Seu assistente estava inconformado, o tinha como amigo, queria que fosse feliz.
- Mas ela não é do tipo que serve para esposa. Luigi disse, sem entender o que seu chefe pretendia. - Bingo! É exatamente isso! As mulheres são todas iguais, assim qualquer uma serve e além do mais esta família nos deve muito dinheiro. - Mas ... - Não tem mais, faça o que estou mandando, traga Dário até mim.Na casa dos Panini.
-Não! Jamais! Sou herdeira do grupo Panini, cobiçada por onde passo, como vou passar a vida ao lado de um aleijado? Papai não pode fazer isso comigo! - Se eu tirar dinheiro da empresa para pagar o que devo aos Curioni, iremos à falência. Disse Dário. - Venda alguma propriedade! Sofia disse, desesperada. - Se eu vender tudo que temos, inclusive suas jóias, não pagariam nem a metade. É nossa oportunidade. - Meu irmão pode encontrar uma mulher rica. Ela sugeriu.- Seu irmão está noivo da filha mais velha do Veronese.
- Eu tenho visto ele arrastando asa para Michele, da família Tozzi. Sofia disse.
- Como é? Isso é verdade Rodrigo? Dário perguntou.
- Sofia não sabe do que está falando. Rodrigo disse se esquivando.
- Os Tozzi tem dinheiro, mas não cooperam conosco.
- Eu sei pai, não se preocupe. Disse Rodrigo pensando em Alana e Michele.
Mesmo com os constantes protestos de Sofia ficou acertado que ela se casaria com Edgard.
Dário, disse a ela que Edgard era aleijado e não poderia lhe fazer mal, além disso o contrato seria de um ano, depois disso ela poderia se divorciar e estariam livres das dívidas.
Sofia não estava convencida afinal, depois de um ano ela seria conhecida como uma mulher divorciada e durante este ano ela seria alvo de piadas e deboche, por estar casada com um aleijado.
Sofia não conhecia Edgard, quase ninguém o conhecia, para dizer a verdade.
Edgard não era do tipo que gostava de frequentar festas e eventos, depois do acidente se tornou ainda mais recluso.
O lugar que Edgard ia com frequência era seu cassino, mas ficava nos bastidores. Ali ele fazia negócios e parcerias, também era ali que ele cobrava seus devedores.
De volta ao dia do casamento de Alana e Edgard.
Edgard entrou em seu carro adaptado e ela foi jogada no banco de trás do outro carro.
Alana caiu sobre um banco macio e de couro, o carro era espaçoso, ela fez um movimento rápido tentando se ajeitar na esperança de conseguir fugir.
Doce ilusão, assim que ela caiu a porta logo foi batida e travada, ela não tinha comunicação com o motorista, havia um vidro escuro que os separava.
Ela tentou, como um gato acuado, abrir as portas de todas maneiras, ela gritou, chorou. Não podia sair.
- Me deixe sair, isso é um engano, não sou quem vocês querem! Por favor me tire daqui! Ela pedia, batendo no vidro.
Alana tentou tudo que pensou, no fim estava exausta. Não conseguia ver para onde estava indo, apenas percebeu que andaram um bom trajeto e que já estava escurecendo.
De repente o carro diminuiu, ela teve seu corpo levemente jogado para o lado, era uma curva e parecia íngreme, então em velocidade baixa o carro andou um trajeto considerável e parou.
Ela tentava ver pelo vidro, mas só tinha a impressão de ver algumas luzes, o carro parou.
Quando ouviu passos e o barulho da trava da porta ela voou na porta na esperança de sair, mas foi contida.
O Mesmo homem que a pegou e jogou nos ombros lá no parque, o fez novamente.
- Me solte seu brutamontes. Ela batia com os punhos fechados nas costas do homem.
Ela desistiu, já estava com as mãos ardendo, então ela olhou e viu um grande jardim e ao longe um grande portão de ferro trabalhado, um calçamento levemente sinuoso até a entrada da mansão.
Ainda nos ombros do homem, ela viu quando passaram por uma porta enorme de madeira e a sala era grande e tudo nela era rústico.
Passado a sala ela foi levada escada a cima, o corrimão da escada também era de madeira, uma madeira avermelhada, provavelmente mogno.
Passaram por um longo corredor, com algumas portas, pelos seus cálculos seis, no fim do corredor havia uma porta diferente, era de duas folhas, o homem a abriu e entrou e ficou parado.
- Coloque-a no chão! Edgard disse e completou. – Não pense em correr, não tem para onde ir.
Então, o homem a colocou gentilmente no chão, ela queria correr, mas como ele disse não ia adiantar.
Alana olhou para Edgard que também a observava.
- É um engano, não sou a pessoa que você quer. Ela disse. E continuou. – Meu nome é...
- Eu sei quem você é! Edgard disse dando meia volta na cadeira e ela ouviu quando a porta fechou atrás dela.
Ela deu uns passos atrás dele. – Você não sabe! Eu não sei quem é você e nem porque estou aqui.
