Call Juice narrando:
- o que? – disse espantado.- isso que ouviu, uma noite com Leonor e pago todas as dividas que te levaram a falência, levo mais lucros como seu sócio, e você a mantem embaixo do teto da sua casa .- Não vou aceitar isso...- você que sabe, essa é a minha proposta. – Hard disse se levantando da mesa enquanto virava seu último gole do copo. – fica a vontade, é por conta da casa. – ele disse dando um tapa em meus ombros e saindo. Completamente intrigado ficava pensando sobre as palavras que ele me disse, olhando cada canto daquele restaurante que havia detalhes em puro ouro, virei o copo de whisky rapidamente, me sentia frustrado com tudo, não conseguia nem mesmo continuar ali sabendo que dependeria do cara que pediu uma noite com minha mulher:- Call, você por aqui? – um velho amigo empresário disse me encontrando.- é... almoço de negócios.- fiquei sabendo sobre como esta crescendo também. Acabo de abrir outra empresa na Polônia talvez....- desculpa, preciso ir .... – falei me afastando da conversa, ele estava com sua família e apenas deslizei meus olhos sendo domado pelo sentimento de incapacidade mais uma vez. Não conseguiria que ele soubesse que agora eu era um homem falido. – ei... Hard.... tudo bem. Uma noite. As palavras saíram da minha boca sem que eu soubesse se me sentia melhor ou pior por isso, Leonor estaria ao meu lado, ao menos assim eu esperava. Ao sol começar a se por, sai em direçao a casa, sem saber como diria a Leonor que havia a vendido para salvar meus negócios, passei em uma adega, comprei um vinho do qual ela gostava, cheguei em casa constrangido, e perfumada Leonor me esperava sentada no sofa, com um vestido atraente, e um jantar sobre a mesa:- olá meu amor. – ela disse vindo em minha direção e tirando meu paletó. – faz tempo que não tiramos um tempinho pra gente.- pensei igual. – disse sorrindo e lhe mostrando o vinho.- sabia que você pensa igual eu. Leonor estava linda e sorridente, de uma forma ousada e provocante.Leonor Juice narrando: Me estigava saber que Call estava tão determinado a salvar nosso relacionamento quanto eu. Acredito que todo casal tem um ponto de salvamento no relacionamento, um lugar de equilíbrio que nos leva a voltar pra lá todas as vezes que sentimos que precisamos nos reencontrar. Na mesa da nossa cozinha, um bom jantar e um vinho sempre foi o bote salva vidas do nosso relacionamento, é ali que nos reencontramos, que temos boas memorias, que podemos conversar. E foi exatamente o que fiz essa noite, de saltos e vestido colado, o levei ate mesa para que pudéssemos nos servir, manchei a taça de vinho com meu batom vermelho, e adorava poder o ver sorrir timidamente novamente:- o que foi? parece nervoso... – lhe disse segurando suas mãos.- recebi uma proposta... de um sócio que esta disposto a salvar a empresa, e não vai haver outra escolha....- e porque esta assim então? Isso é maravilhoso querido! – disse animada. – qual é a proposta?- uma noite...- uma noite? – questionei o esperando continuar.- uma noite com você Leonor.- que tipo de piada é essa Call? – perguntei dando risada incrédula.- não é piada amor... é o único jeito de salvarmos tudo... – ele dizia apavorado tentando segurar minhas mãos enquanto eu me levantava frustrada da mesa.- espera... você esta dizendo que pra gente salvar a empresa que você faliu, você me vendeu pra sabe Deus quem? Tem noção do que esta me dizendo? – eu gritava irada.- Leonor... calma é só uma noite.- calma? Por dinheiro você ate mesmo aceita que eu me deite com outro homem? Que eu passe uma noite no domínio dele? Pela sua honra Call?- da pra se acalmar Leonor... – Call disse se levantando e vindo em minha direção.- vai a merda Call, isso passa de todos os limites, a sua ambição passa de todos os limites.- Só estou tentando...- tentando o que? Garantir minha bolsa e meus sapatos? Vai jogar a culpa em mim novamente como um adolescente de quinze anos? Quem é ele?- é um mafioso. Hard. As palavras de Call me congelaram, me fazendo cessar os gritos, sabia exatamente sobre qual mafioso era, só poderia ser o da noite passada, o eu dominou meus pensamentos mais cedo. Sem conseguir mais alimentar aquela conversa, sai pela porta da sala em direção ao meu carro, entrei e bati a porta esmurrando o volante, sabia exatamente aonde tudo chegaria após uma noite com ele, todos os riscos que ficavam ainda maior depois de ser vendida pelo meu próprio marido. Depois de ter passado por cima da ira dele ter me escondido algo grande e me iludido imaginando que poderia concertar a ambição dele. Dando ré sai dirigindo pela cidade ate um bar, entrei e pedi uma dose da bebida mais forte, era como se só o álcool pudesse amenizar o impacto do que estava me remoendo:- Leonor! – uma velha amiga, esposa de um dos amigos ricos de Call parou ao meu lado.- oi, quanto tempo. – disse tentando demostrar estar bem.