Passamos a noite caminhando pela floresta fria e escura, a tocha que eu segurava já havia se apagado há muito tempo. Lizibeth me lançava olhares furtivos a todo instante, enquanto o noturno andava apressado mais a frente. Parei por um instante, meus joelhos doíam. E eu já não podia mais ouvir os gritos há algum tempo. - por que você parou? - estou exausta, nós duas estamos. - não me diga, eu não me importo. Apenas... Andem! - olhei para ela de relance. - o dia já está nascendo, podemos parar um pouco para beber água? - está vendo algum rio aqui? - eu estou ouvindo, parece ser água corrente. - ele se voltou para Lizibeth. - certo, vão indo. - começamos a seguir o som da água, e após alguns minutos encontramos um lago cristalino no meio da floresta. Foi um grande alívio, me ajoelhei bebendo o máximo que podia. Lizibeth fez o mesmo, se juntando a mim. O noturno se manteve atrás de nós, vigilante e desconfiado. - temos que agir agora. - ela sussurrou tentando não levantar suspeit
Após alguns minutos, o corpo dele começou a voltar ao normal. Foi tão estranho vê-lo perdendo os pêlos, diminuindo. Voltando a ser... Humano. Quando terminou, Lizibeth pôs sobre ele uma espécie de casaco que ela estava vestindo e eu só sabia olhar para a água, tentando raciocinar após ouvir e ver tudo aquilo. Ela se aproximou depois de algum tempo, me mantive sentada próxima a água. - Amerie... - há quanto tempo você sabe? - ela suspirou. - há muitos anos. - nada eu disse, apenas me mantive em silêncio. - eu faço chás e coisas que o ajudam a dormir, e a se manter mais calmo quando as transformações vêem. - era disso que você estava falando aquele dia, sobre... Ele não ser um homem perfeito. - sorri sem felicidade. - você estava tentando me avisar. E você estava discutindo com ele por temer o que ele poderia fazer comigo? - a encarei, ela não retribuiu o olhar. - ele nunca machucaria você. - nunca? - ele a machucou por acaso? - me pus de pé. - eu... Eu ainda estou tentando en
CAPÍTULO NÃO REVISADO!! O caminho de volta para o castelo estava sendo silencioso, e constrangedor. Para todos nós. Eu estava mais a frente, ao lado de Lizibeth. E ele, apenas um pouco distante. Observando ao redor a cada momento. - quem eram eles? - questionei após muito tempo de silêncio. - eu não sei.- mas eles querem matar você, por que? - eles disseram isso? - sim, o homem que estava nos levando. Verbalizou com todas as letras. - ele não disse nada, ficando quieto por muito tempo. Parei, e me voltei para encará-lo. - você está mentindo para mim. - não estou mentindo para ninguém. - está sim, você sabe exatamente quem eles são. Por que não quer me dizer? - que tal você parar de questionar cosias inúteis, e continuar andando? Ainda podemos estar em risco nessa floresta. - questionar coisas inúteis? - parei brava. - eu estou perguntando para você algo de extrema importância! Porquê eu quero saber. - mas não é necessário que você saiba de nada agora! Mulher. - ele tento
A noite recaiu sobre nós cedo, Eriel aparentemente não iria dormir. Todas as vezes que eu acordava, ele estava parado no canto. Olhando para todas as direções. - acorde. - ouvi a voz de Lizibeth, que estava me encarando. Lentamente abri os olhos, e a fitei. - vamos embora. - me pus de pé, Eriel estava do outro lado. Me encarando. - já estão prontas? - já. - o que diremos a todos quando voltarmos? - questionei me aproximando. - diremos uma parte da verdade, que vocês foram levadas, e consegui resgatá-las. - assenti brevemente, e logo nossa viagem de volta começou. Após algumas longas horas de caminhada, já podíamos avistar a grande montanha negra do castelo. Enfim, subimos os degraus de escada e chegamos aos portões. - minha nossa! - um dos guardas esbravejou assustado. Fomos todos levados até o grande salão real, e eu só podia sentir nojo. Quando avistei Elder assentado no trono, com uma mulher semi nua. Sentada em seu colo, ao ser avisado sobre nós. Ele parou bruscamente, e
