Zacchi Narrando
Desde a última vez que nos vimos, nossas vidas mudaram bastante. E, com isso, incluo todos nós – e, claro, Clarck. Mas com o decorrer dessa história, vocês vão entender melhor. Tenho algumas novidades para compartilhar, porque essa segunda parte é diferente de tudo o que já vivemos: Temos novos personagens. Algumas pessoas já não fazem mais parte da nossa história. E, talvez o mais importante, temos uma nova vilã. Vamos começar pelos novos personagens. Três deles, vocês já conheceram no último capítulo da nossa história anterior: Primeiro, temos August, primo de Clarck. Ele sempre quis fazer parte da equipe, mas, como vocês sabem, nossa equipe já estava completa. Então, ele seguiu outro caminho e agora é um detetive famoso, daqueles que aparecem na TV resolvendo casos impossíveis. No dia 17 de janeiro de 2024, August apareceu no QG com algumas fotos e uma história preocupante. As fotos mostravam Kattlyn e Steve no antigo prédio da MZT, e ele contou que ela era a prefeita atual – sim, Kattlyn – ele disse algo que ouviu que nos deixou de alerta: "Clarck venceu a batalha, mas a guerra ainda está por vir." Vocês sabem qual é o problema dos finais felizes? É que eles não existem. Eles nos prendem em uma falsa sensação de segurança, uma ilusão de que tudo ficará bem. Por que estou dizendo isso? Porque, em outra ocasião, teríamos investigado e impedido qualquer ameaça. Mas estávamos presos na ideia do “final feliz”. Clarck acreditava que a luta tinha acabado, e nós não fizemos nada. Agora, sobre os outros dois novos personagens: Kattlyn, a nossa atual prefeita. Depois de tudo o que aconteceu com a MZT, o povo de Miami exigiu uma nova liderança, e Kattlyn venceu as eleições. Parece loucura, certo? Outra ex-namorada de Clarck, que o odeia, agora é prefeita. Não sei se é algo sobre Clarck, mas parece que todas as ex dele acabam enlouquecendo. E tem Steve, o chefe da segurança da cidade, nomeado por Kattlyn. E adivinhem? Eles estão juntos. Não apenas em termos de planos de vingança, mas também como um casal. Isso me intriga – Kattlyn, eu até entendo. Ela é ex de Clarck, então há ressentimentos. Mas Steve? Por que ele odeia Clarck? Vai entender. Por último, temos uma nova adição à nossa história: Rhany Olegário, mas ela não gosta do Olegário então é Rhany Ora. Por que esse sobrenome? Bom, segundo ela, é porque ela age no impulso, faz tudo “na hora” sem pensar. Engraçado? Não sei se eu diria engraçado... estranho, talvez. Mas quem sou eu para julgar? Ah, e tem mais: Rhany e Clarck estão juntos. Isso mesmo. Vocês não leram errado. O que nos leva à parte da história que mudou drasticamente. Alguns personagens já não fazem mais parte do nosso time. Thayla. Ela queria que Clarck largasse a vida com a equipe, que se aposentasse de vez. Ele prometeu que faria isso, por ela e por sua filhinha, Royalty. Mas o que ninguém sabia, nem ele, era que Clarck não sabia viver de outra forma. Ele tentou... e como tentou. Mas a verdade é que ele não conseguia ficar longe dessa vida. E então, tudo mudou. 30 de Novembro de 2023 POV Clarck Entrei no bar Golden Gopher depois de uma briga feia com Thayla. Pelo jeito que as coisas foram ditas, parecia o fim do nosso relacionamento. O motivo que me levou até ali? Talvez só beber, tentar afogar na bebida o peso do que aconteceu. O bar era iluminado por luzes amareladas, criando um ambiente meio melancólico, com música baixa ao fundo e o som ocasional de copos sendo colocados sobre o balcão de madeira polida. As poucas pessoas presentes pareciam estar presas em seus próprios mundos, conversando em tons baixos ou simplesmente olhando para seus copos. Flashback On — SEIS HORAS DA MANHÃ, CLARCK! — gritou