oi, bom dia.” – respondeu, nervosa – “Eu vim pela vaga de emprego.” – mostrou o jornal – “Acompanhante.”O homem assentiu e abriu o portão para que Laura passasse.“O senhor Gregório está no escritório, mas devo dar algumas instruções antes.” – os dois andavam pel
Prólogo Cinco anos antes… - Virgínia… - a mulher pálida, deitada na cama de hospital, disse com muita dificuldade – Eu confio meu bebê a você. - as lágrimas saíam incessantes dos olhos castanhos – Não o abandone, não o entregue à família do pai, por favor. Me prometa. Angelina, sua querida irmã mais velha, tinha acabado de dar à luz a Diego. O menino nascera saudável, mas a mãe perdia sangue desde o momento em que a criança viera ao mundo, os médicos não conseguiam parar a hemorragia e era perceptível que sua irmã já estava sem forças, exausta. Virgínia tentava conter as lágrimas e só desejava que a outra ficasse bem para cuidar do pequenino que acabara de nascer e dormia em seus braços. - Irmã, calma. Você vai ficar bem. Olhe, Diego está bem. - ela mostrou o pacotinho azul para a irmã. O menino dormia calmamente, depois que as enfermeiras o higienizaram e empacotaram. – Nós três vamos ficar bem e viveremos felizes juntos, como uma família. - Eu vou morrer, eu sinto. Eu não tenho
- Que você seja muito feliz lá, minha querida. – Márcia disse, os olhos cheios de lágrimas em virtude da despedida.- Dona Márcia, nunca esquecerei o que fez por mim e minha família. – abraçou a mulher e chorou – Eu queria que pudesse ir comigo, me sentiria mais segura.-Não posso, querida. Quem vai cuidar da minha casa, se eu for embora?Virgínia assentiu.A mulher beijou o rostinho de Diego e ajudou os dois a entrarem no quarto do advogado, que esperava pacientemente. Depois que as despedidas foram feitas e que todos estavam no carro, eles partiram, rumo a um futuro incerto que Virgínia temia que fosse um engano.Ainda não conseguia acreditar que ela e Diego tiveram tanta sorte de se tornar herdeiros de uma grande fortuna que os deixaria seguros pelo resto da vida.Durante a viagem, o advogado falou um pouco sobre a empresa, a diretoria era formada apenas por homens, por isso Virgínia não poderia se mostrar com medo ou insegura, senão seria massacrada. Ele garantiu que estaria