Leonor narrando:
- Quero meu emprego de volta. – disse parando frente a mesa da minha antiga chefe.- Como assim “quer seu emprego de volta”? Havia me demitido iludida pelo falso apoio de Call pela minha escrita. Ele me convenceu de largar tudo, inclusive uma proposta para Nova York, dizendo que podia ser mais bem focada em mim mesma, e na época acreditei ser uma boa ideia, mas ele me queria em tempo integral dentro de casa pra atender seus telefonemas. Estar com Hard me fez perceber, que realmente podia ser melhor, mas focada no que gosto. E é estar vendo pessoas, movimentos, e escrevendo qualquer história, menos esperando inspiração em amor frio:- Sabe que jamais te direi não, você é a melhor escritora dessa revista. Quer começar quando?- Agora. Sorrindo me hospedei novamente na minha mesa, respirar novamente o cheiro enjoativo do aromatizador era calmante, com os dedos no meu antigo notebook, percebia que queria ser a Leonor sentadaLeonor narrando: Chegando em casa ainda com minhas pernas trêmulas pelo que havia acabado de descobrir, me escorei atrás da porta da sala a fechando, abaixei meu rosto olhando pro chão, apertando meus lábios um contra os outros e fiquei em silêncio por alguns minutos, caminhei colocando minha bolsa sobre o sofá observei que Call estava sentado no topo da escada: - Oi... está tudo bem? Pensei que estava na empresa. - Onde você estava? - ele me questionou.- Bom não queria contar sobre isso assim mais... Decidi voltar ao trabalho na revista. – disse a Call sem mais delongas, sabia que precisava ir direto ao ponto, assim seria mais fácil do que dizer meus motivos questionáveis antes. - Como assim de volta à revista? - ele me disse em um tom de voz surpreso e ao mesmo tempo entristecido, era nítido ver seus olhos desesperados. - A escrita não estava dando certo, senti que precisava sair dessa bolha de ficar só presa dentro de casa esperando q
Call juice narrando: - Call... Call ... o que está havendo? Acabamos de conversar, de falar nossos sentimentos, e vai simplesmente sumir... Ignorando a forma com que Leonor gritava, sabia que estava errando mais uma vez, estragando o que havia sido um novo início, mais a raiva me cegava na mesma intensidade que me ensurdecia. Apenas sai do banheiro, vestindo uma roupa e descendo as escadas pegando o carro. Sabia que de alguma forma Hard estava envolvido com esses contrabandos, o meu instinto era forte bastante para duvidar de mim mesmo nesse momento, enquanto dirigia em alta velocidade até o apartamento dele, me obrigava a não me questionar mais sobre. Saber que não havia acontecido nada entre ele e Leonor, a ver sorrindo novamente para mim me fizeram entender que não era só um fraco, mas me fez sentir que ainda era mais forte que ele. O que me encorajou a estar exatamente aqui, agora. Esmurrando a porta do seu apartamento: - Abre essa droga.... - gritei euf
Leonor narrando: Sentada no sofá enquanto me questionava que havia feito com que Cal saísse desesperado daquela forma, via os ponteiros do relógio correr lentamente como se o tempo estivesse parado, enquanto os pensamentos iam surgindo me lembrei da frase que ele disse, sobre como o amor deve valer mais do que qualquer dívida, não sei se foi porque essa frase saiu da boca da Hard, ou porque Call disse em um momento em que estava fragilizada por ver os seus olhos se acalmando ao saber que não havia me perdido, o que fez com que me sentisse desejada por ele, mas a inspiração me tomou forma, foi a primeira vez em meses que realmente consegui pensar em algo para escrever, e seja só porque queria que as horas passassem, ou seja porque estava encontrando uma outra face do amor, a face de o ressuscitar pouco a pouco. Os meus dedos deslizaram pelo teclado e foram me fazendo soltar sorrisos bobos. Como se o tempo destravasse, as diversas páginas escritas me trouxeram uma sensação de pa
Call Juice narrando: Chegar num escritório sem me deparar com Hard já me gerava um grande sentimento de paz, entrei na minha sala e meu celular tocou insistentemente, o pegando em mãos percebi que se tratava de uma ligação do meu pai, o que me apavorou:-oi, pai... - Lhe disse em um tom de sussurro, com medo do que ele me diria. -Me diz que o áudio que me mandou é só uma das suas brincadeiras idiotas? - Ele disse em um tom rude. - Você não seria louco de fazer essa droga de empresa que foi a única coisa que deixei nas suas responsabilidades falir. Ela é a única coisa da qual deveria cuidar...-pai dá para se acalmar- lhe disse mantendo meu tom de voz calmo. Mas no fundo as palavras dele iam entrando em meu coração como facadas. - A gente teve alguns problemas com alguns dos sócios, nem tudo é culpa minha, estou tentando dar o meu máximo, mas ainda tem coisas que fogem do meu controle. -esteja às onze horas no restaurante onde sempre tratamos do