Naquela tarde, fui chamada até o grande salão real. Ao chegar lá, me deparei com Gadriela sentada no trono, ao lado do seu filho incompetente. Eu já até imaginava o que me esperava. - graças a Deus que você voltou minha querida Amerie, ficamos todos preocupados. - é, eu notei a preocupação. - mas que merda! O que aconteceu com você lá? Ficou sem medo da morte? - por que marido, você vai me matar? - ora sua... - já chega! - ela esbravejou. - vejo que você está cansada, e muito nervosa por conta de tudo o que aconteceu. - ah claro, eu sumo por dois dias. E sequer mandam um grupo de soldados atrás de mim, e quando eu volto... Aquele que se diz meu marido, está com uma prostituta bem aqui. Mas não, não! Está tudo ótimo. - seu rosto endureceu, Elder era a personificação da raiva. - mas o importante é que você está de volta! - sem demora ela se pôs de pé, e veio em minha direção. - e seus sequestradores serão encontrados, e punidos devidamente. Sorri sem felicidade. - sabe o que s
- qual seria a casa que você gostaria de viver? - ele me questionou em uma tarde ensolarada enquanto nadavamos no lago. - eu já tenho uma casa. - sabe bem do que eu estou falando. - revirei os olhos, e após algum tempo pensei bastante. - talvez uma casinha de madeira na montanha, cercada por pinheiros, que não ficasse muito longe do riacho. E que tivesse um bom espaço para que eu pudesse plantar várias flores. - ele sorriu enquanto acariciava meu rosto. - e o que mais? - talvez três quarto, dois para as crianças. - ele parou por um instante e me fitou, eu não entendi bem sua expressão. Não parecia feliz. - por que você fez essa cara? - eu não fiz nenhuma "cara." - fez sim, quando eu falei de crianças. Seu silêncio foi uma tortura, toquei sua bochecha. - Eriel, pare de esconder as coisas de mim. - ele suspirou e desviou a atenção de mim. - eu não acho que quero filhos, nunca. - mas... Por que não?- por conta do que eu sou Amerie, eles podem nascer como eu. E eu não desejo
Tentei segurar as tripas enquanto aquela verdade vinha átona, Elder me encarou bravo. - o que você tem caramba? - mas nada saia de minha boca, eu estava em choque. - ela não está se sentindo bem, meu senhor. Acho que está com febre... - dane-se, eu não me importo. - sem demora ele saiu do quarto batendo a porta. Eu deslizei caindo no chão, Lizibeth se agachou tocando meu rosto. - ei, Amerie! Acorde. - eu estou grávida... Grávida dele. - pus minhas mãos sobre meu útero, ela me fitou nervosa. - nós não sabemos disso, talvez o curandeiro esteja errado. - olhei para ela com tristeza, nem mesmo ela acreditava no que estava dizendo. - não precisa se desesperar. - não preciso? Lizibeth Elder não pode ter filhos, e eu estou grávida. Como acha que isso vai funcionar? - pânico tomava minha voz, ela tocou meu rosto.- não se desespere ainda, eu imploro. Vou pegar algo para acalmar seu estômago. - rapidamente ela saiu do quarto, e eu me mantive no chão acariciando minha barriga. Lágrimas
Alguns dias desde a descoberta da gravidez haviam se passado, eu tinha enjôos constantes. O que era um grande incômodo, e também havia uma grande dificuldade para comer. e Eriel, tinha sumido. Já fazia uma semana que ninguém o via no castelo, eu até podia imaginar que ele havia se transformado e sabe-se lá onde estava. Talvez jamais voltasse. Mas eu também não sabia o que fazer em relação a isso, poderia chegar até Elder e mentir, falar que eu estava grávida dele e que tudo aquilo não passou de um engano. Então, naquela tarde, decidi. - tem certeza de que vai fazer isso? - Lizibeth me questionou enquanto me ajudava a me vestir. - eu não tenho opção. - e se algo der errado Amerie? - não vai dar. - eu estava tentando ser confiante, mas meu coração estava na mão. Desci as escadas, pronta para falar com ele e contar a grande novidade. Quando ouvi uma conversa de dentro da sala que ficava próxima ao salão real, lentamente me aproximei. Pois reconheci a voz de Gadriela. A porta estava