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capítulo 04: sangue do alfa

Quando acordei pela manhã, ele não estava no quarto.

O procurei, mas ele realmente não estava ali.

Aliviada, eu sentei na beirada da cama. E logo me pus de pé, fui até o guarda-roupas e procurei algo confortável, ou feio.

Mas só tinham vestidos, ou calças muito apertadas.

Encarei aquilo tudo, furiosa.

Após procurar muito, encontrei um vestido preto na altura dos joelhos, e vesti.

Prendi meu cabelo em uma trança.

E logo em seguida rumei até a porta, estava aberta.

Desconfiada eu saí lentamente.

Rumei pelos corredores, mas parecia estar tudo vazio.

Até que senti um puxão, algo dentro de mim... Me chamando até uma pequena sala a minha frente.

Quando cheguei até lá, o encontrei sentado. Em uma mesa pequena, tomando café da manhã no meio do jardim.

E quase saí de fininho.

- bom dia... Querida. - eu o encarei rapidamente.

Seus lábios se curvaram levemente para cima.

- venha tomar café comigo.

- quero ver minha irmã! - eu falei sem hesitar.

Ele me fitou.

- e verá, se tomar café comigo. - eu quis jogar aquele café quente nele.

- você não consegue minha atenção de outra forma não é? Apenas se me me subornar de alguma forma.

Falei rumando até a mesa.

Seu silêncio ou ouvir aquilo, me surpreendeu de alguma forma.

Quando cheguei até a mesa, ele se pôs de pé rapidamente.

E puxou uma cadeira para mim ao seu lado.

Cruzei os braços, e revirei os olhos. Mas me sentei sem falar nada. O ouvi dar uma risadinha.

- então... Tem algo que eu queria pedir a você. - ele disse. Eu o encarei sobressaltada.

- você... Pedir algo para mim? E o que seria? - questionei com deboche.

- tem um ritual, que precisa ser feito hoje a noite! E eu gostaria que você participasse de bom grado.

O encarei, ele falava sério.

- e por quê você apenas não me ameça, ou me suborna como você faz? - questionei cruzando os braços.

Ele me encarou, e seus olhos brilharam. Eu desviei o olhar.

- porquê você precisa ir de boa vontade! É a lei. - eu ri pegando uma torrada.

- isso é hilário, eu não tenho direito a escolha de nada! Me casei com você a força, mas... Eu tenho que "ir de boa vontade" com você para... Esse ritual! Realmente hilário! - eu falei mordendo a torrada.

Seus olhos se mantiveram em mim, e por algum motivo eu senti ele tenso.

- eu... Não quero discutir com você, Mallena. - ele encarou meus lábios enquanto eu mastigava, e notei ele engolindo em seco.

Por algum motivo eu senti meu corpo estremecer, e odiei mais ainda meu lado lupino.

- isso é realmente importante, e... Se você escolher ir de boa vontade! Eu deixarei você ficar com sua irmã. - eu sorri sem felicidade.

- deixará é?

- sim! Sou um macho de palavra.

- ah é?

- sim!

- que coisa. - disse debochando.

Ele se levantou com extrema velocidade, e quando me dei conta ele estava a centímetros de mim, de meus lábios.

- sabe... Eu adoro essa nossa briguinha! Você não tem noção. - ele pegou minha torrada. - mas é... Um jogo perigoso, ficarmos brincando com isso... Sabe.

Eu não pude evitar encarar seus lábios, estavam tão... Próximos.

- ontem eu me contive, mas posso não fazer novamente.

O encarei confusa.

- ontem? Do que está falando. - ele me encarou confuso.

- de você... Ontem a noite, comigo. - eu realmente não sabia do que ele estava falando.

- acho que você estava sonhando sabe? - ele riu sem felicidade.

- ou você não quer admitir algo que aconteceu. - eu me pus de pé rapidamente.

- eu não sei que tipo de jogo é esse! Mas nada aconteceu, eu deitei com você naquela m*****a cama, e apenas isso.

Ele me encarou confuso, havia algo estranho em seus olhos.

Ele voltou a se sentar.

- ora... Isso é confuso. - ele disse.

Furiosa eu joguei os braços para o ar e rumei até a porta.

- quero ver minha irmã! - eu disse antes de sumir de suas vistas.

                    ****

Furiosa, eu fiquei no quarto boa parte do dia. E se quer quis ir almoçar.

Eu estava deitada na cama, quando ele abriu a porta. Era terrível, eu sentia ele se aproximando ainda ao longe.

- gostaria de conversar.

