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PRÓLOGO
— Mas o que está me pedindo é um absurdo, tio! Petrus Ritter sabia muito bem disso, porém não havia alguém mais capacitado e de sua confiança o qual pudesse exercer o cargo.— Eu sei disso Adam, mas veja pelo lado bom...— Não tem um lado bom, tio. Não irei deixar meu trabalho para cuidar de um marmanjo rebelde. — retrucou. Apanhou a taça com água à qual estava em cima da mesa e tomou um gole. — E além do mais, também tenho contrato a cumprir. Ritter suspirou fundo e olhou ao redor.— Quer passar a vida inteira aqui, sobrinho? — perguntou num tom de deboche indicando para o piso. — Eu paguei seus estudos para ser um advogado de renome, não foi à toa que coloquei você em Valenza.— Eu o agradeço demais por isso. Prometo recompensá-lo um dia. Petrus ergueu uma sobrancelha e sinalizou silêncio. Seria sua vez de começar a colocar tudo a limpo.— Esse é o momento de me recompensar. Não que eu o esteja cobrando, não pense isso de mim, Adam. É que estou ficando velho e gerir os
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O CONTRATO
O jato particular trazendo Petrus Ritter, beijou a pista de pouso ao meio dia da semana seguinte. Levara a boa notícia para Angelina e esta ficara contente por ser alguém da extrema confiança dele, afinal, durante mais de trinta anos Petrus fora um trabalhador minucioso, exemplar e ajudara demais na ascensão do grupo Mallmann. Só ainda não sabia por qual assunto começar a contar a Saymon, sobre sua decisão meio maluca, no entanto, prudente. Após uma noite de altos e baixos, Saymon Diehl Stein, ainda encontrava-se dormindo. Angelina estava prestes a interceptar a entrada de acompanhantes luxuosos na sua residência, pois aquilo manchava demais o nome da Mallmann no mercado, ainda que fosse a coisa mais natural mundo à fora. Seus preceitos cristãos, no entanto, a impedia de concordar com tamanha vergonha. Pediu a Claire, sua fiel empregada, para chamá-lo. Claire Kuhn, era uma mulher na casa dos cinquenta e cinco anos e ajudou na educação de Saymon quando mais novo, poré
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A REUNIÃO
— Caminho? — Ao meu ver, sim. — Aaron articulou, levantando-se. — Talvez seja a oportunidade perfeita de usar a sabedoria do seu instrutor e mostrar a todos, inclusive aos meus tios, o quão responsável você é. Aaron tinha razão e suas palavras foram como um impulso. Saymon sorriu ao decorar a cena e enfatizar dramas, derrotas e alegrias. Tudo digno do Oscar. Seria o filme da sua vida. Filme não, à série mais assistida de todos os tempos, onde os mais importantes se tornaram relés depositadores de grana. E ele, o CEO, mais respeitado.— Agora eu entendi porque é tão ambicioso, Aaron.— Um homem sem ambição, Saymon, não é homem. E um pouco mais dela não faz mal a ninguém, faz? Saymon sorriu. — De jeito algum.— Mas fale um pouco sobre o seu tutor. Vem do Japão? China? Estados Unidos? — debochou. — Thyssen. — Oh, sim, sobrinho do Petrus. Certo?— Certo. O nome dele é Adam, me parece. Aaron ergueu uma sobrancelha, franzindo o cenho e voltando a sentar.— Adam Schulz Bec
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DUAS CARAS
Adam Schultz Becker chegou às sete da manhã no aeroporto internacional Fagner Schäfer, o qual levava o nome de um dos prefeitos mais premiados do estado do Lassen. Projetado com a tecnologia de última geração, o local servia de embarque e desembarque de cargas e passageiros para o restante do mundo. No estacionamento, Klaus Braun, motorista particular de Petrus Ritter, o aguardava com metade do corpo para fora do automóvel. Ao visualizar o rapaz aproximando-se, Klaus saiu ao encontro dele. Adam analisou a figura mediana e com excesso de peso, sorrindo. Pronto para ajudá-lo com as malas.— Não, pode deixar, eu mesmo levo. — afirmou Adam, passando pelo homem sem cumprimentá-lo. — Estamos muito longe da sede da G-MECA? — perguntou secando o suor. Klaus estudou o relógio de pulso e ajeitou a boina sobre a cabeça.— Meia hora, se o trânsito estiver ao nosso favor. Adam suspirou.— Guarde minhas coisas. Odeio atraso. Klaus assentiu e colocou as bagagens do rapaz no por
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PROBLEMAS
— Me perdoa por ter perdido o espetáculo. — disse Aaron adentrando à sala da presidência. Puxou uma cadeira e sentou-se nela. — Mas me conte: como foi? Saymon repousou o olhar em cima dele. Parecia gostar daquilo, de vê-lo rastejando em estratégias baixas e ineficazes.— Bem. Digo, foi como tinha que ser. Aaron estreitou o olhar. — Não entendi! Pode ser um pouco menos implícito?— Estou querendo dizer que a conversa fluiu. Adam é estreitamente ligado aos negócios, tudo paira sobre isso. — Saymon suspirou com um ar de frustração. — E você?— Que tem eu? — indagou o rapaz.— Aonde estava?— Ah, sim. Reunido com fornecedores— respondeu pegando a maleta e tirando alguns papéis. — Leia, veja se concorda e assina. Mais papéis. Sua vida girava em torno da leitura, da interpretação e do ranço. Não imaginava que lidar com negócios seria a coisa mais chata do mundo. Apanhou o maço de papel e colocou em cima de sua mesa. Leria mais tarde, agora haviam outros assuntos a serem trat
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IRMÃO GÊMEO
