Na manhã seguinte, ao som do canto melodioso de vários pintassilgos que rodeavam por entre o jardim e a janela do quarto de Vênus, ela ainda se encontrava em sono profundo.Estranhando que a irmã ainda não tinha aparecido, conforme tinham combinado, Athena foi procurá-la em seu templo.Ao encontrar Vênus, ainda debruçada em sua cama e toda descoberta, Athena suspirou. Sentou-se ao lado dela e começou a balançar seu tronco a fim de que despertasse.– Acorde, Vênus! – Athena falou com doçura.Vênus despertou aos poucos.– Irmã?– Levante, vamos! Você já está atrasada para seu compromisso.– Ah! Não! Perdi a hora.Vênus deu um salto da cama e correu para tomar um banho. Athena a acompanhou e continuou conversando com a bela.– Gostou do jantar?– Eu adorei, irmã. Foi inesquecível. Gostei de todos, foram muito amáveis comigo. Fiquei tão feliz que custei a pegar no sono. É tão bom poder desfrutar da companhia de outras pessoas.– É verdade. Foi uma noite muito agradável mesmo. E você já de
Enquanto isso, no antigo campo de treinamento dos soldados, localizado em uma zona isolada na base do monte Olimpo, Iolo aguardava a chegada do mestre Moshi, conforme tinha sido avisado logo pela manhã pelo mensageiro Mimi. Ele estava bastante curioso para saber o que o mestre queria apenas com ele. Naquele momento, o jovem soldado estava bastante inquieto. A cerimônia da noite passada o tinha deixado estremecido. Vênus tomava todo o seu ser. O sentimento que tinha era de que estava enfeitiçado. Mal sabia ele o que o esperava.Perdido em seus pensamentos, avistou duas pessoas se aproximando. Logo reconheceu mestre Moshi.– A que devo a honra de ser convocado por meu mestre? – Iolo se levantou e logo fez uma reverência ao senhor.– Vim em nome de Athena, soldado! Fiquei encarregado de te dar uma missão.Iolo o ouvia atentamente sem dar atenção a acompanhante do mestre Moshi que continuou:– Essa menina que está aqui comigo se chama Ayume e foi designada pelos deuses para ser treinada c
Naquela manhã, mal o sol tinha surgido, Iolo já estava a porta do alojamento de Vênus. Ele batia insistentemente, mas ela não respondia. Vênus estava tão cansada que resistia a despertar. No susto, ouviu a voz de seu mestre e respondeu que já sairia. Rapidamente colocou o elmo na cabeça e saiu ainda com os olhos inchados. Ao encontrar Iolo, ele já parecia aborrecido.– Quando eu vir te encontrar, é para você já estar pronta!– Sim, mestre.– Vem comigo!Iolo começou a caminhar em direção à floresta.– Para onde vamos?– Para o seu local de treinamento.Vênus não conseguia acompanhar o ritmo de Iolo. O equipamento de proteção pesava bastante para ela. Mas tinha percebido uma vantagem em ficar para trás. Observava cada centímetro do corpo bem esculpido de Iolo. Ele usava uma calça preta que estava justa ao corpo e destacava sua boa forma. Ele também usava um colete semelhante ao dela, mas sem elmo, cotoveleiras ou joelheiras. Para ela, aquela caminhada estava sendo bem desgastante. Mata
Na manhã seguinte, Vênus respirou fundo e foi para a corda. Iolo a observava, como sempre sem muitas expectativas. Para sua surpresa, a manhã toda já tinha passado e a garota ainda permanecia na corda. Ele estava incrédulo e admirado com a concentração dela. As horas continuaram passando, com a tarde se aproximando do fim. Iolo estava impressionado. Quando mestre Moshi fez esse treinamento com ele, foram apenas por duas horas. A jovem aprendiz já estava a cerca de dez horas sobre aquela corda. Ele tinha a desafiado ficar por tanto tempo, pois tinha certeza de que seria impossível para ela conseguir.Na certeza da perseverança dela, deu o exercício por encerrado. Após um mês, Vênus finalmente havia conseguido concluir o desafio de Iolo. Ela vibrou de alegria.– Agora eu estou pronta para aprender a lutar!– Quem disse que você está pronta? Esse foi apenas o primeiro exercício.– Como? Eu não acredito que você vai ficar me enrolando com esses exercícios bobos.Iolo se irritou. Velozment
