– Esta é a Dra. Sandra, a médica de plantão na noite passada. – Disse o diretor.Nilton entrou na sala e olhou o crachá de identificação de Sandra. Ele disse:– Venha comigo.Sandra ficou confusa, questionando:– Para onde estamos indo?– Vamos logo. – O diretor a interrompeu, puxando-a. – Não deixe o Presidente Mendes esperar muito tempo.Logo ela foi levada para o escritório do diretor.Ramon estava afundado no sofá, com seu corpo esguio e ereto. Só olhando atentamente era possível notar a palidez em seus lábios finos.O cheiro de desinfetante do hospital mascarava o leve odor de sangue que vinha dele.Ele estava vestindo um terno preto impecável, e a expressão em seu rosto exalava uma força temperada por tempestades e ventanias. Apenas um olhar seu era suficiente para causar temor!O assistente se aproximou de Ramon, inclinou-se e sussurrou baixinho:– Todos os registros de vigilância da noite passada foram destruídos propositalmente. Devem ter sido aquelas pessoas que estavam tenta
Era uma ligação de seu colega veterano, Calisto Lima. Eles se formaram na mesma faculdade de medicina, mas ele estava duas turmas à frente dela e tinha estudado no exterior, agora sendo bastante conhecido no país.Ele sempre foi muito gentil com ela.Então eles eram bons amigos.– Claro, o que você precisa? – Ela respondeu prontamente.– Tenho um paciente e estou ocupado demais para chegar lá a tempo, você poderia ir em meu lugar? – Veio a voz do outro lado.Daniela olhou para o relógio. Ela não tinha consultas hoje, tinha duas cirurgias agendadas para a tarde, então tinha tempo de manhã. – Está bem. – Ela respondeu.– O endereço é no Bairro Jardim das Rosas, Bloco A, apartamento 306. Diga que está procurando o Sr. Nilton, o porteiro irá avisar. – Ele explicou.– Okay.– E por favor, não comente sobre isso com ninguém, não faça muitas perguntas, apenas cuide do tratamento dele. – Ele instruiu do outro lado.– Entendi. – Daniela respondeu e desligou o telefone antes de pegar um táxi em
Ela baixou os olhos e se aproximou para arrumar a maleta médica, não esquecendo de cumprir seu dever como médica ao dar instruções:– A ferida não pode ser molhada por enquanto, deve ser desinfetada uma vez por dia. Use roupas folgadas para evitar atrito na ferida. – Ela colocou alguns remédios na mesa. – Este é para ingestão oral, este é para uso externo.Ramon não se virou, apenas deu um grunhido indiferente.Daniela não falou mais nada e saiu carregando a maleta.Ela pegou um táxi de volta ao hospital, já era quase onze horas. Ela comeu algo na lanchonete do hospital e assim que voltou para o departamento, foi chamada para o escritório do diretor.– Sobre a questão de ir fazer estágio no Hospital Central do Segundo Distrito Militar, eu estou planejando enviar a Dra. Sandra. – O diretor disse com uma expressão séria, parecendo ter algo difícil de dizer.Daniela ficou atônita com isso e perguntou persistentemente:– Não era para eu ir?– Você sabe, todos os equipamentos médicos de alt
Calisto veio aqui procurar Daniela, apenas pegou carona com Ramon. Ao ver Sandra se aproximando, ele abriu a porta do carro e desceu.– Vou indo. – Disse ele.Depois que ele se foi, Sandra entrou no carro e se sentou em frente a Ramon. Ela estava se sentindo um pouco inquieta, porque havia percebido que Ramon provavelmente tinha confundido as pessoas.No entanto, ela já estava sentindo os benefícios de se aproximar dele.O diretor sempre admirou Daniela e de repente deu a ela a oportunidade de estagiar no Hospital Central do Segundo Distrito Militar, tudo por causa de Ramon.Ela decidiu aproveitar essa oportunidade e segurar esse homem.Era uma sorte incrível, uma oportunidade única, e ela não podia deixar escapar.– Eu decidi. – Disse ela, levantando os olhos.Ramon pareceu surpreso com a rapidez de sua decisão. Ele se mexeu um pouco, aparentando casualidade, mas estava curioso sobre a resposta dela.– Eu não quero nada. – Disse ela.Se ele estava disposto a prometer casamento, então
