Rodrigo sabia da implicância de sua mãe para com Alana. Se ele não deixasse claro que a culpa era sua, ela certamente faria um escândalo com Alana.
- Nada mãe, estou com Michele!
- Você nos deve uma explicação, embora não goste daquela garota foi um vexame, ela foi vista do lado de fora da igreja e não entrou, todos ficaram esperando por vocês e...
- Depois nos falamos explicarei tudo. Ele disse encerrando a ligação, pois Michele estava saindo do quarto.
- Porque está em pé? Deve ficar em repouso, são ordens médicas.
- Fiquei preocupada com você! Ela disse, mas na verdade queria cerca-lo para que não falasse com Alana.
- Vamos você precisa descansar eu vou ter que sair.
- Aii... Michele fingiu ter tonturas.
- Olhe deite, preciso ir atrás de minha irmã ela sumiu e meus pais não estão a encontrando.
- Era com sua mãe que você estava falando? Ela perguntou.
- Sim, o que pensou?
- Nada, vá! Vou ficar aqui, não se preocupe.
Rodrigo se virou para sair e antes que ele passasse pela porta ela disse. – Ligue para Alana, ela pode estar preocupada.
- Ligarei. Ele disse fechando a porta atrás de si.
Michele não sabia que Rodrigo havia atendido a chamada de Alana enquanto estava com ela no hospital, e muito menos que ele tentou outras vezes entrar em contato com ela, mas ela não o atendeu.
Rodrigo dirigia pelas ruas atrás de sua irmã prevendo que teriam que enfrentar o furacão Curioni, por causa de sua fuga.
Enquanto isso, Edgard jantava satisfeito, tudo estava como ele havia planejado.
Alana não conseguia nem descrever o que estava sentindo, seu estômago roncava, mas ela não fez o que Edgard havia ordenado, então ela ficaria sem jantar.
Sentada ao pé da cama ela, sentiu seu corpo esmorecer. De repente ela sentiu frio e calor, sua cabeça ficou pesada e mesmo sentada estava difícil mantê-la em pé, então a recostou no pé da cama e adormeceu.
Quando Edgard entrou no quarto viu a mulher dormindo ao pé da cama ficou a observá-la.
“É bem mais bonita do que disseram” Ele pensou.
Alana dormia serenamente, seus cílios longos faziam sombra sobre suas bochechas levemente rosadas. Seus lábios estavam um pouco pálidos, sua boca era pequena e bem-feita.
Alana se sentiu confortável, sonhava que estava em sua cama, tudo aquilo foi um pesadelo ela dizia em seus sonhos até que sentiu uma mão tocar seu rosto.
Alana saiu de seu estado de sonolência para o estado de alerta em segundos, levantou as mãos para se defender.
- O que está fazendo? Não toque em mim.
Edgard estava ao lado dela.
- Oras o que é meu de direito, estou cumprindo com meu dever de marido, consumando o casamento.
Alana tentava afastá-lo, mas para alguém que vivia numa cadeira de rodas, ele era muito forte.
- Do que você está falando não me casei com você, está cometendo um engano, meu nome é A...ummm
Alana teve a boca selada com um beijo, Edgard a beijou para que ficasse quieta, mas algo inesperado aconteceu, ele sentiu seu corpo estranho fazendo-o solta-la imediatamente.
- Vá dormir no tapete. Ele a empurrou.
Alana saiu imediatamente e se encolheu no canto do quarto e na penumbra ela viu Edgard se ajeitar na cama. Ficou quieta esperando que ele dormisse e depois tentaria sair dali.
No meio da noite Alana, que estava sentada no canto do quarto, se levantou e foi até a porta, mexeu no trinco e a porta estava destrancada, ela abriu uma pequena fresta só o suficiente para passar seu corpo esguio.
Se esgueirando pelas paredes ela andou pelo corredor e desceu a escada, estava chovendo, ela ouvia as gotas de chuva batendo nas vidraças.
Quando estava prestes a entrar na sala, ouviu vozes, eram homens conversando. Se escondeu no canto debaixo da escada, apenas alguns abajures estavam acessos, deixando a sala a meia luz.
O coração de Alana disparou, e suas mãos começaram a suar, ficou ali tentando nem respirar, logo um homem entrou pela porta da frente, passou direto por ela, não a viu e seguiu na direção oposta.
Ela esperou um tempo, talvez ele pudesse voltar, mas não voltou, então ela correu até a porta, a abriu e saiu, a chuva estava forte, mesmo assim ela correu por entre os arbustos, não podia ir pelo calçamento poderia facilmente ser vista.
Com a chuva, o vestido ficou mais pesado do que já era, ela tentava levantá-lo, mas era inútil.
Quando chegou próximo ao portão ele estava trancado.
"E agora?" Ela se perguntou.
Voltou para o meio dos arbustos, se abaixou e tentou rasgar a barra do vestido para facilitar sua fuga.
Ela estava terminando quando um feixe de luz passou por ela, se assustou se encolhendo ainda mais atrás dos arbustos, alguns galhos feriram seus braços.
