Eu era uma lupina, uma lobisomem de uma cidade distante. A cidade lupina, uma das grandes cidades onde todos os lupinos viviam. Do lugar de onde eu vinha, quando um jovem macho e uma jovem fêmea completavam treze anos, eles faziam o ritual de união. Era uma coisa mística, os jovens ficavam frente a frente de quem seria seu escolhido, após beber o sangue um do outro se eles se olhassem, e os olhos brilhassem, eles eram amantes. Aqueles que ficariam com eles pelo resto da vida. Eu já havia passado por isso, agora eu tinha dezessete anos e tudo o que eu sabia fazer era fugir. No dia que completei a idade do ritual e descobri quem era meu amante, meus pais me mandaram para o mundo humano junto com minha irmã, e desde então... Tudo que eu conseguia lembrar era do som dos meus pais morrendo, enquanto davam a chance para mim para minha irmã de conseguirmos fugir. já faziam cinco anos que eu estava fugindo dele, cinco que eu havia fugido do macho que estava destinado a mim no dia do ritu
Eu estava em seus braços, ele me segurava com força. Enquanto nós atravessavámos pelo portal. Faziam anos que eu não via a cidade lupina, e ao pôr meus pés naquele chão meu corpo inteiro parecia se renovar. O vi sorrir levemente. - o mundo lá fora não é para nós Mallena, você é metade lupino e ainda sim... Insistia em se manter longe de sua terra. - me mantive calada. Logo o portal atrás de nós de fechou, e ele me soltou lentamente. Encarei a floresta ao nosso redor, e estremeci um pouco. Estava frio, e eu estava sem a blusa. Senti ele colocando algo em meus ombros, e logo descobri ser sua camiseta. O encarei rapidamente, agora ele estava com o peitoral exposto. E eu não pude deixar de olhar. Ele havia... Crescido. - não preciso disso! - eu disse entregando a camiseta para ele. - não preciso dessa sua... Seja lá o que for, estou bem como estou. - ele abriu um sorriso malicioso.- por mais que eu goste do que estou vendo... - ele disse olhando para meus seios, eu logo os cobri.
cerimônia enfim acabou, e como parte da tradição Daikan me pegou pela cintura e me levou até o andar de cima. Para... "Oficializar" a união. Quando chegamos ao quarto, ele tentou me levar até a cama, mas eu me debati em seus braços e ele me pôs no chão. - era só esperar um pouco mais. - ele disse ironicamente. Eu lhe lancei um olhar cortante, ele rumou até a porta e trancou. Quando ele fez isso senti extremo medo, afinal... Eu não poderia fugir nem se quisesse. Ele se virou para mim, e começou a se aproximar. Eu fui me afastando até chegar próxima a parede. - eu vou rasgar suas tripas, se tentar algo. - eu disse sem medo, eu morreria mas não deixaria ele me tocar. Ele me olhou sorrindo e se afastou. - eu sou mesmo o monstro que você pensa, não é Mallenna?- bem... Você não tenta agir de maneira diferente. - ele se afastou de mim e cruzou os braços. - acho que você pode acabar se surpreendendo. - isso aconteceria se você me deixasse ir. - ele sorriu novamente. - sinto muito,
Quando acordei pela manhã, ele não estava no quarto. O procurei, mas ele realmente não estava ali. Aliviada, eu sentei na beirada da cama. E logo me pus de pé, fui até o guarda-roupas e procurei algo confortável, ou feio. Mas só tinham vestidos, ou calças muito apertadas. Encarei aquilo tudo, furiosa. Após procurar muito, encontrei um vestido preto na altura dos joelhos, e vesti. Prendi meu cabelo em uma trança.E logo em seguida rumei até a porta, estava aberta. Desconfiada eu saí lentamente. Rumei pelos corredores, mas parecia estar tudo vazio. Até que senti um puxão, algo dentro de mim... Me chamando até uma pequena sala a minha frente. Quando cheguei até lá, o encontrei sentado. Em uma mesa pequena, tomando café da manhã no meio do jardim. E quase saí de fininho. - bom dia... Querida. - eu o encarei rapidamente. Seus lábios se curvaram levemente para cima. - venha tomar café comigo. - quero ver minha irmã! - eu falei sem hesitar. Ele me fitou. - e verá, se tomar c
