Demi se assustou e começou a chorar, os soluços ecoando pelo ambiente. Jenner levou as mãos à boca, os olhos arregalados, antes de se afundar no peito de Taylor, que a segurou firme. Deric, sem hesitar, foi até Demi e a envolveu em um abraço protetor.
Clarck demorou alguns segundos para reagir, como se seu cérebro ainda estivesse processando o que acabara de acontecer. Quando, finalmente, a ficha caiu, ele saiu correndo e empurrou Justin para o lado, desesperado para chegar até Rhany. — Meu amor... — disse ele, a voz embargada, o choro já tomando conta. Ele se ajoelhou ao lado dela, as mãos tremendo ao tocar o ferimento. — Não, não, não... — Ei... relaxa... — falou Rhany com a voz fraca, mas um pequeno sorriso se formou em seus lábios. — Eu sabia que isso podia acontecer... na verdade, até estou um pouco decepcionada pela demora. — Não fale, Rhany — Clarck implorava, as lágrimas escorrendo sem controle. — Alguém chama uma ambulância, agora! — Lembra daquela música... — gemeu ela, forçando um sorriso, antes de continuar. — "She love me because I'm denguereus..." Clarck piscou algumas vezes, tentando conter o choro, até que, lentamente, um sorriso surgiu em seu rosto. — Lembro — respondeu, enxugando as lágrimas, enquanto repetia a frase com a voz entrecortada. — "Ela me ama porque eu sou perigoso." Naquele momento, entendi o que eles estavam fazendo. Uma vez, Taylor perguntou a Rita o que ela tinha visto no Clarck, e ela respondeu que amava o perigo, que isso era o que a atraía nele. Foi quando Chris completou: "Ela me ama porque eu sou perigoso." Desde então, era uma piada interna entre eles. — Justin, ligue para uma ambulância! — ordenou Clarck, o tom carregado de urgência. — Pra já, chefe! — respondeu Justin, já tirando o celular do bolso. — Taylor, você e Deric reúnam uma equipe e vasculhem cada canto de El Portal atrás deles! — continuou Clarck, o olhar sério e decidido. — Okay — respondeu Taylor, já se movimentando. — Mas e a Kylie e a Demi? — perguntou Taylor, preocupado. — Deixa que eu as levo para casa — disse Justin, desligando o celular. — A ambulância está a caminho. — Depois de deixá-las, contate o Zacchi. Vamos precisar dele. E você... — Clarck olhou diretamente para mim, os olhos carregados de confiança e medo. — Não pare de pressionar o ferimento. Assenti, as mãos firmes sobre o sangramento de Rhany, embora meus próprios dedos tremessem. Deric já estava ao telefone, convocando alguns dos nossos homens. Justin saiu rapidamente para tirar o carro da garagem e voltou logo em seguida, pronto para levar as meninas. Demi se aproximou de Deric, segurando o braço dele com força e sussurrando algo que não consegui ouvir direito. — Toma cuidado — ela repetiu, dessa vez mais alto, os olhos marejados de preocupação. — Pode deixar — respondeu Deric, antes de abraçá-la e dar um beijo em sua testa. Jenner ainda estava afundada no peito de Taylor, os soluços abafados. Ele segurou seu rosto com delicadeza, tentando acalmá-la. — Olha, vai ficar tudo bem. Ela vai ficar boa logo — disse ele, antes de dar um selinho nela. Era óbvio o quanto Kylie estava abalada. Ela e Rhany eram praticamente inseparáveis. Tiravam fotos juntas, faziam compras, e passavam horas na casa uma da outra. Eu gostava de Rhany, de verdade, mas aquele tipo de amizade cheia de mimi não era para mim. Eu era mais próxima da Demi. Ela era diferente, mais parecida comigo, até já tinha começado a treinar comigo há algum tempo. Se eu não soubesse o quanto Demi tinha a perder, eu a indicaria sem hesitar para ser uma de nós. Mas essa vida que levamos não era para qualquer um. O mais próximo de felicidade que conhecemos é quando nossos inimigos estão caídos no chão. POV Deric Fala, pessoas, eu sou Deric, um dos membros da Team OHB. Assim como Taylor, sou um dos caras que fazem o trabalho sujo. Pra ser mais claro, Clarck manda e eu executo. Sobre os últimos seis meses, eu diria que foi como uma bola de neve: um erro levando a outro, que levava a outro, e assim por diante, até sair completamente do controle do Clarck. Zacchi disse que esses últimos seis meses foram um erro. Pra ser honesto, eu discordo totalmente. Mano, eu nunca tive tanto tempo livre, e com isso, quero dizer que eu aproveitei cada segundo ao lado da garota mais incrível que já conheci. Sim, estou falando da Demi. Assim como Selena, pra mim, esses últimos seis meses foram os melhores da minha vida. Cada momento que passei com ela só me fez descobrir mais e mais o quão incrível ela é. E é por isso que eu digo, sem medo de errar: se esses meses foram um erro, então eu adoraria cometer esse erro de novo. Mas não seria isso amar? Amar não é errar? Quando nos apaixonamos, não nos tornamos estúpidos? Porque, mano, eu sou um estúpido. Sim, um estúpido apaixonado pela criatura mais doce e incrível do mundo. Então, se isso for um erro, mano, eu quero errar mais. Eu preciso errar mais.POV Deric Mano, eu me lembro daquela noite como se fosse ontem. É impossível esquecer. Foi uma daquelas noites que deixam marcas profundas, aquelas que você carrega como uma cicatriz invisível para o resto da vida. Era madrugada, e ninguém esperava o que estava prestes a acontecer. A gente estava na casa do Clarck, naquela mansão em El Portal. Era uma construção imponente, com suas paredes brancas de concreto, janelas amplas que refletiam a luz da lua, e um enorme portão de ferro que nos separava do caos lá fora. A sala de estar tinha aquele ar de luxo casual, sofás de couro preto, uma lareira apagada e uma mesa de vidro repleta de garrafas de whisky, cigarros e cartas de baralho espalhadas. Tudo parecia tão normal naquela noite, tão… tranquilo. Eu estava sentado em um dos sofás, observando o Clarck. Ele andava de um lado para o outro com o celular na mão, a expressão tensa, o maxilar travado. Aquele silêncio pesado no ambiente já dizia tudo. Algo estava para acontecer. Algo gra
Não demorou muito para Taylor chegar. Como eu já esperava, ele também não tinha encontrado sinal deles. Aquilo estava começando a me deixar inquieto. Eles haviam sumido sem deixar uma única pista, sem pegadas, sem rastro de pneus ou qualquer coisa que indicasse como haviam escapado. Era como se o chão os tivesse engolido. — Nada? — perguntei, me apoiando na lateral do carro enquanto Taylor saía do veículo. — Nem uma sombra — respondeu ele, jogando as mãos para o alto, frustrado. — Vasculhei os becos, o morro, até aquela praça perto da rodovia. Nada. Suspirei, esfregando o rosto com as mãos. — Isso não faz sentido, Taylor. Ninguém desaparece assim. Eles não podiam simplesmente... evaporar. Taylor assentiu, puxando o celular do bolso. — Então, qual é o plano? Lembrei das palavras de Selena e expliquei: — Vamos deixar as equipes continuarem as buscas. Qualquer coisa, por menor que seja, qualquer pista, eles nos ligam. Enquanto isso, nós vamos para o hospital. Chris está l
Justin narrando Meu nome é Justin, e sou o outro sniper da equipe. O que tenho a dizer sobre os últimos seis meses é bem simples: "O que passou, passou. Não tem como voltar atrás." Eu sei, parece frio, mas essa é a verdade. O ditado popular já diz tudo: "Não chore o leite derramado." Esse papo de que os últimos meses foram um erro ou não... não vai mudar nada. Não dá pra desfazer o que já foi feito, não dá pra voltar no tempo e consertar se foi mesmo um erro. E como eu disse: se foi um erro. Estamos na base improvisada da equipe, uma sala no subsolo da casa de Clarck. As paredes de concreto aparentes, sem pintura, davam ao ambiente um ar frio e funcional. Na mesa de centro, mapas, tablets e arquivos estavam espalhados. O som distante de gotas pingando do sistema de encanamento completava o silêncio tenso que pairava no ar. Uma única lâmpada no teto iluminava o local, projetando sombras longas e distorcidas. Apoiado na parede, com meu rifle de precisão desmontado em uma maleta a
