Vítima do destino, casamento forçado.
Vítima do destino, casamento forçado.
Por: luproencio
1- Abandono.

Alana desamparada.

- Onde você está? Alana estava desesperada na porta da Igreja.

- Tive um imprevisto.

- O quê? O que aconteceu? Você está bem?

- Estou bem! Chego em breve!

- O que aconteceu? Estou a quase uma hora do lado de fora da igreja, todos estão lá dentro, esperando-nos.

- Eu sei, vou demorar um pouco aqui podíamos deixar para outro dia. Rodrigo disse, olhando Michele pelo vidro da porta do quarto do hospital.

- Como assim? Tudo foi montado os convidados estão lá! Um relacionamento de cinco anos e você quer deixar o casamento para outro dia? Onde você está?

- Estou no hospital, Michele passou mal e eu a trouxe, seja compreensiva podemos casar outro dia, não precisamos de cerimônia....

Alana não acreditava no que estava ouvindo, o chão abriu sob seus pés, ela só ouviu Michele e todo o resto tornou-se um zumbido, sem sentido, em seus ouvidos.

As lágrimas brotaram, uma dor atingiu seu peito como uma facada.

Era para ser o dia mais feliz de sua vida, o casamento com o homem que escolhera para passar o resto de sua vida.

O celular continuou falando, ela deixou-o cair no solo e saiu sem rumo pela calçada, entrou em um parque seus olhos derramavam lágrimas como cachoeiras, enquanto andava pelo gramado.

As pessoas na igreja começaram a cochichar, Letícia estava satisfeita, ela sempre guardou rancor de Alana, sua mãe Luiza também estava feliz ela queria que Rodrigo se casasse com Leticia e não com Alana sua enteada.

Depois de muita espera os convidados começaram a sair da igreja.

Os pais de Rodrigo também não estavam, mas Alana não sabia disso, eles tinham o casamento de Sofia para ir.

Alana arrastava seu vestido pelo chão, a cabeça baixa, sem entender como Rodrigo pôde fazer aquilo com ela, chorava, sentindo-se a pessoa mais azarada do mundo.

De repente, seu braço foi segurado com força.

-Vamos! Onde pensa que está indo? Um homem a segurou.

- O quê? Me solte! Ela disse assustada.

Surpresa, ela não entendia o que estava acontecendo.

Mesmo protestando e tentando se soltar, dois homens a arrastaram para um jardim onde havia um pequeno altar.

- O que vocês estão fazendo? Me solte agora mesmo! Ela protestava.

Ela tentava se soltar quando sentiu algo que parecia uma arma em suas costas, próximo à cintura.

- Fique quieta e seja obediente, o chefe não tem muita paciência. Disse o outro que os acompanhava.

- Não sei o que está acontecendo, mas vocês estão com a pessoa errada. Disse ela chorando.

- Fique quieta! Seja obediente o chefe não é do tipo que tem paciência. O homem disse ainda com a arma encostada em sua cintura.

- Vocês estão enganados eu não ... Alana tentava argumentar.

- Caminhe! Vá até lá ou iremos atrás de sua família.

- Mas...

Não a deixavam falar apenas a empurraram para que caminhasse em direção a um pequeno altar.

No altar estava um homem muito atraente, aparentando 28 anos, sentado em uma cadeira de rodas.

- Não posso! Nem sei quem ele é ...

- Vai ter tempo para descobrir.

Edgard estava no altar e de longe via a relutância da mulher em  vir até ele, era o que ele queria.

- Ande! Não tenho o dia todo! Ele disse, em alto e bom tom.

Alana olhou para o homem atrás dela.

- É melhor você ir e não provocá-lo. O homem disse indicando o caminho com a ponta da arma e completou. – Lembre-se faça o que ele disser ou vamos atrás de sua família.

Trémula Alana começou a caminhar, suas mãos estavam geladas e suando.

Edgard, impaciente via a mulher caminhar com os olhos arregalados e vermelhos. A todo momento ela olhava para os lados, certamente na esperança de alguém vir salvá-la.

“ Ninguém poderá salvá-la de mim”. Ele pensou com um sorriso satisfeito.

Alana viu o sorriso sarcástico do homem, ela não podia negar, era muito bonito, mas um estranho para ela.

- Senhor eu....Ela queria falar que aquilo era um engano.

- Shiiii, fique quieta apenas diga sim! Ele disse, olhando-a nos olhos.

- Sim? Ela não compreendia.

- Ótimo!  Sim! Ele disse logo em seguida.

- Casados! O homem do outro lado da mesa, disse colocando um livro na frente de Alana.

- Mas... eu...

- Apenas assine! Disse Edgard.

Alana entendeu que aquilo era um aviso, com as mãos tremulas e os olhos anuviados de lágrimas ela assinou, não estava nem conseguindo ler o que estava escrito ali. Quando terminou uma lágrima caiu sobre a folha.

Edgard puxou o livro para si e também assinou. – Pronto! Agora vamos!

- Vamos? Ela perguntou sem entender.

- Para casa querida! Ele disse sarcástico.

- Não! Você é maluco!

Alana tentou correr, mas teve seu corpo agarrado por um dos homens, que a levantou do chão e a jogou sobre os ombros.

- Me solte! Vocês estão cometendo um erro.

Enquanto isso, a família Panini procurava por Sofia, que havia sumido naquela manhã.

Rodrigo, que era irmão de Sofia, também deveria estar casado àquela altura, mas estava com Michele no hospital.

Como tudo começou.

Sentada próximo a janela do restaurante, Alana olhava ansiosa para o movimento dos transeuntes.

Já tinha um bom tempo que ela estava ali à espera de Rodrigo, seu noivo.

Chegou, encontrou uma mesa no canto e mandou uma mensagem para ele, dizendo que já havia chegado, não obteve resposta.

"Ele deve estar muito ocupado e se atrasou", ela pensou enquanto olhava para a mensagem que não foi nem visualizada.

Vendo-a sozinha há a um bom tempo, o garçom decidiu ir até ela e perguntar se ela precisava de algo.

- Não, obrigada, estou esperando alguém. Ela disse com um sorriso simpático.

- Deseja algo para beber? Um suco talvez? O garçom ofereceu depois de ouvir o estômago dela resmungar de fome, já eram quase uma da tarde.

- Está bem. Ela concordou.

O garçom logo trouxe a bebida e ela a tomou devagar, na esperança de Rodrigo chegar antes que o terminasse, mas não foi assim.

Já eram quase duas da tarde, quando muito chateada, ela pediu a conta para o garçom e depois de pagá-la, deixou o restaurante de cabeça baixa.

Não era a primeira vez que ela ficava esperando por Rodrigo e ele simplesmente não aparecia e também não ligava.

Ela já havia experimentado aquela sensação de abandono outras vezes.

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