Vi quando Edward beijou Emma e quando ela o empurrou para longe, confessando seu amor por mim. Foi isso que travou minhas pernas em um primeiro momento e me impediu de avançar nele. Vi a capacidade de Emma em se defender, em resolver a situação sozinha e fiquei orgulhoso dela, mas agora era minha vez de defender minha família e colocar Edward em seu devido lugar.Eu pretendia quebrar todos os dentes da boca daquele maldito. Há muito tempo eu vinha guardando ressentimentos contra Edward. Ele me culpava pela morte dos nossos pais e dizia que eu pagaria por aquilo quando ele tornasse os meus dias um inferno. E ele tem feito isso desde a morte do nosso avô.Agora ele dizia que iria me tomar a Emma, a única coisa boa que me restou. Mas Edward não conhecia o meu lado sombrio, ainda não. Ele estava enganado se pensava que eu permitiria que isso acontecesse.— Pare com isso, Gregory – Emma segurou meu braço, seus olhos cheios de lágrimas, o medo rondando seu belo rosto. – Não quer ser preso e
Emma.Quando chegamos ao hotel foi como outra bomba explodindo em nossa mente. Gregory caminhava de um lado ao outro no quarto, com o rosto vermelho, enquanto gesticulava com o seu advogado sobre a situação. Deveríamos estar nos divertindo agora, mas eu me sentia presa sem poder aproveitar.— Não podemos sair da cidade – ele jogou o celular em cima da cama e passou a mão sobre o rosto. – Não podemos voltar para casa também, não enquanto a polícia espanhola não nos liberar.— Isso pode levar meses – eu disse, com o desânimo me abatendo – vamos retirar a queixa então.— As coisas não são tão simples assim, Emma – ele bufou, levantando a cabeça em direção ao teto como se implorasse por socorro vindo dos céus. – Vamos aproveitar a nossa viagem. Eu não vou permitir que o Edward tire isso de mim também.Corajosamente, Gregory segurou na minha mão e saiu me compelindo para fora do quarto. Não o questionei, confiei na sua decisão, embora meu coração saltasse descontroladamente no peito, temen
Eu admirava a Emma em silêncio enquanto ela comia, desejando que aquele momento se eternizasse até o meu celular vibrar em meu bolso. Ignorei a primeira ligação, mas ele não parou mais depois daquilo. Eu deveria tê-lo desligado e essa era a minha intenção mais verdadeira, quando uma mensagem de Helena brilhou na tela do meu aparelho.— Atenda ao telefone, Gregory. Modifiquei o testamento.Dei um salto da cadeira, Emma não percebeu, ela estava bastante distraída nesse dia, ela somente viu quando eu me afastei e fui para o outro lado atender a última ligação de Helena.— Você deveria ter me ligado e avisado o que aconteceu.A voz dela estava tremula do outro lado da linha. Girei o pescoço para olhar para Emma e ela me observava atentamente. Era impossível eu fingir normalidade diante do que estava acontecendo.— Eu e a Emma estamos bem – eu fechei os olhos e massageei as têmporas –, não havia necessidade de mudar o testamento só por conta disso.Mas o que diabos eu estava dizendo? Desej
Emma.Tive um vislumbre de Gregory assim que acordei no dia seguinte. Ele estava deitado ao meu lado com os seus olhos de gelo fixados em mim, tão carinhosamente que achei que não suportaria olhá-lo por muito tempo. Nos meus lábios, um sorriso brincou. A noite passada havia sido uma mistura de sentimentos que eu não podia explicar.Durante aqueles anos de casado, foi a primeira vez que Gregory deu todo o seu amor para mim enquanto dormíamos juntos.Ele se inclinou e me beijou, depois me cobriu um pouco mais antes de se levantar e me dizer:— Fique deitada – ele se vestiu rapidamente e era possível sentir o frio invadindo o quarto –. O clima na Espanha está simplesmente amargo. Melhor que fique coberta da cabeça aos pés para não pegar um resfriado.— Não quero passar esse dia deitada – joguei o cobertor para o lado e me levantei.Foi quando olhei para trás e percebi muitos fios de cabelos no meu travesseiro. Fiquei paralisada por um tempo, somente olhando aquilo como se não fosse real.
