Subo as escadas do pequeno prédio correndo, minha mãe disse que tinha algo a me falar, mas assim que abro a porta de casa ouço sua risada da cozinha.
Parece que temos companhia.
- Mãeeeee!!! - grito da soleira da porta.
- Já disse para você não gritar assim.- ela diz aparecendo na sala. - Vem, cumprimente o Jorge.
Ao entrar na sala vejo um senhor, creio que da mesma idade de minha mãe.
Cabelos negros escuros, rosto jovial.
Assim como o analisei ele fez o mesmo comigo e ví um pequeno sorriso brotar em sua boca.
- Muito prazer.- digo fazendo oque minha mãe mandou.
- O prazer é todo meu. - ele responde com uma voz estranha enquanto me encara.
- Vem, vamos comer. - minha mãe fala nos levando para a mesa de jantar que fica entre a sala e a cozinha.
Assim que nos sentamos minha mãe começa a nos servir.
- Sofia certo? - ele pergunta e eu afirmo.- sua mãe me disse que gosta de escrever.
- Sim, quero me tornar escritora, mas não tem muitas oportunidades por ai que me de um bom salario nessa área, então apenas escrevo por diversão e hobbie.
- Creio que em São Paulo você teria mais oportunidades.- ele diz.
- Talvez, mas nunca que eu iria para uma cidade tão grande sozinha.- digo.
- Na verdade, você não iria sozinha.- minha começa a falar.- Jorge me pediu em casamento.
E é assim que minha mãe dá uma notícia, apenas solta como se fosse um assunto corriqueiro.
- Casamento?- pergunto para ter certeza.
- Sim, mas Jorge não é daqui então ele quer nos levar para morar com ele em são Paulo, vai ser melhor lá, assim você poderia escrever como quiser e talvez assim consiga uma proposta, já tem quase 18 anos.- ela diz.
Vou me mudar?
Por mim não há problema algum, não tem nada me prendendo nessa cidade, estava namorando um cara da faculdade local, mas ele terminou comigo de uma hora para outra, não tenho muitos amigos.
Apenas Angela. Ela é rica e super popular mas de alguma forma quis ser minha amiga.
A única que eu tenho.
Contar para ela que vou embora vai ser difícil para mim, pois ela foi minha única amiga e passamos bons momentos juntas.
O jantar todo falamos sobre a tal mudança, pode ser paranoia minha, mas senti olhares estranho de Jorge e não gostei nada dessa sensação.
Assim que o jantar acaba deixo os dois na sala e vou para o meu quarto.
Pego meu celular para m****r mensagem para Angela.
Vai amanha nadar?
Angi:
Vou, vai aparecer?
Vou sim, tenho que te conta uma coisa.
Te vejo as 13h.
Desligo meu celular para não responder suas perguntas e adormeço minutos depois.
🌙
Acordo as 10 h para tomar o café e encontro Jorge na cozinha preparando o café da manhã, crendo eu que minha mãe ainda esteja dormindo.
- O cheiro é bom.- digo ao me sentar na bancada da cozinha.
- Sua mãe vai acordar com fome, pensei em preparar algo.
- É bom ter alguém que cuide dela.- digo
Ele me olha com um sorriso e me avalia por um momento.
- Vai algum lugar?- ele pergunta vendo o vestido que eu coloquei por cima do biquíni.
- Sim, vou. - digo.
- Aonde?- ele para de oque estava fazendo para me olhar.
- Por que a pergunta?
- Só quero saber.
- Desculpa mas não é da sua conta. - digo sabendo que estou sendo grosseira.
- É sim já que vou me casar com sua mãe.
- Vai casar com ela, não comigo e você não é meu pai.- digo já perdendo a paciência.
- Um pequeno erro...- ele murmura.
- Oque disse? - pergunto pois mal deu para entender.
- Eu disse que você tem que avisar a sua mãe para ela não ficar preocupada.- ele diz voltando para oque estava fazendo.
- Não se preocupe não vou sair agora.
Com isso saio da cozinha, já perdi a paciência.
Mal casou com ela e acha que já pode agir como meu pai.
Vou para o meu quarto e tento matar o tempo ate que dê 11:30, pego uma bolsa pequena com algumas coisas para piscina e saio do quarto dando de cara com minha mãe e Jorge abraçados no sofá da sala.
Parecem carinhosos um com o outro.
- Mãe vou encontrar Angela. - digo pondo a mochila nas costas e indo em direção porta.
- Não volta tarde.- ela fala.
Acabo saindo mais cedo do que eu esperava de casa.
Quando chego são quase 12:30.
Vejo o carro de Angela parando no estacionamento ao longe e ela desce com mais duas meninas.
Raquel e Bruna.
Duas metidas nojentas, nem sei como Angela consegue ser amiga delas.
Ela não me vê e caminha em direção aos trocadores.
Aperto o passo a fim de as alcançar.
Não consigo, quando entro no provador ela já entrou em um cubículo com as duas.
Decido pegar o cubículo ao lado e tirar o meu vestido enquanto elas se trocam.
