Quando acordei pela manhã, ele não estava no quarto.
O procurei, mas ele realmente não estava ali. Aliviada, eu sentei na beirada da cama. E logo me pus de pé, fui até o guarda-roupas e procurei algo confortável, ou feio. Mas só tinham vestidos, ou calças muito apertadas. Encarei aquilo tudo, furiosa. Após procurar muito, encontrei um vestido preto na altura dos joelhos, e vesti. Prendi meu cabelo em uma trança. E logo em seguida rumei até a porta, estava aberta. Desconfiada eu saí lentamente. Rumei pelos corredores, mas parecia estar tudo vazio. Até que senti um puxão, algo dentro de mim... Me chamando até uma pequena sala a minha frente. Quando cheguei até lá, o encontrei sentado. Em uma mesa pequena, tomando café da manhã no meio do jardim. E quase saí de fininho. - bom dia... Querida. - eu o encarei rapidamente. Seus lábios se curvaram levemente para cima. - venha tomar café comigo. - quero ver minha irmã! - eu falei sem hesitar. Ele me fitou. - e verá, se tomar café comigo. - eu quis jogar aquele café quente nele. - você não consegue minha atenção de outra forma não é? Apenas se me me subornar de alguma forma. Falei rumando até a mesa. Seu silêncio ou ouvir aquilo, me surpreendeu de alguma forma. Quando cheguei até a mesa, ele se pôs de pé rapidamente. E puxou uma cadeira para mim ao seu lado. Cruzei os braços, e revirei os olhos. Mas me sentei sem falar nada. O ouvi dar uma risadinha. - então... Tem algo que eu queria pedir a você. - ele disse. Eu o encarei sobressaltada. - você... Pedir algo para mim? E o que seria? - questionei com deboche. - tem um ritual, que precisa ser feito hoje a noite! E eu gostaria que você participasse de bom grado. O encarei, ele falava sério. - e por quê você apenas não me ameça, ou me suborna como você faz? - questionei cruzando os braços. Ele me encarou, e seus olhos brilharam. Eu desviei o olhar. - porquê você precisa ir de boa vontade! É a lei. - eu ri pegando uma torrada. - isso é hilário, eu não tenho direito a escolha de nada! Me casei com você a força, mas... Eu tenho que "ir de boa vontade" com você para... Esse ritual! Realmente hilário! - eu falei mordendo a torrada. Seus olhos se mantiveram em mim, e por algum motivo eu senti ele tenso. - eu... Não quero discutir com você, Mallena. - ele encarou meus lábios enquanto eu mastigava, e notei ele engolindo em seco. Por algum motivo eu senti meu corpo estremecer, e odiei mais ainda meu lado lupino. - isso é realmente importante, e... Se você escolher ir de boa vontade! Eu deixarei você ficar com sua irmã. - eu sorri sem felicidade. - deixará é? - sim! Sou um macho de palavra. - ah é? - sim! - que coisa. - disse debochando. Ele se levantou com extrema velocidade, e quando me dei conta ele estava a centímetros de mim, de meus lábios. - sabe... Eu adoro essa nossa briguinha! Você não tem noção. - ele pegou minha torrada. - mas é... Um jogo perigoso, ficarmos brincando com isso... Sabe. Eu não pude evitar encarar seus lábios, estavam tão... Próximos. - ontem eu me contive, mas posso não fazer novamente. O encarei confusa. - ontem? Do que está falando. - ele me encarou confuso. - de você... Ontem a noite, comigo. - eu realmente não sabia do que ele estava falando. - acho que você estava sonhando sabe? - ele riu sem felicidade. - ou você não quer admitir algo que aconteceu. - eu me pus de pé rapidamente. - eu não sei que tipo de jogo é esse! Mas nada aconteceu, eu deitei com você naquela m*****a cama, e apenas isso. Ele me encarou confuso, havia algo estranho em seus olhos. Ele voltou a se sentar. - ora... Isso é confuso. - ele disse. Furiosa eu joguei os braços para o ar e rumei até a porta. - quero ver minha irmã! - eu disse antes de sumir de suas vistas. **** Furiosa, eu fiquei no quarto boa parte do dia. E se quer quis ir almoçar. Eu estava deitada na cama, quando ele abriu a porta. Era terrível, eu sentia ele se aproximando ainda ao longe. - gostaria de conversar. - é claro que gostaria. - disse sem vontade. Ele veio em minha direção, me pus de pé rapidamente. Ele riu de esguelha. - quero pedir de forma... Educada, que venha comigo para o ritual. Por favor. - vê-lo pedir dessa forma foi... Interessante. - que engraçado um alfa pedindo "por favor" para mim. O que será que seu clã diria? - que sou um