FRED Ele olhava para a esposa dançando com o sobrinho. Os dois balançavam para lá e para cá sorrindo um para o outro, era muito nítido o quanto eles tinham uma relação de cumplicidade e amor. Era engraçado vê-la com o garoto, parecia que a mulher mudava, se tornava mais leve. Infelizmente a sua esposa nunca lhe dirigira um sorriso daqueles, aliás, nenhum tipo de sorriso. - Fred, os noivos não vão ter a primeira dança? - Alexia perguntou, parecendo mais feliz que ele que era o noivo. - Não acho necessário. – respondeu dando de ombros. - Fred… - a irmã repreendeu e então ele se levantou e foi até a esposa, pediu licença ao garoto e então, uma música lenta começou a tocar. Os outros casais se afastaram e os dois ficaram sozinhos na pista de dança. Fred sabia que aqueles olhos esverdeados escondiam o verdadeiro motivo por trás daquele casamento, mas não conseguia deixar de admirá-los. O homem sentia-se fraco quando ela lhe olhava. Ele desceu o olhar para a boca da mulher que parecia
VIRGÍNIADemorou alguns minutos para que Virgínia recobrasse os sentidos e visse que Fred a abandonara.Percebeu que estava seminua e, rapidamente correu para o banheiro. Tirou a camisola rasgada e vestiu o roupão. Olhou-se no espelho e estava com os lábios e pescoço marcados pelos beijos famintos.Deus, ela quase se entregara para aquele homem, o mesmo homem que fez sua irmã adoecer e morrer.Virgínia sentiu um embrulho no estômago e correu para o vaso sanitário, colocando para fora tudo que comera e sentira naquele dia.Sentiu-se suja e traidora. Estava traindo a irmã quando se oferecia daquela forma para aquele homem. Será que não tinha vergonha na cara?Depois que se sentiu mais calma, percebeu que chorava, chorava pela irmã, chorava pelo sobrinho e, também, chorava por ela, porque tinha cometido um grande erro com aquele casamento.E não tinha muita certeza se poderia consertar aquela situação.Não dormiu naquela noite que seria a sua noite de lua de mel. Sentou-se na poltrona qu
VIRGÍNIALogo depois do café da manhã, os três estavam no carro em direção à Mansão Romano. Diego falava animado, perguntando a Fred sobre a casa e o resto da família. O homem respondia tudo prontamente, fazendo o menino ficar cada vez mais interessado por aquelas pessoas. O coração de Virgínia se encolhia no peito ao pensar que eles poderiam tirar o sobrinho dela. Mostrava-se forte para Fred, quando, na verdade, estava morta de medo.Chegaram no pátio da Mansão Romano poucos minutos depois, Diego desceu do carro, seguido de Fred. Virgínia respirou fundo e fez o mesmo. O menino segurou na mão do tio e juntos entraram na casa, onde um homem alto, bigodudo e que se vestia com roupas formais, abriu a porta para eles.- Bem vindo, sr. Fred.Os três entraram e foram encaminhados a uma sala ampla onde Alexia e a mãe de Fred esperavam. Diego e a tia paterna se abraçaram longamente, enquanto a mulher mais velha olhava para Virgínia com um olhar de desprezo.- Bem-vinda, Virgínia. - ela beijo
VIRGÍNIAO clima entre o casal era como uma guerra fria, a mulher não sabia quando o marido ia atacá-la. Ele agia de maneira distante e a tratava com indiferença, já com Diego ele era amável e fazia tudo o que o garoto pedia.Naquele sábado ensolarado, o garotinho pediu a Fred que o levasse até Alexia, pois a tia prometera que plantariam juntos algumas rosas.- Tia, você vem também, né?- Claro, meu amor. Vamos trocar de roupa. - ela subiu com o garoto e, primeiro, foi até o quarto do menino, para depois ir ao dela, não permitiria que Fred levasse o menino e o tomasse dela.#FREDO homem não dormia há dias, tentava pensar em uma maneira de sair daquele casamento, mas até agora sem esperanças. Contou tudo a Tim, para que juntos pudessem impugnar o contrato, mas o advogado já lhe garantira que o contrato era legal e Fred assinou sem coação.Cerrou as mãos em punhos.Deveria ter decretado a falência da empresa e depois ergueria uma nova empresa, do zero. Tudo que tinha na vida conseguir