Call juice narrando:- Até o horário do almoço em que deveria me encontrar com meu pai ficava pensando sobre todas as possibilidades, do porquê Hard tinha todos aqueles dados, e a raiva subia me sufocando. Não conseguia pensar sobre o queria dizer ao meu pai, preferia deixar que as coisas fluíssem, assim talvez não ficaria atrapalhado com as palavras. Algo que acontecia quando estava frente ao meu pai. Não conseguia me sentir o Call de vinte e sete anos, ainda me sentia aquele garoto irresponsável de dez anos, assustado com ele gritando e falando sobre como deveria ser. É como se frente a ele, voltasse a ser esse mesmo garoto amedrontado, com medo de mais um grito:- Boa tarde, pai. - Lhe disse me sentando em sua frente, vendo que seu semblante estava mais furioso do que imaginava.-Boa tarde? diz como algo pode ser bom quando seu filho irresponsável te liga logo de manhã falando que fracassou? Deveria ter sido mais rude com você, e talvez tivesse adquirido algu
Leonor narrando: Ter voltado ao trabalho tinha tornado tudo na minha vida com um certo significado, consegui andar nas ruas novamente imaginando a minha liberdade, o que poderia fazer com meu dinheiro, os meus investimentos, o que eu compraria sem ter que pedir nada a Call. Uma parte minha, nunca aceitou ser humilhada, ou confrontada, quando vi Call dizer que era a culpa da falência dele, me frustrei, e isso gerou um buraco repleto de ira em meu peito, me sentia menos mulher, e incapaz de conversar com ele, como se minha magoa me calasse, e não me permitisse enxergar uma solução. Aprendi a ser independente muito nova, principalmente depois que o meu pai foi embora de casa, sempre tinha tido a minha própria Liberdade financeira, precisar pedir ou depender de Call fez com que me sentisse incapaz. Quando tomei a decisão de voltar a trabalhar, sonhar e ter a liberdade em minhas mãos, fez com que a nuvem negra que me impedia de ver uma solução que pudesse me aproximar
Call Juice narrando: Aguardando Leonor chegar, estava com a garrafa de vinho posta sobre à mesa, tudo ainda era confuso, mais me levantei daquela mesa sem me sentir um garoto de dez anos, sem me sentir como havia chegado até lá, e não importava se precisei de Hard pra isso, mais importava que meu pai decidiu olhar pra capacidade que me obriguei a encontrar frente aquele homem rude. Leonor abriu a porta, e escorou sua testa sobre a madeira ficando em silêncio por alguns minutos, até se virar e encontrar seus olhos assustados com os meus: -boa noite. - lhe disse de uma forma ousada, andando em sua direção, e lhe dando um beijo no pescoço, acariciando seus cabelos lentamente. Esperando surpresa ao ver o que havia preparado. -o que está acontecendo aqui? Ou com você? - ela me perguntou assustada, soltando um leve sorriso tímido. -pensei que a gente podia comemorar e ter uma noite só nossa... tenho uma coisa para te contar da qual você jamais vai acredi
Call Juice narrando: Um amor que nascia do nada, mais salvava a mulher casada de seu tédio e dias nublados, um mafioso que a realizava em todos os quesitos. Leonor deixava claro a forma com que seu coração se enchia com sentimentos de um triângulo amoroso, em dúvida sobre dois homens. A cada frase que Leonor falava sobre seus sentimentos quebrava uma parte minha, passei horas com o notebook em meu colo lendo deus de seus sentimentos quentes aos congelados , a forma com a qual ela descrevia nosso casamento, e particularmente a forma com a qual ela se sentia, me frustrava, e me abria pra ver os seus sentimentos de uma forma que jamais havia parado para ver antes. Leonor estava escrevendo a nossa história, mais era como se ela estivesse escrevendo a forma com que ela se acabou, não era eu a sua inspiração, mais era sobre a esperança de que eu ainda podia aquecer seu coração, mas o meio de suas pernas sempre ficava mais quente quando se tratava do mafioso. Virando a taç