capítulo 4

- Porque nunca aceita a distancia na hora de dormir? – Call me perguntou enquanto eu ia em direção a cama.

- quando você dorme longe do seu marido, ou esposa, você abaixou a bandeira de tentar fazer dar certo. – disse de uma forma baixa e frustrada.

- Leonor... – Call disse colocando sua mão sobre meu corpo. E pela primeira vez isso não me causava nada.

- não... já chega.

Call Juice narrando:

Não conseguia olhar pra Leonor sem me questionar sobre a decisão inesperada que tomei, ela tinha completa razão, a razão que minha imaturidade e ambição me cegaram de ver antes, havia a colocado a beira de a perder. E teria que ver a mulher mais empoderada e que me torna um homem a cada dia nos braços de outro, que poderia ser melhor que eu, que poderia a aquecer novamente. Durante todo o dia me questionei sobre a decisão que havia tomado, e me torturei sentindo ainda mais o peso ao ver ela descendo com um vestido vermelho de cetim curto com uma fenda enorme na coxa, o decote que valorizava seus belos bustos e a maquiagem que ela não havia negado esforços. Ela era linda e perfeita, estava provocante como se não se importasse com o que aconteceria e nem tentaria reprimir:

- você esta linda.... – disse furioso, com um ciúme consumidor.

- vestida pra salvar seus negócios eu diria. Estou atrasada. – sem palavras e fugindo de mim ela saiu pela porta, me deixando no sofa me indagando de álcool.

Leonor Juice narrando:

Entrei na limusine que me aguardava frente a casa, me sentia forte e confiante, parte da forma que havia me arrumado foi exatamente por que sabia com quem me encontraria, e outra foi para o provocar, para provocar Call que me aguardava no final da escada, era como se só assim eu pudesse amenizar a fúria que estava dentro de mim, por me sentir a boneca de porcelana usada para manter uma empresa de pé. Era como se dentro daquela limusine eu não fosse mais a Leonor preocupada, não fosse a Leonor casada, mais me sentia uma mulher completamente diferente, segura e me sentindo bem comigo mesma, afastava a cada taça de champanhe importada o sentimento de estar vendo meu casamento desmoronar diante dos meus olhos, ao mesmo tempo que estava lidando sozinha por alguém que só lutava pelos seus negócios. Nós paramos frente a um luxuoso restaurante, e o motorista sem dizer nenhum palavra abriu a porta, desci com meus saltos e o acompanhei, andamos dentro do restaurante ate a parte dos fundos, onde havia uma escada, a subindo cheguei ao térreo escuro:

- É aqui? – perguntei mais ele não me disse nada, apenas fechou a porta atrás de mim.

Andando com dificuldade ia caminhando no escuro sorrateiramente e sentia um arrepio de medo me percorrer, tentando visualizar aonde exatamente estava, ate ver uma mesa iluminada, ali no terraço com duas cadeiras, e bebidas sobre a mesa, sentado estava Hard, o mafioso intimidador. Caminhei timidamente em direção a mesa, surpresa, não era exatamente o que espera:

- devo admitir que estava preocupado se realmente viria. – ele me disse enquanto enchia minha taça. Ainda em silêncio caminhei me sentando em sua frente.

Não conseguia olhar pra ele sem ser torturada pelas memorias que tive com ele em um momento nostálgico e quente. E agora ele estava na minha frente:

- por que achou isso? – lhe perguntei olhando em seus olhos.

- foi só um palpite, de um cara que esta frente a uma esposa que foi vendida. Sente-se.

Timidamente não conseguia trocar grandes palavras, imaginava que estava ali pra lhe dar o prazer que ele necessitava para pagar as contas da empresa. Apenas o olhava, me sentindo uma adolescente, enquanto levava minha taça de vinho ate a boca, gostava da forma que ele me devorava com os olhos do pé a cabeça:

- não preciso de vinho pra fazer isso... – lhe disse o intimidando com o olhar e vendo que ele levantava a garrafa para preencher minha taça.

- Fazer o que? – ele disse como se congelasse com a garrafa em mãos.

- você pediu uma noite... sexo? Estou sobre seu domínio, é isso o que quer não é? - lhe disse intrigada.

- me espanta imaginar qual tipo de cara passou pela sua vida pra que você deduzisse isso. – ele me disse gargalhando, e voltando a garrafa a mesa. – pedi uma noite a sua companhia, uma noite para que nos sentássemos e conversássemos, nunca foi sobre sexo. Mais me intriga saber que deduziram isso, e mesmo assim seu marido te entregou como uma prostituta para que pagasse pelo fracasso dele. – Hard era direto em suas palavras, o que me deixava desconfortável ao mesmo tempo que me soltava sabendo que ele não tinha nenhuma intenções.

Hard narrando:

Quando meus olhos encontraram o corpo e doçura de Leonor, pela primeira vez descobri o que era sentir inveja de algo. Sentia inveja do relacionamento deles, sempre fui um bom julgador e não era difícil julgar seu semblante fechado de quem era uma mulher frustrada, me questionava enquanto a via sair pela porta da sala, como alguém deixava uma mulher como ela frustrada. Mesmo que meu corpo a desejasse em contato com ele, nua, e que minhas mãos desejassem percorrer aquele corpo perfeito, não era essa a minha intenção ao propor uma noite com ela, mais sim conhecer as outras formas que a tornavam perfeita. Tudo o que queria era poder me sentar a sua frente e lhe proporcionar outro tipo de excitação, de ser olhada e ouvida como não é em sua casa. Como não é por seu marido. Ela estava linda, decotada, e seria o tipo e mulher no qual a colocaria contra a parede sem medir esforços, que aproveitaria aquela noite mais o incrível é que ela conseguiria me dominar ainda mais, só por estar ali sentada e conversando com seu olhar ousado. Leonor era uma mulher que não merecia o titulo de ser uma dona de casa incompreendida, ela era mulher demais pra isso. Com seus olhos espantados ela negava me olhar.

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