Ramon empurrou a porta do escritório e disse:– Diga que não vou recebê-lo. – E então, pediu. – Me traga um café.Ele então caminhou em direção à sua mesa. A secretária insistiu:– O Sr. Fausto disse que, se não puder ver o senhor hoje, ele não vai sair daqui.Ramon olhou de relance para a secretária, que imediatamente baixou a cabeça.– Então traga ele aqui. – Disse ele, sentando-se e desabotoando o paletó.Logo a secretária entrou trazendo o café e acompanhada de Fausto.Fausto estava visivelmente irritado e logo questionou:– Aquela mulher, de onde você a trouxe?Ramon pegou o café, dispensou a secretária e, só então, olhou para Fausto.– Você está vendo o que ela me fez? – Fausto apontou para o pescoço, mostrando uma ferida clara, e o pulso enfaixado. – Por pouco não cortou meus tendões!Ramon olhou brevemente para os ferimentos de Fausto, sentindo até mesmo um certo prazer interior. Fingindo inocência, ele perguntou:– Como isso aconteceu?Fausto, ainda assustado ao se relembrar d
Todos estavam confusos, como podia ser tanta coincidência?Ambos tinham compromissos de última hora?Sandra também percebeu algo estranho. Se antes ela tinha ouvido errado, agora não tinha dúvidas. Ela ficou observando Ramon e Daniela, tentando entender o que estava acontecendo.– Dra. Daniela, que assunto importante você tem que resolver agora? – Ela perguntou cautelosamente.Daniela queria dizer diretamente a Sandra que ela era a esposa de Ramon, e deixar que ele se virasse para explicar para Sandra.Mas ela não se atrevia.Esse homem era muito perigoso.Ela não podia perder a oportunidade de trabalhar no Hospital Central.Então ela apenas encolheu os ombros e disse:– Meu avô me chamou, parece que tem um assunto urgente. Não imaginava que o Presidente Mendes também teria um compromisso, que coincidência!Ela tentou disfarçar, mas Ramon insistiu:– Que bom, meu avô também me chamou. Seu avô mora aonde? Posso te dar uma carona se for no caminho.O sorriso de Daniela quase não consegui
A voz repentina fez Daniela dar um salto assustado. Ao se virar, acidentalmente derrubou a caixa, que caiu no chão com um baque!Ramon a encarava, sua expressão cheia de raiva era de dar arrepios!Ela se apressou em explicar:– Eu... Eu não fiz de propósito...Enquanto falava, ela se agachou para tentar pegar a caixa. Seus dedos estavam quase tocando a caixa quando seu pulso foi agarrado com força, quase esmagando seus ossos.“Que dor!”Sua mão parecia prestes a quebrar, ela suava frio de dor.Os olhos de Ramon ficaram injetados de sangue, incapazes de conter sua raiva.– Tire suas mãos sujas dela! – Ele disse.Enquanto falava, ele jogou Daniela para o lado com força, pegando-a de surpresa. Seu corpo inteiro caiu para trás e sua cabeça bateu no canto do armário.Uma dor lancinante a deixou momentaneamente atordoada, com a cabeça zunindo. Ela podia sentir um líquido quente escorrendo enquanto estendia a mão para trás, tocando algo pegajoso.Sem surpresa, era sangue, mas não muito.Ela l
Cassiano já havia pensado nisso havia muito tempo.Nesse momento, o mordomo Guiomar pareceu entender o que estava acontecendo, dizendo:– Senhor, e quanto ao fato de me pedir para procurar o coração...Antes que ele pudesse terminar a frase, Daniela saiu com o kit de primeiros socorros.Imediatamente, o mordomo Guiomar ficou calado.Cassiano se levantou do sofá com a ajuda de uma bengala e disse a Daniela:– Venha comigo.Após suas palavras, Cassiano se dirigiu ao escritório.Daniela colocou o kit de primeiros socorros na mesa e o seguiu.Cassiano se sentou na cadeira em frente à mesa, dizendo com uma expressão melancólica:– Os pais de Ramon faleceram cedo, e fui eu quem cuidou dele quando ele cresceu. Durante seus estudos, ele morava na escola, e depois de se formar na universidade, ele se mudou da mansão e assumiu a empresa, ficando ainda mais ocupado, quase nunca voltando para casa.Cassiano falava em um tom bem baixo. O pai de Ramon era seu filho mais velho, e a dor de ver um filh
