Eu estava sentada no banco ao lado da porta do diretor aguardando. Minha velha mochila jogada diante dos meus pés era uma afronta à perfeição do corredor imaculado. O piso, apesar de ser de vinil pisoteado através dos anos, brilhava refletindo as luzes das lâmpadas fluorescentes. O cheiro do desinfetante usado na limpeza me fazia lembrar um hospital. Eu não combinava com essa escola. Mas as minhas opções haviam acabado após ter sido expulsa de praticamente todas as escolas da cidade. Porém, para minha desculpa, não havia tantas escolas assim em Belo Dourado. Morava em uma cidade pequena. Pequena o bastante para conhecer a maior parte dos habitantes. Foi na cidade de Belo Dourado que nasci, cresci e vi minha mãe morrer atropelada por nosso vizinho bêbado. Eu acabara de fazer quatorze anos. Não suportei acompanhar o carro fúnebre que seguia em marcha lenta, levand
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