O carro saiu pelo portão, uma luz de esperança invadiu seu coração, talvez ela conseguisse passar pelo portão antes que ele se fechasse, mas não, o carro ficou esperando que ele se fechasse assim ela não pode ir até ele.
Ela seguiu em outra direção, talvez depois do jardim houvesse uma cerca que ela pudesse passar, quando relampejava ela via arvores, deveria ser um bosque.
Ela correu em direção as arvores, caminhava com dificuldade, seus braços estavam ardendo com as gotas da chuva.
Tão pesado quanto seu vestido estava seu coração, era para ser o dia mais feliz de sua vida, aquele dia que toda mulher sonha.
O dia começou a clarear e ela ainda não tinha saído do meio do bosque, a chuva havia parado, seus pés e vestido estavam sujos cheios de folhas e ciscos.
Com o corpo fraco Alana sentia-se arrastar por entre as arvores e arbustos tentando encontrar a estrada.
- Onde está aquela mulher? Edgard acordou e não a viu, desceu pelo elevador e chamou seus homens e empregadas que já estavam na cozinha preparando o café da manhã.
- Não a vimos senhor. Um deles disse de cabeça baixa.
- Isso eu sei, quero saber o que estavam fazendo que não viram ela sair! Ele disse furioso.
Edgard estava com os olhos fixos neles, suas pupilas estavam dilatadas de raiva.
- A encontrem, meu pai estará aqui amanhã de manhã, vocês têm até hoje à noite para traze-la de volta, não me apareçam aqui sem ela!Os homens sabiam que suas vidas podiam ser muito difíceis dali em diante, caso não encontrassem a garota.Partiram vários carros, se dividiram cada um partindo para um lado. O primeiro lugar que pensaram foi a casa da família Panini.Edgard se sentou à mesa e tomou seu café da manhã calmamente, sabia que seus homens a trariam de volta, eles o conheciam.Na família Panini, Sofia foi encontrada bêbada em uma danceteria no centro da cidade, Rodrigo a encontrou e a trouxe para casa.Era de manhã quando todos eles estavam tomando café e uma forte batida na porta quebrou o silencio que pairava sobre eles, depois de uma forte discussão na madrugada, quando Sofia chegou.A empregada foi atender a porta e os dois homens que haviam pego Alana no parque entraram de uma vez passando pela mulher.Sofia que estava ainda com a maquiagem borrada e o rosto amassado da n
Leticia furiosa a empurrou, Alana caiu na escada e por pouco não desceu rolando por ela, se agarrou no corrimão com as poucas forças que restavam.- Saia da minha casa e só volte quando souber se comportar! Enzo disse, furioso ao pé da escada e com o dedo em riste para Alana.Os olhos de Alana se anuviaram, mas ela por orgulho segurou suas lágrimas! Não as deixaria cair na frente deles!Ela desceu a escada, passou por seu pai e seguiu em direção a porta.Enzo não esperava aquela atitude dela, mesmo quando foi humilhada e injustiçada, aguentava calada ou quando reclamava, acabava cedendo depois.Não foi assim agora, mas ele achou que ela voltaria atrás ao passar pela porta, ela continuou e não olhou para trás.Alana caminhou em direção ao portão, nem via o caminho, seus olhos estavam banhados pelas lágrimas que agora caiam lavando seu rosto, passou pelo portão e tomou um rumo qualquer sem pensar.Caminhou e encontrou uma ponte, enquanto caminhava por ela, lembranças das humilhações sof
- Ah! Então você os conhece? É um acordo entre famílias? Já ouvi falar da família Veronese, Enzo te vendeu para salvar a filha do Panini.- Não, eu não sei do que está falando. Ela disse, suas lágrimas começaram a cair, seu coração estava acelerado e sua cabeça começou a rodopiar. Ela veio ao chão.- Levem-na! Deem-lhe um banho e depois o que comer, essa criatura deve estar desde ontem sem comer. Ele disse isso e olhou para Marcelo e Luigi como um aviso.Luigi deixou Alana no quarto com as empregadas e desceu, não sabia o que dizer ao seu chefe.- Pegue a certidão de casamento. Ele ordenou, pouco tempo depois Luigi voltou com a folha nas mãos.Ele a pegou e lá estava a assinatura da garota, sua letra era graciosa, Alana Veronese.- Alguém consegue me dar uma explicação plausível para essa loucura? Ele disse furioso, ao encará-los.- Senhor a garota dos Panini ...- E Então não fui convidado para o casamento? Antoni, pai de Edgard, entrou porta a dentro seguido de sua fiel enfermeira.
