Call Juice narrando:
Respirando fundo entendia perfeitamente a forma irritada que Leonor se levantava da banheira. Não era sobre não sentir atração por ela, mais odiava o fato de sentir tanta atração que odiava ter fraquejado e falido. Me sentia orgulhoso por ter uma mulher forte ao meu lado, segurando minha mão ate mesmo nas decisões imaturas que tomava, mais odiava o fato de sentir que Leonor era mais capaz do que eu, ela conseguia resolver as situações e ter uma visão ampla dos negócios de uma forma que eu não conseguia, e não sendo machista, mais me sentia fraco perto dela. Como se não quisesse aceitar o fato de que ela tinha toda a capacidade que me faltava para resolver os problemas que me metia. Leonor se deitou nua sobre a cama e de costas pra mim ela adormeceu rapidamente. Não conseguia nem mesmo a tocar, e me torturava pensando em como conseguiria não perder o teto sobre nossas cabeças. As nove da manha, preparava o café na cozinha de uma forma calma para não acordar Leonor, lhe deixei um bilhete e uma rosa sobre a mesa ao lado da garrafa, e sai em direção empresa falida que me consumia:- senhor Juice. – a voz rude de um homem me chamando me fez virar. Era um dos mafiosos sócios que tínhamos.- Hard, é bom te ver.- ainda sinto o cheiro de álcool de quem tentou esquecer que está falindo. – ele me disse em um tom sarcástico com suas mãos no bolso. Odiava a forma que ele era intimidador.- como... como sabe sobre? Ia te contar...- estava na festa ontem, descobri junto com sua esposa. Tenho uma proposta... essa empresa também e importante pra mim... me encontre para um almoço. Hard se afastou, e podia sentir o peso da intimidação dele, suas propostas provavelmente não seriam as melhores, já que ele era o socio que trazia os lucros pela lavagem de dinheiro, mais ainda assim ele era a única luz no fim do túnel que eu podia enxergar com minhas vistas embaçadas ainda.Leonor Juice narrando: Abrindo meus olhos na cama ao ouvir o barulho da porta da sala se batendo, fiquei parada, de certa forma não queria ter que lidar com Call, não agora. Me levantei e fui ate o banheiro escovando meus dentes, lavei meu rosto, e encarei meu próprio reflexo, tentando encontrar algo que justificasse o fato de não ser tocada pelo meu próprio marido, passei minhas mãos pelo meu corpo, toquei e senti a maciez da minha pele, caminhei ate a cama, abri a gaveta, me deitei olhando para o teto como se refletisse sobre todos os últimos acontecimentos, era como se minha mente questionasse a mim mesma sobre tudo o que estava acontecendo, principalmente com Call, ate que o olhar daquele mafioso voltou a minha mente com um toque intenso de excitação, ao lembrar a intensidade que ele me olhou, o fantasiava, e deixava que um arrepio percorresse meu corpo, lembrando do desejo que havia naquele pequeno olhar, respirando ofegante e me afundando novamente no travesseiro, me levantei, tentando afastar esses pensamentos e tomei um banho gelado, e desci as escadas com uma roupa confortável, vi o café e o bilhete dizendo o quanto Call me amava, a culpa por ter tido um orgasmo pensando em outro homem me dominou enquanto o aroma do café subia, amava o café que Call preparava. Sempre senti grande repulsa pela traição, e embora não fosse algo físico, interpretava como algo errado pensar em outro homem dessa forma. Não tenho nenhum tipo de contato com minha mãe, ela era uma mulher infiel, meu pai foi embora de casa cansado de se frustrar com as traições, sempre lembro da forma de como ela o destruiu dia após dia com sua infidelidade, vi de perto o peso de uma traição, e isso me leva a repudia-la deis de então. Desbloqueei meu celular, e envie um áudio para Call “ bom dia, obrigada pelo café meu amor, você é incrível e sei que fara o possível para que a gente supere isso, sabe que pode contar comigo, vou te ajudar no que for necessário”. O bloqueei novamente, o soltando sobre a bancada da mesa, e com minha xicara de café me sentei sobre o sofa aveludado pegando meu notebook, de escritora de revista, agora sou a escritora de romance bloqueada que não consegue expressar mais nada em seus livros, não se tem muita inspiração quando não se vive ela, e todo meu casamento estava baseado em jantares de negócio e conversas com investidores. Ficava as vezes pensando ou pegando pra mim a culpa de nem mesmo ter mais relações com meu marido, mesmo que eu seja a pessoa disposta a isso.Call Juice narrando: Após ouvir o áudio que Leonor havia me enviado me senti confiante em ir almoçar com Hard. Cheguei na frente do restaurante luxuoso preocupado com a forma que diria que não tenho dinheiro nem mesmo para dividir a conta. O encontrei e me sentei em sua frente:- Olá, não sabia que seria em um local tão chique... – disse desconfortável em meio a risadas enquanto ele pedia um copo de whisky para o garçom.