- é, chegamos hoje de manhã, vimos Call no restaurante mais cedo, meu marido ate tentou conversar e falar sobre nossa nova empresa mais ele saiu correndo...- que merda... – exclamei entendendo o real motivo que o levou a tomar a decisão inesperada. Virando as costas sai do bar com uma garrafa de tequila, da qual nem mesmo tinha dinheiro para pagá-la. Era elucido imaginar que meu marido havia me vendido por não aguentar o sucesso de seus amigos, é o fato de querer ser melhor que os outros. Com a garrafa em mãos, passei pela porta da sala, ele ainda se encontrava sentado na mesma cadeira, com o jantar já frio sobre a mesa, o olhei, e passei a ouvir minha própria intuição, eu era a única que buscava companheirismo:- sabe o que é louco? – lhe questionei. Embriagada e com a garrafa em mãos– imaginar que enquanto eu preparo a merda de um jantar pra salvar o nosso relacionamento, você me vende por que não aguenta seu ego ferido...- liguei e disse que agi no calor do momento.... – ele me disse interrompendo.- cala a boca. Você me vendeu, tomou essa decisão sem nem mesmo falar comigo, e agora eu vou ... vou fazer o que nenhuma esposa faz, passar uma noite com seu socio, por que claro, você nem se deu conta do peso que isso vai ter depois, só olhou pro lado que recupera sua empresa e vai poder falar para os seus amigos... não acredito que a gente ta falando sobre isso.- eu fico com o sofá.- acha que sou uma adolescente imatura assim como você? Não importa se vamos dormir o mais longe possível, mais sim dividindo a cama. Lhe disse subindo as escadas antes que tocássemos novamente no assunto, no fundo o álcool me fazia questionar se eu estava feliz por estar sobre o olhar de desejo daquele mafioso novamente, se eu realmente deveria me preocupar com o que aconteceria depois, já que essa não foi uma das preocupações de Call, talvez eu merecesse, merecesse uma noite longe de todos os desgastes emocionais e desejos reprimidos que me habitavam.- Porque nunca aceita a distancia na hora de dormir? – Call me perguntou enquanto eu ia em direção a cama. - quando você dorme longe do seu marido, ou esposa, você abaixou a bandeira de tentar fazer dar certo. – disse de uma forma baixa e frustrada. - Leonor... – Call disse colocando sua mão sobre meu corpo. E pela primeira vez isso não me causava nada. - não... já chega. Call Juice narrando: Não conseguia olhar pra Leonor sem me questionar sobre a decisão inesperada que tomei, ela tinha completa razão, a razão que minha imaturidade e ambição me cegaram de ver antes, havia a colocado a beira de a perder. E teria que ver a mulher mais empoderada e que me torna um homem a cada dia nos braços de outro, que poderia ser melhor que eu, que poderia a aquecer novamente. Durante todo o dia me questionei sobre a decisão que havia tomado, e me torturei sentindo ainda mais o peso ao ver ela descendo com um vestido vermelho de cetim curto com uma fenda enorme na coxa, o decote que v
Hard narrando:- então é isso? Me trouxe para o terraço, pra ter um jantar romântico? – ela me questionou. - não... te trouxe pra ser tratada como uma mulher, pra ser respeitada... quero sua companhia. - Quer dizer... que no acordo do qual te da total direito de fazer o que quiser comigo, você vai querer conversar? – ela me questionou. Mais não como se quisesse saber, ou estivesse aliviada, mais sim porque me deseja com os olhos também. Me levantando da cadeira eu caminhei ate ela, cheguei a sua frente fazendo com que ela não tirasse os olhos de mim, fui até atras da cadeira, e me agachei afastando o cabelo do seu ouvido, o colocando no outro ombro carinhosamente, e me abaixei ate seu ouvido: - Sabe o que eu acho? Que não é o seu relacionamento que é invejado, mais sim você que o torna dessa forma. – podia ver suas pernas arrepiar – e mesmo assim você tem ao seu lado o cara que fali um empresa, coloca a culpa em você e te vende. Mais não quero nada, só quero que me con
Leonor juice narrando: Acordando na cama, a percebi que ela estava vazia. Diferente do que imaginava, mesmo depois de ter passado uma noite inteira acordada, não me sentia com sono, e ainda era nove da manhã. Desci as escadas, Call não estava em casa, sua mala de papeis do serviço também não, ele havia ido trabalhar, mesmo embriagado, mesmo sem dormi, o sofá bagunçado me fazia ver que ele havia cochilado ao menos uma hora ali, sem se dar o Trabalho de se deitar ao meu lado na cama, não havia café, nem flor e muito menos um bilhete, era uma tradição nossa, como se fosse algo que só pertencesse a gente, mais sempre que cometíamos um erro, ou que brigávamos, preparar o café e por um bilhete escrito o que havia nos incomodado era o ponto inicial de encontrar a calma para uma conversa. E por incrível que pareça, isso realmente dava certo, porque sempre que havia um bilhete e um café lembrávamos da forma que nos respeitávamos e tínhamos carinho um pelo outro no nosso relacionamento e
