Clara Andrade
Seis anos depois
Mais uma vez delicio-me com a maravilha que é ter minha família comigo, hoje estamos em um parque aproveitando uma tarde com as nossas crianças, usufruindo da maravilha que é viver.
Sei que devo algumas explicações e prometo que não vou tardar em dá-las, mas antes gostaria de contar que a Cassandra tem dois filhos maravilhosos, ela engravidou de gêmeos quando a Maria Isabel já estava com um ano.
Escolheu nomes lindos para as crianças maravilhosas que tem, sendo uma menina e um menino. A Belinda e o Alex são maravilhosos e nós os amamos muito. Fico feliz em contar que a Mel e o Théo casaram-se e agora esperam o primeiro filho.
A Lessa e o Henri também estão casados e além do Léo possuem uma filha chamada Manuela que já esta com três anos e agora estamos se
Melissa AndersonDia especial? Talvez seja quando eu estiver a caminho do inferno. Finalmente dezenove anos, mas para quê? Não acredito que o Salvador teve coragem de mandar o sobrinho desprezível dele comprar um bolo para mim, não me arrependo nem um pouco de ter deixado tudo para ele comer sozinho. Eu claramente os odeio, mesmo que estejam ajudando-me agora, não consigo sentir nada além disso.Eu não queria estar nesta casa, poderia ficar em um lugar sozinha, mas ele não autorizou alega que tem medo de alguém vir atrás de mim e isso me faz odiar ainda mais essa vida.Olho ao redor do meu quarto, não possui nada aqui que indique ser meu e nunca terá. Não sou do tipo de pessoa que caracteriza os lugares com a sua personalidade, eu apenas existo aqui e isso é por pouco tempo, pois logo irei embora.Não posso ser totalmente
Melissa AndersonO sol insistente tenta entrar pela brecha da cortina e eu continuo encarando-o. Eu o vi nascer já que não consegui dormir durante toda a noite, descobri conforme o dia foi surgindo que hoje o clima será quente e isso me deixa extremamente chateada, não é exatamente o que eu queria.Aguardo mais alguns minutos e finalmente escuto o meu despertador, cheguei a pensar que ele me atrasaria, contudo acredito que me adiantei desde o momento em que acordei no meio da noite, após um sonho totalmente escuro.Pude ouvir os sons noturnos que sempre me assustam, se o Théo não tivesse preparado este quarto para mim provavelmente eu não dormiria de nenhuma forma, o sono não vence o meu medo.Encaro o teto e vejo as estrelas ridículas que ele usou na decoração, acredito que ele pensou que ainda sou uma criança.
Tomaz VasconcelosFinalizo o dia no trabalho e resolvo malhar, ser professor de luta torna-se cansativo se esta o tempo inteiro em ação. Faço um treino pesado de no máximo uma hora para poder ir mais cedo para casa prometi a Melissa que iria comemorar com ela pelo emprego novo.Não sei exatamente o que pensar sobre essa menina, mas se tiver que me aproximar para descobrir quem ela é farei isso independente de qualquer coisa. Sei que ela e Théo escondem algo e não irei permitir que me deixem no escuro por mais tempo.Meu tio deixou claro que ela é território proibido para mim, mas não me importo afinal não possuo nenhum interesse além de descobrir suas mentiras. Estou tentando ganhar sua confiança e quando a tiver tudo ira ocorrer de forma perfeita.Corro mais um pouco na esteira e vou fazer alguns exercícios
Melissa AndersonDeixo as lágrimas saírem livremente pelos meus olhos, não vejo necessidade de controlar-me e mesmo se eu tentasse não conseguiria. O nervosismo toma conta de mim fazendo com que me sinta vulnerável apesar de não me sentir assim há muito tempo.Não acredito que confiei nele, estou me sentindo tão patética que a vergonha toma conta de mim, em alguns momentos não controlo o choro desesperador que saí de dentro de mim.Não quero que ele ouça, por isso tempo faze tudo ser o mais silencioso possível. Quando ouço-o gritar com Théo para me levar embora perco todo o controle e me sinto uma inútil novamente, aquela que nunca vai servir, a que faz tudo errado.Antes eu realmente não queria servir e mantar este corpo magro me ajudou a ter sanidade, mas hoje eu senti algo diferente, confiei
Tomaz VasconcelosReúno o grupo para iniciar a aula e quando eu menos esperava parece um novo aluno, para ser mais exato é uma aluna e acredito que talvez eu a esteja conhecendo. Melissa fica surpresa por me ver ali, ela realmente não sabe nada sobre mim.Fico espantado por vê-la em minha aula, mas eu já deveria ter imaginado. As pessoas a observam curiosas, antes que comece algum comentário eu inicio o alongamento evitando assim que os olhares continuem.Quando finalizamos eles parecem animados para começar a aula e eu percebo que gosto disso, pois renova a energia.— E então quem vai começar hoje? – Indago orientando-os com as mãos a abrir um círculo.— Começar o que? – Indaga Mel.— Temos um ritual de antes de iniciar a aula termos uma luta simples. – Explico encarando-a.
Clara AndradeA música continua tocando, invadindo minha mente como se isso nunca fosse passar “Patience” ela esta presente invadindo-me, possuindo-me e tirando de mim minha sanidade.Mais um vez ninguém responde ao telefone, eu realmente pensei que essas ligações iriam parar depois que ele se foi, mas parece eu me enganei novamente, realmente estou cansada disso.Estou sozinha na empresa, a Melissa chegará a alguns minutos, mas não estou preocupada tem outras coisas ocupando minha mente. Desligo o telefone quando percebo que apenas ouvirei a música, encaro o anel em meu dedo e lembro-me do sonho que tive essa noite.O vento forte fazia com que tudo se mexesse com mais agilidade fazendo com que o frio que outrora não nos atingia alcance-nos com força e agilidade agora. Consigo mudar nosso percurso e no
Melissa AndersonMinhas mãos tremem, tento controlar-me, porém isso parece impossível agora. Eu não deveria me sentir desta maneira, minha mente esta confusa os pensamentos começam a se diversificar enquanto a exaustão começa a tomar conta do meu corpo.Lavo o rosto algumas vezes e respiro fundo parece que estou perdendo minha própria alma, meus demônios devem estar comemorando agora e eu não posso lutar contra eles.Sento-me no chão tentando em vão recuperar a mim mesma, aperto minhas mãos forçando-me a manter-me aqui, obrigando-me a lembrar de onde estou, porém nada parece funcionar, essa sensação é muito forte.Minha pele nua é invadida pelo gelo que essa chuva se tornou, estamos todas de mãos dadas, são muitas meninas e posso jurar que algumas já est&at
Tomaz VasconcelosAna me avisou que Melissa havia ido embora, confesso que não me senti tranquilo depois disso recordo-me constantemente do carro que ficou observando-a e isso me deixa cada vez mais desconfiado.Inicio minha aula, mas tenho que impressão que falho completamente, não consigo me concentrar em nada, só penso nela.Quando começo a iniciar a outra aula meu telefone toca, atendo-o imediatamente.— Tomaz falando. – Digo sem verificar quem é.— Vá até ela, agora. – Ordena uma voz que conheço muito bem.— Do que esta falando tio? – Indago confuso.— Não tenho tempo para explicar, preciso que vá para casa. Eles vão matá-la. – Exclama e sinto o meu coração disparar.Eu sabia que algo muito errado estava acontecendo, mas a gr