Edgard riu. – Agora você é minha mulher!
- Não, eu ... eu não posso ser sua mulher eu sou... Ela ia dizer que era noiva, então se lembrou que Rodrigo a havia deixado no altar para ficar com Michele. Sem perceber suas lágrimas começaram a brotar e uma dor dilacerante tomou seu coração.
Vendo-a calada Edgard achou que ela estava chorando por ter perdido sua vida libertina.
- Se troque! O casamento precisa ser consumado.
- O que você está dizendo? Ela voltou a si.
- Oras, você sabe do que estou falando! Temos um contrato, se não cumprir sua parte irei atrás de sua família. Ele disse indo em direção a porta.
- Você não pode fazer isso! Você me sequestrou! Ela disse se virando para ir atrás dele.
-Não é isso que diz o contrato de casamento!
- Não me casei com você! Você me forçou a assinar aquele livro.
- Temos fotos e um livro assinado. Seja uma boa esposa e te deixarei jantar. Edgard disse isso e saiu fechando a porta.
Alana correu até a porta e tentou abri-la, mas já estava trancada, desamparada ela escorregou com as costas na porta e se sentou no chão, chorou tudo o que tinha para chorar.
“ Porque minha vida tem que ser assim”? Ela se perguntou.
Depois de um tempo, já não tinha mais lágrimas e então pensou “ Rodrigo e meu pai virão me procurar”.Na verdade, não estavam nenhum dos dois.Rodrigo ainda estava no hospital com Michele.Seu pai estava em casa, furioso por ela não ter aparecido ao casamento, para ele a culpa de Rodrigo não ter aparecido era dela. Leticia e Luiza colocavam mais “lenha na fogueira”.- Sempre te disse que você a mimou demais! Era para Leticia se casar com Rodrigo e agora nossos negócios estariam salvos.- Ele escolheu Alana, não fui eu quem decidiu. Disse Enzo, pai de Alana.Desde que a mãe de Alana faleceu, Enzo deixou Alana de lado.Em menos de dois meses Luiza veio morar em sua casa, grávida de Leticia. Desde então a vida de Alana se tornou um tormento, só tinha paz quando estava fora de casa.Alana estava com fome, não havia comido nada o dia todo, de manhã estava ansiosa, depois não almoçou pois queria estar perfeita no vestido, esperava comer na recepção do casamento, logo que a cerimonia termina
Rodrigo sabia da implicância de sua mãe para com Alana. Se ele não deixasse claro que a culpa era sua, ela certamente faria um escândalo com Alana.- Nada mãe, estou com Michele!- Você nos deve uma explicação, embora não goste daquela garota foi um vexame, ela foi vista do lado de fora da igreja e não entrou, todos ficaram esperando por vocês e...- Depois nos falamos explicarei tudo. Ele disse encerrando a ligação, pois Michele estava saindo do quarto.- Porque está em pé? Deve ficar em repouso, são ordens médicas.- Fiquei preocupada com você! Ela disse, mas na verdade queria cerca-lo para que não falasse com Alana.- Vamos você precisa descansar eu vou ter que sair.- Aii... Michele fingiu ter tonturas.- Olhe deite, preciso ir atrás de minha irmã ela sumiu e meus pais não estão a encontrando.- Era com sua mãe que você estava falando? Ela perguntou.- Sim, o que pensou?- Nada, vá! Vou ficar aqui, não se preocupe.Rodrigo se virou para sair e antes que ele passasse pela porta ela
- A encontrem, meu pai estará aqui amanhã de manhã, vocês têm até hoje à noite para traze-la de volta, não me apareçam aqui sem ela!Os homens sabiam que suas vidas podiam ser muito difíceis dali em diante, caso não encontrassem a garota.Partiram vários carros, se dividiram cada um partindo para um lado. O primeiro lugar que pensaram foi a casa da família Panini.Edgard se sentou à mesa e tomou seu café da manhã calmamente, sabia que seus homens a trariam de volta, eles o conheciam.Na família Panini, Sofia foi encontrada bêbada em uma danceteria no centro da cidade, Rodrigo a encontrou e a trouxe para casa.Era de manhã quando todos eles estavam tomando café e uma forte batida na porta quebrou o silencio que pairava sobre eles, depois de uma forte discussão na madrugada, quando Sofia chegou.A empregada foi atender a porta e os dois homens que haviam pego Alana no parque entraram de uma vez passando pela mulher.Sofia que estava ainda com a maquiagem borrada e o rosto amassado da n
