Dezoito horas de viagem depois, digitei o código do portão e entrei na propriedade de Colle. — Tio Thomas! Nicholas agarrou minha cintura em um grande abraço de urso. Baguncei os seus cabelos. — Olá garoto! Ele cresceu bem desde a última vez que o vi. E estava incrivelmente parecido com a Nicole. — Seu pai está por aí? — Está no banho. Pode esperar onde preferir Sr. Thomas. A Nicole está preparando uns biscoitos na cozinha. — Maria respondeu por ele, já o arrastando para cima enquanto ele reclamava. Acabei seguindo o cheiro delicioso de biscoitos e fui para a cozinha. Nicole estava de costas tirando uma fornada de biscoitos. — Está com um cheiro magnífico — disse enquanto apoiava o corpo na geladeira e cruzava os braços sobre o peito. Ela se virou surpresa e quase se queimou antes de depositar o tabuleiro na ilha de mármore. Thomas! — Colocou uma mão no peito e outra na barriga volumosa. — Você me assustou. Ignorando totalmente o que ela falou digo:
Me virei para sair. Nem que precise derrubar o estado, vou tirá-la de lá. E escondê-la nos confins da terra, até que ela possa confiar nas pessoas novamente. Dou de cara com Nicole. Ela apoiou o prato de biscoitos na barriga e sorriu triste para mim. Ela com certeza ouvira a conversa. Eu não me importava, não ia esconder minhas preocupações e motivos. Meus ouvidos acompanharam o que seria Nicole alterada com Ethan. Ela dizia alto o suficiente: “Você vai ajudá-lo não vai?”, “Não me diga que o deixará fazer isso sozinho”, “Me diga que vai tirar Alice de lá”, “Ethan Colleri Turner!” Eu caminhei de volta para o carro, pensando em um plano perfeito para não ferrar com tudo. — Thomas! Olhei para trás e Nicole corria atrás de mim. Eu parei para esperá-la. — Eu sinto muito — ela disse com a respiração cansada, embora não tivesse corrido muito. — Eu sinto muito. Eu não sabia. Santo Deus. Eu estou me sentindo tão culpada. Eu não sabia. — Você não poderia saber. Ninguém sabia
— Não estou brincando. — Ele riu novamente. — Você ao menos sabe manusear uma arma? Você vai acabar errando o tiro e acertando seu pé, com a forma que sua mão treme. Ignorei o comentário, e com um click destravei a arma. Agradeci Vivian mentalmente, pôr na nossa adolescência ter roubado a arma do pai para nos ensinar a atirar. Nem eu, nem Nicole aprendemos, mas pelo menos eu sabia destravar uma arma. — Mais para o lado — ele falou baixo, e sua mão arrastou a arma um pouco mais para o lado esquerdo do corpo. — Aqui, com certeza eu não sobreviverei, vou sangrar e agonizar neste chão. Não é isso que você quer? Me fazer sofrer? Eu te garanto que não vai ser uma morte fácil, vai ser dolorida e agonizante. — Sua voz não tinha nenhum senso de humor. — Agora, se você quiser fazer isso rápido… — Ele segurou a arma direcionando para a sua testa. Minha mão tremia, não só porque ele era bem mais alto que eu e meu braço estava extremamente esticado, mas porque sabia que a arma estava destrav
Estou boiando. Eu encaro o céu azul, sem nenhuma nuvem. A água é quente. Balanço meus braços, como uma criança faria, se estivesse tentando fazer um anjo de neve. Minha respiração é tranquila, algumas gotas de água salgada em meu rosto. Sinto mãos em minhas costas. Olho para o lado, e Thomas está me segurando, me ajudando a boiar. Ele sorri e me dá um beijo rápido. — Thomas… — Minha voz sai incerta. — Você é real? Ele sorri, mas não responde. Ao invés disso, leva uma das mãos ao meu rosto. E eu posso sentir seu toque. Tão real. Tão perto de mim. Uma lágrima escorre pelo meu rosto. Ele limpa gentilmente. — Não chore — diz baixo, ainda me olhando com olhos apaixonados. — Você me deixou — digo ainda chorando, reprimindo um soluço. — Não — ele disse. — Eu nunca a deixei, ruiva. — Sim, você me deixou há quase dois meses. Estou com tanto medo, Thomas. — Eu vou te proteger Alice. Você precisa confiar em mim. Balanço a cabeça em sinal positivo. — Eu confio — digo bai