Thayla, sua voz ecoando pela sala. — Eu estou esperando você a noite toda! — Não começa — respondi com a voz cansada, tentando manter a calma. — Eu estava trabalhando. — EU ESTOU FARTA DAS SUAS DESCULPAS! — rebateu ela, batendo a mão na mesa com força. — VAI SE FERRAR! — O que é isso agora? — perguntei, soltando um suspiro exasperado. — Você sabe que essa é a nossa vida, o nosso mundo. Você acha que eu posso ficar sentado aqui o dia inteiro? — VOCÊ JÁ TEM TUDO! — gritou ela, sua voz carregada de frustração. — A vida é como uma guerra, Thayla. — respondi, encarando-a. — Sempre haverá uma nova batalha. — EU NÃO AGUENTO MAIS! — gritou ela, as lágrimas começando a cair enquanto sua voz falhava. — Acabou, Clarck. Me dói, mas acabou. Eu fiquei em silêncio por alguns segundos, apenas observando enquanto ela virava as costas e subia as escadas. Flashback Off De volta ao presente, me sentei em um dos bancos de couro desgastado do balcão, deixando minha cabeça cair por um momento, tentando afastar os pensamentos que martelavam minha mente. O cheiro de madeira envelhecida e álcool pairava no ar, trazendo uma estranha sensação de nostalgia. Não demorou muito até que alguém aparecesse atrás do balcão. — O que você vai querer, bonitão? — perguntou a balconista, com um leve sorriso no rosto. Ela era jovem, com cabelos loiros presos em um rabo de cavalo e um avental preto sobre uma camiseta branca. Levantei o olhar, tentando não parecer tão derrotado quanto me sentia. — Um whisky duplo, por favor. — respondi, minha voz rouca de cansaço. Ela assentiu e rapidamente serviu a bebida, colocando o copo na minha frente com delicadeza. — Aqui está. — disse ela, antes de se afastar para atender outro cliente. Peguei o copo e virei a dose de uma vez, sentindo o líquido quente e amargo descer pela garganta. — Obrigado. — murmurei, mais para mim mesmo do que para ela. O silêncio ao meu redor parecia me engolir enquanto eu encarava o copo vazio, sem saber exatamente como seguir em frente. POV Rhany Cheguei em casa exausta, o corpo reclamando do dia intenso. Tomei um banho quente, deixando a água levar o peso acumulado. Vestindo algo casual, decidi que a noite precisava de um toque de esquecimento. O Golden Gopher sempre fora o lugar perfeito para isso. Um espaço onde luzes tênues e música suave criavam a atmosfera ideal para escapar da realidade. Assim que entrei, a figura animada de Kyra me recebeu com seu sorriso de sempre. — Rhany, carne nova no pedaço! — disse ela, inclinando-se no balcão, os olhos brilhando de curiosidade. — Oi para você também, Kyra! — respondi com um sorriso divertido, seguindo seu olhar para o rapaz sentado no bar. Ele tinha um ar misterioso, as mãos firmes segurando um copo de whisky, e um olhar distante que parecia carregar um peso difícil de decifrar. — E aí, o que achou? — perguntou Kyra, já sabendo a resposta. Dei uma olhada mais longa, analisando cada detalhe. — Definitivamente não é de se jogar fora. — Sorri, puxando uma cadeira. — Certo, vamos festejar. Kyra era mais que uma simples garçonete do Golden Gopher. Ela era minha melhor amiga e sabia exatamente o que eu precisava para me distrair. E hoje, claramente, era festejar com aquele homem misterioso que parecia tão perdido quanto eu. Pedi a ela uma dose dupla de whisky, mas com meu toque especial: um "doce" que prometia transformar minha mente em um redemoinho. Bebi metade, deixando o calor da bebida me aquecer, e sinalizei para que Kyra levasse a outra metade ao "acompanhante da noite". Kyra caminhou até ele, depositando o copo no balcão à sua frente. — Aqui, garotão. Um presente especial. — Sua voz carregava um tom despreocupado. O homem olhou para o copo, franzindo