Histórias de bruxaAslie terminava de contar a história de Oslen, enquanto Klaus a encarava um pouco confuso:— Vocês acreditam mesmo nisso? — ele perguntou.— Da mesma forma que você acredita no que acredita.— E esta figueira que dizem? Tenho a impressão de nunca ter visto.— Eu a vi uma vez, mas não me lembro onde estava — Aslie desabafou.A bruxa encontrava na fragilidade do atirador sem arma bom ouvinte, até deixava escapar que ameaçara Lóbus certa vez de algo improvável, não podia transformá-lo em sapo.O rapaz que antes evitava Aslie, agora não conseguia tirar seus olhos da moça. Pouco importava se era uma ótima ou uma péssima bruxa. Ao passo que a conhecia, ficar perto dela se tornava a cada dia mais instigante.Aquele contato começava a surtir os primeiros raios de sol, milagroso talvez em causar sorrisos tímidos em pedra bruta, pois aqueles jovens não sorriam costumeiramente e agora os lábios, se pudessem enxergá-los… Como estavam ficando bobos…As paixões fazem dessas coisa
Mal de famíliaSENTINDO-SE PÉSSIMA diante do último acontecimento e temerosa de que o pai fizesse uma grande besteira, Aslie levou o rapaz para o cemitério báltico, local no qual o exército de Alftór foi encontrado morto, antes mesmo da guerra programada.A bruxa não trazia o Sanz por acaso àquele lugar. Possivelmente, o cristal havia sido usado para exterminar aquele exército e por isso ainda emanava alguma energia daquela parte do território, por isso a presença de flores, pequenos animais e alguma vegetação. Próximo dali também havia uma gruta e muitas casas em ruínas, isso poderia servir de esconderijo até que conseguisse pensar em algo. Etéro certamente não a ouviria, apenas Lóbus poderia fazer alguma coisa, mas já estava farto de esperar por explicações, fora claro: queria detalhes, precisava saber exatamente o que trazia o rapaz ali.Todas as vezes que Aslie perguntava algo sobre o seu passado, “Marcos” fugia da pergunta e isso tornava o diálogo com Lóbus quase impossível. Se o
Decifrando KlausCOMO ERA DE SE ESPERAR, Aslie só poderia estar na caverna de Lóbus, local pelo qual agora o rapaz nutria certa “inconveniência”, palavra essa que quem vos fala substituiria sem reservas pela palavra “ciúmes”.O gigante se mostrara um bom amigo, mas isso não o impedia de recear pelas possibilidades, uma vez que não seria novidade se, por ela, Lóbus também conservasse aspirações românticas. O rapaz sentia medo de entrar ali (e tomar outra pancada na cabeça?) e se deparar com o pior: suas tão recentes e reconfortantes expectativas amorosas se desfazerem à sua frente.Assim que o rapaz entrou, percebeu que aquela sensação anterior era apenas uma paranoia sua. Lóbus cochilava debruçado frente a um extenso livro enquanto Aslie se encontrava do lado direito da estante de artefatos fabricando alguma coisa.— O que está fazendo? — Klaus perguntou.— Lóbus emprestou seu laboratório, Klaus. Andei estudando a sua tatuagem… — Aslie revelou cabisbaixa.— E por que essa cara? — o ra
Eles caminharam por um corredor que tinha ao menos seis quartos de hóspede. Sem dúvidas, o dono da casa não era um bruxo solitário.— Por que um bruxo teria seis quartos de hóspede? — Klaus perguntou surpreso.— Encontrei roupas de vários tamanhos no sótão, pela estética do que vi, acredito que ele tenha hospedado perseguidores — concluiu Aslie, abrindo a porta do último quarto e chamando-o para dentro.— Como?! — o rapaz estranhou, olhando para a própria roupa com alguma repulsa.— A história desse lugar não é das melhores, Klaus…Por alguma razão as coisas se complicaram, ficaram esquisitas, alguns bruxos como meu pai venderam sua dignidade por poder e alguns contos de sil — Aslie sentiu-se preenchida de uma sensação desconfortável.— Não tinha me contado sobre isso.— Em outro momento, nós falamos mais sobre isso… Agora, descanse! — disse rapidamente como em uma breve despedida, virando-se e seguindo em direção à porta.— Aslie! — Klaus chamou.— Diga… — Aslie suspirou, sem olhar pa