Leticia furiosa a empurrou, Alana caiu na escada e por pouco não desceu rolando por ela, se agarrou no corrimão com as poucas forças que restavam.- Saia da minha casa e só volte quando souber se comportar! Enzo disse, furioso ao pé da escada e com o dedo em riste para Alana.Os olhos de Alana se anuviaram, mas ela por orgulho segurou suas lágrimas! Não as deixaria cair na frente deles!Ela desceu a escada, passou por seu pai e seguiu em direção a porta.Enzo não esperava aquela atitude dela, mesmo quando foi humilhada e injustiçada, aguentava calada ou quando reclamava, acabava cedendo depois.Não foi assim agora, mas ele achou que ela voltaria atrás ao passar pela porta, ela continuou e não olhou para trás.Alana caminhou em direção ao portão, nem via o caminho, seus olhos estavam banhados pelas lágrimas que agora caiam lavando seu rosto, passou pelo portão e tomou um rumo qualquer sem pensar.Caminhou e encontrou uma ponte, enquanto caminhava por ela, lembranças das humilhações sof
- Ah! Então você os conhece? É um acordo entre famílias? Já ouvi falar da família Veronese, Enzo te vendeu para salvar a filha do Panini.- Não, eu não sei do que está falando. Ela disse, suas lágrimas começaram a cair, seu coração estava acelerado e sua cabeça começou a rodopiar. Ela veio ao chão.- Levem-na! Deem-lhe um banho e depois o que comer, essa criatura deve estar desde ontem sem comer. Ele disse isso e olhou para Marcelo e Luigi como um aviso.Luigi deixou Alana no quarto com as empregadas e desceu, não sabia o que dizer ao seu chefe.- Pegue a certidão de casamento. Ele ordenou, pouco tempo depois Luigi voltou com a folha nas mãos.Ele a pegou e lá estava a assinatura da garota, sua letra era graciosa, Alana Veronese.- Alguém consegue me dar uma explicação plausível para essa loucura? Ele disse furioso, ao encará-los.- Senhor a garota dos Panini ...- E Então não fui convidado para o casamento? Antoni, pai de Edgard, entrou porta a dentro seguido de sua fiel enfermeira.
- Como assim? Ela não entendeu o que ele queria dizer.- Fui falar com ela em sua casa, mas seu pai disse que ela não havia dormido em casa! Ele estava irritado.- Não sei, não somos mais tão próximas, ela mudou bastante. Talvez tenha algum amigo novo e tenha dormido por lá.- Não acredito! Rodrigo disse jogando uma revista que estava em sua mão sobre uma poltrona.- O que você acha? Acredita que Alana é uma santa?Ele saiu sem responde-la, Michele ficou enfurecida. “Ele gosta mesmo da sonsa da Alana? ”Rodrigo partiu deixando o hospital, sem rumo ele dirigiu pela cidade, se lembrando da primeira vez que viu Alana. Ligou novamente para o telefone dela, estava fora de área ou desligado.Era manhã, o sol estava invadindo o quarto através das cortinas, Edgard não havia voltado ao quarto.Ele dormiu em outro quarto e ficou pensando o que aquela garota estava fazendo ali, vestida de noiva a ponto dos imbecis de seus homens a confundirem com sua noiva.Ele estava no corredor quando Alana s
- Kakakaka, você acha que um homem como eu se casaria por amor? Edgard achou graça da praticidade dela.- Eu não sei, como vou saber, não te conheço! Ela disse um pouco irritada.- Terá tempo para me conhecer! Ele disse seguindo.- Como é? Ela saiu andando apressada atrás dele. “Ele está dizendo que terei que viver com ele? ”. Ela não queria acreditar.- Não vou entrar. Ela disse quando o alcançou.- Ah, vai! Não quer entrar carregada quer? Ele disse a ela, de forma despreocupada.- Você não faria isso! Ela disse.Ele estalou os dedos e Luigi se aproximou dela.- Está bem! Ela disse apressada, já havia sido humilhada demais.Luigi tocou a campainha e quando a porta se abriu Edgard passou pelo criado, sem nem o cumprimentar, Luigi o seguiu e Alana tentou ficar o mais para trás possível.Luigi também estava com o coração acelerado, afinal ele e Marcelo para que o chefe não soubesse, mandou que a família Panini mandasse a garota embora e agora seu chefe estava lá.Quando Alexandre e Ceci
- Está bem, mas o que fará com ela? Ele se referia a Alana.- Não sei, por enquanto ela me é útil, já estou casado mesmo e para todos os efeitos ela é minha esposa, como meu pai queria.De volta a mansão, abriram a porta e Alana saiu batendo o pé e entrou diretamente.Edgard e os homens achou engraçada a atitude dela.Alana, irritada e magoada, subiu para o quarto e se jogou na cama, chorou da sua falta de sorte.Rodrigo a abandonou e ela estava sendo mantida como prisioneira ali por um capricho de um estranho. Sua família pouco se importava com ela, saiu de casa naquelas condições e até agora ninguém a procurou.“ Se tivesse me jogado da ponte um estranho acharia meu corpo, será que eles se importariam? ” Ela pensou com tristeza.Edgard a viu chorando e se irritou. – Está chorando por causa do seu noivo ? Aquele que a abandonou no altar por outra? Ele disse de forma irônica.- O que você sabe? Saia!- É sério? Você quer que eu saia da minha casa? Do meu quarto? Kakaka ele gargalhou.