Não estava acostumada ao silêncio daquela casa, ela era minha, mas era diferente, era silenciosa, assustadora. Não consegui dormir naquela noite depois que saí do hospital. Gregório não necessitava mais que eu tivesse um guarda-costa, todo perigo havia acabado, todos estavam fora de vista para sempre. Ainda sentia calafrios só de pensar o que havia acontecido em casa, não conseguia imaginar a cena de meu pai ou o que havia passado em sua cabeça, mas eu ainda pensava que devia dar-lhe o perdão.Levantei da cama incapaz de dormir, andei passos curtos para a sala, sentei no sofá e agarrei minhas pernas. Tentava de qualquer jeito imaginar a cena, mas então a coragem não me deixava ir longe demais um equívoco havia causado todo este tumulto uma vingança, um ódio por algo que jamais havia acontecido, tudo estava parando sobre a sua cabeça, mas nunca aconteceu o que a sua mente imaginava.Foi a batida em minha porta que me despertou aquela manhã ainda estava meio zonza olhei para o relógio
-- Ela está viva -- minhas mãos tremiam meu rosto endureceu enquanto encarava aquela garota viva e bem, suspirei pesadamente, balançando a cabeça, não estavam mais juntos, mas ele continuava atrás dela -- ela não mora mais com ele? O detetive sentava em meu sofá como se a casa pertencesse a ele, esticou um pouco as pernas, coçava a cabeça e balançava os braços olhando para a mobília seu rosto era de pura desaprovação.-- Não -- respondeu ele de má vontade -- ele deve ter levado um chute, mas é um homem persistente, mas pelo que eu soube ela desapareceu, o rosto dela estava estampado em folhas de desaparecida, foi encontrada, mas não está mais morando com ele, mora na sua antiga casa -- ele se inclinou em minha direção com um olhar curioso -- está interessado neste homem?-- Não é da sua conta -- respondi virando meu rosto para as fotos -- não te pago para saber da minha vida.-- Claro que não -- disse ele com um sorriso debochado voltando a sentar em meu sofá de forma despojada -- pr
-- Não pode me demitir -- Gregório não olhava em meus olhos estava focado em seu trabalho no computador o rosto estava fechado -- estou falando com você?-- Agatha -- ele continuava sem olhar para mim, mas o tom de sua voz havia me assustado era melancólica com uma mistura de autoridade -- deixe a minha vida em paz.-- Não sei do que está falando -- cruzei os braços sorrindo em sua direção, mas ele continuava me ignorando -- ela não é a garota certa, o papai disse isso a você, mesmo ele tendo deixado o assunto para lá, acho que não posso deixar você afundar a sua vida.-- Não amo você -- respondeu friamente digitando algo no notebook sem prestar a atenção em mim -- não sinto nada por você, apenas laços de irmão, desista disso ou teria que tomar medidas cautelosas contra você.-- Não teria coragem. Bati a mão na mesa tentando fazer com que olhasse para mim pelo menos, mas lá estava ele, olhando para o notebook como seu não existisse em sua frente.-- Está demitida -- disse de novo -- p
Tudo que eu queria saber é porque estava caminhando para aquele carro, olhei duas vezes para trás para ter certeza que meu pai estava me vendo, que ele estava vendo o que ele estava fazendo. Eu sabia porque estava sendo vendida, pois meu pai havia feito uma dívida alta demais para ser paga, perderiamos tudo se a proposta não tivesse aparecido, não pude negar, por mais que eu tentasse dizer "não" a mim mesma. Eu disse "sim" para meu pai, mas o que tinha me abalado foi o fato de ele nem ter tentando me persuadir, ele estava com mais medo do que eu estava. Ele havia tomado toda a decisão muito antes de minha resposta e pude jurar que havia visto ele sorrir quando eu não recusei, mas eu também acreditava que estava assustada demais e tudo que eu via poderia ser fruto de minha imaginação.Gregório era um homem rico de uma emprésa de tecnologia muito respeitado por todos, quando meu pai havia me comunicado que era ele quem me queria, não pude deixar de não demonstrar espanto, pois não fazia