- fica tranquilo, afinal de contas está de frente para o dono dele. – Hard falou me deixando ainda mais desconfortável, imaginar que ele era o dono daquele lugar me deixou sem reação.- bom... caramba... enfim sobre qual é sua proposta? Admito estar ansioso.- também estaria. Sabe que as vezes olho pra forma que você lida com os negócios e a importância que o luxo tem na sua vida, e me questiono, ate onde sua ambição te levaria?- desculpa, não entendi... – lhe disse constrangido com sua pergunta.- o que você esta disposto a abrir mão, ou arriscar só pra poder se manter na vida que leva? Sabe Call, quando vi esse restaurante fiz essa pergunta a mim mesmo, e a resposta obviamente era tudo aquilo que um dia pode não ser meu. A estabilidade de uma vida as vezes significa estar disposto a tudo. E eu estava pra poder agora me sentar aqui e respirar o ar de ser o dono.- imagino, é algo grande...- vou direto ao assunto, minha proposta nem mesmo exige muito. Uma noite com a sua mulher. Simples assim, e todos as suas dividas serão pagas quando amanhecer com ela ao me lado.Call Juice narrando: - o que? – disse espantado. - isso que ouviu, uma noite com Leonor e pago todas as dividas que te levaram a falência, levo mais lucros como seu sócio, e você a mantem embaixo do teto da sua casa . - Não vou aceitar isso... - você que sabe, essa é a minha proposta. – Hard disse se levantando da mesa enquanto virava seu último gole do copo. – fica a vontade, é por conta da casa. – ele disse dando um tapa em meus ombros e saindo. Completamente intrigado ficava pensando sobre as palavras que ele me disse, olhando cada canto daquele restaurante que havia detalhes em puro ouro, virei o copo de whisky rapidamente, me sentia frustrado com tudo, não conseguia nem mesmo continuar ali sabendo que dependeria do cara que pediu uma noite com minha mulher: - Call, você por aqui? – um velho amigo empresário disse me encontrando. - é... almoço de negócios. - fiquei sabendo sobre como esta crescendo também. Acabo de abrir outra empresa na Polônia talvez.... -
- Porque nunca aceita a distancia na hora de dormir? – Call me perguntou enquanto eu ia em direção a cama. - quando você dorme longe do seu marido, ou esposa, você abaixou a bandeira de tentar fazer dar certo. – disse de uma forma baixa e frustrada. - Leonor... – Call disse colocando sua mão sobre meu corpo. E pela primeira vez isso não me causava nada. - não... já chega. Call Juice narrando: Não conseguia olhar pra Leonor sem me questionar sobre a decisão inesperada que tomei, ela tinha completa razão, a razão que minha imaturidade e ambição me cegaram de ver antes, havia a colocado a beira de a perder. E teria que ver a mulher mais empoderada e que me torna um homem a cada dia nos braços de outro, que poderia ser melhor que eu, que poderia a aquecer novamente. Durante todo o dia me questionei sobre a decisão que havia tomado, e me torturei sentindo ainda mais o peso ao ver ela descendo com um vestido vermelho de cetim curto com uma fenda enorme na coxa, o decote que v
Hard narrando:- então é isso? Me trouxe para o terraço, pra ter um jantar romântico? – ela me questionou. - não... te trouxe pra ser tratada como uma mulher, pra ser respeitada... quero sua companhia. - Quer dizer... que no acordo do qual te da total direito de fazer o que quiser comigo, você vai querer conversar? – ela me questionou. Mais não como se quisesse saber, ou estivesse aliviada, mais sim porque me deseja com os olhos também. Me levantando da cadeira eu caminhei ate ela, cheguei a sua frente fazendo com que ela não tirasse os olhos de mim, fui até atras da cadeira, e me agachei afastando o cabelo do seu ouvido, o colocando no outro ombro carinhosamente, e me abaixei ate seu ouvido: - Sabe o que eu acho? Que não é o seu relacionamento que é invejado, mais sim você que o torna dessa forma. – podia ver suas pernas arrepiar – e mesmo assim você tem ao seu lado o cara que fali um empresa, coloca a culpa em você e te vende. Mais não quero nada, só quero que me con
