Oslen: O mundo do SaroteuHAVIA UM PEQUENO PEDAÇO DE SOLO no meio da escuridão vazia de um espaço esquecido e sem propósito, onde a única paisagem era uma árvore em um território cinza.Um homem, passeava como de costume pelo terreno escuro em direção à árvore, lugar de seu repouso. E então, em um desses dias, foi visto por Taus, o espírito que escondia o sol da face da Terra.Eram anos muito turbulentos no mundo do qual o espírito vinha e a falta de consciência fazia com que aquele ser desejasse se afastar. Ele havia criado os humanos com todos os poderes que eles precisavam para permanecerem completos e ao se desfazer da consciência, a raiz de todos eles, aos poucos, se esqueciam de que tinham poderes e predominava dentro deles um vazio cruel que causava destruição.No entanto, ao ver o homem repousando naquela árvore em meio à escuridão completa, seu coração se confundiu quanto ao desejo de abandonar a Terra e se afastar das suas criações, percebeu que nem tudo o que vinha de uma d
Histórias de bruxaAslie terminava de contar a história de Oslen, enquanto Klaus a encarava um pouco confuso:— Vocês acreditam mesmo nisso? — ele perguntou.— Da mesma forma que você acredita no que acredita.— E esta figueira que dizem? Tenho a impressão de nunca ter visto.— Eu a vi uma vez, mas não me lembro onde estava — Aslie desabafou.A bruxa encontrava na fragilidade do atirador sem arma bom ouvinte, até deixava escapar que ameaçara Lóbus certa vez de algo improvável, não podia transformá-lo em sapo.O rapaz que antes evitava Aslie, agora não conseguia tirar seus olhos da moça. Pouco importava se era uma ótima ou uma péssima bruxa. Ao passo que a conhecia, ficar perto dela se tornava a cada dia mais instigante.Aquele contato começava a surtir os primeiros raios de sol, milagroso talvez em causar sorrisos tímidos em pedra bruta, pois aqueles jovens não sorriam costumeiramente e agora os lábios, se pudessem enxergá-los… Como estavam ficando bobos…As paixões fazem dessas coisa
Mal de famíliaSENTINDO-SE PÉSSIMA diante do último acontecimento e temerosa de que o pai fizesse uma grande besteira, Aslie levou o rapaz para o cemitério báltico, local no qual o exército de Alftór foi encontrado morto, antes mesmo da guerra programada.A bruxa não trazia o Sanz por acaso àquele lugar. Possivelmente, o cristal havia sido usado para exterminar aquele exército e por isso ainda emanava alguma energia daquela parte do território, por isso a presença de flores, pequenos animais e alguma vegetação. Próximo dali também havia uma gruta e muitas casas em ruínas, isso poderia servir de esconderijo até que conseguisse pensar em algo. Etéro certamente não a ouviria, apenas Lóbus poderia fazer alguma coisa, mas já estava farto de esperar por explicações, fora claro: queria detalhes, precisava saber exatamente o que trazia o rapaz ali.Todas as vezes que Aslie perguntava algo sobre o seu passado, “Marcos” fugia da pergunta e isso tornava o diálogo com Lóbus quase impossível. Se o
Decifrando KlausCOMO ERA DE SE ESPERAR, Aslie só poderia estar na caverna de Lóbus, local pelo qual agora o rapaz nutria certa “inconveniência”, palavra essa que quem vos fala substituiria sem reservas pela palavra “ciúmes”.O gigante se mostrara um bom amigo, mas isso não o impedia de recear pelas possibilidades, uma vez que não seria novidade se, por ela, Lóbus também conservasse aspirações românticas. O rapaz sentia medo de entrar ali (e tomar outra pancada na cabeça?) e se deparar com o pior: suas tão recentes e reconfortantes expectativas amorosas se desfazerem à sua frente.Assim que o rapaz entrou, percebeu que aquela sensação anterior era apenas uma paranoia sua. Lóbus cochilava debruçado frente a um extenso livro enquanto Aslie se encontrava do lado direito da estante de artefatos fabricando alguma coisa.— O que está fazendo? — Klaus perguntou.— Lóbus emprestou seu laboratório, Klaus. Andei estudando a sua tatuagem… — Aslie revelou cabisbaixa.— E por que essa cara? — o ra
