Hard narrando:
- então é isso? Me trouxe para o terraço, pra ter um jantar romântico? – ela me questionou.- não... te trouxe pra ser tratada como uma mulher, pra ser respeitada... quero sua companhia.- Quer dizer... que no acordo do qual te da total direito de fazer o que quiser comigo, você vai querer conversar? – ela me questionou. Mais não como se quisesse saber, ou estivesse aliviada, mais sim porque me deseja com os olhos também. Me levantando da cadeira eu caminhei ate ela, cheguei a sua frente fazendo com que ela não tirasse os olhos de mim, fui até atras da cadeira, e me agachei afastando o cabelo do seu ouvido, o colocando no outro ombro carinhosamente, e me abaixei ate seu ouvido:- Sabe o que eu acho? Que não é o seu relacionamento que é invejado, mais sim você que o torna dessa forma. – podia ver suas pernas arrepiar – e mesmo assim você tem ao seu lado o cara que fali um empresa, coloca a culpa em você e te vende. Mais não quero nada, só quero que me conceda essa dança. Lhe disse esticando minhas mãos a ela, com um sorriso de canto ela se aproximou com seu corpo permitindo que eu lhe puxasse mais para perto do meu. Não queria palavras naquele momento, existem certos pontos do amor que você não precisa dizer nada, apenas deixar que a pessoa sinta. Não sou o tipo conquistador, mas conheço todos os pontos que enlouquecem uma mulher, mais sei, que existem coisas que excitam mais que a safadeza. Queria Leonor pra uma vida toda, e respeitava ela ser casada, então me colocava no meu lugar aceitando que só poderia a ter por esse momento. Só poderia a ter com seu corpo colado ao meu abaixando seu vestido enquanto em uma dança calma nos encostávamos, e seu vestido de cetim com o tecido tão leve que subia em minhas mãos que estavam em sua cintura, sentia sua respiração ofegante próxima ao meu pescoço, me arrepiando, enquanto a vista de Boston me acalmava.Leonor Juice narrando:- então me diz, quem você quer ser quando crescer? – Hard me perguntou. Era estranho, mais cheguei aqui imaginando que tudo que teria fazer era me deitar com ele, mais ele me provou que estava errada, que uma conversa olhando em seus olhos intimidadores conseguem e completar de uma forma que não conseguia a meses, o toque firme de suas mãos me arrepiavam, ele me colocava em um ponto de entender que estava frustrada, e não sei porque mais acreditava que nos braços dele encontrava minha cura. Um olhar, foi o necessário para que eu me questionasse sobre tudo o que tinha certeza sobre o amor. Ele me olhava, enchia a minha taça e me perguntava sobre coisas pessoais das quais Call nunca teve paciência para questionar, mais ele não, ele se envolvia no assunto, e aos poucos não era mais só uma conversa, mais como se nos conhecemos a anos. O peso não seria quando eu me deitasse ao lado de Call frustrada por que ele não me tocou mais uma vez, mais sim ao me lembrar que Hard fez com que eu me sentisse completa apenas por me ouvir, apenas por me deixar falar e dançar uma música brega no terraço de um restaurante. O desejo que sentia era mais intenso do que se ele tivesse me tocado. A madrugada começava a chegar e nem mesmo nos dávamos conta. Sabíamos tudo sobre a vida um do outro, e a inspiração que procurei no fundo de todos os copos de vinhos que tomei, apareceu olhando nos olhos de Hard e revelando as borboletas no estomago. Foi ali que tive a ideia de um romance, por mais louco que seja, é por que foi naquele momento que consegui me sentir amada, ou sentir uma mínima esfera do amor:- Acabei de realizar a transferência... os negócios do seu marido estão salvos. Mais por que não consigo sentir que foi nenhum tipo de obrigação que te trouxe ate aqui?- não sei, talvez você descubra nos seus sonhos, quando for consumido pelo fato de saber todas as minhas historias malucas de desastre. – lhe disse de uma forma irônica. Enquanto ele se levantava da mesa para me levar embora.- não brinca com meus desejos baby, posso falir seu marido só para ter mais uma noite descobrindo suas historias bizarras.- o sol esta nascendo. – disse de uma forma meiga. Sempre amei ver o sol nascer.