- Porque nunca aceita a distancia na hora de dormir? – Call me perguntou enquanto eu ia em direção a cama.
- quando você dorme longe do seu marido, ou esposa, você abaixou a bandeira de tentar fazer dar certo. – disse de uma forma baixa e frustrada.- Leonor... – Call disse colocando sua mão sobre meu corpo. E pela primeira vez isso não me causava nada.- não... já chega.Call Juice narrando: Não conseguia olhar pra Leonor sem me questionar sobre a decisão inesperada que tomei, ela tinha completa razão, a razão que minha imaturidade e ambição me cegaram de ver antes, havia a colocado a beira de a perder. E teria que ver a mulher mais empoderada e que me torna um homem a cada dia nos braços de outro, que poderia ser melhor que eu, que poderia a aquecer novamente. Durante todo o dia me questionei sobre a decisão que havia tomado, e me torturei sentindo ainda mais o peso ao ver ela descendo com um vestido vermelho de cetim curto com uma fenda enorme na coxa, o decote que valorizava seus belos bustos e a maquiagem que ela não havia negado esforços. Ela era linda e perfeita, estava provocante como se não se importasse com o que aconteceria e nem tentaria reprimir:- você esta linda.... – disse furioso, com um ciúme consumidor.- vestida pra salvar seus negócios eu diria. Estou atrasada. – sem palavras e fugindo de mim ela saiu pela porta, me deixando no sofa me indagando de álcool.Leonor Juice narrando: Entrei na limusine que me aguardava frente a casa, me sentia forte e confiante, parte da forma que havia me arrumado foi exatamente por que sabia com quem me encontraria, e outra foi para o provocar, para provocar Call que me aguardava no final da escada, era como se só assim eu pudesse amenizar a fúria que estava dentro de mim, por me sentir a boneca de porcelana usada para manter uma empresa de pé. Era como se dentro daquela limusine eu não fosse mais a Leonor preocupada, não fosse a Leonor casada, mais me sentia uma mulher completamente diferente, segura e me sentindo bem comigo mesma, afastava a cada taça de champanhe importada o sentimento de estar vendo meu casamento desmoronar diante dos meus olhos, ao mesmo tempo que estava lidando sozinha por alguém que só lutava pelos seus negócios. Nós paramos frente a um luxuoso restaurante, e o motorista sem dizer nenhum palavra abriu a porta, desci com meus saltos e o acompanhei, andamos dentro do restaurante ate a parte dos fundos, onde havia uma escada, a subindo cheguei ao térreo escuro:- É aqui? – perguntei mais ele não me disse nada, apenas fechou a porta atrás de mim. Andando com dificuldade ia caminhando no escuro sorrateiramente e sentia um arrepio de medo me percorrer, tentando visualizar aonde exatamente estava, ate ver uma mesa iluminada, ali no terraço com duas cadeiras, e bebidas sobre a mesa, sentado estava Hard, o mafioso intimidador. Caminhei timidamente em direção a mesa, surpresa, não era exatamente o que espera:- devo admitir que estava preocupado se realmente viria. – ele me disse enquanto enchia minha taça. Ainda em silêncio caminhei me sentando em sua frente. Não conseguia olhar pra ele sem ser torturada pelas memorias que tive com ele em um momento nostálgico e quente. E agora ele estava na minha frente:- por que achou isso? – lhe perguntei olhando em seus olhos.- foi só um palpite, de um cara que esta frente a uma esposa que foi vendida. Sente-se. Timidamente não conseguia trocar grandes palavras, imaginava que estava ali pra lhe dar o prazer que ele necessitava para pagar as contas da empresa. Apenas o olhava, me sentindo uma adolescente, enquanto levava minha taça de vinho ate a boca, gostava da forma que ele me devorava com os olhos do pé a cabeça:- não preciso de vinho pra fazer isso... – lhe disse o intimidando com o olhar e vendo que ele levantava a garrafa para preencher minha taça.- Fazer o que? – ele disse como se congelasse com a garrafa em mãos.- você pediu uma noite... sexo? Estou sobre seu domínio, é isso o que quer não é? - lhe disse intrigada.