Eu estava em seus braços, ele me segurava com força. Enquanto nós atravessavámos pelo portal.
Faziam anos que eu não via a cidade lupina, e ao pôr meus pés naquele chão meu corpo inteiro parecia se renovar. O vi sorrir levemente. - o mundo lá fora não é para nós Mallena, você é metade lupino e ainda sim... Insistia em se manter longe de sua terra. - me mantive calada. Logo o portal atrás de nós de fechou, e ele me soltou lentamente. Encarei a floresta ao nosso redor, e estremeci um pouco. Estava frio, e eu estava sem a blusa. Senti ele colocando algo em meus ombros, e logo descobri ser sua camiseta. O encarei rapidamente, agora ele estava com o peitoral exposto. E eu não pude deixar de olhar. Ele havia... Crescido. - não preciso disso! - eu disse entregando a camiseta para ele. - não preciso dessa sua... Seja lá o que for, estou bem como estou. - ele abriu um sorriso malicioso. - por mais que eu goste do que estou vendo... - ele disse olhando para meus seios, eu logo os cobri. E ele sorriu novamente, mas dessa vez era sincero. - eu não quero que você fique resfriada, ou doente! Não tão perto da nossa união, então... Use isto agora. - eu sorri de forma irónica. - me obrigue. - disse o desafiando, ele veio até mim. Não havia malícia em seu olhar, apenas... Algo estranho. Seus malditos olhos âmbar, brilharam de repente. Ele foi vindo em minha direção, e eu fui me afastando. Ele me prendeu contra uma árvore. Minha respiração ficou rápida, meu sangue ferveu. Por algum maldito motivo idiota, meus pêlos arrepiaram. - se afasta de mim agora! - mas ele se manteve aonde estava. Lentamente ele tocou meu cabelo. - não tem ideia do que... Sua mera presença, seu... Maldito cheiro! Faz comigo Mallena. - ele cheirou meu pescoço, eu me encolhi. - aí estão vocês! - alguém falou atrás de nós. Ele se virou bruscamente, se afastando de mim e me deixando respirar finalmente. - podemos ir, Daikan? - seu beta perguntou para ele. Daikan me encarou de cima a baixo. - vista essa m*****a camiseta, o caminho será longo. - mas eu joguei a camiseta no chão. Uma veia saltou de sua testa, mas então ele se aproximou novamente. - se não pôr essa m*****a camiseta, eu vou torturar sua irmã... Da pior forma possível. - tentei lhe dar um tapa, mas ele segurou minha mão. Eu me desvencilhei. Eu me abaixei lentamente e peguei a camiseta, a vesti rapidamente. O encarei furiosa. - quer que beije seus pés também? - tem outras coisas que eu gostaria que você beijasse, mas não agora. - ouvi o beta sorrindo. Eu só queria socar ele. - vamos lá, enfim podemos ir. - ele disse puxando minha mão. **** Andamos um pouco, e enfim chegamos ao centro da cidade lupina. Era tão bonita, não era como eu estava esperando, era brilhante. Haviam alguns lupinos ainda nas ruas, alguns me encaravam de forma estranha. Mas eu não me importava. Logo chegamos até a casa Daikan, era uma enorme mansão no meio da cidade. Ao adentrar, Verônica veio correndo em minha direção, eu a abracei forte checando como ela estava. - você está bem? Eu... Eu senti tanto medo. - ela disse entre lágrimas, eu sorri a abraçando. - eu estou bem, eu... Eu tô bem e você? Eles fizeram algo com você? - escutei Daikan murmurando, mas não lhe dei ouvidos. - eles não fizeram nada, eu tô bem. - a abracei novamente. Daikan logo se aproximou. - é melhor comerem algo e depois você vai dormir, a união será cedo amanhã. - ele logo foi se afastando, mas eu me aproximei. - eu não... - vamos mesmo começar com isso novamente Mallena? - eu me sobressaltei. - por quê você quer se casar comigo? Existem tantas outras qualificadas! Me deixe ir embora com a Verônica, me deixe viver! Eu... Eu não quero ser sua amante ou seja lá o que você quer que eu seja! Me deixe ir embora, você quer mesmo viver com uma mulher que não ama você? - ele me encarou e havia uma espécie de tristeza em