- Como assim? Ela não entendeu o que ele queria dizer.- Fui falar com ela em sua casa, mas seu pai disse que ela não havia dormido em casa! Ele estava irritado.- Não sei, não somos mais tão próximas, ela mudou bastante. Talvez tenha algum amigo novo e tenha dormido por lá.- Não acredito! Rodrigo disse jogando uma revista que estava em sua mão sobre uma poltrona.- O que você acha? Acredita que Alana é uma santa?Ele saiu sem responde-la, Michele ficou enfurecida. “Ele gosta mesmo da sonsa da Alana? ”Rodrigo partiu deixando o hospital, sem rumo ele dirigiu pela cidade, se lembrando da primeira vez que viu Alana. Ligou novamente para o telefone dela, estava fora de área ou desligado.Era manhã, o sol estava invadindo o quarto através das cortinas, Edgard não havia voltado ao quarto.Ele dormiu em outro quarto e ficou pensando o que aquela garota estava fazendo ali, vestida de noiva a ponto dos imbecis de seus homens a confundirem com sua noiva.Ele estava no corredor quando Alana s
- Kakakaka, você acha que um homem como eu se casaria por amor? Edgard achou graça da praticidade dela.- Eu não sei, como vou saber, não te conheço! Ela disse um pouco irritada.- Terá tempo para me conhecer! Ele disse seguindo.- Como é? Ela saiu andando apressada atrás dele. “Ele está dizendo que terei que viver com ele? ”. Ela não queria acreditar.- Não vou entrar. Ela disse quando o alcançou.- Ah, vai! Não quer entrar carregada quer? Ele disse a ela, de forma despreocupada.- Você não faria isso! Ela disse.Ele estalou os dedos e Luigi se aproximou dela.- Está bem! Ela disse apressada, já havia sido humilhada demais.Luigi tocou a campainha e quando a porta se abriu Edgard passou pelo criado, sem nem o cumprimentar, Luigi o seguiu e Alana tentou ficar o mais para trás possível.Luigi também estava com o coração acelerado, afinal ele e Marcelo para que o chefe não soubesse, mandou que a família Panini mandasse a garota embora e agora seu chefe estava lá.Quando Alexandre e Ceci
- Está bem, mas o que fará com ela? Ele se referia a Alana.- Não sei, por enquanto ela me é útil, já estou casado mesmo e para todos os efeitos ela é minha esposa, como meu pai queria.De volta a mansão, abriram a porta e Alana saiu batendo o pé e entrou diretamente.Edgard e os homens achou engraçada a atitude dela.Alana, irritada e magoada, subiu para o quarto e se jogou na cama, chorou da sua falta de sorte.Rodrigo a abandonou e ela estava sendo mantida como prisioneira ali por um capricho de um estranho. Sua família pouco se importava com ela, saiu de casa naquelas condições e até agora ninguém a procurou.“ Se tivesse me jogado da ponte um estranho acharia meu corpo, será que eles se importariam? ” Ela pensou com tristeza.Edgard a viu chorando e se irritou. – Está chorando por causa do seu noivo ? Aquele que a abandonou no altar por outra? Ele disse de forma irônica.- O que você sabe? Saia!- É sério? Você quer que eu saia da minha casa? Do meu quarto? Kakaka ele gargalhou.
- Ainda não dormiu? Ele disse.A voz de Edgard mexia com Alana, era uma voz grave e naturalmente sedutora.- Ainda não, estou pensando, preciso pegar minhas coisas, documentos, perdi meu celular, preciso comprar outro.- Onde estão suas coisas?- Na casa do meu pai, eu também tenho um trabalho, preciso voltar.- Você não precisa trabalhar, posso sustentar você.- Você está levando isso a sério? Isto é um engano!- Não, não é! Está no papel, o que irão pensar de mim se minha mulher estiver trabalhando, onde mesmo você trabalha?- Sou gerente em uma floricultura. Ela disse, orgulhosa.- Não deve ganhar muito. Ele disse um pouco esnobe.- É não dá para ter uma casa como a sua. Ela disse fechando a cara.- Posso providenciar documentos novos para você, não precisa voltar lá, parece-me que você não foi bem recebida lá.- Quem te disse isso? Tenho olhos em todos os cantos dessa cidade, sou Edgard Curioni.- Não importa quem você é, não pode ficar bisbilhotando minha vida e ainda assim irei.
Edgard estava entretido conversando com seu pai e se despedindo dele, não notou que já tinha um tempo que não via a Alana.Alana conseguiu uma carona no meio do caminho, isso facilitou sua tarefa, pretendia chegar em sua casa quando seu pai estivesse na empresa.O que Alana não sabia, é que depois que Rodrigo ligou para Enzo ele não foi trabalhar, estava pensado em uma forma de encontrá-la.Alana chegou em sua casa e deu uma espiada para ver se tinha alguém na casa, parecia vazia.Então, ela procurou por sua chave reserva, que ficava em um vaso de planta.Encontrou a chave e abriu a porta devagar, aparentemente não havia ninguém na casa, subiu a escada o mais rápido que pôde.Quando abriu a porta do quarto estava todo revirado.Entrou e começou a procurar por suas coisas, uma raiva tomou conta de seu coração e não conseguiu evitar que seus olhos se enchessem de lágrimas.Enquanto procurava por seus documentos e sua carteira ela tropeçou em uma gaveta que estava aberta.Enzo, que estav