Leonor narrando: - Quero meu emprego de volta. – disse parando frente a mesa da minha antiga chefe. - Como assim “quer seu emprego de volta”? Havia me demitido iludida pelo falso apoio de Call pela minha escrita. Ele me convenceu de largar tudo, inclusive uma proposta para Nova York, dizendo que podia ser mais bem focada em mim mesma, e na época acreditei ser uma boa ideia, mas ele me queria em tempo integral dentro de casa pra atender seus telefonemas. Estar com Hard me fez perceber, que realmente podia ser melhor, mas focada no que gosto. E é estar vendo pessoas, movimentos, e escrevendo qualquer história, menos esperando inspiração em amor frio: - Sabe que jamais te direi não, você é a melhor escritora dessa revista. Quer começar quando?- Agora. Sorrindo me hospedei novamente na minha mesa, respirar novamente o cheiro enjoativo do aromatizador era calmante, com os dedos no meu antigo notebook, percebia que queria ser a Leonor sentada
Leonor narrando: Chegando em casa ainda com minhas pernas trêmulas pelo que havia acabado de descobrir, me escorei atrás da porta da sala a fechando, abaixei meu rosto olhando pro chão, apertando meus lábios um contra os outros e fiquei em silêncio por alguns minutos, caminhei colocando minha bolsa sobre o sofá observei que Call estava sentado no topo da escada: - Oi... está tudo bem? Pensei que estava na empresa. - Onde você estava? - ele me questionou.- Bom não queria contar sobre isso assim mais... Decidi voltar ao trabalho na revista. – disse a Call sem mais delongas, sabia que precisava ir direto ao ponto, assim seria mais fácil do que dizer meus motivos questionáveis antes. - Como assim de volta à revista? - ele me disse em um tom de voz surpreso e ao mesmo tempo entristecido, era nítido ver seus olhos desesperados. - A escrita não estava dando certo, senti que precisava sair dessa bolha de ficar só presa dentro de casa esperando q
Call juice narrando: - Call... Call ... o que está havendo? Acabamos de conversar, de falar nossos sentimentos, e vai simplesmente sumir... Ignorando a forma com que Leonor gritava, sabia que estava errando mais uma vez, estragando o que havia sido um novo início, mais a raiva me cegava na mesma intensidade que me ensurdecia. Apenas sai do banheiro, vestindo uma roupa e descendo as escadas pegando o carro. Sabia que de alguma forma Hard estava envolvido com esses contrabandos, o meu instinto era forte bastante para duvidar de mim mesmo nesse momento, enquanto dirigia em alta velocidade até o apartamento dele, me obrigava a não me questionar mais sobre. Saber que não havia acontecido nada entre ele e Leonor, a ver sorrindo novamente para mim me fizeram entender que não era só um fraco, mas me fez sentir que ainda era mais forte que ele. O que me encorajou a estar exatamente aqui, agora. Esmurrando a porta do seu apartamento: - Abre essa droga.... - gritei euf
Leonor narrando: Sentada no sofá enquanto me questionava que havia feito com que Cal saísse desesperado daquela forma, via os ponteiros do relógio correr lentamente como se o tempo estivesse parado, enquanto os pensamentos iam surgindo me lembrei da frase que ele disse, sobre como o amor deve valer mais do que qualquer dívida, não sei se foi porque essa frase saiu da boca da Hard, ou porque Call disse em um momento em que estava fragilizada por ver os seus olhos se acalmando ao saber que não havia me perdido, o que fez com que me sentisse desejada por ele, mas a inspiração me tomou forma, foi a primeira vez em meses que realmente consegui pensar em algo para escrever, e seja só porque queria que as horas passassem, ou seja porque estava encontrando uma outra face do amor, a face de o ressuscitar pouco a pouco. Os meus dedos deslizaram pelo teclado e foram me fazendo soltar sorrisos bobos. Como se o tempo destravasse, as diversas páginas escritas me trouxeram uma sensação de pa
Call Juice narrando: Chegar num escritório sem me deparar com Hard já me gerava um grande sentimento de paz, entrei na minha sala e meu celular tocou insistentemente, o pegando em mãos percebi que se tratava de uma ligação do meu pai, o que me apavorou:-oi, pai... - Lhe disse em um tom de sussurro, com medo do que ele me diria. -Me diz que o áudio que me mandou é só uma das suas brincadeiras idiotas? - Ele disse em um tom rude. - Você não seria louco de fazer essa droga de empresa que foi a única coisa que deixei nas suas responsabilidades falir. Ela é a única coisa da qual deveria cuidar...-pai dá para se acalmar- lhe disse mantendo meu tom de voz calmo. Mas no fundo as palavras dele iam entrando em meu coração como facadas. - A gente teve alguns problemas com alguns dos sócios, nem tudo é culpa minha, estou tentando dar o meu máximo, mas ainda tem coisas que fogem do meu controle. -esteja às onze horas no restaurante onde sempre tratamos do