-- É uma péssima mentirosa -- Lucas segurava meu ombro com violência enquanto me levava de volta para o meu quarto a pedido de Matheus, ele não havia suspeitado de seu amigos, não havia engolido a minha história, mas havia deixado para lá, por enquanto, não sabia por quanto tempo, mas não estava a salvo ainda -- continuei sendo uma boa garota, é talvez, ele esqueça isto. Ele abriu a porta do meu quarto me jogando para dentro, mas não deixei que a porta se fechasse por completo, ele encarou meu rosto enquanto meu pé mantinha a pequena brecha da porta aberta.-- Preciso ir para casa -- ele estava prestes a falar, mas continuei sem deixar que ele terminasse -- ele está louco, você mesmo parece perceber essa loucura, ele vai acabar matando a si mesmo desse jeito.-- Cale a boca -- ele bateu em meu pé segurando a porta em seguida -- não ajudei você, estou salvando a vida dele, não a sua, não me importo se ele atirar em sua cabeça, não me importo com você, é você que vai acabar matando ele.
O som da liberdade pode começar com sons altos de tiros, o sol já estava sobre meus olhos naquela manhã, mas não foi o que me fez saltar na cama. Os tiros altos é o que me fizeram pular para o chão, não sabia se estavam muito perto, mas tinha certeza que estavam dentro da casa, inimigos, era tudo que eu pensava. Arrastei meu corpo para o banheiro, precisava trancar a porta e me manter segura até a chegada dele ou de alguém, mas então eu parei algumas esperança correu em meus olhos, então me levantei com as pernas tremendo na esperança, abri a janela, vários carros estavam em volta da propriedade, polícia atirava um confronto direto.-- Ele está aqui. Voltei meu rosto para a porta, algum sinal eu precisava dar a eles algum sinal, voltei meu rosto para o quarto peguei a cadeira da escrivaninha, então com toda a força que consegui jogar ela pela janela, cacos de vidros explodiram em toda direção. Cai em seguida no chão, a cadeira estava sinalizando onde eu estava, se ele entendesse eu n
Gregório seguia pelos corredores da casa, os tiros pareciam ter diminuído, mas a dor em meu corpo era latente. Não conseguia manter mais o olhos abertos a escuridão parecia me chamar para casa encostei minha cabeça em seu ombro, ele estava quente, muito quente do jeito que eu lembrava. Estava em casa, mas começava a me perguntar o que aconteceria depois daqui.-- Não feche os olhos -- resmungou ele com seus lábios entre meu cabelo, mas eu estava cansada -- está ouvindo? -- a memória de sua voz estava nítida em minha mente, ele estava certo no fim das contas, talvez, ele não fosse o vilão da história toda, mas ainda tinha dúvidas de como seria nossa trajetória depois de sairmos da casa -- Camila? Não sabia porque ele gritava meu nome, mas sentia que meu corpo descansava, finalmente, sentia uma brisa fresca em minha pele, ele ainda chamava meu nome, mas eu queria dormir, queria manter-me tranquila sem sentir dor novamente.-- Ela levou um tiro? -- a voz estava distante, mas sabia que er
-- Ele -- havia um nó em minha garganta, não conseguia olhar para Gregório enquanto ele me contava o ocorrido havia uma agulha em meu pulso impedindo que eu me movesse muito sentia dores em todo lugar do meu corpo, mas agora elas pareciam insignificantes se comparadas a dor que eu sentia agora uma agonia um frio em meu estômago uma sensação desconfortável que causava pontadas em meu coração -- não entendendo.-- Seu pai -- a palavra dita em sua boca fez meu coração dar mais um salto de terror -- achava que você não era filha dele, então não a desejou mais -- ele tentava encontrar palavras delicadas para descrever a tragédia que fez com que nós dois se conhecesse -- ele a vendeu, primeiro a Matheus antes de mim, pois ele queria que você sofresse, então cobrei a minha dívida e em troca desejei você, ele não recusou já que achava que Matheus estivesse morto, mas eu sabia pelo boatos que estava vivo. Ele olhava em meus olhos de forma intensa tentou aproximar sua mão da minha, mas então re