a testa. — Ei, não, não... Eu não quero mais nada. — Ele ergueu a mão, recusando. Kyra inclinou-se um pouco mais, interrompendo-o com seu habitual tom provocativo. — Relaxa, gatão. Não fui eu quem pagou. — Apontou em minha direção, e eu acenei casualmente, um sorriso sugestivo no rosto. Observei-o hesitar por um instante antes de erguer o copo em minha direção em um gesto de agradecimento. Sorri de volta, sentindo uma onda de satisfação. Ele tomou a bebida com um só gole, e eu fiz o mesmo com a minha, aproveitando o efeito crescente do "doce". Levantei-me, os passos decididos, e caminhei até ele. A mistura de álcool e substâncias começava a embaçar minha mente, mas naquele momento, nada parecia mais certo do que seguir em frente. Zacchi Narrando Dias Atuais E foi assim que Clarck conheceu Rhany, e também como nos despedimos definitivamente de Thayla, Katy e Leonardo. Eles agora seguem em histórias que não pertencem mais a este mundo, mas a outro, onde talvez tenham encontrado novos caminhos e respostas. Hoje, Clarck divide seu tempo com sua filha Royalty, que vem passar os fins de semana e feriados com ele em Miami. Sua mãe, Thayla, organiza tudo para que a pequena viaje com conforto. Sexta à noite, a menina chega com a avó paterna, passa dois dias intensos com o pai e volta segunda cedo, pronta para a rotina da escola. Mas como todos sabem, as histórias não terminam aqui. Na verdade, histórias nunca têm um fim. Elas mudam seus narradores, seus personagens, mas seguem, como correntes de um rio que nunca cessa. Talvez um filho, um neto, ou até um estranho continue a contar. Afinal, a vida é feita de histórias sem fim. Quero ver vocês na próxima parte. Porque, acreditem, isso foi só o começo.POV Taylor – É aqui? – perguntei, olhando ao redor do ambiente. – Deixa de ser idiota, Taylor – respondeu Zacchi com um olhar irritado enquanto ajustava a câmera que carregava. – Idiota eu? – balancei a cabeça, cruzando os braços. – Para que mesmo você tá fazendo isso? – Para a posteridade – disse ele, do outro lado da lente. – Agora apenas conte sua versão da história. – Ok – suspirei. – Relaxa aí, mano. Olhei para a câmera e ajeitei o boné, tentando parecer mais sério do que realmente era. – E aí, galera? Eu sou o Taylor e, como todos já devem saber, faço parte do Team OHB. Eu sou tipo os braços da equipe – eu e o Deric, claro. Mas não tô aqui pra falar do Deric. É sobre a minha versão da nossa história. Então lá vai. Tudo começou na virada de 2023 pra 2024. Era véspera de Ano-Novo e estávamos todos na casa do Clarck. Depois daquele escândalo envolvendo a MZT, a cidade foi meio que obrigada a nos dar uma casa e uma boa quantia em dinheiro. – Boa quantia? – murmurei
POV Selena 01 De Janeiro De 2024 A atmosfera estava tensa, mas eu, encontrei um momento para me afastar do frenesi e refletir. Estava cercada por paredes de concreto, em um espaço que antes era uma sala de estar aconchegante, agora transformada em um quartel improvisado. As luzes fracas lançavam sombras dançantes ao redor, enquanto as vozes baixas dos meus companheiros preenchiam o ar carregado de ansiedade. O som do caos ainda ecoava em minha mente, mas eu precisava pensar em algo. Dias Atuais Oi pessoas, eu sou Selena, Selena Gomes. Eu sou uma das snippers da equipe, e o que tenho para dizer sobre tudo que está acontecendo é simples, mas vai deixar vocês um pouco chocados. Diferente de Zacchi e Taylor, eu não acho um erro os últimos 6 meses. Pelo contrário, eu confesso que eu estava gostando e que podia me acostumar muito fácil com uma vida como aquela. Agora, eu imagino que todos vocês devem estar confusos, mas eu disse que o que eu tinha para lhe dizer ia os deixar assim.