Ouço a risada estridente de Raquel.
Ótimo, da para ouvir tudo.
Não quero saber das orgias que ela faz.
- Mas da última vez foi muito bom...- Raquel fala.
Lá vai ela...
Mas o assunto muda de rumo bruscamente quando Bruna toca em meu nome.
- Mas e ai? A Sofia descobriu?- ela pergunta.
- Não, aquela lá é uma tonta.- Angela diz rindo e isso me choca.
- Nem sei como fingiu ser amiga dela todo esse tempo.
- Eu já te disse, o gostoso do Ricardo estava traçando ela, e eu queria ele. - ela diz rindo.- foi fácil, ela me apresentou como melhor amiga e sabe que homens tem esse negócio de querer pegar a amiga, ai transamos feito loucos, acho que ela não dava para ele, por que o menino estava numa sede. - ela rí ainda mais.
Meus olhos já estão cheios de lagrimas, nem tiro mais minha roupa.
Não quero ouvir mais nada, apenas pego minha bolsa e saio dali.
Ótimo, vou mudar de cidade e não vou olhar para cara de ninguém mais desse inferno.
Assim que estou saindo da área vejo Ricardo que vem em minha direção.
Apenas o ignoro e contínuo andando.
Assim que saio sinto mãos fortes segurando meu braço.
- Ei, oque esta acontecendo? Ví você que estava chorando. - Ricardo me pergunta com uma voz carinhosa que não me engana mais.
- O que você quer Ricardo?- a pergunta sai ríspida.
- Esta assim por que terminamos? Olha, se for, eu me arrependo, vamos sair amanhã? Me de outra chance. - ele diz e sua cara de pau me impressiona.
- Desculpa, mas não. - digo puxando meu braço de seu aperto.
- Fui tão ruim assim como namorado? Era você que não me dava uma brecha. Onde esta a consideração pelo tempo em que ficamos juntos?- ele pergunta se fazendo de coitado.
- Procura entre as pernas da Angela junto com seu pau.- grito e me afasto dele.
É isso, vou seguir em frente e não preciso desses idiotas perto de mim.
Antes de sair vejo sua cara de espantado.
Ele não achou que eu descobriria.
Eu sou mesmo muito idiota.
É isso, não preciso de nenhum deles.
Oque não mata fortalece, pelo menos assim diz o ditado.
- Sr. Cross?Levanto minha cabeça dos papéis e vejo minha secretaria Ana na porta.- Sim, Ana.- Alguns acionistas solicita sua presença na sala de reuniões.- ela diz.- Diga que estou indo.- respondo.É uma manha de sábado, meu aniversário e aqui estou eu na empresa trabalhando.Vim ate mais cedo para me livrar dos poucos papéis restantes que faltavam para ter meu dia livre, mas parece que os acionistas tem outros planos.Sou o acionista majoritário, possuo 55% das ações da empresa.Hoje faço 30 anos e mal posso ir curtir meu dia com minha família.Ando ate as salas de reuniões, mas não era trabalho que me esperava e sim uma pequena surpresa preparada pelos meus acionistas.Tem muito disso no rama empresarial, pelo menos pros velhotes ainda tem.Uma linda garota de seios fartos me espera sentada na mesa.- Sr. Cross? - ela pergunta querendo que eu confirme minha identidade.- Sim, sou eu.- Muito pr
Já fazem duas semanas que nos mudamos, hoje Jorge e minha mãe voltaram para a nossa cidade para ver alguma coisa sobre papeis e só voltarão em 3 dias.Como eu ficaria sozinha minha mãe me deixou bastante dinheiro, que creio eu Jorge havia dado. Decido então sair para me divertir e talvez conhecer pessoas.Como já anoiteceu vou me arrumar.Tomo um banho quente e lavo meus cabelos.Meus cabelos eram enormes, mas há algum tempo eu o cortei nos ombros, havia ficado bom mas ele cresce rapidamente e já estava bem abaixo deles.Assim que acabo meu banho separo minha roupa.Uma saia jeans e um cropped de faixa com alças finas.Para eu calçar pego meu coturno. Só falta a maquiagem, passo preto no contorno de meus olhos deixando-os bem chamativos e batom vermelho.Não ficou muito cheguei, mas também estou arrasando.Pego uma jaqueta jeans que combina com a minha saia, tranco a porta e vou para o elevador.Assim que saio do prédio vou
Duas semanas passam rápido e quando os idiotas dos meus amigos descobrem que vou me mudar decidem que a primeira vez que eu entrar em casa tem que ser bêbado.Não concordei com a ideia, mas quando eles colocam algo na cabeça não à força de vontade minha que as tirem.Então aqui estou eu me arrumando para ir a uma boate de um amigo.- Esta pronto cara? - Henrique entra no quarto e vejo que esta animado.- Fique avisado que não vou servir de babá para você.- digo.- Nos dois sabemos que isso não é verdade, agora se troca logo e vamos.- ele fala e sai do meu quarto.20 minutos depois estou saindo escondido da minha própria casa por causa dos repórteres.Paramos em frente a boate e descemos do carro.A boate é muito conhecida e para provar isso tinha uma fila enorme na porta.- Vamos cara.- diz Henrique.Passamos pelo Pitt que é segurança e depois entramos.Como sempre ficamos na ala VIP, Henrique gosta de ficar na