Me recusei a dar um único passo para dentro da mansão de meu dono, então fui de novo levada por ele para dentro, ele pegou em minha cintura de forma grotesca, ele apertou com força para que eu não caísse no chão e saiu andando para dentro da mansão comigo sendo arrastada. Podia ter sido vendida, mas me recusaria até o último minuto de ser dele, fui arremessada no chão da sala, ele me olhou profundamente e jurei que aquele fosse meu último dia viva, pois ele encarava cada parte de mim com um rancor e ódio.Apenas fiquei pensando o que meu pai havia feito para que ele me vendesse para este homem, qual era a dívida é por que eu fui escolhida como moeda de troca nesta brincadeira. Até onde este homem estava disposto em me manter viva, ele continuava encarando meu rosto e foi no momento que reparei em uma especie de pena vindo de seus olhos que tentei implorar, então olhei para o chão juntei as mãos em uma espécie de súplica e me arrastei para perto de meu agressor, arrastaei olhando para
-- Por favor -- implorei puxando o corpo da governanta, ela apenas me empurrou para dentro do quarto e sem dizer uma única palavra me trancou na torre mais alta do castelo do lobo mau -- sua vaca. Gritei para a parede, pois não houve resposta de ninguém, eu não ousei olhar para quarto à minha volta, joguei meu corpo naquele chão frio e duro e decidi ficar naquela posição até que algo acontecesse e fosse me ver por algum motivo, mas meu protesto não durou nem cinco minutos. Levantei virando meu rosto para o quarto duas vezes maior do que a cozinha de minha casa.Uma cama enorme estava no centro, um guarda roupa gigante estava do lado direito e um espelho que ultrapassa meu tamanho estava grudado na parede. Uma mesinha do lado direito perto da janela continha um notebook, papéis, canetas e muitos outros objetos, uma porta levava para o banheiro era o que eu havia concluído, mas não ousei entrar. Sentei-me na cama, então depois de um silêncio e de ninguém aparecer eu me joguei nela deixa
- Está se movendo demais.Disse um sussurro perto de meu ouvido e senti ainda uma mão pesada em minha cintura pressionando a minha pele. Algo estava em cima do meu cabelo e a cada minuto eu sentia uma coisa gelada tocando ele e depois puxando o ar como se estivesse cheirando. Além disso, eu estava confortável mesmo com um medo terrível, um calor reconfortante invadia aquele quarto. Um cheiro de madeira misturado com aroma de uma selva passava pelo ambiente com alguma ousadia deixei que meu sonho continuasse.Eu congelei só quando notei que não era um sonho a mão enorme tocou em meu estômago puxando todo o meu corpo para o grande corpo atrás de mim. Tremi, como uma criança assustada e só senti um pouco de alívio quando percebi que era meu dono o medo de ser outro homem era um pouco mais apavorante, a primeira coisa que fiz foi tentar me afastar, mas ele segurou com firmeza minha cintura enterrando seu rosto em meu pescoço, então eu tive que fazer o que pudesse para ele sair de cima de
Não ousei questionar meu dono o acordo de secretária no fim era uma farsa uma esperança que eu havia achado para minha própria cabeça, não consegui comer mais nada a minha frente. A governanta até tentou me fazer comer um pouco mais, entretanto eu me levantei a ignorando. Andei por aquele lugar tentando encontrar uma saída havia muitos cômodos, biblioteca, salas e mais salas de escritório e outras com cômodos menores, assim como inúmeros quartos de visitas. Quando coloquei a mão na porta para sair, ela estava trancada e conseguia ouvir o som forte da empregada que me acompanhava enquanto eu tentava achar uma saída. Dei mais um empurrão com força e quando ela abriu eu estava prestes a correr até o portão de ferro.Cães latiram em minha direção dentes afiados corriam para mim, então eu corri gritando para que eles se afastassem eram dois deles grande e negros vindo como se eu fosse uma ladra. Não consegui ir muito longe, pois as pernas tremiam, que uma pequena pedra na minha frente fez