Iolo não estava conseguindo pegar no sono. Encontrava-se angustiado em meio a um turbilhão de emoções. Sua pupila não saía de sua mente. A imagem dela estirada ao chão, agonizando de dor, estava o deixando aflito. Ficava pensando em por que sua discípula o deixava tão desestabilizado. Só a sua presença já o incomodava demais. Em sua existência, apenas uma pessoa foi capaz de mexer tanto com seus sentimentos. Quando se recordava de tê-la em seus braços, lembrou-se de Vênus. O mesmo olhar inocente, o mesmo atrevimento ao provoca-lo. Tentava negar para si mesmo as suspeitas que vinham invadindo sua mente.Inquieto demais, levantou-se e foi até o casebre onde Vênus ficava. Ao se aproximar, notou que a porta ainda estava aberta, da mesma forma que deixou. Adentrando, ouviu os gemidos da garota. Tateou os móveis até encontrar o lampião. O acendeu. Ao iluminar o cômodo, avistou sua aluna. Se contorcia de dor e delirava. Próximo à cama, observou sangue. Sentiu um terrível remorso por tê-la ma
Marine e Athena se encontraram com Iolo que aguardava ansioso.– Como ela está? – O jovem soldado estava com um aperto insuportável no peito.– Ainda com febre, mas logo ficará bem. Precisa trocar os curativos dela esporadicamente.– Sim Marine. Eu farei. Muito obrigado pela sua ajuda.Athena solicitou que Marine fosse embora. A criada se retirou imediatamente.– Iolo, não sei como chegaram a esse ponto, mas que fique bem claro que não há justificativas para o que aconteceu aqui! Você é o tutor dela, seu mestre, seu responsável. Deve prezar pela vida dela e não o contrário. Tenha mais paciência. Ela realmente está disposta a se tornar uma guerreira, mesmo que pareça imatura, ela tem potencial.– Eu sei Athena. Ela está evoluindo bem. Sua força de vontade me surpreende todos os dias.– Que bom. Pelo menos uma qualidade você conseguiu ver nela. Cuide bem dela ou sentirá na pele a fúria dos deuses.Após dizer essas palavras Athena se retirou. Ao presenciar a preocupação da deusa com Ayum
Quando amanhecera, Iolo foi de encontro a sua discípula. Ficou surpreendido ao se deparar com a menina já o aguardando, sentada no primeiro degrau do casebre e toda equipada. Ao aproximar-se, estendeu a mão para ajudá-la a se levantar.Erguida, a frente de seu mestre, ela o cumprimentou com respeito.– Como está se sentindo hoje?– Me sinto melhor, mestre. – Vênus ainda tinha dificuldade para manter-se de pé, mas não queria demonstrar fraqueza.– Ótimo. De qualquer forma, ainda não está completamente recuperada. Vamos ficar por aqui mesmo. Pode se sentar. Vou te mostrar como eu luto. Apenas observe.Vênus acatou o pedido de seu mestre e se acomodou no mesmo lugar que estava antes. Ficou aliviada por não ter que fazer a caminhada floresta adentro. Sentia-se bastante cansada ainda.Iolo se posicionou de frente para o poente. Ficou em posição de descanso. E começou: olhou para a esquerda e fez uma defesa baixa com o braço esquerdo; avançou à frente com um passo e socando com a mão direit
No dia seguinte, apesar de sua desconfiança, Iolo foi treinar sua aluna. Ele não esperava uma grande evolução dela, porém foi surpreendido. A aspirante a soldado mostrou a ele que estava desenvolvendo o poder da telecinesia. Ela fazia pedras se erguerem no ar e com a força do pensamento as explodia. Iolo ficou mais intrigado ainda.– Você tem noção do que acabou de fazer?– Bem... eu não sabia exatamente o que fazer com aquela energia que você me ensinou a usar. Então eu comecei a testar possibilidades e acabei fazendo isso.Iolo se deu conta de que sua aluna, com toda sua ingenuidade, não fazia ideia do grande feito que tinha realizado. Foi além do que ele esperava. Com todos os anos de treinamento que tivera, a única coisa que conseguiu fazer com aquela energia era dar mais potência aos seus golpes.– Muito bem. Vamos treinar da seguinte forma: tente me acertar atirando essas pedras em mim.– Tudo bem. – Vênus se concentrou nas pedras ao seu redor e as arremessava contra seu mestre,