Capítulo 8
“Você não tinha me entregado para aquele homem repugnante? Por que ainda aparece aqui? Para assistir ao meu constrangimento?”

“Homem desprezível!”

– Ramon? – Ela apontou para o homem com uma aura sombria, talvez por causa da bebida, ela estava se sentindo mais corajosa e nem sabia o significado da palavra medo agora. – Você... É um canalha!

O rosto de Ramon ficou completamente sombrio por um instante.

Nilton e Dona Berta abaixaram a cabeça, sem ousar respirar.

Ela entrou cambaleando, agarrou a gravata de Ramon e o puxou em sua direção, dizendo:

– Você acha que eu realmente quero me casar com você? Você se acha um príncipe encantado?

O cheiro forte de álcool que vinha dela fez Ramon franzir a testa constantemente, parecia que havia um traço de raiva em seus olhos.

Ele rapidamente segurou seu pulso, dizendo:

– Você só pode estar louca.

“Como você teve coragem de ir embora com um homem qualquer?”

Ele realmente queria que essa mulher cedesse, mas ela era teimosa como uma mula e não aceitava o divórcio.

Quando Daniela foi embora com Fausto, ele se arrependeu. Afinal, ela ainda era sua esposa de fachada, se fosse tocada por outro homem, ele sentiria repulsa.

– Você é quem está louco. – Daniela não parava quieta, aproveitando o efeito da bebida para puxar suas roupas à vontade.

Vingando-se dele por permitir que aquele homem se aproveitasse dela!

Ramon ficou completamente frio, segurou o pulso dela e a arrastou escada acima.

Daniela tentou se soltar, protestando:

– Me solte, me solte...

Com um forte baque, a porta do quarto foi chutada e aberta. Ramon a jogou para dentro.

Daniela não conseguiu ficar de pé e caiu no chão, batendo o joelho.

– Ah... – Ela gemeu de dor e segurou o joelho.

Esse gemido de dor fez Ramon hesitar.

Esse som...

Por um momento, seu cérebro voltou para aquela noite.

A voz dela era parecida com a de Sandra?

– Ramon! – Daniela levantou a cabeça e olhou para ele, seus olhos cheios de ódio.

Esse homem não só era maligno, mas também extremamente violento.

Seus joelhos estavam sangrando por causa da queda.

O olhar de Ramon encontrou o dela e seus pensamentos voltaram.

Ele se aproximou com suas longas pernas, semicerrando os olhos ao perguntar:

– Você não está bêbada?

Ela estava bêbada.

Mas sua mente ainda estava clara.

Ela apoiou as mãos no chão, tentando se levantar.

Seus tornozelos fraquejaram e ela caiu novamente, instintivamente agarrou algo ao seu lado para se segurar e conseguiu se sustentar.

Mas apesar de não sentir frio, uma onda de arrepios a envolveu.

Ela levantou lentamente a cabeça e viu Ramon a encarando com pupilas profundas, mas sem nenhum calor.

Somente então Daniela percebeu que suas mãos estavam segurando a calça dele.

Se não fosse pelo cinto apertado, ela já teria sido arrancada. Mesmo assim, Ramon, vestido impecavelmente em seu terno, foi puxado de forma desajeitada.

Daniela soltou a mão bruscamente.

O tecido da calça de Ramon em suas coxas estava enrugado e amassado.

Ela desviou o olhar em pânico e disse:

– Eu... Não fiz de propósito.

Ramon soltou um frio sarcasmo de sua garganta:

– Ha... É mesmo?

– Claro.

“Espere um minuto...”

Ela encarou Ramon, questionando:

– O que você quer dizer com isso?

– Que tipo de pessoa você é, você não tem noção própria?

Sua pergunta retórica e sarcástica atingiu Daniela em cheio. Ele viu aquele remédio, sabia que ela...

Pensando naquela noite, seu corpo tremia levemente, mas ela mantinha uma expressão de calma forçada.

Ela queria se esconder, com medo de que percebessem seu medo, que usassem seus segredos para... Humilhá-la.

– Não tem mais nada a dizer? Gosta de se jogar para cima de qualquer homem? – Ramon agarrou o pescoço dela, com um olhar sombrio. – Me diga, como você consegue se recusar a se divorciar de mim, mas ainda assim me trair?

Enquanto falava, havia uma determinação feroz em sua voz.

A esposa dele tinha transado com outro cara?

Essa era provavelmente a coisa mais humilhante que já aconteceu em sua vida!

Daniela lutava para respirar sob o aperto, suas bochechas já vermelhas ficaram ainda mais rubras. Seu peito subia e descia intensamente enquanto tentava inspirar oxigênio.

Ela lutou e conseguiu pronunciar algumas sílabas com dificuldade:

– Me... Sol-te...

Ela se esforçou tanto para se libertar que dois botões de sua blusa estouraram e caíram no chão com um estalo.

Ramon baixou os olhos e seu olhar passou pelos delicados ossos da clavícula dela. Em seguida, seu olhar captou o sutiã de renda preta em seu peito, uma visão sutilmente tentadora...

Ela lutava para respirar com dificuldade:

– Hmm...

Os fios de cabelo desalinhados caíam casualmente sobre sua orelha, acompanhando o som de sua respiração, de forma sedutora e inquietante...

Percebendo que já havia olhado demais, ele imediatamente desviou o olhar.

Sua garganta se apertou involuntariamente.

Sua testa ficou franzida.

Ele se esforçou ao máximo para controlar suas emoções.

“Como posso estar sentindo impulso sexual por uma mulher tão safada dessas?”

Isso o deixava bem desconfortável!

Com raiva, ele a jogou na cama, mas sua raiva era direcionada a si mesmo.

“Como pude ter pensamentos assim diante de uma mulher tão desprezível?”

“Eu estou ficando louco?”

Imediatamente, ele se virou e desceu as escadas.

Lá embaixo, Nilton o viu e se aproximou rapidamente, cumprimentando:

– Presidente Mendes.

Ramon não disse uma palavra e saiu em passos largos.

Nilton correu atrás dele.

Sentado no carro, Nilton deu partida e dirigiu, olhando cuidadosamente para trás de vez em quando.

“O que aconteceu com o chefe? Por que está tão zangado?”

...

Na mansão, o oxigênio voltou ao seu pulmão novamente. Daniela estava debruçada na cama, respirando profundamente.

Ela segurou o peito. Momentos atrás, ela pensou que Ramon iria sufocá-la de verdade.

De repente, o álcool, antes contido pela falta de ar, agora estava revirando como um turbilhão em seu estômago, causando uma forte vontade de vomitar.

Ela correu para o banheiro e começou a vomitar violentamente.

Depois de vomitar, ela se sentiu melhor.

Ela enxaguou a boca com água da torneira e se deitou na cama, sem tomar banho.

Ela estava tão cansada, tão sonolenta...

Lentamente, ela fechou os olhos e adormeceu inconscientemente.

...

No dia seguinte, no Grupo Uniguete.

Assim que Ramon entrou na empresa, sua secretária se aproximou e disse:

– Presidente Mendes, o Sr. Fausto está te procurando.
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