Ramon levantou os olhos, arqueando levemente as sobrancelhas, uma presença intimidadora emanava dele. Ele grunhiu em questionamento:– Hum?Calisto mordeu os dentes, dizendo:– Tudo bem, pela sua felicidade, vou engolir essa.Ramon olhou para ele por um momento, seus olhos profundos e calmos. Em seguida, ele disse ao Nilton:– Vamos embora.Nilton ligou o carro e eles foram embora. Calisto sentiu que deveria fazer algo por Daniela, então se virou para voltar e procurá-la, mas percebeu que ela já estava de saída.– Dani. – Calisto se aproximou dela.– Tenho que voltar para casa agora. – Ela sorriu para Calisto.Calisto olhava para ela com um sentimento amargo no coração, dizendo:– Bem, Dani, sobre sua mãe procurando um coração compatível, vou me esforçar para te ajudar a encontrar um adequado o mais rápido possível.Ao pensar em sua mãe, seu coração apertou. Ela se esforçou para esconder seus sentimentos, mas sua voz ainda traiu sua emoção, um pouco trêmula:– Mesmo?Um coração não era
– Srta. Vieira? Sou o assistente do Presidente Mendes, o Presidente Mendes está te convidando, venha comigo, por favor.Ao ver Nilton, Daniela primeiro se surpreendeu, mas logo abaixou o olhar, disfarçando o reconhecimento.Da última vez, ela havia ido tratar alguém a pedido de Calisto, e esse homem havia atendido a porta.“Ele é o assistente do Ramon?”“Será que aquele homem ferido era Ramon?”– Srta. Vieira, por favor. – Nilton insistiu, notando sua relutância.Daniela conteve seus pensamentos e disse:– Tenho que ir trabalhar.Era uma recusa clara.Ela não queria ver aquele homem.– Srta. Vieira, pense bem. Sua posição atual irritou o Presidente Mendes. Perder o emprego é o de menos, sua carreira como médica pode ser arruinada.Era uma ameaça clara.Daniela apertou os punhos com força. Seu pai só lhe deu o dinheiro para a cirurgia, e as despesas do tratamento e cuidados de sua mãe dependiam de seu salário. Ela não podia perder o emprego, nem abrir mão de sua carreira como médica.El
“Você não tinha me entregado para aquele homem repugnante? Por que ainda aparece aqui? Para assistir ao meu constrangimento?”“Homem desprezível!”– Ramon? – Ela apontou para o homem com uma aura sombria, talvez por causa da bebida, ela estava se sentindo mais corajosa e nem sabia o significado da palavra medo agora. – Você... É um canalha!O rosto de Ramon ficou completamente sombrio por um instante.Nilton e Dona Berta abaixaram a cabeça, sem ousar respirar.Ela entrou cambaleando, agarrou a gravata de Ramon e o puxou em sua direção, dizendo:– Você acha que eu realmente quero me casar com você? Você se acha um príncipe encantado?O cheiro forte de álcool que vinha dela fez Ramon franzir a testa constantemente, parecia que havia um traço de raiva em seus olhos.Ele rapidamente segurou seu pulso, dizendo:– Você só pode estar louca.“Como você teve coragem de ir embora com um homem qualquer?”Ele realmente queria que essa mulher cedesse, mas ela era teimosa como uma mula e não aceitav
Ramon empurrou a porta do escritório e disse:– Diga que não vou recebê-lo. – E então, pediu. – Me traga um café.Ele então caminhou em direção à sua mesa. A secretária insistiu:– O Sr. Fausto disse que, se não puder ver o senhor hoje, ele não vai sair daqui.Ramon olhou de relance para a secretária, que imediatamente baixou a cabeça.– Então traga ele aqui. – Disse ele, sentando-se e desabotoando o paletó.Logo a secretária entrou trazendo o café e acompanhada de Fausto.Fausto estava visivelmente irritado e logo questionou:– Aquela mulher, de onde você a trouxe?Ramon pegou o café, dispensou a secretária e, só então, olhou para Fausto.– Você está vendo o que ela me fez? – Fausto apontou para o pescoço, mostrando uma ferida clara, e o pulso enfaixado. – Por pouco não cortou meus tendões!Ramon olhou brevemente para os ferimentos de Fausto, sentindo até mesmo um certo prazer interior. Fingindo inocência, ele perguntou:– Como isso aconteceu?Fausto, ainda assustado ao se relembrar d