5- A esposa havia sumido.

Rodrigo sabia da implicância de sua mãe para com Alana. Se ele não deixasse claro que a culpa era sua, ela certamente faria um escândalo com Alana.

- Nada mãe, estou com Michele!

- Você nos deve uma explicação, embora não goste daquela garota foi um vexame, ela foi vista do lado de fora da igreja e não entrou, todos ficaram esperando por vocês e...

- Depois nos falamos explicarei tudo. Ele disse encerrando a ligação, pois Michele estava saindo do quarto.

- Porque está em pé? Deve ficar em repouso, são ordens médicas.

- Fiquei preocupada com você! Ela disse, mas na verdade queria cerca-lo para que não falasse com Alana.

- Vamos você precisa descansar eu vou ter que sair.

- Aii... Michele fingiu ter tonturas.

- Olhe deite, preciso ir atrás de minha irmã ela sumiu e meus pais não estão a encontrando.

- Era com sua mãe que você estava falando? Ela perguntou.

- Sim, o que pensou?

- Nada, vá! Vou ficar aqui, não se preocupe.

Rodrigo se virou para sair e antes que ele passasse pela porta ela disse. – Ligue para Alana, ela pode estar preocupada.

- Ligarei. Ele disse fechando a porta atrás de si.

Michele não sabia que Rodrigo havia atendido a chamada de Alana enquanto estava com ela no hospital, e muito menos que ele tentou outras vezes entrar em contato com ela, mas ela não o atendeu.

Rodrigo dirigia pelas ruas atrás de sua irmã prevendo que teriam que enfrentar o furacão Curioni, por causa de sua fuga.

Enquanto isso, Edgard jantava satisfeito, tudo estava como ele havia planejado.

Alana não conseguia nem descrever o que estava sentindo, seu estômago roncava, mas ela não fez o que Edgard havia ordenado, então ela ficaria sem jantar.

Sentada ao pé da cama ela, sentiu seu corpo esmorecer. De repente ela sentiu frio e calor, sua cabeça ficou pesada e mesmo sentada estava difícil mantê-la em pé, então a recostou no pé da cama e adormeceu.

Quando Edgard entrou no quarto viu a mulher dormindo ao pé da cama ficou a observá-la.

“É bem mais bonita do que disseram” Ele pensou.

Alana dormia serenamente, seus cílios longos faziam sombra sobre suas bochechas levemente rosadas. Seus lábios estavam um pouco pálidos, sua boca era pequena e bem-feita.

Alana se sentiu confortável, sonhava que estava em sua cama, tudo aquilo foi um pesadelo ela dizia em seus sonhos até que sentiu uma mão tocar seu rosto.

Alana saiu de seu estado de sonolência para o estado de alerta em segundos, levantou as mãos para se defender.

- O que está fazendo? Não toque em mim.

Edgard estava ao lado dela.

- Oras o que é meu de direito, estou cumprindo com meu dever de marido, consumando o casamento.

Alana tentava afastá-lo, mas para alguém que vivia numa cadeira de rodas, ele era muito forte.

- Do que você está falando não me casei com você, está cometendo um engano, meu nome é A...ummm

Alana teve a boca selada com um beijo, Edgard a beijou para que ficasse quieta, mas algo inesperado aconteceu, ele sentiu seu corpo estranho fazendo-o solta-la imediatamente.

- Vá dormir no tapete. Ele a empurrou.

Alana saiu imediatamente e se encolheu no canto do quarto e na penumbra ela viu Edgard se ajeitar na cama. Ficou quieta esperando que ele dormisse e depois tentaria sair dali.

No meio da noite Alana, que estava sentada no canto do quarto, se levantou e foi até a porta, mexeu no trinco e a porta estava destrancada, ela abriu uma pequena fresta só o suficiente para passar seu corpo esguio.

Se esgueirando pelas paredes ela andou pelo corredor e desceu a escada, estava chovendo, ela ouvia as gotas de chuva batendo nas vidraças.

Quando estava prestes a entrar na sala, ouviu vozes, eram homens conversando. Se escondeu no canto debaixo da escada, apenas alguns abajures estavam acessos, deixando a sala a meia luz.

O coração de Alana disparou, e suas mãos começaram a suar, ficou ali tentando nem respirar, logo um homem entrou pela porta da frente, passou direto por ela, não a viu e seguiu na direção oposta.

Ela esperou um tempo, talvez ele pudesse voltar, mas não voltou, então ela correu até a porta, a abriu e saiu, a chuva estava forte, mesmo assim ela correu por entre os arbustos, não podia ir pelo calçamento poderia facilmente ser vista.

Com a chuva, o vestido ficou mais pesado do que já era, ela tentava levantá-lo, mas era inútil.

Quando chegou próximo ao portão ele estava trancado.

"E agora?" Ela se perguntou.

Voltou para o meio dos arbustos, se abaixou e tentou rasgar a barra do vestido para facilitar sua fuga.

Ela estava terminando quando um feixe de luz passou por ela, se assustou se encolhendo ainda mais atrás dos arbustos, alguns galhos feriram seus braços.

O carro saiu pelo portão, uma luz de esperança invadiu seu coração, talvez ela conseguisse passar pelo portão antes que ele se fechasse, mas não, o carro ficou esperando que ele se fechasse assim ela não pode ir até ele.

Ela seguiu em outra direção, talvez depois do jardim houvesse uma cerca que ela pudesse passar, quando relampejava ela via arvores, deveria ser um bosque.

Ela correu em direção as arvores, caminhava com dificuldade, seus braços estavam ardendo com as gotas da chuva.

Tão pesado quanto seu vestido estava seu coração, era para ser o dia mais feliz de sua vida, aquele dia que toda mulher sonha.

O dia começou a clarear e ela ainda não tinha saído do meio do bosque, a chuva havia parado, seus pés e vestido estavam sujos cheios de folhas e ciscos.

Com o corpo fraco Alana sentia-se arrastar por entre as arvores e arbustos tentando encontrar a estrada.

- Onde está aquela mulher? Edgard acordou e não a viu, desceu pelo elevador e chamou seus homens e empregadas que já estavam na cozinha preparando o café da manhã.

- Não a vimos senhor. Um deles disse de cabeça baixa.

- Isso eu sei, quero saber o que estavam fazendo que não viram ela sair! Ele disse furioso.

Edgard estava com os olhos fixos neles, suas pupilas estavam dilatadas de raiva.

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