Eu me mantive onde estava, enquanto tentava pôr as ideias no lugar. Aquilo parecia impossível. Daikan me fitou, e lentamente tentou se aproximar. Mas eu me afastei ainda mais. - não chega perto. - Mallena... - NÃO CHEGA PERTO! - senti meu coração acelerar. Ele se manteve onde estava, e o velho me encarou de cima a baixo. - isso que você disse... É verdade? - questionei ao velho. - sim. - não... E... E como isso é possível eu... - sua família tem linhagem alfa, mas ela foi ocultada, por precaução. - "precaução"? - eu questionei sentindo meu corpo tremer. - sim. - QUE MERDA DE PRECAUÇÃO É ESSA? VOCÊS ESCONDERAM A MINHA LINHAGEM, A MINHA ORIGEM! - eu sentia que algo estava prestes a explodir dentro de mim. Daikan ergueu o rosto para mim. - é complicado explicar agora Mallena, mas você precisa renunciar isso! Precisa deixar... - renunciar? - eu rumei até ele furiosa. - VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO SEU MERDA! - gritei em seu rosto, mas ele não se moveu. - isso dentro de você
Eu estava furiosa e todo o meu ser tremia e parecia se incendiar dentro de mim, enquanto eu rumava em direção a floresta. - MALLENA PARE. - ele rugiu atrás de mim, mas eu não parei. Qualquer outro lupino, teria parado. Ele era o alfa, pelo menos era o que pensava antes. Eu "devia" minha obediência a ele. - eu não irei falar novamente, Mallena. - continuei andando até chegar na estrada. Ouvi seu carro, mas não parei. Rapidamente ele passou por mim e parou o carro mais a frente, impedindo minha passagem. Ele saiu do carro furioso, seus olhos âmbar estavam vermelhos de fúria. Eu parei. - você irá voltar até lá e... - não ouviu o que eu falei? Eu não obedeço você, merda nenhuma! Seu bastardo desgraçado. - ele me fitou, estávamos ofegantes. - Mallena você não entende o que está em jogo aqui. - eu ri com escárnio. - é claro, não entendo como o macho supremo fica furioso por não ser o mais importante. - ele se aproximou um pouco mais. E eu dei alguns passos para trás. - lhe dou uma
A viagem foi rápida, quando menos esperei já havíamos chegado na mansão. - prontinho, minha senhora. Kyle disse com deboche, eu o encarei sem muita astúcia e desci do carro. A mansão parecia escura, silenciosa. Eu sentia medo do que poderia estar me esperando do outro lado. - quer que eu segure sua mão, para entrarmos? - vai se ferrar. - ele riu e se aproximou. - qual é, está com medo de Daikan? - não fale comigo como se fosse meu amigo. - ele cruzou os braços. - não, não sou seu amigo. Mas você é a amante do meu alfa, e... Particularmente eu não tenho nada contra você.Eu o fitei. Eu não confiava em Kyle, e nem queria fazer tal coisa. ele era o beta de Daikan, mas ao olhar para ele assim... Algo como uma ideia, acendeu em minha cabeça. - não sei se posso dizer o mesmo de você. - seus lábios se curvaram levemente para cima. - você pode descobrir. - eu o fitei. - talvez. - é melhor entrarmos, fiquei o dia inteiro com sua irmã. E sinceramente... Acho que só você pode acalmar
Levantei tarde naquela manhã, não havia conseguido dormir bem após aquele momento tão... Estranho com Daikan. Mas decidi que não ficaria trancada no quarto, logo me propus a descer até o salão de jantar. Não havia ninguém, apenas muita comida na mesa. Meu estômago roncou, eu pisquei algumas vezes. Avistei uma das serventes e logo me aproximei. - onde está Daikan? - o alfa está treinando. - eu revirei os olhos "alfa" ah se ela soubesse. Apenas assenti e parti em sua procura, ele estava no jardim ao lado da casa. Dentro de um grande ringue de treino, junto de Kyle. Os dois estavam sem camiseta, exibindo os belos... Os corpos esculpidos de lupinos. Daikan era extremamente veloz, assim como Kyle. Mas ele não tinha toda a praticidade de Daikan, aquilo era surreal. Me odiei por ter achado incrível, os dois estavam suando. Não pude deixar de olhar para as gotas de suor que desciam pelo peitoral de Daikan, indo até sua calça. Parei rapidamente, logo ele parou e me encarou. Que merda ele sen