Eu vivia horas de dor e tristeza, enquanto velava o corpo da minha mãe e sepultava-o ao lado de seus irmãos. Encarei a lapide recem posta e deixei o desespero tomando conta de mim. Um resmungo de protesto rasgava minha garganta, enquanto eu voltava para casa, sozinha. Eu teria que enfrentar meu inferno, sem ninguém que pudesse me defender do meu padrasto. — Ao menos a senhora está livre daquele monstro, mãe – murmurei enquanto enxugava as lágrimas insistirem em cair do meu rosto – eu vou ter que aprender a viver sozinha e enfrentar o castigo que a senhora deixou para mim. Passos apressados vieram em minha direção, assim que me aproximei da casa. Girei o pescoço rapidamente e meu coração disparou quando eu avistei alguns homens caminhando em minha direção. Eu conhecia bem um daqueles rostos e não gostei de vê-lo ali. — Mason – minha voz escapou em um sussurro no mesmo momento em que eu me erguia lentamente para olhar em seus olhos. Ele se aproximando cada vez mais – o que diabos es
De repente, eu estava sozinha naquele quarto com mais perguntas do que respostas. Deixei uma lagrima escorrer pelos meus olhos e logo me vi desesperada para fugir dali. Como eu poderia estar casada com um homem que eu não conhecia? Eu jamais aceitaria essa situação em minha vida. Decidi que não podia permitir que a consumação acontecesse, afinal eu não suportaria que nenhum homem me tocasse outra vez. Enxuguei o rosto e, quando me levantei, percebi vestir roupas novas e limpas. Me assustei ao me deparar com o reflexo do meu rosto no espelho. Meu nariz estava vermelho e todo inchaço sobressaia até em um dos meus olhos. Eu mal me lembrava do que havia acontecido, certamente Mason me bateu com tanta força que desmaiei. Com cuidado, caminhei até a porta, torcendo para que ela não estivesse trancada. A brisa noturna acariciou meu rosto quando eu a abrir. Saí silenciosamente do quarto, me deslizando pelo corredor largo e pouco iluminado. Eu não fazia ideia para onde eu estava indo, aque
Os dias se arrastavam enquanto eu passava a maioria do tempo trancada no quarto. O único rosto familiar que eu via era o de Samantha, que aparecia às vezes ao dia para trazer meu alimento. Outras vezes, uma empregada mais nova vinha em seu lugar, mas ela não dizia nada e nem sequer olhava em meus olhos. Entrava, deixava a comida posta sobre a mesa e saía em seguida. Os hematomas em meu rosto estavam quase sarados, o que me deixava bastante apreensiva. Eu presumia que, assim que eu melhorasse, Gregory entraria por aquela porta e exigiria que eu cumprisse meu papel de esposa. Eu ainda considerava a atitude dele em não me procurar mais bastante estranha. Desde aquela noite em que ele me pegou em fuga, nunca mais o encontrei. Em algumas noites, eu ouvia sua voz e seus passos descendo as escadas. Depois, eu ia para a janela e o via entrar em um carro e sair às pressas. Às vezes, Gregory voltava de madrugada ou apenas no dia seguinte. A vida daquele homem era um mistério para mim. Porém
Imediatamente após dizer isso, o velho virou as costas e partiu. Gregory tentou alcançá-lo convencendo-a a ficar para o almoço, mas ele apenas olhou com desdém para mim e disse que Gregory precisava fabricar o neto o mais rápido possível se realmente quisesse ficar com a sua herança. Eu cobrir meu rosto com as mãos e me arrependi imediatamente de ter tentado ajudá-lo. Por que eu quis ser boa com um homem que havia me comprado como uma mercadoria barata? Aí estava meu grande defeito, ajudar quem de fato não merecia. Eu estava tão imersa as minhas preocupações que não vi quando Gregory se aproximou. Senti apenas ele segurando meu braço e me arrastando até o andar de cima. Um medo indescritível invadiu meu peito. Resmunguei o caminho inteiro, indagando sobre o que ele pretendia e para onde ele estava me levando, mas tudo o que conseguia ouvir era a respiração ofegante de Gregory, como se ele segurasse o próprio ódio entre os dentes. Foi quando ele abriu a porta do meu quarto e me jog