Enquanto Ofélia desaparecia, Marcos chorava copiosamente e Klaus sentia pena dele, mas seguiu em direção à sua casa, estava claro que não poderia fazer nada naquele momento.Ao passar na frente de uma loja, lembrou por alguns segundos da imagem que o trouxera de volta quando estava deitado naquela cama na casa de Etéro, quando percebia um quadro olhar para ele, um sujeito muito diferente de Ash, com um semblante misterioso, pálido e vazio… Deveria ter perguntado a Aslie quem era ele, mas não teve tempo.Pensava nisso enquanto caminhava de volta para o seu prédio e quando se aproximava, percebia que um carteiro o aguardava temeroso:— Boa tarde, senhor Klaus?— Boa tarde, tudo bem com o senhor?— Deveria entregar pessoalmente esta coisa, mas não sei do que se trata… — o homem lhe entregou uma caixa.— Que coisa… Quem é o remetente? — Klaus perguntou.— Não sei, senhor…— Não sabe?— Pelo amor de Deus, não me pergunte, Senhor!— Isso me parece estranho — Klaus tentava entregar a caixa d
— Alef Sirtus tinha um? — Ash perguntou curioso.— Poderia ser menos inconveniente? — Lóbus repreendeu o mago, percebendo que a bruxa estava pálida e trêmula com as lembranças.— Vamos esquecer isso… — Klaus tentou aliviar os sentimentos de Aslie.— Onde está o cristal? — a bruxa mudou de assunto.— Vocês precisam descobrir sozinhos — o pequeno mago desafiou — Eu não consegui sequer uma pista.— Não sei por onde começar, mas vamos dar um jeito — Lóbus tentou animá-los.— Sobre as informações que temos… Duas entidades que fazem pactos, sequestram crianças, prometem poder e está envolvido nisso alguém que tapa o próprio reflexo — Klaus analisou.— Ash. Você sabe de alguém que tapava o próprio reflexo? — o gigante indagou.— Não se deve levar tudo o que Aije disse ao pé da letra, rondavam boatos de que após o trauma de perder a família, a mulher havia enlouquecido — Ash frisou — Mesmo que ela esteja certa, eu não lembro de ninguém que tapasse o próprio reflexo, talvez Dériqui saiba de al
— Vocês são bem vindos! São convidados do soberano de Oslen! Saibam que lamento muito pela tirania de Alftór, meu pai — o rei os cumprimentou — Quais os nomes de vocês? Vejo que entre vocês há uma bruxa, um gigante e um… mago? Você é um mago? — Loen se dirigiu a Klaus, percebendo que as roupas dele eram esquisitas àquele mundo.— Uma bruxa, um gigante e um homem, senhor… — Lóbus consertou.— Outro homem em Oslen? Pode me explicar o que está acontecendo com a Terra?! — o rei parecia confuso e revoltado.— Temos muito o que conversar…— Aslie começou— Não é apenas a tirania do seu pai que está tirando a paz de Oslen e da Terra, há alguém na terra usando o poder do cristal para fazer atrocidades.— Essa denúncia é gravíssima! — o soberano se levantou — Por que acredita nisso?Klaus exibiu a tatuagem, deixando o rei perplexo:— Tenho razões suficientes para acreditar nisso.— Fez um pacto com um cysmos?! Isso é poesia báltica… — Loen analisou.— Este ser que comanda a Terra, usa o nome de
— Não. Aslie é minha! — respondeu Klaus, desconfortável.— Perdão, Klaus, eu não fazia ideia… — o homem olhava perplexo para ele — Se eles já se envolveram, é natural sentir um clima, Klaus… Jovens! Jovens se apaixonam com facilidade.— Aslie não.— Acredite no que quiser… Sorte a sua que mandei meus homens com eles — Loen provocou.— Acha mesmo que tem um “clima” entre eles? — o Sanz indagou desacreditado.— Não quero desanimá-lo, mas eu sempre acerto — Loen virava outra taça de vinho tinto.Percebendo que Klaus ficava triste com seu palpite, o rei dos baltos mudava de assunto:— Diga, Klaus. Você não parece um assassino sanguinário… Como arrumou esse pacto, essa tatuagem?— Eu queria trabalhar na fábrica de armas que meu pai trabalhava, só não sabia que era uma sociedade secreta, que meu pai era um atirador, ou que o acidente que matou meus pais era uma armação de Sarbeth.— Que imbecil contrataria o filho de um inimigo? — o rei gargalhou.— Um inimigo oculto — Klaus revelou, deixan