— Ah, Adam, meu filho. Como tem passado? — Mayla Ritter, esposa de Petrus, o indagou logo pela manhã, quando estavam reunidos ao redor da mesa na sala-de-estar. — Seu tio me surpreendeu agora, pensei que nunca mais botasse os pés aqui em casa! Ela lembrou o episódio. Adam fitou o tio à semblante preocupado, mal sabia como se portar diante de Mayla.— Pois é... eu voltei. — ele disse com os nervos à flor da pele. — A senhora estava aonde ontem quando cheguei?— Trabalhando no hospital em Thirro. Acabei fazendo plantão até esta madrugada. — a mulher morena e de pele alva, o respondeu. — Vai trabalhar mesmo na Mallmann? — perguntou ela, curiosa.— Sim, mas apenas por quatro meses Adam respondeu complacente. — Após isso, pretendo retornar a Thyssen e ascender a advocacia de meus pais. Mayla o olhou orgulhosa. Tinha muito cuidado com Adam desde pequeno, quando a mãe dele morreu precocemente em um acidente de carro. Está o fitando agora, de terno e gravata, podia falar o qu
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A DESCONFIANÇA
— Sabe da gravidade dessa acusação, senhorita Raven? — Saymon fez questão de perguntar.Raven até sabia. Mas quem insistiu no assunto fora ele, não ela.— Eu sei, Sr. Stein. Mas se quiser que um perito analise as duas assinaturas, logo verá que minhas acusações pode ter lá suas relevâncias. — era uma mulher forte, com vontade própria, pronta para assumir seus erros. — Porém, se eu estiver me precipitando, assumo às consequências.Sua postura mútua e cheia de veracidade, deixou Saymon ainda mais instigado naquilo. Não que desconfiasse de Adam, mas havia algo naquele rapaz que encantava-o de certa forma, quiçá, mais especificamente, à maneira dele agir, muitas vezes sem precedentes.— Mande estes dois contratos para o Felipe analisar. — Saymon estendeu o bloco de papéis, e Raven pegou-os. — Quero que as informações sobre essa possível cópia ou até mesmo roubo de assinatura, esteja pronta dentro de três dias. Está liberada, senhorita Raven, obrigado pela gentileza!Ele indicou à porta.—
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O CONVITE
O advogado Adam Schuz Becker tomou conhecimento pela emissora de TV de Nebrava, a El Monte. Ficou chocado quando apareceu a reportagem mostrando seu irmão gêmeo como novo auxiliar administrativo de Saymon Stein. Ursupador miserável. Pensou. — Formado em Direito e Administração pela universidade de Valenza, em Thyssen, o novo membro do grupo MECA, agora passará a auxiliar o presidente interino, Saymon Diehl Stein. Ele fitou a imagem do irmão dando à entrevista. Adam continuou sentado ali, olhando para as imagens sempre mudando, enquanto recordava...Fora o silêncio da noite que o acordara durante àquela madrugada, em seu apartamento. Tudo estava estranho demais e tirou a coberta de cima do corpo friolento, ficando sentado na beirada da cama. Seguiu com os olhos pelo movimento de luzes vermelhas, até à porta do quarto ser arrancada com um pisão e elas estarem direcionadas à altura da cabeça.Assustado, tateou o abajur e o ligou, e para seu desespero, notou um Andrew encapuzado e sorri
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O ENCONTRO
Adam chegou ao domicílio indicado, às oito e quinze da noite. Entrou pelo portão da frente e caminhou pela grama sintética até próximo de um jardim botânico com algumas flores extremamente belíssimas e raras, quando, de repente, ouviu um assovio no meio daquela algazarra toda. Seguiu olhando entorno, à procura do patrão, e o notou sentado na borda da piscina, juntamente com alguém desconhecido por ele.Adam usava um calção floriado, camisa estampada no estilo veraneio e sandálias nos pés. Guardou as mãos no bolso do short e cruzou o pequeno espaço o qual os separavam. Ao vê-lo chegando, Saymon e Wallace, ergueram-se abruptamente, sorrindo. Adam estava acostumado a ver à beleza alheia toda vez que encontrava alguém belíssimo, mas os olhos cravados sob o corpo marcado de Saymon, tornava-se o prelúdio mais intenso de toda à vida.— Demorei muito? — perguntou na esperança do assunto transcorrer. — Não, imagina, ainda estamos no horário. — Saymon comunicou, solenemente. — Ah, ao contrári
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AS PROVAS
Andrew Becker, o usurpador, abriu e fechou à porta às onze da noite, ainda quando Petrus Ritter, seu tio, estava assistindo algo aleatório na tevê.— Chegou cedo, em? Que houve? — quis logo saber.— Nada demais, à festa só não me parecia agradável.— Sei. — ele disse correndo os dedos pelos cabelos cãs. — Venha, senta um pouco.Andrew obedeceu nitidamente, sem contrariá-lo. Ao lado do tio, veio o primeiro indício de amabilidade surgindo nos lábios, uma satisfação ou prenúncio acerca de muitos problemas resolvidos.— Acabei de receber à informação de que seu irmão, foi transferido. — um alívio para Ritter, mas um desgosto para Andrew. — Por mais difícil que foi tomar esta decisão, eu sei o quanto ela nos manterá intocáveis.— Também sei disso. — asseverou o loiro, prontamente. — E os papéis, cadê?— Ah, o meu advogado vai levar amanhã cedo até a Mallmann. Como não vou estar, ele entregará a você, Andrew. — discorreu Petrus, desligando a televisão. — Ora, por favor, não esqueça de traze
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