A sala de espera do hospital estava quase vazia, exceto por nós. As luzes fluorescentes davam um tom frio ao ambiente, e o som de passos apressados de médicos e enfermeiros ecoava pelos corredores. O cheiro de desinfetante era forte, e os sofás de vinil azul pareciam mais desconfortáveis do que nunca. Clarck estava em pé, encostado na parede perto da janela, com os braços cruzados e o olhar perdido. Selena estava sentada ao meu lado, mordendo o lábio inferior enquanto mexia em uma revista velha que claramente não tinha sua atenção. Taylor estava do outro lado da sala, batucando os dedos no braço da poltrona, impaciente. Deric estava em pé, apoiado na moldura da porta, observando tudo em silêncio. Selena finalmente quebrou o silêncio, sua voz baixa e hesitante: — O que vamos fazer agora? Clarck ergueu o olhar, sério, mas sem se mover da posição. — Não ficou claro? Selena franziu a testa, claramente confusa. — Não ficou. — O chefe da polícia de Miami acabou de ordenar que
Zacchi Narrando Desde a última vez que nos vimos, nossas vidas mudaram bastante. E, com isso, incluo todos nós – e, claro, Clarck. Mas com o decorrer dessa história, vocês vão entender melhor. Tenho algumas novidades para compartilhar, porque essa segunda parte é diferente de tudo o que já vivemos: Temos novos personagens. Algumas pessoas já não fazem mais parte da nossa história. E, talvez o mais importante, temos uma nova vilã. Vamos começar pelos novos personagens. Três deles, vocês já conheceram no último capítulo da nossa história anterior: Primeiro, temos August, primo de Clarck. Ele sempre quis fazer parte da equipe, mas, como vocês sabem, nossa equipe já estava completa. Então, ele seguiu outro caminho e agora é um detetive famoso, daqueles que aparecem na TV resolvendo casos impossíveis. No dia 17 de janeiro de 2024, August apareceu no QG com algumas fotos e uma história preocupante. As fotos mostravam Kattlyn e Steve no antigo prédio da MZT, e ele contou que e
POV Taylor – É aqui? – perguntei, olhando ao redor do ambiente. – Deixa de ser idiota, Taylor – respondeu Zacchi com um olhar irritado enquanto ajustava a câmera que carregava. – Idiota eu? – balancei a cabeça, cruzando os braços. – Para que mesmo você tá fazendo isso? – Para a posteridade – disse ele, do outro lado da lente. – Agora apenas conte sua versão da história. – Ok – suspirei. – Relaxa aí, mano. Olhei para a câmera e ajeitei o boné, tentando parecer mais sério do que realmente era. – E aí, galera? Eu sou o Taylor e, como todos já devem saber, faço parte do Team OHB. Eu sou tipo os braços da equipe – eu e o Deric, claro. Mas não tô aqui pra falar do Deric. É sobre a minha versão da nossa história. Então lá vai. Tudo começou na virada de 2023 pra 2024. Era véspera de Ano-Novo e estávamos todos na casa do Clarck. Depois daquele escândalo envolvendo a MZT, a cidade foi meio que obrigada a nos dar uma casa e uma boa quantia em dinheiro. – Boa quantia? – murmurei
POV Selena 01 De Janeiro De 2024 A atmosfera estava tensa, mas eu, encontrei um momento para me afastar do frenesi e refletir. Estava cercada por paredes de concreto, em um espaço que antes era uma sala de estar aconchegante, agora transformada em um quartel improvisado. As luzes fracas lançavam sombras dançantes ao redor, enquanto as vozes baixas dos meus companheiros preenchiam o ar carregado de ansiedade. O som do caos ainda ecoava em minha mente, mas eu precisava pensar em algo. Dias Atuais Oi pessoas, eu sou Selena, Selena Gomes. Eu sou uma das snippers da equipe, e o que tenho para dizer sobre tudo que está acontecendo é simples, mas vai deixar vocês um pouco chocados. Diferente de Zacchi e Taylor, eu não acho um erro os últimos 6 meses. Pelo contrário, eu confesso que eu estava gostando e que podia me acostumar muito fácil com uma vida como aquela. Agora, eu imagino que todos vocês devem estar confusos, mas eu disse que o que eu tinha para lhe dizer ia os deixar assim.