Eles caminharam por um corredor que tinha ao menos seis quartos de hóspede. Sem dúvidas, o dono da casa não era um bruxo solitário.— Por que um bruxo teria seis quartos de hóspede? — Klaus perguntou surpreso.— Encontrei roupas de vários tamanhos no sótão, pela estética do que vi, acredito que ele tenha hospedado perseguidores — concluiu Aslie, abrindo a porta do último quarto e chamando-o para dentro.— Como?! — o rapaz estranhou, olhando para a própria roupa com alguma repulsa.— A história desse lugar não é das melhores, Klaus…Por alguma razão as coisas se complicaram, ficaram esquisitas, alguns bruxos como meu pai venderam sua dignidade por poder e alguns contos de sil — Aslie sentiu-se preenchida de uma sensação desconfortável.— Não tinha me contado sobre isso.— Em outro momento, nós falamos mais sobre isso… Agora, descanse! — disse rapidamente como em uma breve despedida, virando-se e seguindo em direção à porta.— Aslie! — Klaus chamou.— Diga… — Aslie suspirou, sem olhar pa
Enquanto Ofélia desaparecia, Marcos chorava copiosamente e Klaus sentia pena dele, mas seguiu em direção à sua casa, estava claro que não poderia fazer nada naquele momento.Ao passar na frente de uma loja, lembrou por alguns segundos da imagem que o trouxera de volta quando estava deitado naquela cama na casa de Etéro, quando percebia um quadro olhar para ele, um sujeito muito diferente de Ash, com um semblante misterioso, pálido e vazio… Deveria ter perguntado a Aslie quem era ele, mas não teve tempo.Pensava nisso enquanto caminhava de volta para o seu prédio e quando se aproximava, percebia que um carteiro o aguardava temeroso:— Boa tarde, senhor Klaus?— Boa tarde, tudo bem com o senhor?— Deveria entregar pessoalmente esta coisa, mas não sei do que se trata… — o homem lhe entregou uma caixa.— Que coisa… Quem é o remetente? — Klaus perguntou.— Não sei, senhor…— Não sabe?— Pelo amor de Deus, não me pergunte, Senhor!— Isso me parece estranho — Klaus tentava entregar a caixa d
— Alef Sirtus tinha um? — Ash perguntou curioso.— Poderia ser menos inconveniente? — Lóbus repreendeu o mago, percebendo que a bruxa estava pálida e trêmula com as lembranças.— Vamos esquecer isso… — Klaus tentou aliviar os sentimentos de Aslie.— Onde está o cristal? — a bruxa mudou de assunto.— Vocês precisam descobrir sozinhos — o pequeno mago desafiou — Eu não consegui sequer uma pista.— Não sei por onde começar, mas vamos dar um jeito — Lóbus tentou animá-los.— Sobre as informações que temos… Duas entidades que fazem pactos, sequestram crianças, prometem poder e está envolvido nisso alguém que tapa o próprio reflexo — Klaus analisou.— Ash. Você sabe de alguém que tapava o próprio reflexo? — o gigante indagou.— Não se deve levar tudo o que Aije disse ao pé da letra, rondavam boatos de que após o trauma de perder a família, a mulher havia enlouquecido — Ash frisou — Mesmo que ela esteja certa, eu não lembro de ninguém que tapasse o próprio reflexo, talvez Dériqui saiba de al
— Vocês são bem vindos! São convidados do soberano de Oslen! Saibam que lamento muito pela tirania de Alftór, meu pai — o rei os cumprimentou — Quais os nomes de vocês? Vejo que entre vocês há uma bruxa, um gigante e um… mago? Você é um mago? — Loen se dirigiu a Klaus, percebendo que as roupas dele eram esquisitas àquele mundo.— Uma bruxa, um gigante e um homem, senhor… — Lóbus consertou.— Outro homem em Oslen? Pode me explicar o que está acontecendo com a Terra?! — o rei parecia confuso e revoltado.— Temos muito o que conversar…— Aslie começou— Não é apenas a tirania do seu pai que está tirando a paz de Oslen e da Terra, há alguém na terra usando o poder do cristal para fazer atrocidades.— Essa denúncia é gravíssima! — o soberano se levantou — Por que acredita nisso?Klaus exibiu a tatuagem, deixando o rei perplexo:— Tenho razões suficientes para acreditar nisso.— Fez um pacto com um cysmos?! Isso é poesia báltica… — Loen analisou.— Este ser que comanda a Terra, usa o nome de