— Eu não sei. — Dou de ombros. — Eu não posso me responsabilizar por tudo Jamie, eu não posso. Eu tentei, tentei salvar a todos, tentei guardar todas as dores, e protegê-los. Mas eu não posso. Não tenho certeza se poderei conviver com a culpa, mas eu posso tentar. Eu arrumo um emprego, posso falar com Nicole, Ethan e até Vivian. Pego um empréstimo, eu lhe pago. Ele riu, um sorriso sínico. — Não se trata da dívida, não mais. Eu sou um homem de palavra, a dívida foi paga com o casamento. — Ele secou uma lágrima que escorreu pelo meu queixo. — Eu não entendo… você poderia ter qualquer mulher! Eu não quero essa vida! — Eu também não queria, mas acontece que muitas vezes na vida não temos escolha! — Não compare nossas vidas! Eu realmente não tive escolha! — Não? Tem certeza? Seus olhos encararam os meus. — Tinha tanta intensidade que eu não consigo continuar encarando-o. — Eu odeio você. Ele tentou limpar outra lágrima, mas eu o impeço. — Alice, me ajude. Eu não se
Virei-me para ele e olhei bem. Se aquele fosse realmente Thomas, essa seria a imagem que eu guardaria dele. Percebi que estava chorando. Uma lágrima escorreu pelo meu queixo. ‘I Will aways love you’ soou lentamente em minha cabeça quando eu corri para o penhasco e me joguei no mar. — Alice! — gritei. Ela não olhou, parecia em transe. Me preocupei por ela estar próxima à beirada. Alice não sabia nadar. Chamei novamente e ela me ouviu, porém não esboçou um único sorriso. Muito pelo contrário, uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Ela deu mais dois passos. O que ela está fazendo?! Mas que Diabos ela está fazendo?! Então ela correu o pequeno caminhando que faltava para o penhasco e se jogou. Quando dei por mim já estava correndo. E antes que eu mesmo percebesse, já havia pulado atrás dela. Hoje, eu serei seu guarda-costas. Levei um tempo até tirá-la da água. A arrastei na areia, fiz as primeiras pressões em seu peito e boca. Alice logo vomitou um bocado de água. Seu
— Você tem certeza disso? — perguntei enquanto ela sentava à uma cadeira. — Sim, eu tenho. — Confirmou. O tatuador olhou impaciente para nós. Uma hora passou até que estivesse pronta. — Está lindo. — Ela olhou encantada para a tatuagem de âncora em seu pulso. Era aquarela, laranja, rosa, azul e verde. Uma âncora com umas pequenas rosas enfeitava seu pulso. Não era uma tatuagem grande, mas era suficientemente linda. — Precisamos comemorar. Afinal, agora você é minha senhora Thomas. E depois poderemos comemorar a noite toda no nosso barco. Compramos um pequeno barco, que estava ancorado no cais ao norte da Cidade, não era luxuoso, mas era bonito e bem dividido. Mais tarde eu compraria um champanhe, e nós faríamos amor. Ela sorriu de alegria, seus olhos brilhando de emoção. Estava tão feliz. — Ah, preciso ir àquele pequeno PuB de Jazz! — pediu com a alegria de uma criança. Chegamos ao pequeno Pub, estava cheio. Pegamos uma mesa, pedimos bebidas e comidas. A música
Alice Corri, como se minha vida dependesse disso. E dependia. A única coisa que queria fazer era ficar, mas não pude. Estava congelada de medo. Não só por mim. Mas por ele. Meu corpo tremia, e parecia uma eternidade até que eu conseguisse chegar na porta dos fundos. Ele me prometeu… Me prometeu que não me deixaria… Que sempre me encontraria. Ele prometeu. Já podia ver a luz da porta. Tudo ficaria bem. Tudo ficará bem… Ou não. — Sentiu minha falta Principessa? Meu corpo estremeceu. Ele estava bloqueando a saída. — Ja-a-ami-i-i-ie… — gaguejei. — Em carne e osso. — Para trás! — gritei. — Me deixe ir… Para trás… Ele vestia terno e luvas pretas, sua arma estava na sua mão. Ele agachou um pouco e soltou a arma no chão. Depois levantou devagar abrindo bem as mãos. Mostrando que não estava armado. — Eu não vou machucar você Principessa. — Eu não vou voltar — afirmei. — Você não vai me obrigar. — Dei passos para trás. — Você não deveria ter fugido. El