Pensar que aquele grosso mora bem aqui do lado é estranho.Ele é um homem bem bonito e acabou de se mudar, espero não o ver muito.É tentação de mais para uma jovem como eu.Assim que chego em meu quarto vou para o chuveiro tomar um banho para relaxar o corpo.Visto um robe e vou para a cozinha fazer uma caneca de chocolate quente para mim.Assim que acabo, pego a caneca e vou para o meu quarto em direção a minha pequena varanda.Me encosto a beira do parapeito e observo o parque e as luzes que o ilumina.- Oi.- ao ouvir a voz me cumprimentando da sacada ao lado levo um susto.- Ai meu deus, você quase me matou de susto.- digo com uma mão no peito.- Desculpe.- ele diz com um sorriso.- ai é seu quarto?- ele pergunta apontando para a porta.- É o que parece.- respondo.-As nossas sacadas são bem próximas.- ele afirma.- Sim?- pergunto ironicamente tentando entender onde ele quer chegar.- Só quero dizer que
Dylan:Pensam em como minha noite foi difícil por causa de pensamentos pecaminosos com uma certa garota.Agora pensa em como fiquei quando atendi uma ligação desconhecida distraído, por que eu não faço isso, e ouço sua voz do outro lado da minha dizendo que esta no hall.- Oque faz aqui e como conseguiu meu numero?- pergunto, pode ter soado meio grosseiro, mas não, eu estava muito curioso.- Você consegue ser bem escroto as vezes né.- ela diz do outro lado da linha.Acho que ficou brava.- Desculpe, pode dizer oque faz aqui?- pergunto tentando soar educado.Ouço um suspiro de indignação do outro lado.- Vem aqui em baixo e descubra.- ela diz antes de desligar na minha cara.Ela desligou mesmo na minha cara?-Algum problema Dylan?- Henrique me pergunta.Tivemos uma reunião mais cedo e agora ele estava aqui querendo jogar conversa fora.- Nada que eu não possa resolver, só preciso descer lá pra baixo.- digo
Estávamos tendo uma conversa agradável no carro enquanto Dylan dirigia pela enorme cidade de São Paulo.Conversa vai e conversa vem, ele começa a se aproximar do prédio, mas antes que possamos virar a nossa rua, alguém atravessa a rua correndo e faz com que Dylan freie com tudo.O sinto de segurança me segurou em meu lugar, mas não posso dizer o mesmo da minha mão.Quando o carro parou com tudo segurei no primeiro lugar em que minha mão tocou.- Você esta bem?- ele pergunta preocupado.Eu respiro fundo tentando me acalmar depois do surto, acabo apertando minhas mãos que ainda estão no mesmo lugar.- Estou, eu só me assustei.- digo e olho para ele que olha para minha mão.Assim que me toco que minha mão esta em sua perna muito próximo a sua virilha eu a retiro rapidamente.- Me desculpe.- digo envergonhada.Ele apenas limpa a garganta e se remexe no banco.- Acho que já podemos ir.- ele diz olhando para os lado antes de come
A conversa era agradável no carro enquanto eu dirigia.Enquanto conversamos vejo o prédio se aproximar, mas antes que eu possa virar a rua, alguém atravessa a rua correndo e faz com que eu precise frear com tudo.A minha primeira preocupação foi Sofi.- Você esta bem?- pergunto para ter certeza de que ela no se machucou, mesmo eu não vendo arranhão nenhum.Acho que ela se assusta, pois respira fundo.Mas enquanto ela se acalma percebo que sua mão aperta minhas coxas, isso não é bom.- Estou, eu só me assustei.- ela diz retirando sua mão de mim.De algum jeito queria que sua mão pequena continuasse em mim.- Me desculpe.- ela se desculpa envergonhada ficando vermelha.Apenas limpo a garganta e me remexo no banco.- Acho que já podemos ir.- digo olhando para os lado antes de começar a dirigir novamente.Assim que entramos na garagem do prédio eu estaciono e nos saímos.- Obrigada pela carona.- ela agradeço.
Depois daquele quase beijo passo a tarde toda pensando nesse homem maravilhoso que é meu vizinho.Senhor, ele é velho.Digo para mim mesma tentando achar algum resquícios de repugnância. Não, ele é gostoso de mais.Se precisar ate compro uma cadeira de rodas.Rio com meu próprio pensamento.Meu celular vibra em cima da bancada e eu o pego.Uma mensagem no WhatsApp de um número desconhecido me chama atenção.Abro a conversa.Numero salvo. Abro a foto de perfil e sorrio ao ver a foto do meu vizinho com uma garotinha.Será que é filha dele?Salvo também sr. Cross.Espero mais alguns segundos antes da resposta vir.Já disse para não me chamar de senhor, Sofia.Sorrio antes de o responder.É sinal de respeitojá que o SENHO