- Eriel... - acordei sobressaltada, ainda meio distante por conta do que havia acontecido. Olhei para todos os cantos, e avistei Lizibeth sentada no chão. Com os pulsos presos por uma espécie de corrente, a um tronco no canto do local escuro aonde estávamos. O chão era de terra fria, fedia muito. - você está bem? - ela me questionou apreensiva. - eu... Eu estou, e você? - sim, eles ainda não vieram aqui. - tentei mover minhas mãos, mas descobri que também estava acorrentada. - quem são eles? - estou imaginando que possam ser ladrões de estrada, mas... A forma como eles agiram, e as máscaras que estavam usando. Me deixaram em dúvida. - tentei mover as mãos novamente. - Eriel, ele... Ele caiu no chão. Você acha que... - não, não de forma alguma. A flecha atingiu o ombro dele, eu vi. - tentei respirar aliviada. - então por que ele desmaiou tão depressa? - eu não sei Amerie, eu também estou nervosa. - olhei ao redor, parecia que estávamos em uma espécie de casa de barro. Não havi
Eriel* Eu acordei, minha visão estava turva. Meu ombro estava dolorido, queimando como fogo. Mesmo fraco, e desnorteado. Consegui erguer a mão, e arrancar fora a flecha. Ardeu fortemente, gritei de dor. Havia veneno ali, um tipo de veneno bem específico. Mas com certa lentidão, o buraco começou a cicatrizar. Mesmo que estivesse doendo como o inferno. Consegui olhar ao redor, Amerie não estava mais ali. E logo eu lembrei, aqueles bastardos haviam levado ela. Cravei minhas mãos naquela terra fria. Com dificuldade, consegui me colocar de pé. E senti o cheiro, o doce cheiro dela. Indo em direção às colinas, me recompus. Eu não sabia quem eram eles, mas eu mataria cada um deles se colocassem um dedo sequer nela. Corri pela floresta por talvez horas, mesmo fraco e com fome. Mas eu não pararia, não... Nem pensar. Olhei para o céu, o dia estava indo embora. Era minha hora, eu sabia disso. Cheguei o mais próximo possível das montanhas, e tirei minhas roupas fora. - essa vai ser talvez a p
Passamos a noite caminhando pela floresta fria e escura, a tocha que eu segurava já havia se apagado há muito tempo. Lizibeth me lançava olhares furtivos a todo instante, enquanto o noturno andava apressado mais a frente. Parei por um instante, meus joelhos doíam. E eu já não podia mais ouvir os gritos há algum tempo. - por que você parou? - estou exausta, nós duas estamos. - não me diga, eu não me importo. Apenas... Andem! - olhei para ela de relance. - o dia já está nascendo, podemos parar um pouco para beber água? - está vendo algum rio aqui? - eu estou ouvindo, parece ser água corrente. - ele se voltou para Lizibeth. - certo, vão indo. - começamos a seguir o som da água, e após alguns minutos encontramos um lago cristalino no meio da floresta. Foi um grande alívio, me ajoelhei bebendo o máximo que podia. Lizibeth fez o mesmo, se juntando a mim. O noturno se manteve atrás de nós, vigilante e desconfiado. - temos que agir agora. - ela sussurrou tentando não levantar suspeit
Após alguns minutos, o corpo dele começou a voltar ao normal. Foi tão estranho vê-lo perdendo os pêlos, diminuindo. Voltando a ser... Humano. Quando terminou, Lizibeth pôs sobre ele uma espécie de casaco que ela estava vestindo e eu só sabia olhar para a água, tentando raciocinar após ouvir e ver tudo aquilo. Ela se aproximou depois de algum tempo, me mantive sentada próxima a água. - Amerie... - há quanto tempo você sabe? - ela suspirou. - há muitos anos. - nada eu disse, apenas me mantive em silêncio. - eu faço chás e coisas que o ajudam a dormir, e a se manter mais calmo quando as transformações vêem. - era disso que você estava falando aquele dia, sobre... Ele não ser um homem perfeito. - sorri sem felicidade. - você estava tentando me avisar. E você estava discutindo com ele por temer o que ele poderia fazer comigo? - a encarei, ela não retribuiu o olhar. - ele nunca machucaria você. - nunca? - ele a machucou por acaso? - me pus de pé. - eu... Eu ainda estou tentando en
