Me virei para sair. Nem que precise derrubar o estado, vou tirá-la de lá. E escondê-la nos confins da terra, até que ela possa confiar nas pessoas novamente. Dou de cara com Nicole. Ela apoiou o prato de biscoitos na barriga e sorriu triste para mim. Ela com certeza ouvira a conversa. Eu não me importava, não ia esconder minhas preocupações e motivos. Meus ouvidos acompanharam o que seria Nicole alterada com Ethan. Ela dizia alto o suficiente: “Você vai ajudá-lo não vai?”, “Não me diga que o deixará fazer isso sozinho”, “Me diga que vai tirar Alice de lá”, “Ethan Colleri Turner!” Eu caminhei de volta para o carro, pensando em um plano perfeito para não ferrar com tudo. — Thomas! Olhei para trás e Nicole corria atrás de mim. Eu parei para esperá-la. — Eu sinto muito — ela disse com a respiração cansada, embora não tivesse corrido muito. — Eu sinto muito. Eu não sabia. Santo Deus. Eu estou me sentindo tão culpada. Eu não sabia. — Você não poderia saber. Ninguém sabia
— Não estou brincando. — Ele riu novamente. — Você ao menos sabe manusear uma arma? Você vai acabar errando o tiro e acertando seu pé, com a forma que sua mão treme. Ignorei o comentário, e com um click destravei a arma. Agradeci Vivian mentalmente, pôr na nossa adolescência ter roubado a arma do pai para nos ensinar a atirar. Nem eu, nem Nicole aprendemos, mas pelo menos eu sabia destravar uma arma. — Mais para o lado — ele falou baixo, e sua mão arrastou a arma um pouco mais para o lado esquerdo do corpo. — Aqui, com certeza eu não sobreviverei, vou sangrar e agonizar neste chão. Não é isso que você quer? Me fazer sofrer? Eu te garanto que não vai ser uma morte fácil, vai ser dolorida e agonizante. — Sua voz não tinha nenhum senso de humor. — Agora, se você quiser fazer isso rápido… — Ele segurou a arma direcionando para a sua testa. Minha mão tremia, não só porque ele era bem mais alto que eu e meu braço estava extremamente esticado, mas porque sabia que a arma estava destrav
Estou boiando. Eu encaro o céu azul, sem nenhuma nuvem. A água é quente. Balanço meus braços, como uma criança faria, se estivesse tentando fazer um anjo de neve. Minha respiração é tranquila, algumas gotas de água salgada em meu rosto. Sinto mãos em minhas costas. Olho para o lado, e Thomas está me segurando, me ajudando a boiar. Ele sorri e me dá um beijo rápido. — Thomas… — Minha voz sai incerta. — Você é real? Ele sorri, mas não responde. Ao invés disso, leva uma das mãos ao meu rosto. E eu posso sentir seu toque. Tão real. Tão perto de mim. Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Ele limpa gentilmente. — Não chore — diz baixo, ainda me olhando com olhos apaixonados. — Você me deixou — digo ainda chorando, reprimindo um soluço. — Não — ele disse. — Eu nunca a deixei, ruiva. — Sim, você me deixou há quase dois meses. Estou com tanto medo, Thomas. — Eu vou te proteger Alice. Você precisa confiar em mim. Balanço a cabeça em sinal positivo. — Eu confio — digo bai
— Eu não sei. — Dou de ombros. — Eu não posso me responsabilizar por tudo Jamie, eu não posso. Eu tentei, tentei salvar a todos, tentei guardar todas as dores, e protegê-los. Mas eu não posso. Não tenho certeza se poderei conviver com a culpa, mas eu posso tentar. Eu arrumo um emprego, posso falar com Nicole, Ethan e até Vivian. Pego um empréstimo, eu lhe pago. Ele riu, um sorriso sínico. — Não se trata da dívida, não mais. Eu sou um homem de palavra, a dívida foi paga com o casamento. — Ele secou uma lágrima que escorreu pelo meu queixo. — Eu não entendo… você poderia ter qualquer mulher! Eu não quero essa vida! — Eu também não queria, mas acontece que muitas vezes na vida não temos escolha! — Não compare nossas vidas! Eu realmente não tive escolha! — Não? Tem certeza? Seus olhos encararam os meus. — Tinha tanta intensidade que eu não consigo continuar encarando-o. — Eu odeio você. Ele tentou limpar outra lágrima, mas eu o impeço. — Alice, me ajude. Eu não se