Leonor juice narrando: Acordando na cama, a percebi que ela estava vazia. Diferente do que imaginava, mesmo depois de ter passado uma noite inteira acordada, não me sentia com sono, e ainda era nove da manhã. Desci as escadas, Call não estava em casa, sua mala de papeis do serviço também não, ele havia ido trabalhar, mesmo embriagado, mesmo sem dormi, o sofá bagunçado me fazia ver que ele havia cochilado ao menos uma hora ali, sem se dar o Trabalho de se deitar ao meu lado na cama, não havia café, nem flor e muito menos um bilhete, era uma tradição nossa, como se fosse algo que só pertencesse a gente, mais sempre que cometíamos um erro, ou que brigávamos, preparar o café e por um bilhete escrito o que havia nos incomodado era o ponto inicial de encontrar a calma para uma conversa. E por incrível que pareça, isso realmente dava certo, porque sempre que havia um bilhete e um café lembrávamos da forma que nos respeitávamos e tínhamos carinho um pelo outro no nosso relacionamento e
Leonor narrando: - Quero meu emprego de volta. – disse parando frente a mesa da minha antiga chefe. - Como assim “quer seu emprego de volta”? Havia me demitido iludida pelo falso apoio de Call pela minha escrita. Ele me convenceu de largar tudo, inclusive uma proposta para Nova York, dizendo que podia ser mais bem focada em mim mesma, e na época acreditei ser uma boa ideia, mas ele me queria em tempo integral dentro de casa pra atender seus telefonemas. Estar com Hard me fez perceber, que realmente podia ser melhor, mas focada no que gosto. E é estar vendo pessoas, movimentos, e escrevendo qualquer história, menos esperando inspiração em amor frio: - Sabe que jamais te direi não, você é a melhor escritora dessa revista. Quer começar quando?- Agora. Sorrindo me hospedei novamente na minha mesa, respirar novamente o cheiro enjoativo do aromatizador era calmante, com os dedos no meu antigo notebook, percebia que queria ser a Leonor sentada
Leonor narrando: Chegando em casa ainda com minhas pernas trêmulas pelo que havia acabado de descobrir, me escorei atrás da porta da sala a fechando, abaixei meu rosto olhando pro chão, apertando meus lábios um contra os outros e fiquei em silêncio por alguns minutos, caminhei colocando minha bolsa sobre o sofá observei que Call estava sentado no topo da escada: - Oi... está tudo bem? Pensei que estava na empresa. - Onde você estava? - ele me questionou.- Bom não queria contar sobre isso assim mais... Decidi voltar ao trabalho na revista. – disse a Call sem mais delongas, sabia que precisava ir direto ao ponto, assim seria mais fácil do que dizer meus motivos questionáveis antes. - Como assim de volta à revista? - ele me disse em um tom de voz surpreso e ao mesmo tempo entristecido, era nítido ver seus olhos desesperados. - A escrita não estava dando certo, senti que precisava sair dessa bolha de ficar só presa dentro de casa esperando q
Call juice narrando: - Call... Call ... o que está havendo? Acabamos de conversar, de falar nossos sentimentos, e vai simplesmente sumir... Ignorando a forma com que Leonor gritava, sabia que estava errando mais uma vez, estragando o que havia sido um novo início, mais a raiva me cegava na mesma intensidade que me ensurdecia. Apenas sai do banheiro, vestindo uma roupa e descendo as escadas pegando o carro. Sabia que de alguma forma Hard estava envolvido com esses contrabandos, o meu instinto era forte bastante para duvidar de mim mesmo nesse momento, enquanto dirigia em alta velocidade até o apartamento dele, me obrigava a não me questionar mais sobre. Saber que não havia acontecido nada entre ele e Leonor, a ver sorrindo novamente para mim me fizeram entender que não era só um fraco, mas me fez sentir que ainda era mais forte que ele. O que me encorajou a estar exatamente aqui, agora. Esmurrando a porta do seu apartamento: - Abre essa droga.... - gritei euf
Leonor narrando: Sentada no sofá enquanto me questionava que havia feito com que Cal saísse desesperado daquela forma, via os ponteiros do relógio correr lentamente como se o tempo estivesse parado, enquanto os pensamentos iam surgindo me lembrei da frase que ele disse, sobre como o amor deve valer mais do que qualquer dívida, não sei se foi porque essa frase saiu da boca da Hard, ou porque Call disse em um momento em que estava fragilizada por ver os seus olhos se acalmando ao saber que não havia me perdido, o que fez com que me sentisse desejada por ele, mas a inspiração me tomou forma, foi a primeira vez em meses que realmente consegui pensar em algo para escrever, e seja só porque queria que as horas passassem, ou seja porque estava encontrando uma outra face do amor, a face de o ressuscitar pouco a pouco. Os meus dedos deslizaram pelo teclado e foram me fazendo soltar sorrisos bobos. Como se o tempo destravasse, as diversas páginas escritas me trouxeram uma sensação de pa