Paixão Infernal - Romance Gay
Paixão Infernal - Romance Gay
Por: Sebastian
PRÓLOGO

— Mas o que está me pedindo é um absurdo, tio!

     Petrus Ritter sabia muito bem disso, porém não havia alguém mais capacitado e de sua confiança o qual pudesse exercer o cargo.

— Eu sei disso Adam, mas veja pelo lado bom...

— Não tem um lado bom, tio. Não irei deixar meu trabalho para cuidar de um marmanjo rebelde. — retrucou. Apanhou a taça com água à qual estava em cima da mesa e tomou um gole. — E além do mais, também tenho contrato a cumprir.

    Ritter suspirou fundo e olhou ao redor.

— Quer passar a vida inteira aqui, sobrinho? — perguntou num tom de deboche indicando para o piso. — Eu paguei seus estudos para ser um advogado de renome, não foi à toa que coloquei você em Valenza.

— Eu o agradeço demais por isso. Prometo recompensá-lo um dia.

    Petrus ergueu uma sobrancelha e sinalizou silêncio. Seria sua vez de começar a colocar tudo a limpo.

— Esse é o momento de me recompensar. Não que eu o esteja cobrando, não pense isso de mim, Adam. É que estou ficando velho e gerir os problemas da família Stein, tem me deixado cada dia mais cansado. — fungou alisando as mãos uma na outra. — Saymon é um bom rapaz, pode aprender rápido contigo e logo esse pesadelo acaba. 

    Adam repousou o cotovelo direito sobre a mesa de vidro, enquanto olhava ao redor. 

— Ainda não sei se devo aceitar. Ganho um bom salário como assistente do Dr. Scherer.

— Assistente, Adam? Pensei que tivesse um pouco mais de ambição— Ritter levantou da cadeira giratória no cômodo com pouco mais de vinte metros quadrados e enfatizou. — Sabia que pode ganhar mais do que recebe aqui? Aumento a oferta se quiser. Que tal dois milhões de dólares quinzenais?

    Adam engoliu em seco. Era muito dinheiro, principalmente num país onde a inflação estava abaixo dos dois por cento. 

— Está falando sério, tio? 

    Ritter assentiu, presunçoso.

— Angelina é uma boa mulher. É doloroso demais lidar com o marido perdendo aos poucos as boas recordações. Ela se preocupou demais sendo o braço direito dele, que esqueceu completamente de trilhar o filho no caminho certo. — ponderou olhando direto para uma foto em cima da mesa de Adam. — Se não me ajudar a ajudá-la, Adam, ela será uma pessoa muito infeliz na vida. E, sim, dois milhões por quinzena.

    Adam sabia onde o tio queria chegar. Seus olhos atentos àquela imagem que transmitia muitas idas e vindas do destino, a algidez aliada ao prazer dos verões quentes, remetia. Ritter fora um homem de sorte, mas também azarado na vida.

— Se eu por acaso aceitar, como vai ser? Vou instruir um marmanjo a comandar uma empresa gigante? Só isso?

    Ritter tinha os olhos pessimistas, porém a fala de Adam era como um adiamento do sim.

— Mais ou menos. Saymon é difícil, mas aprende fácil. Terá de fazer a agenda mensal dele, ajudá-lo nos contratos e reuniões, encontrar novos compradores e vesti-lo formalmente. Você será um...

— Babá! Não precisa dizer mais nada, tio Ritter. Pode preparar o contrato, eu assino.

    O sorriso de vitória tomou espaço nos lábios ressecados do velho advogado, finalmente fizeram a pessoa certa concordar com o trabalho mais fácil do mundo e que lhe geraria alguns milhões na conta bancária todo final de mês. Mas seria tão simples assim? Adam, porém, nem imaginava o lugar no qual estava se metendo.

  

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