Alguns dias desde a descoberta da gravidez haviam se passado, eu tinha enjôos constantes. O que era um grande incômodo, e também havia uma grande dificuldade para comer. e Eriel, tinha sumido. Já fazia uma semana que ninguém o via no castelo, eu até podia imaginar que ele havia se transformado e sabe-se lá onde estava. Talvez jamais voltasse. Mas eu também não sabia o que fazer em relação a isso, poderia chegar até Elder e mentir, falar que eu estava grávida dele e que tudo aquilo não passou de um engano. Então, naquela tarde, decidi. - tem certeza de que vai fazer isso? - Lizibeth me questionou enquanto me ajudava a me vestir. - eu não tenho opção. - e se algo der errado Amerie? - não vai dar. - eu estava tentando ser confiante, mas meu coração estava na mão. Desci as escadas, pronta para falar com ele e contar a grande novidade. Quando ouvi uma conversa de dentro da sala que ficava próxima ao salão real, lentamente me aproximei. Pois reconheci a voz de Gadriela. A porta estava
Eriel* Meu corpo estava dolorido, eu estava zonzo. Senti meu corpo frio, e logo notei que eu estava dentro da água. Submergi rapidamente, conseguindo voltar a respirar. Sai da água sem dificuldade, e notei que estava nu. Esbravejei para mim mesmo, talvez fazia uma semana que eu estava assim. Transformado, fora da realidade. Eu precisava voltar, eu precisava ver Amerie. O que ela estaria pensando de mim? Consegui arrumar algumas roupas improvisadas, e parti até o castelo. Quando lá cheguei, notei que tudo parecia igual. Adentrei pelas portas do castelo, já procurando o cheiro de Amerie. Mas parecia fraco, pouco. - resolveu voltar para casa. - ouvi a voz irônica e viperina de Gadriela. - demorou dessa vez, o que aconteceu? - onde estão todos? - todos quem exatamente? - pude notar o sarcasmo e a desconfiança em sua voz. - todos! - seu irmão está ocupado resolvendo assuntos reais, e o resto... Não imagino onde possam estar. - me voltei para ela.- o que você está escondendo? - e
Já havíamos saído dos arredores do castelo há dois dias, estávamos sempre andando pela floresta para não chamar atenção de ninguém. E infelizmente, não tínhamos conseguido um cavalo ou uma carruagem para nos levar para fora de delmar.- quando chegarmos nas cruzadas da floresta, há um vilarejo onde poderemos pedir um cocheiro. - Lizi, eu já disse que estou bem. - eu sei, mas você está grávida. Todo cuidado é pouco. - assenti observando a floresta. - já faz dois dias, ele não vai mandar ninguém atrás de mim. - nunca se sabe. - Lizi, o bom é que teremos paz. - Elder é extremamente bipolar, por isso devemos ter cuidado. - novamente assenti. Após andarmos um pouco mais, ouvimos o som de água corrente próxima. Nos aproximamos para beber, e lavarmos o rosto. Olhei ao redor, fiquei imaginando se Eriel poderia estar por ali. Lizibeth pareceu decifrar meus pensamentos, e tocou meu braço. - ele pode estar vindo, quem sabe. - não me iludo com isso, depois da nossa conversa nada agradável
Eu fiquei sem reação naquele banheiro, rapidamente peguei um roupão e o coloquei sem demora. - Lizi? - a procurei no quarto, mas ela não estava lá. - Lizibeth? - o uivo ficou mais alto, as pessoas que estavam nos corredores ou no andar de baixo da taberna começaram a correr e a gritar. - A BESTA! SE ESCONDAM! - sai do quarto a procura de Lizibeth, mas ela não estava em lugar algum. Até que tive a ideia de ir até o quarto de Caster, quando lá entrei arregalei os olhos. Os dois estavam se beijando, e de forma nada sútil. Rapidamente ela se afastou dele, e engoliu em seco. - Amerie, eu... - vocês não estão ouvindo isso? - isso o que? - ela saiu de dentro do quarto desconfiada, e então se empertigou me encarando nervosa. - é ele. - sim. - Caster se aproximou. - ele quem? Do que vocês... - rapidamente ele também começou a escutar. - é a besta. - puxei Lizibeth para longe dele. - o que eu faço Lizi? - você não pode ir lá. - mas ele pode entrar. - ele não vai. - Lizibeth... -