- me espanta imaginar qual tipo de cara passou pela sua vida pra que você deduzisse isso. – ele me disse gargalhando, e voltando a garrafa a mesa. – pedi uma noite a sua companhia, uma noite para que nos sentássemos e conversássemos, nunca foi sobre sexo. Mais me intriga saber que deduziram isso, e mesmo assim seu marido te entregou como uma prostituta para que pagasse pelo fracasso dele. – Hard era direto em suas palavras, o que me deixava desconfortável ao mesmo tempo que me soltava sabendo que ele não tinha nenhuma intenções.Hard narrando: Quando meus olhos encontraram o corpo e doçura de Leonor, pela primeira vez descobri o que era sentir inveja de algo. Sentia inveja do relacionamento deles, sempre fui um bom julgador e não era difícil julgar seu semblante fechado de quem era uma mulher frustrada, me questionava enquanto a via sair pela porta da sala, como alguém deixava uma mulher como ela frustrada. Mesmo que meu corpo a desejasse em contato com ele, nua, e que minhas mãos desejassem percorrer aquele corpo perfeito, não era essa a minha intenção ao propor uma noite com ela, mais sim conhecer as outras formas que a tornavam perfeita. Tudo o que queria era poder me sentar a sua frente e lhe proporcionar outro tipo de excitação, de ser olhada e ouvida como não é em sua casa. Como não é por seu marido. Ela estava linda, decotada, e seria o tipo e mulher no qual a colocaria contra a parede sem medir esforços, que aproveitaria aquela noite mais o incrível é que ela conseguiria me dominar ainda mais, só por estar ali sentada e conversando com seu olhar ousado. Leonor era uma mulher que não merecia o titulo de ser uma dona de casa incompreendida, ela era mulher demais pra isso. Com seus olhos espantados ela negava me olhar.Hard narrando:- então é isso? Me trouxe para o terraço, pra ter um jantar romântico? – ela me questionou. - não... te trouxe pra ser tratada como uma mulher, pra ser respeitada... quero sua companhia. - Quer dizer... que no acordo do qual te da total direito de fazer o que quiser comigo, você vai querer conversar? – ela me questionou. Mais não como se quisesse saber, ou estivesse aliviada, mais sim porque me deseja com os olhos também. Me levantando da cadeira eu caminhei ate ela, cheguei a sua frente fazendo com que ela não tirasse os olhos de mim, fui até atras da cadeira, e me agachei afastando o cabelo do seu ouvido, o colocando no outro ombro carinhosamente, e me abaixei ate seu ouvido: - Sabe o que eu acho? Que não é o seu relacionamento que é invejado, mais sim você que o torna dessa forma. – podia ver suas pernas arrepiar – e mesmo assim você tem ao seu lado o cara que fali um empresa, coloca a culpa em você e te vende. Mais não quero nada, só quero que me con
Leonor juice narrando: Acordando na cama, a percebi que ela estava vazia. Diferente do que imaginava, mesmo depois de ter passado uma noite inteira acordada, não me sentia com sono, e ainda era nove da manhã. Desci as escadas, Call não estava em casa, sua mala de papeis do serviço também não, ele havia ido trabalhar, mesmo embriagado, mesmo sem dormi, o sofá bagunçado me fazia ver que ele havia cochilado ao menos uma hora ali, sem se dar o Trabalho de se deitar ao meu lado na cama, não havia café, nem flor e muito menos um bilhete, era uma tradição nossa, como se fosse algo que só pertencesse a gente, mais sempre que cometíamos um erro, ou que brigávamos, preparar o café e por um bilhete escrito o que havia nos incomodado era o ponto inicial de encontrar a calma para uma conversa. E por incrível que pareça, isso realmente dava certo, porque sempre que havia um bilhete e um café lembrávamos da forma que nos respeitávamos e tínhamos carinho um pelo outro no nosso relacionamento e
Leonor narrando: - Quero meu emprego de volta. – disse parando frente a mesa da minha antiga chefe. - Como assim “quer seu emprego de volta”? Havia me demitido iludida pelo falso apoio de Call pela minha escrita. Ele me convenceu de largar tudo, inclusive uma proposta para Nova York, dizendo que podia ser mais bem focada em mim mesma, e na época acreditei ser uma boa ideia, mas ele me queria em tempo integral dentro de casa pra atender seus telefonemas. Estar com Hard me fez perceber, que realmente podia ser melhor, mas focada no que gosto. E é estar vendo pessoas, movimentos, e escrevendo qualquer história, menos esperando inspiração em amor frio: - Sabe que jamais te direi não, você é a melhor escritora dessa revista. Quer começar quando?- Agora. Sorrindo me hospedei novamente na minha mesa, respirar novamente o cheiro enjoativo do aromatizador era calmante, com os dedos no meu antigo notebook, percebia que queria ser a Leonor sentada