- e podemos o ver brilhar o quanto quiser. – Hard apareceu ao meu lado sorrindo e segurou minha mão em silencio para que juntos pudéssemos sentir aos poucos o sol esquentar a nossa pele. Durante o caminho de volta pra casa, sentada no couro frio dos bancos do carro luxuoso que me encontrava, me pegava pensando sobre todas as formas que me senti durante essa noite, sobre os sentimentos que não me habitavam a semanas. Sabia sobre os riscos que estava correndo, mais talvez por conta da raiva que me habitou foi como se não me preocupasse em contê-los, a arrogância de Call havia servido de algo, para que eu pudesse encontrar em meu interior a mulher que estava escondida após estar sempre priorizando o homem que me vendeu na primeira oportunidade:- graças a Deus. – Call disse se levantando do sofá e vindo em minha direção. Seus olhos vermelhos entregavam que ele não havia dormido a noite toda, e o vinho lhe feito uma ótima companhia. – me diz que não aconteceu nada... – o desespero em sua voz entrava pelos meus ouvidos em um breve som de poesia. Gostava de o ver assim.- me vendeu, e agora esta preocupado se ele faz melhor que você ou não Call? Em quantas possibilidades você pensou antes de tomar essa decisão ridícula? Nenhuma não é mesmo. – olhava fixamente nos olhos de Call o intimidando, vendo as lagrimas escorrer pelo seu rosto. – não importa se aconteceu algo ou não, o único fato que é importa é como vou olhar pra você sabendo que serei vendida a qualquer um só pra que se livre de algumas dívidas.- Amber... não fala assim.... Subindo as escadas o ignorei completamente, não estava tão furiosa, e isso me fazia questionar se o fato de estar lidando tão bem tinha haver com o fato de ter sido o mafioso de olhos questionáveis. Não era preciso mais de uma noite para que pudesse perceber que Hard é o tipo de dominador que sabe realizar qualquer mulher, e pra isso ele nem precisa estar em uma cama.Leonor juice narrando: Acordando na cama, a percebi que ela estava vazia. Diferente do que imaginava, mesmo depois de ter passado uma noite inteira acordada, não me sentia com sono, e ainda era nove da manhã. Desci as escadas, Call não estava em casa, sua mala de papeis do serviço também não, ele havia ido trabalhar, mesmo embriagado, mesmo sem dormi, o sofá bagunçado me fazia ver que ele havia cochilado ao menos uma hora ali, sem se dar o Trabalho de se deitar ao meu lado na cama, não havia café, nem flor e muito menos um bilhete, era uma tradição nossa, como se fosse algo que só pertencesse a gente, mais sempre que cometíamos um erro, ou que brigávamos, preparar o café e por um bilhete escrito o que havia nos incomodado era o ponto inicial de encontrar a calma para uma conversa. E por incrível que pareça, isso realmente dava certo, porque sempre que havia um bilhete e um café lembrávamos da forma que nos respeitávamos e tínhamos carinho um pelo outro no nosso relacionamento e
Leonor narrando: - Quero meu emprego de volta. – disse parando frente a mesa da minha antiga chefe. - Como assim “quer seu emprego de volta”? Havia me demitido iludida pelo falso apoio de Call pela minha escrita. Ele me convenceu de largar tudo, inclusive uma proposta para Nova York, dizendo que podia ser mais bem focada em mim mesma, e na época acreditei ser uma boa ideia, mas ele me queria em tempo integral dentro de casa pra atender seus telefonemas. Estar com Hard me fez perceber, que realmente podia ser melhor, mas focada no que gosto. E é estar vendo pessoas, movimentos, e escrevendo qualquer história, menos esperando inspiração em amor frio: - Sabe que jamais te direi não, você é a melhor escritora dessa revista. Quer começar quando?- Agora. Sorrindo me hospedei novamente na minha mesa, respirar novamente o cheiro enjoativo do aromatizador era calmante, com os dedos no meu antigo notebook, percebia que queria ser a Leonor sentada
Leonor narrando: Chegando em casa ainda com minhas pernas trêmulas pelo que havia acabado de descobrir, me escorei atrás da porta da sala a fechando, abaixei meu rosto olhando pro chão, apertando meus lábios um contra os outros e fiquei em silêncio por alguns minutos, caminhei colocando minha bolsa sobre o sofá observei que Call estava sentado no topo da escada: - Oi... está tudo bem? Pensei que estava na empresa. - Onde você estava? - ele me questionou.- Bom não queria contar sobre isso assim mais... Decidi voltar ao trabalho na revista. – disse a Call sem mais delongas, sabia que precisava ir direto ao ponto, assim seria mais fácil do que dizer meus motivos questionáveis antes. - Como assim de volta à revista? - ele me disse em um tom de voz surpreso e ao mesmo tempo entristecido, era nítido ver seus olhos desesperados. - A escrita não estava dando certo, senti que precisava sair dessa bolha de ficar só presa dentro de casa esperando q
