capitulo 3

Call Juice narrando:

- o que? – disse espantado.

- isso que ouviu, uma noite com Leonor e pago todas as dividas que te levaram a falência, levo mais lucros como seu sócio, e você a mantem embaixo do teto da sua casa .

- Não vou aceitar isso...

- você que sabe, essa é a minha proposta. – Hard disse se levantando da mesa enquanto virava seu último gole do copo. – fica a vontade, é por conta da casa. – ele disse dando um tapa em meus ombros e saindo.

Completamente intrigado ficava pensando sobre as palavras que ele me disse, olhando cada canto daquele restaurante que havia detalhes em puro ouro, virei o copo de whisky rapidamente, me sentia frustrado com tudo, não conseguia nem mesmo continuar ali sabendo que dependeria do cara que pediu uma noite com minha mulher:

- Call, você por aqui? – um velho amigo empresário disse me encontrando.

- é... almoço de negócios.

- fiquei sabendo sobre como esta crescendo também. Acabo de abrir outra empresa na Polônia talvez....

- desculpa, preciso ir .... – falei me afastando da conversa, ele estava com sua família e apenas deslizei meus olhos sendo domado pelo sentimento de incapacidade mais uma vez. Não conseguiria que ele soubesse que agora eu era um homem falido. – ei... Hard.... tudo bem. Uma noite.

As palavras saíram da minha boca sem que eu soubesse se me sentia melhor ou pior por isso, Leonor estaria ao meu lado, ao menos assim eu esperava. Ao sol começar a se por, sai em direçao a casa, sem saber como diria a Leonor que havia a vendido para salvar meus negócios, passei em uma adega, comprei um vinho do qual ela gostava, cheguei em casa constrangido, e perfumada Leonor me esperava sentada no sofa, com um vestido atraente, e um jantar sobre a mesa:

- olá meu amor. – ela disse vindo em minha direção e tirando meu paletó. – faz tempo que não tiramos um tempinho pra gente.

- pensei igual. – disse sorrindo e lhe mostrando o vinho.

- sabia que você pensa igual eu.

Leonor estava linda e sorridente, de uma forma ousada e provocante.

Leonor Juice narrando:

Me estigava saber que Call estava tão determinado a salvar nosso relacionamento quanto eu. Acredito que todo casal tem um ponto de salvamento no relacionamento, um lugar de equilíbrio que nos leva a voltar pra lá todas as vezes que sentimos que precisamos nos reencontrar. Na mesa da nossa cozinha, um bom jantar e um vinho sempre foi o bote salva vidas do nosso relacionamento, é ali que nos reencontramos, que temos boas memorias, que podemos conversar. E foi exatamente o que fiz essa noite, de saltos e vestido colado, o levei ate mesa para que pudéssemos nos servir, manchei a taça de vinho com meu batom vermelho, e adorava poder o ver sorrir timidamente novamente:

- o que foi? parece nervoso... – lhe disse segurando suas mãos.

- recebi uma proposta... de um sócio que esta disposto a salvar a empresa, e não vai haver outra escolha....

- e porque esta assim então? Isso é maravilhoso querido! – disse animada. – qual é a proposta?

- uma noite...

- uma noite? – questionei o esperando continuar.

- uma noite com você Leonor.

- que tipo de piada é essa Call? – perguntei dando risada incrédula.

- não é piada amor... é o único jeito de salvarmos tudo... – ele dizia apavorado tentando segurar minhas mãos enquanto eu me levantava frustrada da mesa.

- espera... você esta dizendo que pra gente salvar a empresa que você faliu, você me vendeu pra sabe Deus quem? Tem noção do que esta me dizendo? – eu gritava irada.

- Leonor... calma é só uma noite.

- calma? Por dinheiro você ate mesmo aceita que eu me deite com outro homem? Que eu passe uma noite no domínio dele? Pela sua honra Call?

- da pra se acalmar Leonor... – Call disse se levantando e vindo em minha direção.

- vai a merda Call, isso passa de todos os limites, a sua ambição passa de todos os limites.

- Só estou tentando...

- tentando o que? Garantir minha bolsa e meus sapatos? Vai jogar a culpa em mim novamente como um adolescente de quinze anos? Quem é ele?

- é um mafioso. Hard.

As palavras de Call me congelaram, me fazendo cessar os gritos, sabia exatamente sobre qual mafioso era, só poderia ser o da noite passada, o eu dominou meus pensamentos mais cedo. Sem conseguir mais alimentar aquela conversa, sai pela porta da sala em direção ao meu carro, entrei e bati a porta esmurrando o volante, sabia exatamente aonde tudo chegaria após uma noite com ele, todos os riscos que ficavam ainda maior depois de ser vendida pelo meu próprio marido. Depois de ter passado por cima da ira dele ter me escondido algo grande e me iludido imaginando que poderia concertar a ambição dele. Dando ré sai dirigindo pela cidade ate um bar, entrei e pedi uma dose da bebida mais forte, era como se só o álcool pudesse amenizar o impacto do que estava me remoendo:

- Leonor! – uma velha amiga, esposa de um dos amigos ricos de Call parou ao meu lado.

- oi, quanto tempo. – disse tentando demostrar estar bem.

- é, chegamos hoje de manhã, vimos Call no restaurante mais cedo, meu marido ate tentou conversar e falar sobre nossa nova empresa mais ele saiu correndo...

- que merda... – exclamei entendendo o real motivo que o levou a tomar a decisão inesperada.

Virando as costas sai do bar com uma garrafa de tequila, da qual nem mesmo tinha dinheiro para pagá-la. Era elucido imaginar que meu marido havia me vendido por não aguentar o sucesso de seus amigos, é o fato de querer ser melhor que os outros. Com a garrafa em mãos, passei pela porta da sala, ele ainda se encontrava sentado na mesma cadeira, com o jantar já frio sobre a mesa, o olhei, e passei a ouvir minha própria intuição, eu era a única que buscava companheirismo:

- sabe o que é louco? – lhe questionei. Embriagada e com a garrafa em mãos– imaginar que enquanto eu preparo a merda de um jantar pra salvar o nosso relacionamento, você me vende por que não aguenta seu ego ferido...

- liguei e disse que agi no calor do momento.... – ele me disse interrompendo.

- cala a boca. Você me vendeu, tomou essa decisão sem nem mesmo falar comigo, e agora eu vou ... vou fazer o que nenhuma esposa faz, passar uma noite com seu socio, por que claro, você nem se deu conta do peso que isso vai ter depois, só olhou pro lado que recupera sua empresa e vai poder falar para os seus amigos... não acredito que a gente ta falando sobre isso.

- eu fico com o sofá.

- acha que sou uma adolescente imatura assim como você? Não importa se vamos dormir o mais longe possível, mais sim dividindo a cama.

Lhe disse subindo as escadas antes que tocássemos novamente no assunto, no fundo o álcool me fazia questionar se eu estava feliz por estar sobre o olhar de desejo daquele mafioso novamente, se eu realmente deveria me preocupar com o que aconteceria depois, já que essa não foi uma das preocupações de Call, talvez eu merecesse, merecesse uma noite longe de todos os desgastes emocionais e desejos reprimidos que me habitavam.

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