cavalheiro? - disse debochando. Eu contive o sorrisinho. Cruzei os braços, e dei uma volta pelo quarto. Deixando em total silêncio por um pequeno período. Sua respiração ofegante, me dizia que ele estava muito ansioso. - para que serve este ritual? - você saberá. - eu o encarei, ele sorriu. - certo... Eu quero ficar com a minha irmã, dormir com ela. - não será possível. - e por quê não? - questionei brava. - porquê você é minha amante, nós dormimos juntos. - seu maxilar se contraiu. Eu bufei alto. - certo então... Eu quero ficar com ela todos os dias, e quero ter liberdade de andar por onde eu quiser e quando quiser. - ele cruzou os braços. - claro, se você for acompanhada. - não irei fugir. - por quê será que eu não consigo acreditar nisso? - eu revirei os olhos. - está bem, posso estar acompanhada! - ótimo. - disse ele rumando até a porta. - tem mais uma coisa. - ele parou bruscamente. Eu me aproximei lentamente, de forma elegante. - e o que seria? - quero que você se ajoelhe aos meus pés, e me peça por favor novamente! - o modo como ele me encarou, arrepiou os pêlos da minha nuca. Eu sabia que alfas detestavam ter seu poder testado, ele não iria se ajoelhar. Ele me encarou de cima a baixo, e engoliu em seco. E para minha total surpresa, ele se ajoelhou em frente a mim. Senti todo o meu corpo tremer. Ele estava tão perto de minhas pernas, ajoelhado para mim. Ele me olhou nos olhos. - Mallena, por favor... Venha comigo ao ritual. - algo dentro de mim adorou aquilo. Eu me abaixei um pouco, ficando bem próxima de seu rosto. - eu não ouvi. - indiquei meu ouvido direito. Seus lábios se curvaram levemente para cima. Ele agarrou uma de minhas pernas, me fazendo congelar. Me aproximando ainda mais dele. - Mallena... Por favor. - ele sussurrou em meu ouvido. Meu coração, meu corpo inteiro parecia queimar. Eu o encarei rapidamente, nossos olhos brilharam ao mesmo tempo. O toque de sua mão grossa em minha perna, me desestabilizou. - está bem. - disse o encarando. Ele sorriu para mim. - acabei de descobrir que você é cruel, e gosto disso. - ele disse encarando meus lábios. **** Quando a noite chegou, eu desci ao seu encontro. - está deslumbrante. - ele disse me fitando. Eu fingi não ouvir. Entramos em seu carro, e rumamos até uma floresta. Eu não sabia o que estávamos fazendo, mas eu sentia algo estranho dentro de mim. Chegamos em uma espécie de templo, que ficava dentro da floresta. Eu não conhecia aquele lugar. Desci nervosa. Ele desceu logo em seguida, e me guiou. O lugar era silencioso, e vazio. Tinha uma iluminação vermelha, e mais a frente, havia um velho em frente a um altar. - que merda é essa? - eu o questionei. Ele nada disse. Quando chegamos até o velho, ele me olhou de cima a baixo. E respirou fundo. - me dê sua mão. - ele disse para mim, eu me afastei. Daikan me fitou. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas fiz o que ele pediu. Ele espetou meu dedo, derramando um pouco de sangue em uma espécie de caldeirão. Um cheiro estranho subiu, o velho encarou Daikan. - ela tem a essência. - Daikan abaixou a cabeça. - do que ele tá falando? - ele nada disse. - Daikan? - ele continuo quieto. Furiosa eu joguei as mãos para o alto. - ótimo, Dane-se! - eu fui rumando até a porta. - você tem a essência alfa em seu sangue. - o velho disse. Eu paralisei de imediato. - o... o que? - Daikan a trouxe até aqui, porquê ele quer que você retire isso do seu sangue. Que renunciei sua essência alfa. - eu me virei para eles, me corpo inteiro estava paralisado. Eu não conseguia acreditar que eu... Era uma alfa.Eu me mantive onde estava, enquanto tentava pôr as ideias no lugar. Aquilo parecia impossível. Daikan me fitou, e lentamente tentou se aproximar. Mas eu me afastei ainda mais. - não chega perto. - Mallena... - NÃO CHEGA PERTO! - senti meu coração acelerar. Ele se manteve onde estava, e o velho me encarou de cima a baixo. - isso que você disse... É verdade? - questionei ao velho. - sim. - não... E... E como isso é possível eu... - sua família tem linhagem alfa, mas ela foi ocultada, por precaução. - "precaução"? - eu questionei sentindo meu corpo tremer. - sim. - QUE MERDA DE PRECAUÇÃO É ESSA? VOCÊS ESCONDERAM A MINHA LINHAGEM, A MINHA ORIGEM! - eu sentia que algo estava prestes a explodir dentro de mim. Daikan ergueu o rosto para mim. - é complicado explicar agora Mallena, mas você precisa renunciar isso! Precisa deixar... - renunciar? - eu rumei até ele furiosa. - VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO SEU MERDA! - gritei em seu rosto, mas ele não se moveu. - isso dentro de você
