POV Selena
01 De Janeiro De 2024 A atmosfera estava tensa, mas eu, encontrei um momento para me afastar do frenesi e refletir. Estava cercada por paredes de concreto, em um espaço que antes era uma sala de estar aconchegante, agora transformada em um quartel improvisado. As luzes fracas lançavam sombras dançantes ao redor, enquanto as vozes baixas dos meus companheiros preenchiam o ar carregado de ansiedade. O som do caos ainda ecoava em minha mente, mas eu precisava pensar em algo. Dias Atuais Oi pessoas, eu sou Selena, Selena Gomes. Eu sou uma das snippers da equipe, e o que tenho para dizer sobre tudo que está acontecendo é simples, mas vai deixar vocês um pouco chocados. Diferente de Zacchi e Taylor, eu não acho um erro os últimos 6 meses. Pelo contrário, eu confesso que eu estava gostando e que podia me acostumar muito fácil com uma vida como aquela. Agora, eu imagino que todos vocês devem estar confusos, mas eu disse que o que eu tinha para lhe dizer ia os deixar assim. Vocês devem estar se perguntando o seguinte: — Como ela pode estar gostando dessa vida? Se foi ela que disse ao Justin que ela gostava de correr risco, que não imaginava sua vida sem a adrenalina? Que ela era louca e por isso fazia loucuras? Bom, eu vos respondo da seguinte forma: Isso foi em 2022, há dois anos atrás. Naquela época, eu não tinha o que tenho agora, naquela época eu não imaginava que tal coisa seria possível. Mas agora que eu sei, eu os digo que eu poderia me acostumar com uma vida assim, sem adrenalina, sem correr risco. Para todos, uma vida normal. Mas isso é meio que difícil. É difícil levar uma vida normal quando todo mundo te odeia e quer te matar, mas nós tentamos e conseguimos essa vida normal. Foram só 6 meses, mas foram os melhores seis meses da minha vida. Voltando à nossa história, que não é essa e, para ser sincera, duvido que um dia seja, não depois do maior erro que o nosso chefe cometeu. Foram 9 anos sem um deslize, mas como todos somos humanos, um dia ele iria errar. Mas não imaginava que seria um tão grande. Como eu disse, eu não via esses 6 meses como um erro, pois antes deles éramos apenas seis. Hoje, nós somos quase 6 mil. Sim, você não leu errado, quando nos estabelecemos em El Portal, "abrimos vagas para nossa equipe" e vieram pessoas do mundo inteiro para se juntar a nós. Hoje, somos 6 mil. Nós os treinamos assim como Chris nos treinou. Claro que ainda somos a equipe principal, tipo, ensinamos a eles tudo o que precisavam para serem parte desta equipe. Mas não tudo o que sabíamos, pois como disse Chris, isso era uma medida de segurança, caso eles se voltassem contra nós. Vocês estão vendo, a gente podia muito bem se aposentar. Tínhamos 6 mil homens bem treinados, estava tudo sobre controle, ou era isso que eu pensava. 01 de Janeiro de 2018 Quando os disparos cessaram, o silêncio que se seguiu foi pesado, como se o mundo tivesse parado. A tensão estava no ar, e nós continuávamos escondidos, cientes de que estávamos desarmados. Não havia nada que pudéssemos fazer se nos expuséssemos. Esperamos uns 20 minutos, tempo suficiente para o medo diminuir, mas não a apreensão. Finalmente, saímos da proteção improvisada. A frente da casa de Chris estava irreconhecível, completamente destruída. Cada canto parecia um campo de guerra: buracos de bala por toda parte, marcas do caos que havia se instalado. — Estão todos bem? — perguntou Clarck, com a voz carregada de preocupação, olhando ao redor enquanto observava os estragos. Seus olhos buscavam respostas em cada um de nós. Aos poucos, começamos a nos levantar, as pernas ainda trêmulas, como se o peso da situação estivesse nos alcançando. — Sim. — Respondi, minha voz falhando por um momento enquanto meus olhos se voltavam para Rita, que permanecia deitada, imóvel, como se o mundo tivesse deixado de girar para ela. — Eu também. — Justin respondeu, sua expressão tensa enquanto me observava ir até a garota. Taylor, que estava mais calmo que o resto, ajustou a roupa, analisando qualquer possível dano. — Tudo bem, sem furos. — Ele disse, tentando aliviar um pouco o clima, mas sem esconder a preocupação em sua voz. — Kylie, tudo bem? Kylie, que parecia assustada, apenas chorou em resposta, suas lágrimas misturadas ao suor frio que lhe cobria o rosto. Todos ali estávamos assustados. Até mesmo nós, que estávamos acostumados com situações extremas, não esperávamos por algo assim. — Vai ficar tudo bem, ok? — Ouvi Demi falar para Jenner, tentando passar alguma tranquilidade enquanto a abraçava forte. Enquanto isso, eu ainda olhava para Rhany, sem saber o que fazer. Sua expressão não dizia nada, mas eu sabia que ela estava apavorada. Isso me fez hesitar em me aproximar mais. — Amor? — Perguntou Demi, chamando a atenção de Deric que estava um pouco afastado. — Tô