Demi se assustou e começou a chorar, os soluços ecoando pelo ambiente. Jenner levou as mãos à boca, os olhos arregalados, antes de se afundar no peito de Taylor, que a segurou firme. Deric, sem hesitar, foi até Demi e a envolveu em um abraço protetor. Clarck demorou alguns segundos para reagir, como se seu cérebro ainda estivesse processando o que acabara de acontecer. Quando, finalmente, a ficha caiu, ele saiu correndo e empurrou Justin para o lado, desesperado para chegar até Rhany. — Meu amor... — disse ele, a voz embargada, o choro já tomando conta. Ele se ajoelhou ao lado dela, as mãos tremendo ao tocar o ferimento. — Não, não, não... — Ei... relaxa... — falou Rhany com a voz fraca, mas um pequeno sorriso se formou em seus lábios. — Eu sabia que isso podia acontecer... na verdade, até estou um pouco decepcionada pela demora. — Não fale, Rhany — Clarck implorava, as lágrimas escorrendo sem controle. — Alguém chama uma ambulância, agora! — Lembra daquela música... — gemeu
POV Deric Mano, eu me lembro daquela noite como se fosse ontem. É impossível esquecer. Foi uma daquelas noites que deixam marcas profundas, aquelas que você carrega como uma cicatriz invisível para o resto da vida. Era madrugada, e ninguém esperava o que estava prestes a acontecer. A gente estava na casa do Clarck, naquela mansão em El Portal. Era uma construção imponente, com suas paredes brancas de concreto, janelas amplas que refletiam a luz da lua, e um enorme portão de ferro que nos separava do caos lá fora. A sala de estar tinha aquele ar de luxo casual, sofás de couro preto, uma lareira apagada e uma mesa de vidro repleta de garrafas de whisky, cigarros e cartas de baralho espalhadas. Tudo parecia tão normal naquela noite, tão… tranquilo. Eu estava sentado em um dos sofás, observando o Clarck. Ele andava de um lado para o outro com o celular na mão, a expressão tensa, o maxilar travado. Aquele silêncio pesado no ambiente já dizia tudo. Algo estava para acontecer. Algo gra
Não demorou muito para Taylor chegar. Como eu já esperava, ele também não tinha encontrado sinal deles. Aquilo estava começando a me deixar inquieto. Eles haviam sumido sem deixar uma única pista, sem pegadas, sem rastro de pneus ou qualquer coisa que indicasse como haviam escapado. Era como se o chão os tivesse engolido. — Nada? — perguntei, me apoiando na lateral do carro enquanto Taylor saía do veículo. — Nem uma sombra — respondeu ele, jogando as mãos para o alto, frustrado. — Vasculhei os becos, o morro, até aquela praça perto da rodovia. Nada. Suspirei, esfregando o rosto com as mãos. — Isso não faz sentido, Taylor. Ninguém desaparece assim. Eles não podiam simplesmente... evaporar. Taylor assentiu, puxando o celular do bolso. — Então, qual é o plano? Lembrei das palavras de Selena e expliquei: — Vamos deixar as equipes continuarem as buscas. Qualquer coisa, por menor que seja, qualquer pista, eles nos ligam. Enquanto isso, nós vamos para o hospital. Chris está l
Justin narrando Meu nome é Justin, e sou o outro sniper da equipe. O que tenho a dizer sobre os últimos seis meses é bem simples: "O que passou, passou. Não tem como voltar atrás." Eu sei, parece frio, mas essa é a verdade. O ditado popular já diz tudo: "Não chore o leite derramado." Esse papo de que os últimos meses foram um erro ou não... não vai mudar nada. Não dá pra desfazer o que já foi feito, não dá pra voltar no tempo e consertar se foi mesmo um erro. E como eu disse: se foi um erro. Estamos na base improvisada da equipe, uma sala no subsolo da casa de Clarck. As paredes de concreto aparentes, sem pintura, davam ao ambiente um ar frio e funcional. Na mesa de centro, mapas, tablets e arquivos estavam espalhados. O som distante de gotas pingando do sistema de encanamento completava o silêncio tenso que pairava no ar. Uma única lâmpada no teto iluminava o local, projetando sombras longas e distorcidas. Apoiado na parede, com meu rifle de precisão desmontado em uma maleta a
A sala de espera do hospital estava quase vazia, exceto por nós. As luzes fluorescentes davam um tom frio ao ambiente, e o som de passos apressados de médicos e enfermeiros ecoava pelos corredores. O cheiro de desinfetante era forte, e os sofás de vinil azul pareciam mais desconfortáveis do que nunca. Clarck estava em pé, encostado na parede perto da janela, com os braços cruzados e o olhar perdido. Selena estava sentada ao meu lado, mordendo o lábio inferior enquanto mexia em uma revista velha que claramente não tinha sua atenção. Taylor estava do outro lado da sala, batucando os dedos no braço da poltrona, impaciente. Deric estava em pé, apoiado na moldura da porta, observando tudo em silêncio. Selena finalmente quebrou o silêncio, sua voz baixa e hesitante: — O que vamos fazer agora? Clarck ergueu o olhar, sério, mas sem se mover da posição. — Não ficou claro? Selena franziu a testa, claramente confusa. — Não ficou. — O chefe da polícia de Miami acabou de ordenar que