- é claro que gostaria. - disse sem vontade. Ele veio em minha direção, me pus de pé rapidamente.

Ele riu de esguelha.

- quero pedir de forma... Educada, que venha comigo para o ritual. Por favor. - vê-lo pedir dessa forma foi... Interessante.

- que engraçado um alfa pedindo "por favor" para mim. O que será que seu clã diria?

- que sou um cavalheiro? - disse debochando.

Eu contive o sorrisinho.

Cruzei os braços, e dei uma volta pelo quarto. Deixando em total silêncio por um pequeno período. Sua respiração ofegante, me dizia que ele estava muito ansioso.

- para que serve este ritual?

- você saberá. - eu o encarei, ele sorriu.

- certo... Eu quero ficar com a minha irmã, dormir com ela.

- não será possível.

- e por quê não? - questionei brava.

- porquê você é minha amante, nós dormimos juntos. - seu maxilar se contraiu. Eu bufei alto.

- certo então... Eu quero ficar com ela todos os dias, e quero ter liberdade de andar por onde eu quiser e quando quiser. - ele cruzou os braços.

- claro, se você for acompanhada.

- não irei fugir.

- por quê será que eu não consigo acreditar nisso? - eu revirei os olhos.

- está bem, posso estar acompanhada!

- ótimo. - disse ele rumando até a porta.

- tem mais uma coisa. - ele parou bruscamente.

Eu me aproximei lentamente, de forma elegante.

- e o que seria?

- quero que você se ajoelhe aos meus pés, e me peça por favor novamente! - o modo como ele me encarou, arrepiou os pêlos da minha nuca. Eu sabia que alfas detestavam ter seu poder testado, ele não iria se ajoelhar.

Ele me encarou de cima a baixo, e engoliu em seco.

E para minha total surpresa, ele se ajoelhou em frente a mim. Senti todo o meu corpo tremer.

Ele estava tão perto de minhas pernas, ajoelhado para mim.

Ele me olhou nos olhos.

- Mallena, por favor... Venha comigo ao ritual. - algo dentro de mim adorou aquilo.

Eu me abaixei um pouco, ficando bem próxima de seu rosto.

- eu não ouvi. - indiquei meu ouvido direito.

Seus lábios se curvaram levemente para cima.

Ele agarrou uma de minhas pernas, me fazendo congelar.

Me aproximando ainda mais dele.

- Mallena... Por favor. - ele sussurrou em meu ouvido.

Meu coração, meu corpo inteiro parecia queimar.

Eu o encarei rapidamente, nossos olhos brilharam ao mesmo tempo. O toque de sua mão grossa em minha perna, me desestabilizou.

- está bem. - disse o encarando. Ele sorriu para mim.

- acabei de descobrir que você é cruel, e gosto disso. - ele disse encarando meus lábios.

                        ****

Quando a noite chegou, eu desci ao seu encontro.

- está deslumbrante. - ele disse me fitando.

Eu fingi não ouvir.

Entramos em seu carro, e rumamos até uma floresta. Eu não sabia o que estávamos fazendo, mas eu sentia algo estranho dentro de mim.

Chegamos em uma espécie de templo, que ficava dentro da floresta. Eu não conhecia aquele lugar.

Desci nervosa.

Ele desceu logo em seguida, e me guiou.

O lugar era silencioso, e vazio. Tinha uma iluminação vermelha, e mais a frente, havia um velho em frente a um altar.

- que merda é essa? - eu o questionei.

Ele nada disse. Quando chegamos até o velho, ele me olhou de cima a baixo. E respirou fundo.

- me dê sua mão. - ele disse para mim, eu me afastei. Daikan me fitou.

Eu não sabia o que estava acontecendo, mas fiz o que ele pediu. Ele espetou meu dedo, derramando um pouco de sangue em uma espécie de caldeirão. Um cheiro estranho subiu, o velho encarou Daikan.

- ela tem a essência. - Daikan abaixou a cabeça.

- do que ele tá falando? - ele nada disse.

- Daikan? - ele continuo quieto. Furiosa eu joguei as mãos para o alto.

- ótimo, Dane-se! - eu fui rumando até a porta.

- você tem a essência alfa em seu sangue. - o velho disse. Eu paralisei de imediato.

- o... o que?

- Daikan a trouxe até aqui, porquê ele quer que você retire isso do seu sangue. Que renunciei sua essência alfa. - eu me virei para eles, me corpo inteiro estava paralisado. Eu não conseguia acreditar que eu... Era uma alfa.

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