Eu estava furiosa e todo o meu ser tremia e parecia se incendiar dentro de mim, enquanto eu rumava em direção a floresta. - MALLENA PARE. - ele rugiu atrás de mim, mas eu não parei. Qualquer outro lupino, teria parado. Ele era o alfa, pelo menos era o que pensava antes. Eu "devia" minha obediência a ele. - eu não irei falar novamente, Mallena. - continuei andando até chegar na estrada. Ouvi seu carro, mas não parei. Rapidamente ele passou por mim e parou o carro mais a frente, impedindo minha passagem. Ele saiu do carro furioso, seus olhos âmbar estavam vermelhos de fúria. Eu parei. - você irá voltar até lá e... - não ouviu o que eu falei? Eu não obedeço você, merda nenhuma! Seu bastardo desgraçado. - ele me fitou, estávamos ofegantes. - Mallena você não entende o que está em jogo aqui. - eu ri com escárnio. - é claro, não entendo como o macho supremo fica furioso por não ser o mais importante. - ele se aproximou um pouco mais. E eu dei alguns passos para trás. - lhe dou uma
A viagem foi rápida, quando menos esperei já havíamos chegado na mansão. - prontinho, minha senhora. Kyle disse com deboche, eu o encarei sem muita astúcia e desci do carro. A mansão parecia escura, silenciosa. Eu sentia medo do que poderia estar me esperando do outro lado. - quer que eu segure sua mão, para entrarmos? - vai se ferrar. - ele riu e se aproximou. - qual é, está com medo de Daikan? - não fale comigo como se fosse meu amigo. - ele cruzou os braços. - não, não sou seu amigo. Mas você é a amante do meu alfa, e... Particularmente eu não tenho nada contra você.Eu o fitei. Eu não confiava em Kyle, e nem queria fazer tal coisa. ele era o beta de Daikan, mas ao olhar para ele assim... Algo como uma ideia, acendeu em minha cabeça. - não sei se posso dizer o mesmo de você. - seus lábios se curvaram levemente para cima. - você pode descobrir. - eu o fitei. - talvez. - é melhor entrarmos, fiquei o dia inteiro com sua irmã. E sinceramente... Acho que só você pode acalmar
Levantei tarde naquela manhã, não havia conseguido dormir bem após aquele momento tão... Estranho com Daikan. Mas decidi que não ficaria trancada no quarto, logo me propus a descer até o salão de jantar. Não havia ninguém, apenas muita comida na mesa. Meu estômago roncou, eu pisquei algumas vezes. Avistei uma das serventes e logo me aproximei. - onde está Daikan? - o alfa está treinando. - eu revirei os olhos "alfa" ah se ela soubesse. Apenas assenti e parti em sua procura, ele estava no jardim ao lado da casa. Dentro de um grande ringue de treino, junto de Kyle. Os dois estavam sem camiseta, exibindo os belos... Os corpos esculpidos de lupinos. Daikan era extremamente veloz, assim como Kyle. Mas ele não tinha toda a praticidade de Daikan, aquilo era surreal. Me odiei por ter achado incrível, os dois estavam suando. Não pude deixar de olhar para as gotas de suor que desciam pelo peitoral de Daikan, indo até sua calça. Parei rapidamente, logo ele parou e me encarou. Que merda ele sen
Me tranquei no meu quarto, e fiquei deitada em posição fetal na cama. Não queria sair, não queria me mover. Apenas ficar ali sozinha, e repensar se o que eu estava fazendo era mesmo uma boa decisão. Ouvi batidas na porta. - VAI EMBORA! - afundei a cabeça no travesseiro, quando então ouvi a maçaneta se mexendo e quando me dei conta, ele estava entrando no quarto. Eu engoli em seco sobressaltada. - o que pensa que está fazendo? - esse ainda é o meu quarto. - eu quero ficar sozinha. - sinto muito, mas não posso fazer isso. - disse já tirando sua camiseta, eu engoli em seco. - você não sabe ficar vestido seu boçal? - ele sorriu cheio de malícia. - te deixa nervosa? - me deixe enjoada. - não é o que parece. - eu dei de ombros. - saia daqui! - esse é o nosso quarto, caso tenha esquecido... Você é minha fêmea. - meu corpo idiota de lupino estremeceu, desviei o olhar. Ele ficou parado me encarando por alguns instantes. - você passou o dia nesse maldito quarto, e não comeu nada.
