Levantei tarde naquela manhã, minha noite de sono havia sido péssima.Sem demora, resolvi sair do quarto. Subi até o andar de cima, à procura de Eriel. Mas ele não estava lá, franzi o cenho. Em seguida, desci até o salão de jantar. Ele também não estava lá, me empertiguei. Uma das criadas se aproximou, logo toquei seu ombro. - ah com licença, você poderia me informar onde está o príncipe Eriel? A rainha viúva está procurando por ele. - minha senhora, acho que ele está no estábulo. - muito obrigada. - rapidamente segui em direção ao estábulo, estava feliz em encontrá-lo. Queria muito conversar, já estava quase entrando quando ouvi uma conversa. - você sabe que é arriscado, que é perigoso. E continua agindo como se não fosse nada! - era voz de Lizibeth, eu sabia. Me escondi mais no canto, ouvindo atentamente. - você acha que eu não sei? - não! Você não sabe! - ela estava brava, era óbvio em sua voz. Ela falava com ele de forma tão íntima. Será que eles... - eu já avisei a você ma
Lizibeth se manteve imóvel, olhando para nós dois com terror. - Lizibeth por favor... - eu não vi nada, me perdoem. - e logo ela saiu correndo da biblioteca, Eriel se empertigou. Mas ele não parecia tão nervoso quanto eu. - Deus, isso... Isso é terrível. - não se preocupe, vou falar com ela. - ainda sim Eriel, ela viu! Imagine só o que ela está pensando de mim. - meu coração estava acelerado, ele tocou meu rosto mas me afastei.- não, nós precisamos resolver isso agora. Você sequer parece preocupado! - Amerie você... - então você está aqui, filho. - Gadriela se aproximou. Eu quase tive um ataque, minha respiração ficou acelerada. O quanto daquela conversa ela tinha ouvido? - procurei você, e o encontrei aqui. Que... Coisa. O que me intriga, o que vocês estão fazendo aqui sozinhos? - eu vim atrás desse livro. - eu sequer tinha notado que ele estava segurando um livro, tentei me conter. - e acabei encontrando com Amerie. - ela me encarou como se soubesse de tudo o que eu estav
- obrigada majestade, que Deus a abençoe. - sorri Gentilmente para a senhora que havia me dito aquilo, enquanto lhe entregava algumas sacas de comida. Felizmente, eu havia conseguido convencer Elder a fazer uma visita a aldeia junto a mim. Para que pudéssemos ajudar quem precisasse, após uma forte tempestade que havia caído sobre delmar. Ele não estava nada feliz, sentado dentro da carruagem. Enquanto os plebeus se aproximavam, haviam guardas para todos os cantos, sem a menor necessidade. Lhe lancei um olhar cortante, mas ele sequer olhou para mim. Já Eriel, estava mais a frente. Ajudando alguns aldeões a consertarem suas casas. Ele estava em cima de um dos tetos, batendo firmemente com o martelo. - você está encarando demais. - Lizibeth adverteu ao meu lado, abaixei a cabeça sorrindo. - não estava olhando tanto assim. - tem certeza disso? - bufei entregando mais uma saca de comida. - eu não posso ficar viajando o tempo todo, tem que se controlar. Sabe disso não é? - você está e
Nossa noite havia sido realmente longa. Quando deitei ao seu lado, os galos da aldeia já estavam cantando. Suspirei meio sonolenta e cansada. - acho que exageramos, você está exausta. - não é nada demais. - é claro que é. - acariciou minhas costas. - tente dormir um pouco. - logo teremos que levantar, não faz sentido eu dormir. - podemos ficar um pouco mais. - não, vai levantar suspeitas. - pode tentar me ouvir apenas uma vez? - foi por ouvir você que estamos nessa situação. - ele sorriu, eu não pude evitar fazer o mesmo. Comecei a acariciar seu peito nu, enquanto sentia ele tocando meus cabelos. - Eriel, você sempre quis isso? - como assim? - dormir comigo, você sempre quis? - não seria meio inapropriado para você ouvir essa verdade sórdida? - você já me disse um milhão de coisas inapropriadas. - poderia lhe dizer mais um milhão se quiser ouvir. - sussurrou contra minha cabeça, sorri de canto. - responda a pergunta. - ele ficou quieto por alguns instantes, enquanto
