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Todos os capítulos do Onde vivem os anjos: Capítulo 1 - Capítulo 10
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Prólogo
Alexandre encarou o médico por alguns segundos, não estava entendendo o que o homem de jaleco branco estava tentando lhe dizer. Ou melhor, não queria aceitar.— Minha filha está morrendo?Ele perguntou sério, como se o médico tivesse dito a coisa mais absurda do mundo e talvez tivesse, Merida era sua menininha de cinco anos, mal tinha acabado de vir ao mundo, tinha tanta coisa para viver ainda, ele ia levá-la para a Disney, claro quando lhe sobrasse tempo, pensando bem, depois que tudo isso passasse, ele com certeza ia dar um jeito de levá-la aonde quisesse, menos para o túmulo. Não, isso nunca.— Sua filha perdeu muito sangue e não temos um doador compatível, já comentei sobre isso. Não temos muito tempo. Estou dizendo isso para que você se prepare.— Eu não vou me preparar para enterrar minha filha. Ela só tem cinco anos.Ele esbravejou.— Sinto muito. — O médico falou no automáti
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Capítulo 1
Semanas antes...Joana encarou a palavra fim no final da página e sorriu, acabava de terminar a história de fantasia que lhe daria tudo o que sempre sonhou.Sonhava em se tornar uma grande escritora, queria que o mundo todo lesse as histórias que gritavam em sua mente como se estivessem presas e precisassem ser libertas.A ruiva era amante das letras, amava escrever, inventar histórias e seu maior desejo era que seu trabalho e talento fossem reconhecidos.A obra literária foi enviada para uma editora, a maior da cidade vizinha onde ela morava, não demorou muito para receber uma proposta, ela mal se aguentou de tanta felicidade, ela foi a única, porque ninguém em sua casa a apoiava.Ela, os pais e a irmã mais velha moravam em um sítio, para eles, ser escritora estava longe de ser algo grandioso, ela nunca se importou com a opinião deles.Joana acreditava em si mesma
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Capítulo 2
Joana ainda estava muito confusa, salvou a vida da garota e agora tinha um emprego.Farrapim tinha razão, tudo se ajeita e ela estava desconfiada por tudo parecer tão fácil.Ela não gostava de coisas assim, o velho ditado rondava em sua cabeça, “ felicidade de pobre dura pouco” e ela estava cansada de tanta decepção.Alexandre tinha deixado seu quarto quando o médico avisou que a filha dele tinha acordado, Joana até se levantou para ir junto, mas o doutor a fez deitar-se novamente quando  suas pernas fraquejaram  e ela foi obrigada a voltar a se deitar.Estava ali e não podia sair, nunca gostou de hospitais.A porta se abriu e ela olhou curiosa em direção a ela.Uma mulher, não muito velha, muito bem vestida caminhou até a cama. Tinha um sorriso doce e adorável.— Oi, meu bem.— Quem é a senhora?— Meu no
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Capítulo 3
Joana acordou com Mousse lambendo seu rosto e abanando o rabinho enquanto fazia sapateado com as patinhas em cima do rosto dela.Ela riu e coçou os olhos.— Ai, garoto, se controla.O afastou um pouco e sentou-se na cama macia.Olhou ao redor lembrando de onde estava, na casa da menina ruiva, no quarto que o pai dela disse que ela podia ficar.Ele tinha voltado ao hospital enquanto ela arrumou as poucas mudas de roupas que tinha levado e não perdido enquanto ficou na rua e as roupas que Antonela lhe deu.Depois disso caiu no sono, então não sabia que horas eram ao certo, mas pela maneira como se sentia, o sono fora longo e pela janela podia ver que o sol estava se pondo.Quando a barriga roncou pegou Mousse no colo e saiu do quarto.Desceu a grande escada e encontrou a cozinha.Colocou o cãozinho no chão e abriu a
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Capítulo 4
— Você já conhece a Joaninha?Merida cutucou Rafael, o fotógrafo era um rapaz bonito de uns vinte e oito anos, tinha olhos azuis e sorriso gentil. A garota o adorava.— Já fomos apresentados.Ele respondeu sorrindo em direção a moça, admirado com a beleza dela.  — Ela salvou minha vida e agora está cuidando de mim.Merida abraçou Joana pela cintura e a moça sorriu encantada.— Você merece uma amiga assim Merida.Rafael comentou  e Joana sorriu sem graça.Fabíola se aproximou da irmã enquanto Raissa observava a ruiva com o fotógrafo.— E este olhar Rai? Ciúmes?— Do que está falando?— Ora, Rafael. Você sempre deixou claro que ama o fotógrafo e agora ele está lá babando pela ruiva.— Fabíola pelo amor de Deus, você não tem nem noção do que diz. Quem está morrend
