Todos os capítulos do Lembranças das noites quentes de verão: Capítulo 121 - Capítulo 130
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Bem-vinda à Noriah Norte
Melody estava ansiosa e ainda mais falante. Nunca havia andado de avião na vida.Sentei-me ao lado dela. Guilherme e Yuna ocuparam os assentos à nossa frente.Assim que o avião decolou, senti um mal-estar imediato e uma leve tontura. E aquilo me deixou extremamente preocupada.- Tudo bem com você? – Yuna perguntou.- Sim... – Falei, fingindo que sim.- Você parece preocupada. – Guilherme disse.- São cinco anos longe... Esperavam o que?- Não se preocupe, mamãe. Eles vão amar você. – Melody pegou minha mão.A comissária de bordo veio até nós, enquanto ainda nos divertíamos com Melody.- Desejam algo para comer ou beber?- Não... A viagem é curta. – Yuna falou.- Eu quero cupcakes com confeitos... E você tem chocolate quente? – Melody perguntou, com os
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Bem-vinda à Noriah Norte
- Ok, não se preocupe – falei com minha imagem no espelho – Cólica talvez seja um bom sinal... Que você vai menstruar. É só aguardar. Vai descer e tudo se resolverá... Foque na volta para os Rockfeller... Só isso.Ouvi uma batida na porta, do lado de fora, e temi que fosse Gui, tentando transar no banheiro. Eu não faria aquilo. Minha filha estava ali, praticamente junto de nós. E eu não transaria com ele a primeira vez numa pequena cabine de banheiro de avião.Abri a porta e vi Yuna.- Agora você fala sozinha? – Ela arqueou a sobrancelha.Puxei-a para dentro e fechei a porta:- Preciso lhe dizer uma coisa.- Pela sua cara... Não é bom. Parece apavorada. E eu entendo... Medy está sendo bem cruel com Guilherme.- E o que você achou disso tudo?- Sinceramente? Acho que era hora de virar a página do
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Pai?
- Eu não achei que isso fizesse diferença para você. – Olhei-o, confusa com a atitude dele.- Este é o filho da puta que fez o que fez com você?- Gui... Não pode falar palavrões... Tem crianças aqui. – Melody arqueou a sobrancelha, chamando a atenção dele.- Me perdoe, princesa. Mas este homem merece todos os palavrões do mundo.- Gui, chega! – Falei em tom de voz alto.O helicóptero se foi, nos dando um pouco tranquilidade e silêncio. Respirei fundo e segui na direção da minha antiga família, se é que se podia definir assim.Assim que fiquei há passos do meu pai, ele retirou os óculos escuros e consegui ver seus olhos. E não pude definir o que havia neles. Os anos não foram muito bondosos com sua aparência. Havia envelhecido consideravelmente, como se tivesse passado dez e n
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Pai (II)
- Sim... Então imagina um Playground... – Lamentei. - Infelizmente é tudo parte do que ela é... – Yuna mostrou-se atenta à conversa – Não acredito muito em mudanças repentinas no caráter das pessoas, mas acredito que crianças mudam o mundo... E as pessoas que estão nele. - Ele fez coisas horríveis no passado... E não foi só para mim. Medy já existia. – Observei.- Sabrina, você pode planejar mil coisas na sua cabeça, mas não pode incluir Medy nisto. Ela é só uma criança. Tirar ela dele, ok, mas lembre-se que estará também tirando o avô dela. – Yuna disse seriamente, andando mais rápido, alcançando Calissa, J.R e Melody.- Pelo visto Yuna acha que você deve perdoar. – Guilherme disse.- Yuna não decide a minha vida. E ela se preocupa com Melody.- Que bom que pensa assim. Este homem merece pagar por todo seu sofrimento no passado. - E pagará. Não sou vingativa a ponto de querer o mal dele, mas exijo que ele sofra o que eu sofri. Isso me basta.Guilherme gargalhou:- Isso não é quere
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Quase idênticas
Eu não acreditava no que estava acontecendo. Como assim Sabrina estava ali? E Guilherme... Junto dos Rockfeller.Olhei para a menina, que repetiu “pai” quase junto com Guilherme. Caralho! Foram três “pais” ao mesmo tempo... Sendo que eu só tinha um filho.- Vamos entrar... Não podemos ficar aqui... Está chegando uma forte tempestade... – Calissa pegou a menina no colo, entrando primeiro.Mariane pegou minha mão, mas não consegui entrelaçar meus dedos nos dela. Fiquei completamente sem ação, como se algo me impedisse de tocá-la. E não consegui me mover.- O que você está fazendo aqui? – Perguntei a Guilherme.- O que “você” está fazendo aqui? – Ele refez a pergunta.- Entrem todos... Agora! – J.R falou em tom de voz alto.Sim, não fazia sentido ficarmos ali, tent
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Quase idênticas (II)