- como você pôde fugir com ela assim Lizibeth? - ele esbravejou com aquela carranca de bravo.- você queria que eu tivesse deixado ela vir sozinha? - não! Mas deveria tê-la obrigado a ficar. - ah... E você acha que eu não tentei isso? Ela estava decidida! - você só pode estar brincando comigo... - já chega! - me aproximei furiosa. - eu estou bem aqui, eu não queria que ela viesse comigo. Mas ela veio, e eu não ficaria naquele castelo, não depois do que eu escutei. - o que exatamente você escutou? - bufei tentando encontrar as palavras certas. - sua mãe... Ela já estava desconfiando da gravidez, e eu ouvi bem quando ela disse que se fosse verdade eu deveria ser morta. - seu rosto se contraiu de uma forma feroz. - eu poderia voltar lá e matar aquele incompetente do Elder. - de qualquer forma não importa mais, eu já estou aqui. - não importa mais? Amerie você foi embora daquele jeito! Poderia ter me esperado. - eu sorri sem felicidade, Lizibeth se colocou de pé pronta para ir e
Acordei pela madrugada, meu estômago estava se revirando mais do que o normal. Olhei para o lado, Lizibeth dormia profundamente. Logo pus os pés para fora da cama, e levantei. Dei uma olhada no canto do quarto, Eriel estava deitado lá. Mesmo contra minha vontade, ele não parecia nada confortável. Rapidamente corri até o banheiro, me abaixei ao lado da privada, e comecei a botar tudo para fora. Continuei vomitando sem forças, enquanto tentava segurar meus cabelos quando senti sua mãos em minhas costas. - tudo bem. - ele se agachou ao meu lado, segurando meus cabelos e acariciando minhas costas de forma gentil. Após alguns longos instantes vomitando toda a comida, enfim acabou. Ele me ajudou a sentar.- fique aqui. - não demorou muito e logo ele voltou, estava com um copo de água que prontamente me entregou. - beba tudo. - não ousei discutir, ele se aproximou um pouco mais. Tentando prender meus cabelos em uma espécie de coque, e após muito tentar conseguiu. Lhe entreguei o copo, e t
Tivemos mais dias de cavalgadas intermináveis pelos arredores de delmar, adentrando cada vez mais nas florestas escuras e montanhas distantes. - eu já disse que posso levar o cavalo.- é, mas eu posso fazer isso melhor. - você é insuportável, isso sim. - e você está adorando. - Caster e Lizibeth não paravam por um segundo com suas provocações, eu achava fofo e engraçado. - nem Lizibeth suporta ele e você ainda quer que ele fique. - bufei revirando os olhos. - você não sabe de nada então, é óbvio que ela gosta dele. - o que? Claro que não.- não foi você que os viu se beijando. - espera, o que? - sim, eles se beijaram. Não sei se só uma vez, mas se beijaram. - ele estava extremamente surpreso. - bem... Isso faz um pouco de sentido, eu acho. Então é por isso que você quer que ele fique, por causa da Lizi? - sim, em partes. - ouvi quando ele suspirou atrás de mim. - suponho que isso deixa você aliviado pelo visto. - nem imagina como. - sussurrou próximo de minha orelha. Naqu
Enquanto continuávamos nossa viagem pelas florestas, acabamos descobrindo que Gadriela havia mandando guardas virem atrás de nós. Aparentemente, ela estava determinada a conseguir algum tipo de vingança. O que só aumentou nossa determinação em continuarmos seguindo sem parar nenhum minuto. - eles podem estar por perto. - Caster sussurrou durante a noite, Eriel assentiu jogando um pedaço de madeira na fogueira. - por isso que não podemos continuar parando assim. - mas ela precisa parar, está grávida. - vi quando Eriel encarou Caster de relance, e se empertigou. - sempre quando olho para você, tenho a impressão de já te conhecer. Por quê? - talvez porque você me via no castelo. Eriel negou ainda o fitando. - tem algo a mais. - bem... Talvez esteja paranóico. - mas Eriel não respondeu nada, continuou em silêncio mexendo no fogo. Antes mesmo do dia nascer, já estavámos prontos, montados em nossos cavalos. Eu continuava quieta, afinal aquele momento com Eriel na cachoeira, ainda r