Leonor narrando: Chegando em casa ainda com minhas pernas trêmulas pelo que havia acabado de descobrir, me escorei atrás da porta da sala a fechando, abaixei meu rosto olhando pro chão, apertando meus lábios um contra os outros e fiquei em silêncio por alguns minutos, caminhei colocando minha bolsa sobre o sofá observei que Call estava sentado no topo da escada: - Oi... está tudo bem? Pensei que estava na empresa. - Onde você estava? - ele me questionou.- Bom não queria contar sobre isso assim mais... Decidi voltar ao trabalho na revista. – disse a Call sem mais delongas, sabia que precisava ir direto ao ponto, assim seria mais fácil do que dizer meus motivos questionáveis antes. - Como assim de volta à revista? - ele me disse em um tom de voz surpreso e ao mesmo tempo entristecido, era nítido ver seus olhos desesperados. - A escrita não estava dando certo, senti que precisava sair dessa bolha de ficar só presa dentro de casa esperando q
Call juice narrando: - Call... Call ... o que está havendo? Acabamos de conversar, de falar nossos sentimentos, e vai simplesmente sumir... Ignorando a forma com que Leonor gritava, sabia que estava errando mais uma vez, estragando o que havia sido um novo início, mais a raiva me cegava na mesma intensidade que me ensurdecia. Apenas sai do banheiro, vestindo uma roupa e descendo as escadas pegando o carro. Sabia que de alguma forma Hard estava envolvido com esses contrabandos, o meu instinto era forte bastante para duvidar de mim mesmo nesse momento, enquanto dirigia em alta velocidade até o apartamento dele, me obrigava a não me questionar mais sobre. Saber que não havia acontecido nada entre ele e Leonor, a ver sorrindo novamente para mim me fizeram entender que não era só um fraco, mas me fez sentir que ainda era mais forte que ele. O que me encorajou a estar exatamente aqui, agora. Esmurrando a porta do seu apartamento: - Abre essa droga.... - gritei euf
Leonor narrando: Sentada no sofá enquanto me questionava que havia feito com que Cal saísse desesperado daquela forma, via os ponteiros do relógio correr lentamente como se o tempo estivesse parado, enquanto os pensamentos iam surgindo me lembrei da frase que ele disse, sobre como o amor deve valer mais do que qualquer dívida, não sei se foi porque essa frase saiu da boca da Hard, ou porque Call disse em um momento em que estava fragilizada por ver os seus olhos se acalmando ao saber que não havia me perdido, o que fez com que me sentisse desejada por ele, mas a inspiração me tomou forma, foi a primeira vez em meses que realmente consegui pensar em algo para escrever, e seja só porque queria que as horas passassem, ou seja porque estava encontrando uma outra face do amor, a face de o ressuscitar pouco a pouco. Os meus dedos deslizaram pelo teclado e foram me fazendo soltar sorrisos bobos. Como se o tempo destravasse, as diversas páginas escritas me trouxeram uma sensação de pa
Call Juice narrando: Chegar num escritório sem me deparar com Hard já me gerava um grande sentimento de paz, entrei na minha sala e meu celular tocou insistentemente, o pegando em mãos percebi que se tratava de uma ligação do meu pai, o que me apavorou:-oi, pai... - Lhe disse em um tom de sussurro, com medo do que ele me diria. -Me diz que o áudio que me mandou é só uma das suas brincadeiras idiotas? - Ele disse em um tom rude. - Você não seria louco de fazer essa droga de empresa que foi a única coisa que deixei nas suas responsabilidades falir. Ela é a única coisa da qual deveria cuidar...-pai dá para se acalmar- lhe disse mantendo meu tom de voz calmo. Mas no fundo as palavras dele iam entrando em meu coração como facadas. - A gente teve alguns problemas com alguns dos sócios, nem tudo é culpa minha, estou tentando dar o meu máximo, mas ainda tem coisas que fogem do meu controle. -esteja às onze horas no restaurante onde sempre tratamos do
Call juice narrando:- Até o horário do almoço em que deveria me encontrar com meu pai ficava pensando sobre todas as possibilidades, do porquê Hard tinha todos aqueles dados, e a raiva subia me sufocando. Não conseguia pensar sobre o queria dizer ao meu pai, preferia deixar que as coisas fluíssem, assim talvez não ficaria atrapalhado com as palavras. Algo que acontecia quando estava frente ao meu pai. Não conseguia me sentir o Call de vinte e sete anos, ainda me sentia aquele garoto irresponsável de dez anos, assustado com ele gritando e falando sobre como deveria ser. É como se frente a ele, voltasse a ser esse mesmo garoto amedrontado, com medo de mais um grito:- Boa tarde, pai. - Lhe disse me sentando em sua frente, vendo que seu semblante estava mais furioso do que imaginava.-Boa tarde? diz como algo pode ser bom quando seu filho irresponsável te liga logo de manhã falando que fracassou? Deveria ter sido mais rude com você, e talvez tivesse adquirido algu