seus olhos, mas eu não acreditava naquilo. - não se trata apenas disto! Você sabe Mallena! - Então se trata do quê? - eu fui para cima dele. Mas ele não recuou. - você é minha amante! Não podemos ficar separados! - eu ri sem felicidade. - isto não é uma m*****a regra, muitos lupinos não vivem com seus amantes, vivem com outros! Isso é apenas uma m*****a tradição. - mas ele se manteve quieto. Eu bati em seu ombro. Seu beta quis se aproximar, mas ele não deixou. - é complicado para você eu sei... - NÃO É COMPLICADO! ME DEIXE IR! - EU NÃO POSSO! NÃO POSSO MALLENA. - meu lado lupino, recuou ao ouvir ele gritar. Me senti uma imbecil nesse momento. Ele tentou se aproximar, mas eu me afastei. Ele respirou fundo. - acredite Mallena, eu não queria isto também! Uma fêmea que não me ama, que talvez nunca... - talvez não, eu nunca! Vou amar você! Nunca! Seu maldito bastardo. Essa sua conversa, não me engana. - lhe encarei com o mais sincero desprezo. Ele parou instantaneamente e então sorriu. - quer que eu seja o monstro que você fantasia? Pois bem... Kyle, leve Verônica até o quarto azul! A prenda lá. E leve Mallena para o quarto vermelho! Prenda ela lá até o casamento. - ele logo se virou, indo embora. Eu gritei para ele. Mas ele não parou, Kily me ergueu do chão com extrema força e me levou até o quarto vermelho, mesmo eu tentando me soltar ele era forte demais. - EU VOU TE MATAR, DAIKAN SEU DESGRAÇADO. **** No dia seguinte, mesmo tentando fugir eu não consegui. Várias serviçais entraram no quarto, e rumaram até mim. Eu tentei me soltar, mas elas eram muito fortes. As mulheres me banharam, e me aprontaram. Me colocaram dentro de um terrível vestido de noiva decotado. Eu só queria rasgar ele. Enfim eu estava pronta, me sentia uma presa indo para o abate. As mulheres me deixaram sozinha, furiosa eu me encarei no espelho. Sem nenhum controle de mim. Não sei o que aconteceu, mas uma fúria imensa tomou conta de mim. Eu rasguei a bata do vestido com os dentes, e arranquei as mangas. Me olhei no espelho, e por algum momento me senti... Viva. Kyle foi me buscar no quarto, ao ver o meu estado. Seus lábios se curvaram levemente para cima. Descemos as escadas, e chegamos até o jardim principal. Haviam inúmeras pessoas, e mais a frente ele estava parado me esperando. Não estava usando terno, apenas calças. E seu corpo estava marcado de vermelho, uma terrível tradição. Mas eu não consegui deixar de olhar. Ao chegar ao seu lado, ele abriu um sorriso... Estranho. - Mallena garyon, você... Filha da linhagem garyon! Aceita de bom grado e intensão ser a amante do alfa? - eu o encarei furiosa. Abri um enorme sorriso. - eu aceito de... "Bom grado" ancião. - o homem me encarou assustado. Mas Daikan continuava sorrindo. Logo ele fez a mesma pergunta para ele, e de forma lenta ele respondeu: - será um prazer aceitar Mallena, de bom grado e com a mais sincera vontade, ancião. - nos encaramos, e... Nossos olhos brilharam ao mesmo tempo. - que vocês sejam intensos, e poderosos juntos. - todos gritaram aprovando. O ancião furou nossos dedos, derramando um pouco de sangue. Eu bebi um pouco do sangue dele, e ele... Lentamente chupou meu dedo enquanto me encarava com aqueles olhos âmbar brilhando. - podem se unir. - o ancião gritou. Daikan me puxou para perto muito rápido, e pôs os lábios nos meus. Eu relutei, mas... Ele era mais forte. Então eu senti sua língua me reivindicando, e me entreguei lentamente. Quando nos afastamos, eu segurei em sua nuca e sussurrei: - irei transformar sua vida em um inferno. - ele apertou minha cintura e me encarou sorrindo. - mal posso esperar.cerimônia enfim acabou, e como parte da tradição Daikan me pegou pela cintura e me levou até o andar de cima. Para... "Oficializar" a união. Quando chegamos ao quarto, ele tentou me levar até a cama, mas eu me debati em seus braços e ele me pôs no chão. - era só esperar um pouco mais. - ele disse ironicamente. Eu lhe lancei um olhar cortante, ele rumou até a porta e trancou. Quando ele fez isso senti extremo medo, afinal... Eu não poderia fugir nem se quisesse. Ele se virou para mim, e começou a se aproximar. Eu fui me afastando até chegar próxima a parede. - eu vou rasgar suas tripas, se tentar algo. - eu disse sem medo, eu morreria mas não deixaria ele me tocar. Ele me olhou sorrindo e se afastou. - eu sou mesmo o monstro que você pensa, não é Mallenna?