— Eu não sei. — Dou de ombros. — Eu não posso me responsabilizar por tudo Jamie, eu não posso. Eu tentei, tentei salvar a todos, tentei guardar todas as dores, e protegê-los. Mas eu não posso. Não tenho certeza se poderei conviver com a culpa, mas eu posso tentar. Eu arrumo um emprego, posso falar com Nicole, Ethan e até Vivian. Pego um empréstimo, eu lhe pago. Ele riu, um sorriso sínico. — Não se trata da dívida, não mais. Eu sou um homem de palavra, a dívida foi paga com o casamento. — Ele secou uma lágrima que escorreu pelo meu queixo. — Eu não entendo… você poderia ter qualquer mulher! Eu não quero essa vida! — Eu também não queria, mas acontece que muitas vezes na vida não temos escolha! — Não compare nossas vidas! Eu realmente não tive escolha! — Não? Tem certeza? Seus olhos encararam os meus. — Tinha tanta intensidade que eu não consigo continuar encarando-o. — Eu odeio você. Ele tentou limpar outra lágrima, mas eu o impeço. — Alice, me ajude. Eu não se
Virei-me para ele e olhei bem. Se aquele fosse realmente Thomas, essa seria a imagem que eu guardaria dele. Percebi que estava chorando. Uma lágrima escorreu pelo meu queixo. ‘I Will aways love you’ soou lentamente em minha cabeça quando eu corri para o penhasco e me joguei no mar. — Alice! — gritei. Ela não olhou, parecia em transe. Me preocupei por ela estar próxima à beirada. Alice não sabia nadar. Chamei novamente e ela me ouviu, porém não esboçou um único sorriso. Muito pelo contrário, uma lágrima escorreu pelo seu rosto. Ela deu mais dois passos. O que ela está fazendo?! Mas que Diabos ela está fazendo?! Então ela correu o pequeno caminhando que faltava para o penhasco e se jogou. Quando dei por mim já estava correndo. E antes que eu mesmo percebesse, já havia pulado atrás dela. Hoje, eu serei seu guarda-costas. Levei um tempo até tirá-la da água. A arrastei na areia, fiz as primeiras pressões em seu peito e boca. Alice logo vomitou um bocado de água. Seu
— Você tem certeza disso? — perguntei enquanto ela sentava à uma cadeira. — Sim, eu tenho. — Confirmou. O tatuador olhou impaciente para nós. Uma hora passou até que estivesse pronta. — Está lindo. — Ela olhou encantada para a tatuagem de âncora em seu pulso. Era aquarela, laranja, rosa, azul e verde. Uma âncora com umas pequenas rosas enfeitava seu pulso. Não era uma tatuagem grande, mas era suficientemente linda. — Precisamos comemorar. Afinal, agora você é minha senhora Thomas. E depois poderemos comemorar a noite toda no nosso barco. Compramos um pequeno barco, que estava ancorado no cais ao norte da Cidade, não era luxuoso, mas era bonito e bem dividido. Mais tarde eu compraria um champanhe, e nós faríamos amor. Ela sorriu de alegria, seus olhos brilhando de emoção. Estava tão feliz. — Ah, preciso ir àquele pequeno PuB de Jazz! — pediu com a alegria de uma criança. Chegamos ao pequeno Pub, estava cheio. Pegamos uma mesa, pedimos bebidas e comidas. A música
Alice Corri, como se minha vida dependesse disso. E dependia. A única coisa que queria fazer era ficar, mas não pude. Estava congelada de medo. Não só por mim. Mas por ele. Meu corpo tremia, e parecia uma eternidade até que eu conseguisse chegar na porta dos fundos. Ele me prometeu… Me prometeu que não me deixaria… Que sempre me encontraria. Ele prometeu. Já podia ver a luz da porta. Tudo ficaria bem. Tudo ficará bem… Ou não. — Sentiu minha falta Principessa? Meu corpo estremeceu. Ele estava bloqueando a saída. — Ja-a-ami-i-i-ie… — gaguejei. — Em carne e osso. — Para trás! — gritei. — Me deixe ir… Para trás… Ele vestia terno e luvas pretas, sua arma estava na sua mão. Ele agachou um pouco e soltou a arma no chão. Depois levantou devagar abrindo bem as mãos. Mostrando que não estava armado. — Eu não vou machucar você Principessa. — Eu não vou voltar — afirmei. — Você não vai me obrigar. — Dei passos para trás. — Você não deveria ter fugido. El