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Capítulo 5
Lorena levantou-se da cadeira da sala de Silvia.— Ele o que? Como puderam? Que traição é essa?— Traição? Lorena, não lançamos um rosto novo há tempos.— Eu basto, já disse.— Do que tem medo? Que ela roube seu lugar? Achei que você fosse mais segura de si. Sempre me pareceu isso.Silvia a provocou.— Eu sou segura de mim.Silvia arrumou-se em sua cadeira e encarou a modelo em sua frente.— Olha Lorena, não adianta você vir aqui latir para mim, o dono da revista é o senhor Douglas e se ele quer a ruiva, você não pode impedir.Lorena assentiu engolindo em seco tudo o que ela disse. Não adiantava discutir, Silvia era a editora chefe da revista, ali era maior que Lorena e se quisesse ferrar com sua vida, ela conseguiria.Por isso Lorena manteve a boca fechada, mas na cabeça, sua mente já maquinava com planos para reve
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Capítulo 6
Alexandre abriu os olhos e diante dele estava um lindo rosto adormecido de forma serena e doce, os cabelos vermelhos bagunçados espalhados pelo rosto, sentia tanta vontade de tocar, tirar os fios do rosto dela e acariciar cada cantinho, se conteve, não tinha o direito de fazer isso.Joana abriu os olhos, sorriu de canto ao encarar os olhos verdes dele, era como acordar e ao mesmo tempo estar sonhando.— Mas o que é isso?A voz estrondosa interrompeu seu sonho, Alexandre sentou-se no colchão e Joana também, meio zonza.— O que é isso?A voz perguntou outra vez e Joana identificou Katiuska. Parecia brava e perplexa.Merida apareceu correndo da cozinha.— Por quê vocês dois está dormindo aqui? E juntos?— Ontem o papai saiu com a Fabíola e nós, Joaninha, eu e o Mousse, acampamos na sala. O papai dormiu aqui quando chegou.— Ah, e a men
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Capítulo 7
Joana tomou banho e trocou de roupa no banheiro mesmo. O que Katiuska havia lhe dito e o acontecido, quando Alexandre, entrou em seu quarto e a pegou só de toalha. A deixava meio ressabiada, mesmo que ele não fosse capaz de fazer de novo, pelo menos, ela achava que não, mesmo assim, ela resolveu se vestir no banheiro e não correr o risco.Também não queria acabar dando a ideia de que gostaria de provoca-lo ou seduzi-lo. A acusação de Katiuska tinha lhe deixado furiosa.Quando terminou desceu as escadas com Mousse atrás dela, o cãozinho estava crescendo, ela podia notar, desceu as escadas e o ajudou a fazer isso, Merida ainda dormia, a moça se encostou no sofá e a observou.— Achei que tivesse dormido.Ela deu um pulo assustada, não havia notado Alexandre sentado no outro sofá.— Te assustei?— É que não te vi aí.Ele sorriu, estava com um livro no colo e óculos de g
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Capítulo 8
Na segunda à tarde quando foi até a revista para fazer as fotos, Joana ficou sabendo que as portas da revista iriam fechar por um tempo, pois o dono passara muito mal durante a noite anterior e estava internado entre a vida e a morte.Depois dessa notícia, a única coisa que lhe restou a fazer foi voltar para a casa e esperar o horário de ir pegar Merida na escola.Sem a oportunidade de fazer as fotos, ela via seu livro se esvaindo pelos seus dedos novamente.Estava fora de cogitação pedir dinheiro emprestado para Alexandre mesmo trabalhando para ele e muito menos minar uma caridade, que Katiuska não tinha e deixava bem claro.Teria que ter paciência e esperar mais um pouco.“Tudo se ajeita”, ouviu a voz de Farrapim em pensamento e lembrar daquela conversa com Alexandre sobre o mendigo ser um anjo, a fazia sentir uma esperança reconfortante.Algo que ela não estava acostum
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Capítulo 9
 Silvia acordou de manhã com a ligação de David, o filho de Douglas, a voz do outro lado era jovem e ele falou com ela de forma muito educada, mas as notícias não eram nada boas. Depois de agradecer as condolências pela morte do pai, ele falou porque tinha ligado. — Eu analisei as contas da revista e achei melhor ligar. A revista está na mesma há muito tempo, deve estar faltando novidade. Sílvia segurou a boca para não perguntar o que ele entendia daquilo. — E o que o senhor pensa em fazer? — Pode me chamar de você. Eu tenho uma proposta. Silvia sentou-se à mesa e serviu-se de suco de laranja. — Sou toda ouvidos. — Quero que em duas semanas você melhore a situação da revista.
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