– Diretor, por que você está me perguntando isso? – Daniela tinha uma sensação ruim no fundo do seu coração.– Você deve saber o que significa ser banida do ramo... – O diretor começou a falar de cenho franzido. – Sua carreira como médica está prestes a ser arruinada. Nenhum hospital vai querer contratá-la.Daniela ficou chocada com esse evento repentino.Ela apertou e soltou as mãos várias vezes, depois disse:– Diretor, eu amo muito esse trabalho e não posso perdê-lo.– Mesmo que eu quisesse te ajudar, não tenho poder suficiente – O diretor lamentou.Ele reconhecia e admirava a atitude profissional de Daniela, bem como suas habilidades.Mas ele não tinha a capacidade de protegê-la.– Se você quer manter seu emprego, precisa falar com o Ramon. Você o ofendeu, então peça desculpas a ele. É melhor do que perder seu emprego. – O diretor a aconselhou gentilmente.– Eu...Ela ficou sem palavras.Os preconceitos de Ramon contra ela não seriam resolvidos apenas com um pedido de desculpas, el
Nilton também não estava totalmente ciente da situação.Ele ficou bem surpreso ao ver os dois juntos, rindo e conversando enquanto almoçavam.Se não tivesse passado pelo restaurante por acaso, ele nunca teria descoberto.– Que tal chamarmos o Dr. Calisto para perguntar? – Sugeriu Nilton.Ramon apenas murmurou um "hmm" em resposta.Nilton fez a ligação.Vinte minutos depois, Calisto chegou à empresa. Assim que entrou, Calisto disse:– Eu estava justamente querendo falar com você sobre algo...Antes que Calisto pudesse terminar a frase, ele foi interrompido por Ramon:– Você conhece a Daniela?Calisto ficou surpreso por um momento antes de assentir, dizendo:– Conheço. Ela é minha caloura de faculdade, foi ela quem tratou seus ferimentos da última vez.Ramon se recostou no sofá de couro marrom, seus olhos escuros e seus longos cílios tremendo um pouco. Era ela naquele dia?Isso o surpreendeu.– Ah, sim. – Calisto se aproximou e sentou no sofá. – Ramon, você poderia tratá-la melhor?Ramon
Ela já tinha decidido, mas ao pensar em enfrentá-lo, ainda se sentia um pouco hesitante.A lembrança de sua explosão de raiva ontem ainda estava vívida em sua mente!Ela respirou fundo e reuniu coragem para entrar na casa.Ao empurrar a porta, deparou-se com Dona Berta.Ela sorria calorosamente ao perguntar:– Chegou do trabalho?Daniela respondeu com um "hmm" e olhou para dentro, avistando alguém no sofá, mas sem ver o rosto.Dona Berta disse:– O senhor está aqui.Daniela trocou de sapatos e entrou, esforçando-se para sorrir e cumprimentar:– Presidente Mendes.Ramon colocou de lado a revista de economia que estava lendo e olhou com desdém para ela. Sua voz soou sarcástica:– Presidente Mendes?Essa mulher, por um lado, não queria se divorciar dele, mas, por outro lado, agia de forma distante?“Ela está se fazendo de difícil agora?”Daniela já havia se desculpado antes e disse sinceramente mais uma vez:– Eu não pretendia mexer nas suas coisas, sinto muito.– Você realmente acha que
Daniela estava sonhando. Sonhou que estava sendo estrangulada por duas grandes serpentes, e já não conseguia respirar. Quando ela pensou que iria sufocar até a morte, uma luz apareceu e ela agarrou se a ela desesperadamente...Ela pensou que estava prestes a ser salva, mas foi acordada bruscamente num susto...Ao abrir os olhos, viu um homem alto de roupas desalinhadas parado diante dela, com uma aparência ameaçadora, como se fosse devorá-la.Ela acordou instantaneamente, levantou-se e se encolheu no canto do sofá, assustada, balbuciando:– O que você quer fazer comigo?Sua voz estava rouca como a de alguém que acabou de acordar, com um leve tremor.Ramon riu sarcasticamente, era óbvio que ela havia intencionalmente desarrumado seu roupão de dormir, e agora estava fingindo estar excessivamente assustada?– Por acaso você está com desejo por um homem e fingiu estar dormindo para me atacar?A respiração de Daniela ficou presa por um instante, seus dedos se encolhendo lentamente, enquanto