Leonor narrando: Permaneci lá sentada por uns quinze minutos esperando Call voltar, pensando sobre todas as desculpas que poderia lhe dar e me odiando, me odiando por ter me tornado tão boa em mentir sobre Hard, e agora todo aquele desejo que havia sido tão bom de ser consumido havia se tornado um breve pesadelo, passei a sentir nojo de mim mesma quando vi a frustração estampada nos olhos de Call no momento em que ele estava sendo tão atencioso me trazendo para jantar, enquanto tudo que faço é mentir para ele:- Então... está tudo bem com seu pai? - lhe perguntei ao ver ele voltando para a mesa completamente frustrado. - Meu pai? - ele perguntou como se não soubesse sobre o que estava dizendo. - A meu pai claro... está bem ele passou por uma consulta médica, vai precisar fazer alguns exames. - quer conversar sobre o que minha amiga disse? Não quero que fique nenhum mal-entendido entre a gente. - Leonor a gente estamos recomeçando, não
Trêmula segurava o celular ainda em mãos, olhava os carros paralisada, minha mente se questionava, não querendo acreditar: - como pode fazer isso comigo, está louca Leonor? Os gritos eufóricos de Call ecoaram me trazendo a ânsia a boca do estômago, de ouvir a voz dele, de sentir o medo me corroer, o medo da verdade. Me virando, olhei em seis olhos, sentir arder a brasa dos meus, levantei minhas mãos, querendo lhe dizer algo mas me sentia fraca até mesmo para soltar as palavras, minhas pernas se encurvavam enquanto o encarava, com seu rosto pálido, revivendo cada momento em que ele me disse sobre como não queria ser pai, sentindo o peso de seu silêncio a amargura me corroía: - Era importante pra mim conversar com esse homem essa noite Leonor... – Call continuou a gritar. - Como posso... Como posso ser tão tola, não estou acreditando... Estava tão na frente dos meus olhos... – Comecei a falar, ainda fraca, mais a fúria vinha dominando cada parte minha. - Do que está dizend
Leonor narrando: Pelas ruas andava sentindo minhas pernas trêmulas, o desespero me dominava a cada passo, não conseguia aceitar a tudo, e não conseguiria lidar com a morte de Hard, não agora. Meus olhos se fechavam e sem destino andava implorando para que tudo fosse uma mentira, implorava até mesmo para que um raio caísse sobre minha cabeça, gritava interiormente mesmo que meus lábios apenas soltassem murmúrios, não me preocupava se as pessoas me viam naquele estado e me olhavam com total desprezo, como se fosse uma embriagada. Des de o momento que me dei conta da farsa que estava me obrigando a acreditar, que a máscara de Call caiu frente aos meus olhos, toda uma vida também se desmoronou, como se não soubesse mais nada sobre minha própria vida, tudo era apenas dor, só conseguia ver realidade nos meus momentos com Hard, e me odiava por ter deixado as certezas que me habitavam pra me recriar mais uma vez nas mentiras. Uma vida toda me preocupando com as pessoas, cuidando delas,
Hard narrando: A ter, a sentir, a ver ali nua sobre a cama de um apartamento frio e cheirando a bolor enquanto meu corpo se estremecia em desejo e realização, era a ancora que me mantinha de pé, era por ela que escolhi não guerrear mais com máfias, sentia que não necessitava de mais nada além dela, nem mesmo o poder ou o dinheiro, pela primeira vez na vida, o calor de um corpo nu e os olhos ingênuos e repletos de dor foram capazes de descongelar a pedra de gelo que imaginava que tinha no lugar de um coração, alguém foi capaz de me fazer arrepiar em algo além do ódio, além do prazer. o silencio era perfeito ao seu lado, mesmo vendo as manchas de infiltração sobre nós no teto, minhas mãos passavam por sua cintura, e seu doce cheiro misturado com o álcool, era o único que queria sentir durante o resto dos meus dias solitários:-Leonor... - disse assustado a vendo se levantar da cama e caminhar em direção a suas roupas. -Preciso ir... - Leonor me respondeu com um tom de voz e
