Agora, tudo o que precisava era partir e ir buscar seu filho. Se Isabele quisesse ficar, que ficasse, mas seu filho voltaria para São Paulo com ele. Na manhã seguinte, seu carro deslizou pelas ruas até o aeroporto particular. Seu jato já o aguardava, pronto para decolar. — Bom dia, senhor Castro — cumprimentou o piloto, acompanhado pelo copiloto. Álvaro respondeu ao cumprimento de ambos de forma polida e, depois que tudo estava pronto, eles levantaram voo rumo a Goiânia. O tempo de voo entre São Paulo e Goiânia seria de aproximadamente uma hora e vinte minutos. Tempo suficiente para organizar seus pensamentos. Enquanto a aeronave cortava o céu, ele encarava a paisagem lá fora, mas sua mente estava em um turbilhão. Ele estava a menos de duas horas de finalmente reencontrar Isabele. E, dessa vez… Ela não teria mais para onde fugir, não sem que ele deixasse claro que nunca mais permitiria que afastasse seu filho dele novamente. Se o que ela escreveu naquela carta que deixou para
Álvaro pegou as chaves do carro e a carteira sobre a cômoda, segurando o braço dela com firmeza para fazê-la segui-lo. No entanto, Isabele se desvencilhou com um movimento brusco. — O Davi está na escola, e eu não vou interromper os estudos do meu filho para atender a um capricho seu. — Capricho? Você acha que querer ver meu filho, depois de dois anos sem poder vê-lo é um capricho? O olhar dele faiscava de fúria contida, enquanto Isabele sustentava a própria raiva. — Escute bem, Isabele — ele continuou, com a voz baixa e cortante. — Você não vai mais usar o meu filho como arma para a sua vingança. Já não foi bastante arma para eu apodrecer na cadeia? Se no passado eu destruí você, saiba que você quase fez o mesmo comigo. Se não fosse a Luana ter se arriscado para me tirar daquela cela, você teria conseguido o que queria.
A saia preta envelope delineava suas curvas com elegância, enquanto a blusa branca de seda, de alças finas, deixava seus ombros expostos. O calor daquela manhã a fez dispensar o sutiã, mas o tecido fino marcava levemente seus seios, o que a incomodava um pouco. Respirou fundo e tocou a campainha. A porta se abriu. E Isabele sentiu seu corpo congelar. A cor sumiu de seu rosto, e suas mãos tremeram. Lá estava ele. Álvaro. Lindo. Imponente. Dominador. Vestindo jeans e uma camiseta branca que se moldava perfeitamente ao seu corpo forte, destacando os músculos dos braços. Seu olhar era cortante, uma mistura intensa de ódio e… algo mais. Algo que ela não soube decifrar. Seu coração disparou.
Ele se virou de costas, mas, tomada pela fúria, Isabele partiu para cima dele, socando-lhe as costas com força. — Maldito! Canalha! Álvaro se virou rapidamente, agarrando-a com firmeza e a jogando na cama. Ele ficou sobre ela, segurando seus pulsos contra o colchão. — Agir como uma histérica não vai adiantar nada. E sabe de uma coisa? Um dia você vai descobrir a verdade, Isabele. Vai se arrepender de ter sido tão cruel comigo. Ela arfava sob ele, o peito subindo e descendo em descompasso. — Quem está sendo cruel agora é você! Quer me forçar a um casamento só para me humilhar, enquanto mantém Luana como sua amante e sabe lá quantas mais. — Não se preocupe. Você não será humilhada em público. Eu saberei ser discreto. O olhar de Álvaro percorreu o rosto dela, descendo lentamente até seu pescoço. Ele fechou os olhos por um instante, inalando o perfume que sempre o enlou
Ela mordeu o lábio inferior, tentando manter algum resquício de controle, mas a forma como ele a tocava a deixava sem qualquer defesa. — Eu… — Ela hesitou, e Álvaro pressionou o quadril contra o dela, fazendo-a soltar um gemido baixo. — Diga — ele ordenou, a voz rouca, carregada de desejo. — Eu te quero… A confissão saiu em um sussurro, mas foi tudo o que ele precisava ouvir. Num movimento ágil, ele a virou na cama, ficando por cima novamente, os olhos cravados nos dela enquanto afastava o que restava de suas roupas. O que aconteceu a seguir foi inevitável. Um encontro de corpos e almas, onde o desejo falou mais alto que qualquer ressentimento. Álvaro a tomou como se quisesse gravar
O silêncio que se seguiu foi carregado de tensão, quase palpável. O peito de Álvaro subia e descia, os olhos frios como gelo cravados em Isabele, que, por sua vez, se recusava a desviar o olhar. Ela apertava os lençóis contra o corpo, como se a fina barreira de tecido pudesse protegê-la do homem à sua frente. — De novo esse maldito vídeo… — Ele passou a mão pelos cabelos, exalando impaciência. — Quer saber? Não vou perder meu tempo negando isso mais uma vez. Pense o que quiser. A frieza em sua voz cortou Isabele como uma lâmina afiada. — E quer saber de uma coisa? — Ele deu um passo à frente, estreitando os olhos. — Fico feliz em saber que fui o único homem que esteve dentro de você, que te possuiu. Porque adoro saber que só eu sei o quant
Inspirando fundo, ela fechou os olhos e jurou, mais uma vez, que aquilo não voltaria a acontecer. Mas quantas vezes já tinha feito esse juramento? Quantas vezes prometera a si mesma que resistiria a Álvaro e, no fim, acabava se rendendo ao toque dele? Dali em diante ia ser diferente. Tinha que ser. Com essa decisão martelando em sua mente, Isabele recolheu suas roupas e foi para o banheiro. Ligou o chuveiro e deixou a água quente escorrer por seu corpo, tentando lavar não apenas o cheiro dele, mas também as lembranças do desejo e a paixão que compartilharam a momentos atrás. Quando saiu, secou-se rapidamente, vestiu-se e ajeitou o coque alto que refez , deixando alguns os fios soltos que emolduravam seu rosto. Retocou o batom com precisão, um gesto pequeno, mas que lhe devolvia um pouco da firmeza que Álvaro sempre tentava
O ar fresco do lado de fora ajudou a clarear um pouco a mente de Isabele, mas não o suficiente para acalmar a raiva que a consumia. Ela se desvencilhou do toque de Álvaro e lançou um olhar furioso para ele. — Vai ser sempre assim? — disparou. Ele franziu o cenho. — Assim como? — Você vai sempre me constranger na frente dos outros com esse seu teatrinho ridículo de Don Juan de quinta? Álvaro parou de andar e virou-se completamente para ela, os olhos faiscando com um brilho desafiador. — Se você continuar me desafiando e me desmerecendo na frente dos outros, sim. — Ele deu um passo à frente, obrigando-a a inclinar a cabeça para encará-lo. — E, para sua informação, eu dispe