aqui. — Deric levantou a mão, com um sorriso forçado, como se tentar tranquilizar a todos fosse o mínimo que ele pudesse fazer. — Estou bem. Pode ficar tranquila. Eu então vi Justin se aproximando de mim. Ele estava tenso, mas tentava manter a calma, olhando fixamente para Rita. — Está tudo bem com ela? — Ele perguntou em voz baixa, mas a preocupação estava estampada em seu rosto.. — Acho que sim — respondi, mas minha própria hesitação traía a dúvida. Rita permanecia deitada, imóvel, o olhar perdido no nada. Clarck, ainda de pé no centro da sala, ergueu a voz para todos, tentando recuperar a compostura depois do ataque. — Se estamos todos bem, vamos descobrir quem fez isso e o fazer pagar — declarou com uma determinação fria, mas antes que pudesse dizer mais alguma coisa, um gemido baixo interrompeu o silêncio. Me virei rapidamente para Rhany. — Rhany, está tudo bem? — perguntei, minha voz falhando levemente. Mas ela não respondeu, apenas gemeu novamente, o som fraco e arrastado, como se custasse sair. — O que foi? — Justin se virou para mim, a urgência tomando conta dele. Mas eu não sabia o que responder. Continuei olhando para ela, tentando entender o que estava acontecendo, até que, finalmente, me abaixei completamente e a virei de lado para examiná-la. Foi então que vi. Meu coração disparou. — Justin... temos um problema — disse, tentando conter o tremor na voz. Senti um nó se formar na garganta enquanto o sangue começava a escorrer pela lateral do corpo de Rita. — O que foi? — Ele se agachou novamente, a expressão de pânico espelhando a minha. Quando viu o que eu via, seus olhos se arregalaram, e ele prendeu a respiração. — Clarck, temos um problema — disse, com um tom urgente e alarmante. Clarck se virou, ainda sem entender o que estava acontecendo. Ele passou os olhos pela sala, confuso, antes de responder: — Eu sei. Temos que descobrir quem fez isso, e não vai ser fácil — disse ele, ainda focado na situação geral, sem perceber o que estávamos tentando comunicar. — NÃÃÃO! — meu grito ecoou pela sala antes que eu pudesse conter. Um silêncio absoluto se fez. Todos pararam e olharam para mim. Justin levantou-se, dando espaço para que os outros vissem o que estava acontecendo. Eu me virei para os outros, com os olhos cheios de lágrimas, sentindo o peso do momento esmagar meu peito. E então, com a voz embargada, Justin anunciou o que ninguém queria ouvir: — A Rhany foi atingida. O mundo ao nosso redor pareceu desacelerar. O som de nossas respirações, o farfalhar das roupas, até os estalos ocasionais da madeira destruída pareciam distantes. Tudo estava em câmera lenta a partir daquele momento.Demi se assustou e começou a chorar, os soluços ecoando pelo ambiente. Jenner levou as mãos à boca, os olhos arregalados, antes de se afundar no peito de Taylor, que a segurou firme. Deric, sem hesitar, foi até Demi e a envolveu em um abraço protetor. Clarck demorou alguns segundos para reagir, como se seu cérebro ainda estivesse processando o que acabara de acontecer. Quando, finalmente, a ficha caiu, ele saiu correndo e empurrou Justin para o lado, desesperado para chegar até Rhany. — Meu amor... — disse ele, a voz embargada, o choro já tomando conta. Ele se ajoelhou ao lado dela, as mãos tremendo ao tocar o ferimento. — Não, não, não... — Ei... relaxa... — falou Rhany com a voz fraca, mas um pequeno sorriso se formou em seus lábios. — Eu sabia que isso podia acontecer... na verdade, até estou um pouco decepcionada pela demora. — Não fale, Rhany — Clarck implorava, as lágrimas escorrendo sem controle. — Alguém chama uma ambulância, agora! — Lembra daquela música... — gemeu
POV Deric Mano, eu me lembro daquela noite como se fosse ontem. É impossível esquecer. Foi uma daquelas noites que deixam marcas profundas, aquelas que você carrega como uma cicatriz invisível para o resto da vida. Era madrugada, e ninguém esperava o que estava prestes a acontecer. A gente estava na casa do Clarck, naquela mansão em El Portal. Era uma construção imponente, com suas paredes brancas de concreto, janelas amplas que refletiam a luz da lua, e um enorme portão de ferro que nos separava do caos lá fora. A sala de estar tinha aquele ar de luxo casual, sofás de couro preto, uma lareira apagada e uma mesa de vidro repleta de garrafas de whisky, cigarros e cartas de baralho espalhadas. Tudo parecia tão normal naquela noite, tão… tranquilo. Eu estava sentado em um dos sofás, observando o Clarck. Ele andava de um lado para o outro com o celular na mão, a expressão tensa, o maxilar travado. Aquele silêncio pesado no ambiente já dizia tudo. Algo estava para acontecer. Algo gra