Eu não costumo fazer as coisas assim. As fiz, no entanto pela insistência de Colle. Santo Colleri! Quando consegui sair vivo daquele pub em New Orleans, graças a John eu vi Alice entrar desacordada no carro de Jamie. Sim! Eu quis matar o homem. Mas John também insistiu para que eu agisse racionalmente. Jamie tinha muitos homens, e estava muito bem armado. Eu estava sozinho, e sozinho eu não conseguiria. Então deixei que a levassem. John me prometeu que cuidaria dela. Mesmo que eu quisesse quebrar o nariz dele. E eu quase quebrei quando o vi. O maldito deveria nos encobrir, e não ajudar a nos achar. Depois que eles se foram, liguei para Colle, e pedi para que ligasse para Jamie com a respectiva história. E explicasse que já estava pronto para voltar. O homem não estava contente, mas aceitou. Ele sabia, afinal, ninguém cuidava de Alice como eu. Ninguém. — Onde está Alice? — Nicole perguntou exatamente o que gostaria de perguntar, mas não podia. — Bem ali, veja. Vi Alice
Ele plantou os pés na minha frente, me impedindo de entrar pela porta. — Eu sinto muito…Eu não posso fazer isso Al. Ele me fez prometer… — Ethan pareceu engolir o nó que se formou em sua garganta. — Ele me fez prometer que se algo desse errado, que eu tiraria você dessa, custe o que custar. — Você não pode fazer isso Colle! Ele é seu amigo. — Choro inconformada. — E ele ainda está lá. — É por isso que o fiz! Você não entende? — falou amargurado. — Ele me fez prometer… O maldito me fez prometer… — Ele esfregava as palmas suadas no rosto. Uma mão alcançou meu ombro, logo me virei e me deparei com Nicole. Seus olhos estavam marejados e seu rosto vermelho, como se tivesse chorado muito. Então seus braços estavam em mim, sufocando-me, me apertando. Ela soluçava alto e sentia suas lágrimas umedecendo meus ombros. Abracei-a forte, no entanto com medo de machucá-la já que estava na sua forma mais redonda. Abri meus olhos e percebi meus pais. Todos me olhando como se eu tivesse a c
As coisas passaram em instantes, em um minuto estava presa na minivan de um desconhecido, por horas, e depois estava sendo jogada em um cômodo qualquer. Acordei novamente enjoada, nem sabia onde estava, me virei para o lado e vomitei. Minha cabeça doía feito o inferno. Meu corpo também. Com um breve gemido de dor eu abri meus olhos lentamente. Meus pensamentos estavam confusos, mas uma lembrança ocorreu-me de forma brutal… O jantar. Thomas… oh céus… Thomas… meus olhos logo se encheram de lágrimas e chorei, encarando as vigas do teto acima de mim. — Thomas… — chamei seu nome enquanto soluçava alto, não me importando mais nada. Até que um barulho me chamou a atenção e percebi que não estava sozinha. Me levantei devagar, e me assustei ao ver pelo menos dez pares de olhos me olhando com medo e curiosidade. Lembrando-me completamente do que havia acontecido, pânico se instalou em mim, e antes que pudesse falar qualquer coisa, corri da cama, cambaleando em meus próprios pés, quase
Logo ela gritou ordens para que os homens me tirassem de cima dela. Em seguida eu estava em pé, com um homem me segurando com força, torcendo meus pulsos de forma dolorosa nas costas. Ela se levantou, ajeitando os cabelos, tentando soar elegante, mas um nervo se contraiu em seu rosto, mostrando que estava perto de perder o controle. — Você tem sorte que meus compradores são exigentes… senão eu juro que você se arrependeria profundamente disso — disse entredentes. — Ou melhor, você vai se arrepender, Adrian é um cliente extremamente difícil, se ele lhe escolher, vou deixar claro que você precisa de bons modos. Miguel! — gritou ao homem que havia me levado até ali. — Levea. Antes que eu pudesse assimilar algo, estava sendo arrastada pelos corredores, tropeçando em meus próprios pés, e gritando a plenos pulmões. Eu queria poder gravar algo sobre aquele lugar, o que percebi foi que a sala onde acordei tinha uma grande porta de ferro reforçada impossibilitando qualquer um de ar