CAPÍTULO NÃO REVISADO!! O caminho de volta para o castelo estava sendo silencioso, e constrangedor. Para todos nós. Eu estava mais a frente, ao lado de Lizibeth. E ele, apenas um pouco distante. Observando ao redor a cada momento. - quem eram eles? - questionei após muito tempo de silêncio. - eu não sei.- mas eles querem matar você, por que? - eles disseram isso? - sim, o homem que estava nos levando. Verbalizou com todas as letras. - ele não disse nada, ficando quieto por muito tempo. Parei, e me voltei para encará-lo. - você está mentindo para mim. - não estou mentindo para ninguém. - está sim, você sabe exatamente quem eles são. Por que não quer me dizer? - que tal você parar de questionar cosias inúteis, e continuar andando? Ainda podemos estar em risco nessa floresta. - questionar coisas inúteis? - parei brava. - eu estou perguntando para você algo de extrema importância! Porquê eu quero saber. - mas não é necessário que você saiba de nada agora! Mulher. - ele tento
A noite recaiu sobre nós cedo, Eriel aparentemente não iria dormir. Todas as vezes que eu acordava, ele estava parado no canto. Olhando para todas as direções. - acorde. - ouvi a voz de Lizibeth, que estava me encarando. Lentamente abri os olhos, e a fitei. - vamos embora. - me pus de pé, Eriel estava do outro lado. Me encarando. - já estão prontas? - já. - o que diremos a todos quando voltarmos? - questionei me aproximando. - diremos uma parte da verdade, que vocês foram levadas, e consegui resgatá-las. - assenti brevemente, e logo nossa viagem de volta começou. Após algumas longas horas de caminhada, já podíamos avistar a grande montanha negra do castelo. Enfim, subimos os degraus de escada e chegamos aos portões. - minha nossa! - um dos guardas esbravejou assustado. Fomos todos levados até o grande salão real, e eu só podia sentir nojo. Quando avistei Elder assentado no trono, com uma mulher semi nua. Sentada em seu colo, ao ser avisado sobre nós. Ele parou bruscamente, e
Naquela tarde, fui chamada até o grande salão real. Ao chegar lá, me deparei com Gadriela sentada no trono, ao lado do seu filho incompetente. Eu já até imaginava o que me esperava. - graças a Deus que você voltou minha querida Amerie, ficamos todos preocupados. - é, eu notei a preocupação. - mas que merda! O que aconteceu com você lá? Ficou sem medo da morte? - por que marido, você vai me matar? - ora sua... - já chega! - ela esbravejou. - vejo que você está cansada, e muito nervosa por conta de tudo o que aconteceu. - ah claro, eu sumo por dois dias. E sequer mandam um grupo de soldados atrás de mim, e quando eu volto... Aquele que se diz meu marido, está com uma prostituta bem aqui. Mas não, não! Está tudo ótimo. - seu rosto endureceu, Elder era a personificação da raiva. - mas o importante é que você está de volta! - sem demora ela se pôs de pé, e veio em minha direção. - e seus sequestradores serão encontrados, e punidos devidamente. Sorri sem felicidade. - sabe o que s
- qual seria a casa que você gostaria de viver? - ele me questionou em uma tarde ensolarada enquanto nadavamos no lago. - eu já tenho uma casa. - sabe bem do que eu estou falando. - revirei os olhos, e após algum tempo pensei bastante. - talvez uma casinha de madeira na montanha, cercada por pinheiros, que não ficasse muito longe do riacho. E que tivesse um bom espaço para que eu pudesse plantar várias flores. - ele sorriu enquanto acariciava meu rosto. - e o que mais? - talvez três quarto, dois para as crianças. - ele parou por um instante e me fitou, eu não entendi bem sua expressão. Não parecia feliz. - por que você fez essa cara? - eu não fiz nenhuma "cara." - fez sim, quando eu falei de crianças. Seu silêncio foi uma tortura, toquei sua bochecha. - Eriel, pare de esconder as coisas de mim. - ele suspirou e desviou a atenção de mim. - eu não acho que quero filhos, nunca. - mas... Por que não?- por conta do que eu sou Amerie, eles podem nascer como eu. E eu não desejo