Leonor narrando; Com minhas pernas ainda bambas, caminhei, a cada passo, sentia em mim o desejo de fugir dali, de sair correndo, refazendo o caminho de volta até Hard. Na varanda de casa, meu corpo se escorregou me deixando ao chão mais uma vez. As lagrimas desceram, com dor, com saudade, meu pai havia ido, e a culpa era minha, era minha por ter acreditado em um amor de quem apenas carrega a ganância. Sabia que o dinheiro para a família de Call é como areia movediça, e não importa o que eles precisem puxar para dentro do buraco em busca de apoio de estar sempre fora do buraco. Em minhas mãos, continha a destruição da família de call, se os segredos, se quem eles realmente são, fossem lançados na frente do ventilador, todo o poder porque zelam tanto se acabaria. Nem mesmo todo o dinheiro deles poderia limpar a sujeira que mancharia o nome de suas empresas. O problema, é que tudo que estiver em minha volta, será puxado, assim como meu pai foi, assim como Hard pode ser. Jamais hav
Capitulo 1 Leonor Juice narrando: Leonor Juice, sou apenas uma mulher sentada sobre o sofá de uma festa luxuosa, com uma taça de drink em mãos, com diversas pessoas em minha volta e meu semblante fechado. Me levanto e vou ate a mesa de drinks posicionada frente a imensa parede de vidro com uma vista perfeita de Boston. O jantar é da empresa de meu marido, Call Juice, um homem de negócios e dono de uma das maiores empresas de investimento, o nosso companheirismo nos negócios é algo muito invejado, seguro fortemente sua mão em cada decisão que ele toma. Mas acabo de descobrir que ele esta praticamente falido, que ate mesmo estamos prestes a perder a nossa casa, e esse não é o problema, mais sim o fato de que descobri em meio a essa festa pacata onde todos me olham com pena, sentindo o peso da imaturidade de meu marido que nem mesmo me contou o que estava havendo: - me desculpa Leonor. Me senti incapaz de falar qualquer coisa. – ele disse se aproximando com um tom desesperado.
Call Juice narrando: Respirando fundo entendia perfeitamente a forma irritada que Leonor se levantava da banheira. Não era sobre não sentir atração por ela, mais odiava o fato de sentir tanta atração que odiava ter fraquejado e falido. Me sentia orgulhoso por ter uma mulher forte ao meu lado, segurando minha mão ate mesmo nas decisões imaturas que tomava, mais odiava o fato de sentir que Leonor era mais capaz do que eu, ela conseguia resolver as situações e ter uma visão ampla dos negócios de uma forma que eu não conseguia, e não sendo machista, mais me sentia fraco perto dela. Como se não quisesse aceitar o fato de que ela tinha toda a capacidade que me faltava para resolver os problemas que me metia. Leonor se deitou nua sobre a cama e de costas pra mim ela adormeceu rapidamente. Não conseguia nem mesmo a tocar, e me torturava pensando em como conseguiria não perder o teto sobre nossas cabeças. As nove da manha, preparava o café na cozinha de uma forma calma para não acorda
Call Juice narrando: - o que? – disse espantado. - isso que ouviu, uma noite com Leonor e pago todas as dividas que te levaram a falência, levo mais lucros como seu sócio, e você a mantem embaixo do teto da sua casa . - Não vou aceitar isso... - você que sabe, essa é a minha proposta. – Hard disse se levantando da mesa enquanto virava seu último gole do copo. – fica a vontade, é por conta da casa. – ele disse dando um tapa em meus ombros e saindo. Completamente intrigado ficava pensando sobre as palavras que ele me disse, olhando cada canto daquele restaurante que havia detalhes em puro ouro, virei o copo de whisky rapidamente, me sentia frustrado com tudo, não conseguia nem mesmo continuar ali sabendo que dependeria do cara que pediu uma noite com minha mulher: - Call, você por aqui? – um velho amigo empresário disse me encontrando. - é... almoço de negócios. - fiquei sabendo sobre como esta crescendo também. Acabo de abrir outra empresa na Polônia talvez.... -