A menina era filha dela. Era minha filha... “Nossa” filha. Eu não tive dúvidas. Eu senti quando pus meus olhos nela. Sabrina me escondeu a menina por... Quase seis anos. Como pôde?- Está namorando o meu filho? – olhei para ela – Ele tem... Dezoito anos.- Dezoito anos... – ela riu – Se importa com isso? Acha que ele é um “garotinho”?Porra! Ela foi tão debochada quanto agressiva. E senti os olhos dela lacrimejarem e a voz sair trêmula, como os lábios.Por mais que estivesse puto por ela estar com meu filho, tive vontade de pegá-la no colo e sair dali correndo, sem rumo, para nunca mais voltar.Mas precisava ficar calmo. Estávamos juntos novamente num mesmo lugar, eu sabia quem ela era de fato agora e aquilo já se tornava um grande avanço. Acontecesse o que fosse dali para frente, eu sabia a minha “gar
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Faça bem pequeno o M
Saí, quase sendo empurrada de volta para dentro da casa com a ventania. Estava escuro, nuvens pretas encobriam o céu e trovões ecoavam para todos os lados, seguidos de relâmpagos. E embora eu não tivesse visto, sabia que minha pequena estava na rua, fugindo, de toda situação na qual a pus.Deus, em que direção ela teria ido?Retirei meu calçado, jogando longe e saí para o lado esquerdo, sem ter certeza se ela tinha tomado aquele caminho. Ouvi gritos chamando por mim e Medy, mas não voltei.Meus pés afundavam na areia e eu lutava contra a dificuldade que era correr naquele chão. Não tinha sinal de Melody em lugar algum.Eu queria que chovesse, pois desta forma a areia abaixaria e seria mais fácil para visualizá-la caso estivesse na beira da praia.As lágrimas tomaram conta dos meus olhos, misturando-se com a areia fina que castigava meu rosto. E se ela tivesse entrado no mar? Ela não conhecia a praia... Nunca tocou os pés no mar... Poderia ter se empolgado e... Não, eu não queria pensa
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Faça bem pequeno o M
- Nós vamos dormir na floresta? – Melody perguntou, com um sorriso no rosto.- Se você quiser, podemos dormir na floresta. – Charles disse, sorrindo.- Eu quero, papai.- Quer? – O sorriso dele era radiante. E eu parecia uma boba, olhando os dois e querendo que aquele momento não acabasse nunca mais.- Quero muito... Só nós três. Medy não quer ninguém mais... Só o papai e a mamãe.- Seremos só nós três, eu prometo – ele me olhou – Para sempre... Posso prometer que será para sempre?- Pode. – Falei, sentindo-o me puxando para seu corpo, o braço me envolvendo pela cintura.Relaxei e pus meu braço em torno do corpo dele, sentindo seu calor sob a jaqueta fina num tecido levemente brilhoso, que imitava couro. A sola dos meus pés doía, mas eu pouco me importava. Poderia andar até sangrar ao lado dele.Não tenho certeza de quanto tempo andamos pela mata, nos escondendo de não sei o que ou quem. Talvez do mundo... Ou do destino... Acho que Charles também tinha medo da falta de sorte nos encon
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Não
- Jura?- Eu... Não tenho certeza absoluta. Mas acho que sim.- Ela... Já sabe?- Não... – Olhei para Melody, que nos olhava, sem entender.- Então espere... Vamos contar quando tivermos certeza. Juntos.Assenti, enquanto ele alisava o rosto de Melody. Depois, começou a passar o dedo indicador ao redor dos olhinhos, do nariz, da boquinha, contornando-os enquanto ela sorria.- Charles, você não tem dúvida de que... Seja seu? – Arqueei a sobrancelha, tocando meu ventre, quase certa de que um novo bebê estava dentro de mim.Ele me olhou, o dedo ainda no rostinho de Melody:- Não! E só pra constar, fiz tudo de caso pensado, para pelo menos participar da vida de um bebê desde o começo... Do zero. – Ele tocou minha barriga.- Mil anos podem passar, minha alma voltar por várias encarnações... Ainda assi
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Não (II)
- Você?- Não eu... Mas... Meu pai. – Olhei nos olhos dele, que limpou minhas lágrimas com o polegar.Charles respirou fundo e vi os olhos dele marejarem e uma lágrima solitária rolar por sua face:- Eu... Cheguei a pensar que fosse por você... Minha “garota riquinha”. E foi isso que fez eu suportar por quatro anos a prisão.Beijei sua lágrima e o abracei com força, junto de nossa filha:- Me perdoe, meu amor...- Não! Você não é culpada, Sabrina. Pelo contrário... Foi seu rosto, na minha lembrança, que me fez aguentar tudo. Não somos culpados pelas coisas que os outros fazem e você sabe disso. Quando a conheci, eu sabia que envolver-me com você era um perigo. Mas eu não me importei. Arquei com as consequências.- O Cálice Efervescente fechado... – Me ouvi dizendo, confusa
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