Call juice narrando: - Call... Call ... o que está havendo? Acabamos de conversar, de falar nossos sentimentos, e vai simplesmente sumir... Ignorando a forma com que Leonor gritava, sabia que estava errando mais uma vez, estragando o que havia sido um novo início, mais a raiva me cegava na mesma intensidade que me ensurdecia. Apenas sai do banheiro, vestindo uma roupa e descendo as escadas pegando o carro. Sabia que de alguma forma Hard estava envolvido com esses contrabandos, o meu instinto era forte bastante para duvidar de mim mesmo nesse momento, enquanto dirigia em alta velocidade até o apartamento dele, me obrigava a não me questionar mais sobre. Saber que não havia acontecido nada entre ele e Leonor, a ver sorrindo novamente para mim me fizeram entender que não era só um fraco, mas me fez sentir que ainda era mais forte que ele. O que me encorajou a estar exatamente aqui, agora. Esmurrando a porta do seu apartamento: - Abre essa droga.... - gritei euf
Leonor narrando: Sentada no sofá enquanto me questionava que havia feito com que Cal saísse desesperado daquela forma, via os ponteiros do relógio correr lentamente como se o tempo estivesse parado, enquanto os pensamentos iam surgindo me lembrei da frase que ele disse, sobre como o amor deve valer mais do que qualquer dívida, não sei se foi porque essa frase saiu da boca da Hard, ou porque Call disse em um momento em que estava fragilizada por ver os seus olhos se acalmando ao saber que não havia me perdido, o que fez com que me sentisse desejada por ele, mas a inspiração me tomou forma, foi a primeira vez em meses que realmente consegui pensar em algo para escrever, e seja só porque queria que as horas passassem, ou seja porque estava encontrando uma outra face do amor, a face de o ressuscitar pouco a pouco. Os meus dedos deslizaram pelo teclado e foram me fazendo soltar sorrisos bobos. Como se o tempo destravasse, as diversas páginas escritas me trouxeram uma sensação de pa
Call Juice narrando: Chegar num escritório sem me deparar com Hard já me gerava um grande sentimento de paz, entrei na minha sala e meu celular tocou insistentemente, o pegando em mãos percebi que se tratava de uma ligação do meu pai, o que me apavorou:-oi, pai... - Lhe disse em um tom de sussurro, com medo do que ele me diria. -Me diz que o áudio que me mandou é só uma das suas brincadeiras idiotas? - Ele disse em um tom rude. - Você não seria louco de fazer essa droga de empresa que foi a única coisa que deixei nas suas responsabilidades falir. Ela é a única coisa da qual deveria cuidar...-pai dá para se acalmar- lhe disse mantendo meu tom de voz calmo. Mas no fundo as palavras dele iam entrando em meu coração como facadas. - A gente teve alguns problemas com alguns dos sócios, nem tudo é culpa minha, estou tentando dar o meu máximo, mas ainda tem coisas que fogem do meu controle. -esteja às onze horas no restaurante onde sempre tratamos do
Call juice narrando:- Até o horário do almoço em que deveria me encontrar com meu pai ficava pensando sobre todas as possibilidades, do porquê Hard tinha todos aqueles dados, e a raiva subia me sufocando. Não conseguia pensar sobre o queria dizer ao meu pai, preferia deixar que as coisas fluíssem, assim talvez não ficaria atrapalhado com as palavras. Algo que acontecia quando estava frente ao meu pai. Não conseguia me sentir o Call de vinte e sete anos, ainda me sentia aquele garoto irresponsável de dez anos, assustado com ele gritando e falando sobre como deveria ser. É como se frente a ele, voltasse a ser esse mesmo garoto amedrontado, com medo de mais um grito:- Boa tarde, pai. - Lhe disse me sentando em sua frente, vendo que seu semblante estava mais furioso do que imaginava.-Boa tarde? diz como algo pode ser bom quando seu filho irresponsável te liga logo de manhã falando que fracassou? Deveria ter sido mais rude com você, e talvez tivesse adquirido algu
Leonor narrando: Ter voltado ao trabalho tinha tornado tudo na minha vida com um certo significado, consegui andar nas ruas novamente imaginando a minha liberdade, o que poderia fazer com meu dinheiro, os meus investimentos, o que eu compraria sem ter que pedir nada a Call. Uma parte minha, nunca aceitou ser humilhada, ou confrontada, quando vi Call dizer que era a culpa da falência dele, me frustrei, e isso gerou um buraco repleto de ira em meu peito, me sentia menos mulher, e incapaz de conversar com ele, como se minha magoa me calasse, e não me permitisse enxergar uma solução. Aprendi a ser independente muito nova, principalmente depois que o meu pai foi embora de casa, sempre tinha tido a minha própria Liberdade financeira, precisar pedir ou depender de Call fez com que me sentisse incapaz. Quando tomei a decisão de voltar a trabalhar, sonhar e ter a liberdade em minhas mãos, fez com que a nuvem negra que me impedia de ver uma solução que pudesse me aproximar