VIRGÍNIAQuando chegaram em casa, Virgínia pegou Diego no colo e levou o menino para o quarto. O pequeno tomou banho, vestiu o pijama e dormiu imediatamente, sem nem mesmo esperar a história de todas as noites. A criança se divertira muito na casa dos tios, ao contrário dela, que estava com ódio de Fred e Fernanda.A mulher saiu do quarto do garoto e foi até o quarto do marido, ela entrou sem nem mesmo bater na porta, afinal a casa era dela. O marido estava em pé, com as mãos nos bolsos da calça, virado para a janela. Ela fechou a porta com força e começou:- Devo lembrá-lo que esse casamento deve parecer real para todos à nossa volta. – disse, tentando controlar o ódio na voz – Aquela mulher não lembra que você é casado?Ele se virou e a observou, em silêncio. O rosto dele não revelava nada e isso deixava a mulher mais indignada.- Não vou aceitar que você me traia. – ela disse.- Por quê? – ele perguntou, cruzando os braços em frente ao peito.- Nós temos que manter as aparências.-
VIRGÍNIAQuando abriu os olhos no dia seguinte e viu que estava em um quarto diferente do seu, fechou os olhos novamente. Talvez fosse um sonho e Virgínia ainda estivesse dormindo. Sentiu um braço firme em volta de sua cintura e, com cuidado, tateou. Sim, era realmente um braço. Abriu um olho e olhou para o braço forte que a abraçava. Virou o rosto para trás, Fred dormia placidamente, enquanto a segurava firme, contra seu corpo.Deus, o que fizera?Bem, ela lembrava de tudo, não tinha como esquecer, uma vez que seu corpo estava dolorido em certos locais, mas onde estava com a cabeça ao fazer?E por que um minúsculo pedaço da sua mente queria que tudo se repetisse?Devagar, retirou o braço do homem e, mais devagar, tentou se sentar na cama, mas logo foi puxada para onde estava anteriormente.- Vai fugir? - a voz grave e profunda do marido perguntou em seu ouvido, enviando arrepios pelo seu corpo.Virgínia olhou para o homem que continuava com os olhos fechados, mas tinha um sorrisinho
FREDQuando o homem viu aquela cena, seu primeiro impulso foi ir para cima do indivíduo que tinha os braços em torno de sua esposa. Aquele mesmo idiota que pareceu muito íntimo dela na festa que eles tinham ido.Assim que Virgínia viu o marido parado na porta, afastou-se do outro. A mulher parecia sem jeito. Fred aproximou-se lentamente e se colocou ao lado da esposa, sem pensar muito no que fazia, colocou a mão em volta de sua cintura e a puxou para perto.- César, acho que apresentei meu esposo. Fred Romano.O outro apenas o olhou e acenou com a cabeça.- Já estou indo, Virgínia. Até mais. - e saiu.Quando se viu sozinho com a esposa, a soltou.- O quê ele estava fazendo aqui?- Veio me visitar. - Virgínia sentou-se – O que VOCÊ está fazendo aqui?- Eu sou seu marido. - respondeu – Posso vir quando quiser.A verdade era que Fred foi até ela porque estava com saudade, não conseguia se concentrar no que era importante, então decidiu ir ver a mulher e teve aquela “bela” surpresa.- Mas
VIRGÍNIAAquela era uma das raras manhãs em que Virgínia acordava antes de Fred. Sempre quando despertava na cama do quarto em que ele dormia, o homem já havia se levantado. Aproveitou o momento raro para observar o marido dormindo, a expressão sisuda ficava mais suave, o semblante leve e ele parecia até mais novo.Não sabia em qual momento tinha se apaixonado pelo esposo, mas aconteceu. Nem tentava mais lutar contra aquele sentimento, era sem sentido, não adiantava. Contornou a barba dele com um dedo, sem conseguir se conter, queria tocá-lo o tempo todo.Os olhos castanhos se abriram e a observaram, serenos. Ele tinha um meio-sorriso estampado no rosto e nem era mais tão raro.- Eu estava pensando… você não acha melhor se mudar para o meu quarto? - perguntou, tímida, enquanto acariciava o rosto dele.- Por quê? – ele repousou o braço em sua cintura, trazendo-a para mais perto.- Eu me sinto estranha tendo que me esquivar para me encontrar com meu marido na minha própria casa. – ela