- bem... Você não tenta agir de maneira diferente. - ele se afastou de mim e cruzou os braços. - acho que você pode acabar se surpreendendo. - isso aconteceria se você me deixasse ir. - ele sorriu novamente. - sinto muito,
Quando acordei pela manhã, ele não estava no quarto. O procurei, mas ele realmente não estava ali. Aliviada, eu sentei na beirada da cama. E logo me pus de pé, fui até o guarda-roupas e procurei algo confortável, ou feio. Mas só tinham vestidos, ou calças muito apertadas. Encarei aquilo tudo, furiosa. Após procurar muito, encontrei um vestido preto na altura dos joelhos, e vesti. Prendi meu cabelo em uma trança.E logo em seguida rumei até a porta, estava aberta. Desconfiada eu saí lentamente. Rumei pelos corredores, mas parecia estar tudo vazio. Até que senti um puxão, algo dentro de mim... Me chamando até uma pequena sala a minha frente. Quando cheguei até lá, o encontrei sentado. Em uma mesa pequena, tomando café da manhã no meio do jardim. E quase saí de fininho. - bom dia... Querida. - eu o encarei rapidamente. Seus lábios se curvaram levemente para cima. - venha tomar café comigo. - quero ver minha irmã! - eu falei sem hesitar. Ele me fitou. - e verá, se tomar c
Eu me mantive onde estava, enquanto tentava pôr as ideias no lugar. Aquilo parecia impossível. Daikan me fitou, e lentamente tentou se aproximar. Mas eu me afastei ainda mais. - não chega perto. - Mallena... - NÃO CHEGA PERTO! - senti meu coração acelerar. Ele se manteve onde estava, e o velho me encarou de cima a baixo. - isso que você disse... É verdade? - questionei ao velho. - sim. - não... E... E como isso é possível eu... - sua família tem linhagem alfa, mas ela foi ocultada, por precaução. - "precaução"? - eu questionei sentindo meu corpo tremer. - sim. - QUE MERDA DE PRECAUÇÃO É ESSA? VOCÊS ESCONDERAM A MINHA LINHAGEM, A MINHA ORIGEM! - eu sentia que algo estava prestes a explodir dentro de mim. Daikan ergueu o rosto para mim. - é complicado explicar agora Mallena, mas você precisa renunciar isso! Precisa deixar... - renunciar? - eu rumei até ele furiosa. - VOCÊ SÓ PODE ESTAR BRINCANDO SEU MERDA! - gritei em seu rosto, mas ele não se moveu. - isso dentro de você
Eu estava furiosa e todo o meu ser tremia e parecia se incendiar dentro de mim, enquanto eu rumava em direção a floresta. - MALLENA PARE. - ele rugiu atrás de mim, mas eu não parei. Qualquer outro lupino, teria parado. Ele era o alfa, pelo menos era o que pensava antes. Eu "devia" minha obediência a ele. - eu não irei falar novamente, Mallena. - continuei andando até chegar na estrada. Ouvi seu carro, mas não parei. Rapidamente ele passou por mim e parou o carro mais a frente, impedindo minha passagem. Ele saiu do carro furioso, seus olhos âmbar estavam vermelhos de fúria. Eu parei. - você irá voltar até lá e... - não ouviu o que eu falei? Eu não obedeço você, merda nenhuma! Seu bastardo desgraçado. - ele me fitou, estávamos ofegantes. - Mallena você não entende o que está em jogo aqui. - eu ri com escárnio. - é claro, não entendo como o macho supremo fica furioso por não ser o mais importante. - ele se aproximou um pouco mais. E eu dei alguns passos para trás. - lhe dou uma