Não estava acostumada ao silêncio daquela casa, ela era minha, mas era diferente, era silenciosa, assustadora. Não consegui dormir naquela noite depois que saí do hospital. Gregório não necessitava mais que eu tivesse um guarda-costa, todo perigo havia acabado, todos estavam fora de vista para sempre. Ainda sentia calafrios só de pensar o que havia acontecido em casa, não conseguia imaginar a cena de meu pai ou o que havia passado em sua cabeça, mas eu ainda pensava que devia dar-lhe o perdão.Levantei da cama incapaz de dormir, andei passos curtos para a sala, sentei no sofá e agarrei minhas pernas. Tentava de qualquer jeito imaginar a cena, mas então a coragem não me deixava ir longe demais um equívoco havia causado todo este tumulto uma vingança, um ódio por algo que jamais havia acontecido, tudo estava parando sobre a sua cabeça, mas nunca aconteceu o que a sua mente imaginava.Foi a batida em minha porta que me despertou aquela manhã ainda estava meio zonza olhei para o relógio
-- Ela está viva -- minhas mãos tremiam meu rosto endureceu enquanto encarava aquela garota viva e bem, suspirei pesadamente, balançando a cabeça, não estavam mais juntos, mas ele continuava atrás dela -- ela não mora mais com ele? O detetive sentava em meu sofá como se a casa pertencesse a ele, esticou um pouco as pernas, coçava a cabeça e balançava os braços olhando para a mobília seu rosto era de pura desaprovação.-- Não -- respondeu ele de má vontade -- ele deve ter levado um chute, mas é um homem persistente, mas pelo que eu soube ela desapareceu, o rosto dela estava estampado em folhas de desaparecida, foi encontrada, mas não está mais morando com ele, mora na sua antiga casa -- ele se inclinou em minha direção com um olhar curioso -- está interessado neste homem?-- Não é da sua conta -- respondi virando meu rosto para as fotos -- não te pago para saber da minha vida.-- Claro que não -- disse ele com um sorriso debochado voltando a sentar em meu sofá de forma despojada -- pr
-- Não pode me demitir -- Gregório não olhava em meus olhos estava focado em seu trabalho no computador o rosto estava fechado -- estou falando com você?-- Agatha -- ele continuava sem olhar para mim, mas o tom de sua voz havia me assustado era melancólica com uma mistura de autoridade -- deixe a minha vida em paz.-- Não sei do que está falando -- cruzei os braços sorrindo em sua direção, mas ele continuava me ignorando -- ela não é a garota certa, o papai disse isso a você, mesmo ele tendo deixado o assunto para lá, acho que não posso deixar você afundar a sua vida.-- Não amo você -- respondeu friamente digitando algo no notebook sem prestar a atenção em mim -- não sinto nada por você, apenas laços de irmão, desista disso ou teria que tomar medidas cautelosas contra você.-- Não teria coragem. Bati a mão na mesa tentando fazer com que olhasse para mim pelo menos, mas lá estava ele, olhando para o notebook como seu não existisse em sua frente.-- Está demitida -- disse de novo -- p
-- Pode começar com um pedido de desculpas -- não olhava para ele, estávamos parados no estacionamento da polícia ainda, ele não me deixava passar -- pedido de desculpas. Repetiu ele cruzando os braços em seu peito, rir, mas não podia usar minha influência como gostaria, não podia ligar para meu pai para resolver o problema, ele iria rir de mim, ele estaria rindo, a filhinha do papai a garota que não pode se resolver sozinha, não, não deixaria que ele zombasse de mim de novo.-- Não lhe devo nada -- respondi cruzando os braços da mesma forma que ele -- quero ir para casa, saia da minha frente ou eu vou gritar.-- Segunda coisa -- continuou ele ignorando a minha ameaça -- deixe a garota em paz, viva a sua vida, ele não quer você é a menina não tem culpa de nada. Aquele olhar, aquele olhar estava nele também, do mesmo jeito que Gregório falava dela, todos, todos pareciam estar apaixonados por aquela garota.-- Cale a boca -- gritei ignorando que ainda estávamos perto da delegacia, então