2- Nunca o amou.

No fim, ele aparecia dois ou três dias depois com um pedido de desculpas, quando o fazia. A história, sempre a mesma, estava muito ocupado, trabalhando.

Alana sabia que, em algumas vezes, isso não era verdade.

Uma vez haviam combinado que ele a pegaria em casa as sete para irem juntos a uma festa, mas ele não apareceu. Cansada de esperar, ela foi sozinha, geralmente ela desistia e não ia, mas naquele dia decidiu ir só.

Para sua surpresa, ele estava lá, acompanhado de Michele, que de uns tempos para cá a estava evitando.

Michele era amiga de Alana desde a infância.

Michele e Rodrigo pareciam muito à vontade um com o outro, mais do que o normal para amigos.

Um nó se formou na garganta de Alana a impedindo de respirar, ela se virou para sair, mas teve seu braço segurado por alguém.

- Onde você vai? Viu algum fantasma? Sua irmã mais nova, Letícia, disse. Ela já havia percebido a aproximação entre Rodrigo e Michele.

- Apenas tomar um ar, está muito abafado. Alana disse soltando o braço da mão da irmã.

- Mesmo? Não estás a fugir? Ela disse irônica.

- Porque fugiria? Alana disse fingindo indiferença.

-Talvez porque viu seu noivo com sua melhor amiga.

Alana não respondeu, não tinha resposta, apenas saiu a deixando para trás.

Quando Alana passou pela porta, Rodrigo a viu saindo e foi atrás dela.

Alana caminhava sem rumo, perdida em seus pensamentos e tristezas.

- Onde você pensa que está indo? Rodrigo disse logo atrás dela.

Alana se assustou, seu coração disparado fez com que seu rosto ficasse vermelho.

Rodrigo notou que seus olhos estavam úmidos e levemente vermelhos.

- O que houve? Não pense demais, apenas dei uma carona a Michele e depois iria buscá-la.

- Você sabe que horas são? Ela disse.

- Eu sei já é um pouco tarde, mas acabei de chegar, me atrasei no trabalho, vamos voltar.

- Estou cansada. Ela disse, depois se virou e voltou a caminhar.

Ela esperava que ele ficasse com ela, que isistisse, mas ele não o fez.

No dia seguinte, ele lhe enviou um buquê de flores com um pedido de desculpas e apareceu no seu trabalho na hora do almoço, prometeu que aquilo não ia se repetir.

 

Ela, mesmo chateada, aceitou o pedido de desculpas e lhe deu uma nova chance, nos últimos tempos ela já tinha perdido as contas de quantas chances já tinha lhe dado.

A História de Edgard Curioni.

Edgard se apaixonou por Giovana ainda no colegial, foi paixão à primeira vista.

Desde então realizou todos os seus desejos e caprichos.

Ele era ainda muito jovem quando seu pai o trouxe da Suíça, onde estudava.

De volta para a Itália, como o neto mais velho, ele foi preparado para ocupar o lugar de seu pai, que foi de seu avô e do seu bisavô.

A cada geração, os negócios se tornaram maiores e mais sólidos se espalhando em vários ramos e por toda Itália.

Edgard estava em uma viagem de negócios na Suíça, quando na volta o avião que pilotava, inexplicavelmente, sofreu uma pane caindo nos Alpes.

Ferido, Edgard conseguiu sair dos destroços antes que todo o avião fosse consumido pelas chamas.

Se arrastando, sentindo uma forte dor em suas costas, ele acabou rolando pela montanha, perdendo a consciência.

Edgard acordou em um quarto de hospital, não sabia exatamente o que havia acontecido, tinha apenas lembranças da queda do avião, das chamas e mais nada.

Se sentindo debilitado, ele tentou se sentar na cama.

-Não se esforce. Disse uma enfermeira de meia idade, que acabara de adentrar no quarto.

- Que lugar é este? Ele perguntou, estranhando alguém como ele estar naquele lugar precário.

- Você foi encontrado por um turista, que chamou o resgate e você foi trazido para cá.

- Quanto tempo tem isso? Ele perguntou ao ver como estava magro.

- Três meses. A mulher disse se aproximando dele com uma bandeja e nela uma seringa.

- Não toque em mim. Ele disse tentando se levantar.

-Não se esforce. A mulher disse tentando conte-lo.

- Me solte! O que aconteceu comigo? Porque não sinto minhas pernas?

- Vou chamar o médico. A mulher saiu depressa.

Tentando levantar Edgard derrubou tudo que estava a sua volta.

O médico apareceu e deu-lhe a notícia que havia fraturado uma vértebra comprometendo os movimentos de suas pernas.

Depois que conseguiu voltar para sua casa, descobriu que o haviam dado como morto e sua Giovana estava noiva de Jácomo, seu primo.

- Achei que você havia morrido. Jácomo foi bom comigo e ...

Ela tentou se justificar, dizendo que achava que ele estivesse morto.

-  Estou de volta. Ele disse.

- É eu sei, mas agora.... Ela não sabia o que dizer.

- Agora sou um aleijado. Ele disse com amargura.

- Não é isso entenda...

-Não tem que me explicar nada.  Edgard disse, manobrando a cadeira e saindo.

Edgard não quis ouvir, apenas a deixou lá, em três meses ela ficou noiva de seu primo e ia se casar. Ele concluiu que ela nunca o amou.

Edgard foi para os Estados Unidos e por lá ficou cinco anos.

Antoni, pai de Edgard, estava muito doente.

Para que Edgard assumisse seu lugar precisava se casar, caso contrário, se  Jácomo o fizesse primeiro, tomaria seu lugar como presidente do Grupo Curioni.

- Encontre uma mulher para mim. Ele disse a seu braço direito, Luigi.

- Senhor, porque não faz isso o senhor mesmo? Quantas mulheres gostariam de se casar com o senhor. Luigi disse.

- Não estou procurando um romance, olhe para mim? Qualquer mulher que queira se casar comigo, será interessada em meu dinheiro. Ele disse batendo no braço da cadeira de rodas.

Senhor, como vou fazer isso?

- Hum... Edgard levou a mão ao queixo pensativo e um tempo depois disse.

-  A família Panini nos deve, já tem muito tempo. Se não me engano eles tem uma jovem que adora frequentar festas badaladas e gastar dinheiro, vou educá-la, ele queria se vingar, Para ele todas as mulheres eram iguais.

- O senhor a viu? Luigi estava curioso para saber porque o chefe a escolhera.

- Não, mas ouvi falar. Patricinha, bonita e de família tradicional, a esposa que a sociedade espera que eu tenha. Será convincente para meu pai e para o grupo.

Sofia era irmã de Rodrigo, para conseguir investir em sua empresa, o senhor Panini pegou muito dinheiro emprestado com os Curioni, além disso era um assíduo frequentador de casas de jogos.

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