- Eriel... - acordei sobressaltada, ainda meio distante por conta do que havia acontecido. Olhei para todos os cantos, e avistei Lizibeth sentada no chão. Com os pulsos presos por uma espécie de corrente, a um tronco no canto do local escuro aonde estávamos. O chão era de terra fria, fedia muito. - você está bem? - ela me questionou apreensiva. - eu... Eu estou, e você? - sim, eles ainda não vieram aqui. - tentei mover minhas mãos, mas descobri que também estava acorrentada. - quem são eles? - estou imaginando que possam ser ladrões de estrada, mas... A forma como eles agiram, e as máscaras que estavam usando. Me deixaram em dúvida. - tentei mover as mãos novamente. - Eriel, ele... Ele caiu no chão. Você acha que... - não, não de forma alguma. A flecha atingiu o ombro dele, eu vi. - tentei respirar aliviada. - então por que ele desmaiou tão depressa? - eu não sei Amerie, eu também estou nervosa. - olhei ao redor, parecia que estávamos em uma espécie de casa de barro. Não havi
Eriel* Eu acordei, minha visão estava turva. Meu ombro estava dolorido, queimando como fogo. Mesmo fraco, e desnorteado. Consegui erguer a mão, e arrancar fora a flecha. Ardeu fortemente, gritei de dor. Havia veneno ali, um tipo de veneno bem específico. Mas com certa lentidão, o buraco começou a cicatrizar. Mesmo que estivesse doendo como o inferno. Consegui olhar ao redor, Amerie não estava mais ali. E logo eu lembrei, aqueles bastardos haviam levado ela. Cravei minhas mãos naquela terra fria. Com dificuldade, consegui me colocar de pé. E senti o cheiro, o doce cheiro dela. Indo em direção às colinas, me recompus. Eu não sabia quem eram eles, mas eu mataria cada um deles se colocassem um dedo sequer nela. Corri pela floresta por talvez horas, mesmo fraco e com fome. Mas eu não pararia, não... Nem pensar. Olhei para o céu, o dia estava indo embora. Era minha hora, eu sabia disso. Cheguei o mais próximo possível das montanhas, e tirei minhas roupas fora. - essa vai ser talvez a p
Passamos a noite caminhando pela floresta fria e escura, a tocha que eu segurava já havia se apagado há muito tempo. Lizibeth me lançava olhares furtivos a todo instante, enquanto o noturno andava apressado mais a frente. Parei por um instante, meus joelhos doíam. E eu já não podia mais ouvir os gritos há algum tempo. - por que você parou? - estou exausta, nós duas estamos. - não me diga, eu não me importo. Apenas... Andem! - olhei para ela de relance. - o dia já está nascendo, podemos parar um pouco para beber água? - está vendo algum rio aqui? - eu estou ouvindo, parece ser água corrente. - ele se voltou para Lizibeth. - certo, vão indo. - começamos a seguir o som da água, e após alguns minutos encontramos um lago cristalino no meio da floresta. Foi um grande alívio, me ajoelhei bebendo o máximo que podia. Lizibeth fez o mesmo, se juntando a mim. O noturno se manteve atrás de nós, vigilante e desconfiado. - temos que agir agora. - ela sussurrou tentando não levantar suspeit
Após alguns minutos, o corpo dele começou a voltar ao normal. Foi tão estranho vê-lo perdendo os pêlos, diminuindo. Voltando a ser... Humano. Quando terminou, Lizibeth pôs sobre ele uma espécie de casaco que ela estava vestindo e eu só sabia olhar para a água, tentando raciocinar após ouvir e ver tudo aquilo. Ela se aproximou depois de algum tempo, me mantive sentada próxima a água. - Amerie... - há quanto tempo você sabe? - ela suspirou. - há muitos anos. - nada eu disse, apenas me mantive em silêncio. - eu faço chás e coisas que o ajudam a dormir, e a se manter mais calmo quando as transformações vêem. - era disso que você estava falando aquele dia, sobre... Ele não ser um homem perfeito. - sorri sem felicidade. - você estava tentando me avisar. E você estava discutindo com ele por temer o que ele poderia fazer comigo? - a encarei, ela não retribuiu o olhar. - ele nunca machucaria você. - nunca? - ele a machucou por acaso? - me pus de pé. - eu... Eu ainda estou tentando en