Não demorou muito para Taylor chegar. Como eu já esperava, ele também não tinha encontrado sinal deles. Aquilo estava começando a me deixar inquieto. Eles haviam sumido sem deixar uma única pista, sem pegadas, sem rastro de pneus ou qualquer coisa que indicasse como haviam escapado. Era como se o chão os tivesse engolido. — Nada? — perguntei, me apoiando na lateral do carro enquanto Taylor saía do veículo. — Nem uma sombra — respondeu ele, jogando as mãos para o alto, frustrado. — Vasculhei os becos, o morro, até aquela praça perto da rodovia. Nada. Suspirei, esfregando o rosto com as mãos. — Isso não faz sentido, Taylor. Ninguém desaparece assim. Eles não podiam simplesmente... evaporar. Taylor assentiu, puxando o celular do bolso. — Então, qual é o plano? Lembrei das palavras de Selena e expliquei: — Vamos deixar as equipes continuarem as buscas. Qualquer coisa, por menor que seja, qualquer pista, eles nos ligam. Enquanto isso, nós vamos para o hospital. Chris está l
Justin narrando Meu nome é Justin, e sou o outro sniper da equipe. O que tenho a dizer sobre os últimos seis meses é bem simples: "O que passou, passou. Não tem como voltar atrás." Eu sei, parece frio, mas essa é a verdade. O ditado popular já diz tudo: "Não chore o leite derramado." Esse papo de que os últimos meses foram um erro ou não... não vai mudar nada. Não dá pra desfazer o que já foi feito, não dá pra voltar no tempo e consertar se foi mesmo um erro. E como eu disse: se foi um erro. Estamos na base improvisada da equipe, uma sala no subsolo da casa de Clarck. As paredes de concreto aparentes, sem pintura, davam ao ambiente um ar frio e funcional. Na mesa de centro, mapas, tablets e arquivos estavam espalhados. O som distante de gotas pingando do sistema de encanamento completava o silêncio tenso que pairava no ar. Uma única lâmpada no teto iluminava o local, projetando sombras longas e distorcidas. Apoiado na parede, com meu rifle de precisão desmontado em uma maleta a
A sala de espera do hospital estava quase vazia, exceto por nós. As luzes fluorescentes davam um tom frio ao ambiente, e o som de passos apressados de médicos e enfermeiros ecoava pelos corredores. O cheiro de desinfetante era forte, e os sofás de vinil azul pareciam mais desconfortáveis do que nunca. Clarck estava em pé, encostado na parede perto da janela, com os braços cruzados e o olhar perdido. Selena estava sentada ao meu lado, mordendo o lábio inferior enquanto mexia em uma revista velha que claramente não tinha sua atenção. Taylor estava do outro lado da sala, batucando os dedos no braço da poltrona, impaciente. Deric estava em pé, apoiado na moldura da porta, observando tudo em silêncio. Selena finalmente quebrou o silêncio, sua voz baixa e hesitante: — O que vamos fazer agora? Clarck ergueu o olhar, sério, mas sem se mover da posição. — Não ficou claro? Selena franziu a testa, claramente confusa. — Não ficou. — O chefe da polícia de Miami acabou de ordenar que
Zacchi Narrando Desde a última vez que nos vimos, nossas vidas mudaram bastante. E, com isso, incluo todos nós – e, claro, Clarck. Mas com o decorrer dessa história, vocês vão entender melhor. Tenho algumas novidades para compartilhar, porque essa segunda parte é diferente de tudo o que já vivemos: Temos novos personagens. Algumas pessoas já não fazem mais parte da nossa história. E, talvez o mais importante, temos uma nova vilã. Vamos começar pelos novos personagens. Três deles, vocês já conheceram no último capítulo da nossa história anterior: Primeiro, temos August, primo de Clarck. Ele sempre quis fazer parte da equipe, mas, como vocês sabem, nossa equipe já estava completa. Então, ele seguiu outro caminho e agora é um detetive famoso, daqueles que aparecem na TV resolvendo casos impossíveis. No dia 17 de janeiro de 2024, August apareceu no QG com algumas fotos e uma história preocupante. As fotos mostravam Kattlyn e Steve no antigo prédio da MZT, e ele contou que e
POV Taylor – É aqui? – perguntei, olhando ao redor do ambiente. – Deixa de ser idiota, Taylor – respondeu Zacchi com um olhar irritado enquanto ajustava a câmera que carregava. – Idiota eu? – balancei a cabeça, cruzando os braços. – Para que mesmo você tá fazendo isso? – Para a posteridade – disse ele, do outro lado da lente. – Agora apenas conte sua versão da história. – Ok – suspirei. – Relaxa aí, mano. Olhei para a câmera e ajeitei o boné, tentando parecer mais sério do que realmente era. – E aí, galera? Eu sou o Taylor e, como todos já devem saber, faço parte do Team OHB. Eu sou tipo os braços da equipe – eu e o Deric, claro. Mas não tô aqui pra falar do Deric. É sobre a minha versão da nossa história. Então lá vai. Tudo começou na virada de 2023 pra 2024. Era véspera de Ano-Novo e estávamos todos na casa do Clarck. Depois daquele escândalo envolvendo a MZT, a cidade foi meio que obrigada a nos dar uma casa e uma boa quantia em dinheiro. – Boa quantia? – murmurei