A viagem foi rápida, quando menos esperei já havíamos chegado na mansão. - prontinho, minha senhora. Kyle disse com deboche, eu o encarei sem muita astúcia e desci do carro. A mansão parecia escura, silenciosa. Eu sentia medo do que poderia estar me esperando do outro lado. - quer que eu segure sua mão, para entrarmos? - vai se ferrar. - ele riu e se aproximou. - qual é, está com medo de Daikan? - não fale comigo como se fosse meu amigo. - ele cruzou os braços. - não, não sou seu amigo. Mas você é a amante do meu alfa, e... Particularmente eu não tenho nada contra você.Eu o fitei. Eu não confiava em Kyle, e nem queria fazer tal coisa. ele era o beta de Daikan, mas ao olhar para ele assim... Algo como uma ideia, acendeu em minha cabeça. - não sei se posso dizer o mesmo de você. - seus lábios se curvaram levemente para cima. - você pode descobrir. - eu o fitei. - talvez. - é melhor entrarmos, fiquei o dia inteiro com sua irmã. E sinceramente... Acho que só você pode acalmar
Levantei tarde naquela manhã, não havia conseguido dormir bem após aquele momento tão... Estranho com Daikan. Mas decidi que não ficaria trancada no quarto, logo me propus a descer até o salão de jantar. Não havia ninguém, apenas muita comida na mesa. Meu estômago roncou, eu pisquei algumas vezes. Avistei uma das serventes e logo me aproximei. - onde está Daikan? - o alfa está treinando. - eu revirei os olhos "alfa" ah se ela soubesse. Apenas assenti e parti em sua procura, ele estava no jardim ao lado da casa. Dentro de um grande ringue de treino, junto de Kyle. Os dois estavam sem camiseta, exibindo os belos... Os corpos esculpidos de lupinos. Daikan era extremamente veloz, assim como Kyle. Mas ele não tinha toda a praticidade de Daikan, aquilo era surreal. Me odiei por ter achado incrível, os dois estavam suando. Não pude deixar de olhar para as gotas de suor que desciam pelo peitoral de Daikan, indo até sua calça. Parei rapidamente, logo ele parou e me encarou. Que merda ele sen
Me tranquei no meu quarto, e fiquei deitada em posição fetal na cama. Não queria sair, não queria me mover. Apenas ficar ali sozinha, e repensar se o que eu estava fazendo era mesmo uma boa decisão. Ouvi batidas na porta. - VAI EMBORA! - afundei a cabeça no travesseiro, quando então ouvi a maçaneta se mexendo e quando me dei conta, ele estava entrando no quarto. Eu engoli em seco sobressaltada. - o que pensa que está fazendo? - esse ainda é o meu quarto. - eu quero ficar sozinha. - sinto muito, mas não posso fazer isso. - disse já tirando sua camiseta, eu engoli em seco. - você não sabe ficar vestido seu boçal? - ele sorriu cheio de malícia. - te deixa nervosa? - me deixe enjoada. - não é o que parece. - eu dei de ombros. - saia daqui! - esse é o nosso quarto, caso tenha esquecido... Você é minha fêmea. - meu corpo idiota de lupino estremeceu, desviei o olhar. Ele ficou parado me encarando por alguns instantes. - você passou o dia nesse maldito quarto, e não comeu nada.
Pus um vestido qualquer, prendi meus cabelos em um rabo de cavalo e decidi que estava pronta para sair daquele casarão. Fui até Kyle, que ainda estava parado ao lado da porta do quarto da minha irmã. - gostaria de dar uma volta. - não será possível. - franzi o cenho. - Daikan deixou claro que eu poderia sair se fosse acompanhada, pois bem. Venha comigo. - estou vigiando sua irmã. - ela não vai a lugar algum. - sussurrei meio decepcionada. Ele me fitou. - ela pode tentar fugir. - acredite em mim Kyle, ela não vai fazer nada disso. - não sei se confiar em você é uma boa ideia. - revirei os olhos, como esses machos eram cansativos. - apenas... Venha comigo dar uma volta por aí, eu estou farta de ficar aqui. Só uma olhada na cidade e depois voltamos, eu prometo. - seus olhos amarelos ficaram em mim por alguns instantes, eu queria muito saber o que se passava na cabeça daquele macho. Ele não disse nada, apenas saiu do lado de sua porta e seguiu em direção às escadas, comigo ao s