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Briga de cachorro grande

Não demorou muito para Taylor chegar. Como eu já esperava, ele também não tinha encontrado sinal deles. Aquilo estava começando a me deixar inquieto. Eles haviam sumido sem deixar uma única pista, sem pegadas, sem rastro de pneus ou qualquer coisa que indicasse como haviam escapado. Era como se o chão os tivesse engolido.

— Nada? — perguntei, me apoiando na lateral do carro enquanto Taylor saía do veículo.

— Nem uma sombra — respondeu ele, jogando as mãos para o alto, frustrado. — Vasculhei os becos, o morro, até aquela praça perto da rodovia. Nada.

Suspirei, esfregando o rosto com as mãos.

— Isso não faz sentido, Taylor. Ninguém desaparece assim. Eles não podiam simplesmente... evaporar.

Taylor assentiu, puxando o celular do bolso.

— Então, qual é o plano?

Lembrei das palavras de Selena e expliquei:

— Vamos deixar as equipes continuarem as buscas. Qualquer coisa, por menor que seja, qualquer pista, eles nos ligam. Enquanto isso, nós vamos para o hospital. Chris está lá, e precisamos decidir juntos o que fazer daqui para frente.

Taylor concordou com um aceno curto, seus olhos ainda vasculhando o horizonte como se esperasse encontrar algo. Informamos às equipes sobre a decisão e reforçamos que continuassem as buscas. Depois disso, entramos no carro e partimos rumo ao hospital.

No caminho, o silêncio reinava, interrompido apenas pelo som do motor e das ruas de El Portal ficando para trás. Era o tipo de silêncio que parecia aumentar o peso do que tínhamos nas mãos. Para quebrá-lo, aproveitei para pegar meu celular e ligar para Demi. Precisava saber como ela estava.

Ligação On

— Alô — disse Demi ao atender, a voz suave, mas carregada de ansiedade.

— Não deu nem tempo do celular tocar — falei, percebendo que ela atendeu no primeiro toque. Era como se ela estivesse esperando pela ligação.

— É que o celular estava perto de mim — respondeu a garota com uma risada nervosa. — E aí, como ela está?

— Bom, ainda não sabemos, estamos indo para o hospital agora — disse, tentando manter a calma, mas a tensão no meu tom era evidente.

— Hum — Demi murmurou, pensativa, uma pausa na voz.

— Como você está? — perguntei, querendo saber como ela estava lidando com tudo isso.

— Um pouco assustada — respondeu, a voz dela vacilando ligeiramente. — Mas tô bem. — Ela soltou um suspiro de alívio, a tensão ainda estava ali. — Alguma pista sobre quem fez isso ou do porquê?

— Estamos trabalhando nisso — respondi, e essa era a única coisa que eu podia dizer. Na verdade, era tudo o que eu tinha para falar naquele momento. O silêncio se instalou por alguns segundos.

— Então... — começou ela, mas logo senti a hesitação em sua voz.

— Eu vou desligar, Demi. Nos falamos em breve — falei, sentindo que o tempo não estava a nosso favor.

— Tá bom, Deric. Fica tranquilo, vai dar tudo certo. — Ela disse isso com um tom suave, tentando me dar uma sensação de alívio.

Ligação Off

Dias atuais

Bom, tudo começou quando chegamos no hospital. Deixei Taylor na recepção, ligando para Kylie, e fui direto ao encontro de Clarck e Selena. Quando cheguei até os dois, o médico já tinha acabado de passar e dado as notícias sobre Rhany. E foi aí que, como num jogo de xadrez, acabou a vez de quem nos atacou. Agora era a vez de Clarck mexer, e ele ia fazer uma jogada arriscada. Mas, se não fosse arriscada, não seria uma jogada feita pelo Clarck.

Mano, a poucas horas iria acontecer a maior chacina já vista em Miami, mas como eu disse, em tempos de guerra, temos que tomar decisões extremas se queremos voltar para casa. E a partir daí, tudo o que aconteceu foi apenas nós revidando na mesma moeda.

01 de Janeiro de 2018

— Cadê o Taylor? — perguntou Clarck assim que cheguei perto deles.

— Ficou na recepção ligando para Jenner — respondi.

— É verdade que não acharam nenhuma pista? — perguntou Clarck, calmo, diferente do cara que eu havia visto quando saímos da sua casa.

— Sim, eles desapareceram — falei, inconformado. Naquela hora, eu me senti como se tivesse falhado, como se tivesse deixado passar algo, mas eu não deixei. Eu olhei tudo. — Nenhuma pista, sem pegadas, rastros, nada... eles simplesmente evaporaram.

— Calma, eles não desapareceram, eles simplesmente não saíram, por isso não há pista, pegada ou rastro, porque eles ainda estão em El Portal — disse Clarck, ele disse tudo aquilo com uma calmaria no mundo ou era o que eu pensava naquela hora, porque hoje eu vejo aquilo como sangue frio.

— Isso explicaria o desaparecimento sem pista — comentou Selena, tentando acompanhar o raciocínio de Clarck. — Porque eles não desapareceram, mas você não está pensando em invadir a casa dos moradores, não está?

Dias atuais

Quando Clarck respondeu àquela pergunta, eu me liguei que estávamos em guerra e, depois do que ele falou que iria fazer, soube naquele exato momento que, a partir dali, agiríamos como a situação pedia.

Então, mesmo que Clarck tivesse intenção de evitar uma guerra, já era tarde demais. Mano, que Deus nos ajude, porque essa briga vai ser de cachorro grande.

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