Virei-me para ele e olhei bem. Se aquele fosse realmente Thomas, essa seria a imagem que eu guardaria dele. Percebi que estava chorando. Uma lágrima escorreu pelo meu queixo. ‘I Will aways love you’ soou lentamente em minha cabeça quando eu corri para o penhasco e me joguei no mar. — Alice! — gritei. Ela não olhou, parecia em transe. Me preocupei por ela estar próxima à beirada. Alice não sabia nadar. Chamei novamente e ela me ouviu, porém não esboçou um único sorriso. Muito pelo contrário, uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Ela deu mais dois passos. O que ela está fazendo?! Mas que Diabos ela está fazendo?! Então ela correu o pequeno caminhando que faltava para o penhasco e se jogou. Quando dei por mim já estava correndo. E antes que eu mesmo percebesse, já havia pulado atrás dela. Hoje, eu serei seu guarda-costas. Levei um tempo até tirá-la da água. A arrastei na areia, fiz as primeiras pressões em seu peito e boca. Alice logo vomitou um bocado de água. Seu
— Você tem certeza disso? — perguntei enquanto ela sentava à uma cadeira. — Sim, eu tenho. — Confirmou. O tatuador olhou impaciente para nós. Uma hora passou até que estivesse pronta. — Está lindo. — Ela olhou encantada para a tatuagem de âncora em seu pulso. Era aquarela, laranja, rosa, azul e verde. Uma âncora com umas pequenas rosas enfeitava seu pulso. Não era uma tatuagem grande, mas era suficientemente linda. — Precisamos comemorar. Afinal, agora você é minha senhora Thomas. E depois poderemos comemorar a noite toda no nosso barco. Compramos um pequeno barco, que estava ancorado no cais ao norte da Cidade, não era luxuoso, mas era bonito e bem dividido. Mais tarde eu compraria um champanhe, e nós faríamos amor. Ela sorriu de alegria, seus olhos brilhando de emoção. Estava tão feliz. — Ah, preciso ir àquele pequeno PuB de Jazz! — pediu com a alegria de uma criança. Chegamos ao pequeno Pub, estava cheio. Pegamos uma mesa, pedimos bebidas e comidas. A música
Alice Corri, como se minha vida dependesse disso. E dependia. A única coisa que queria fazer era ficar, mas não pude. Estava congelada de medo. Não só por mim. Mas por ele. Meu corpo tremia, e parecia uma eternidade até que eu conseguisse chegar na porta dos fundos. Ele me prometeu… Me prometeu que não me deixaria… Que sempre me encontraria. Ele prometeu. Já podia ver a luz da porta. Tudo ficaria bem. Tudo ficará bem… Ou não. — Sentiu minha falta Principessa? Meu corpo estremeceu. Ele estava bloqueando a saída. — Ja-a-ami-i-i-ie… — gaguejei. — Em carne e osso. — Para trás! — gritei. — Me deixe ir… Para trás… Ele vestia terno e luvas pretas, sua arma estava na sua mão. Ele agachou um pouco e soltou a arma no chão. Depois levantou devagar abrindo bem as mãos. Mostrando que não estava armado. — Eu não vou machucar você Principessa. — Eu não vou voltar — afirmei. — Você não vai me obrigar. — Dei passos para trás. — Você não deveria ter fugido. El
Eu não costumo fazer as coisas assim. As fiz, no entanto pela insistência de Colle. Santo Colleri! Quando consegui sair vivo daquele pub em New Orleans, graças a John eu vi Alice entrar desacordada no carro de Jamie. Sim! Eu quis matar o homem. Mas John também insistiu para que eu agisse racionalmente. Jamie tinha muitos homens, e estava muito bem armado. Eu estava sozinho, e sozinho eu não conseguiria. Então deixei que a levassem. John me prometeu que cuidaria dela. Mesmo que eu quisesse quebrar o nariz dele. E eu quase quebrei quando o vi. O maldito deveria nos encobrir, e não ajudar a nos achar. Depois que eles se foram, liguei para Colle, e pedi para que ligasse para Jamie com a respectiva história. E explicasse que já estava pronto para voltar. O homem não estava contente, mas aceitou. Ele sabia, afinal, ninguém cuidava de Alice como eu. Ninguém. — Onde está Alice? — Nicole perguntou exatamente o que gostaria de perguntar, mas não podia. — Bem ali, veja. Vi Alice