Pus um vestido qualquer, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e decidi que estava pronta para sair daquele casarão. Fui até Kyle, que ainda estava parado ao lado da porta do quarto da minha irmã. - gostaria de dar uma volta. - não será possível. - franzi o cenho. - Daikan deixou claro que eu poderia sair se fosse acompanhada, pois bem. Venha comigo. - estou vigiando sua irmã. - ela não vai a lugar algum. - sussurrei meio decepcionada. Ele me fitou. - ela pode tentar fugir. - acredite em mim Kyle, ela não vai fazer nada disso. - não sei se confiar em você é uma boa ideia. - revirei os olhos, como esses machos eram cansativos. - apenas... Venha comigo dar uma volta por aí, eu estou farta de ficar aqui. Só uma olhada na cidade e depois voltamos, eu prometo. - seus olhos amarelos ficaram em mim por alguns instantes, eu queria muito saber o que se passava na cabeça daquele macho. Ele não disse nada, apenas saiu do lado de sua porta e seguiu em direção às escadas, comigo ao s
A mansão de Daikan estava sendo preparada para o tal baile que ele havia comentado antes. Para cada canto que eu olhava, haviam criadas andando apressadas com algo nas mãos. Kyle ainda estava ao meu lado, o macho não havia dito mais nenhuma palavra depois daquela nossa conversa. Me aproximei dele um pouco mais. - quem virá a esse baile? - todos os lupinos importantes da cidade. - e quanto aos outros lupinos? - haverão outras festas para eles. - eu franzi o cenho. - por quê exatamente essa divisão? - Kyle lentamente se voltou para mim, e me fitou de cima a baixo. - você pergunta demais. - ri com escárnio e joguei as mãos para o alto. - a partir de agora minha boca é um túmulo. - assim espero. - disse rosnando enquanto saía e me deixava sozinha. Aquela informação com certeza plantou uma pequena ideia em minha mente. Assim que entrei no quarto, avistei ele de frente para o espelho, enquanto o uma fêmea tirava as medidas de seu terno. Olhei para a cama, e vi vários vestidos. -
Demorou apenas alguns minutos, Rosale tinha aos mãos mais rápidas que eu já havia visto em minha vida. Me olhei no espelho, pela primeira vez em muito tempo, me senti bela. Extremamente bela. O vestido dourado havia dado um contraste deslumbrante a minha pele. - essa cor... Ficou perfeita. - Daikan pediu pensando em você. - me voltei para ela de imediato. - o que? - ele me questionou qual seria a melhor cor em contraste com você, lhe dei a melhor opção e ele escolheu. Senti uma coisa estranha. - esse macho infeliz pensa em tudo mesmo. - murmurei. - o que disse? - seu trabalho é impecável Rosale. - ela sorriu e logo se afastou, me admirei no espelho por mais alguns instantes. Até que me voltei para ela. - você conhece o tipo de pessoa que vai estar nesse baile? - machos e fêmeas que adoram uma boa bebedeira e aproveitação. - ergui uma sobrancelha, era um ótimo momento para jogar uma carta. - ouvi falar que muitos deles não gostam de Daikan, é verdade? - o alfa não é muito q