Helena
— Você tem certeza, minha filha? É o que realmente você quer? — O padre Tomas perguntava sem preâmbulo para Helena, que é como uma filha para ele. O homem espiritual acompanhou toda a sua trajetória de vida desde seus 10 anos.
— Com toda certeza padre, é um sonho que será concretizado.
— Como você viverá lá? — Inquiri receoso. Ele não queria fazer com que ela desista, mas prepará-la para tudo que ela possa enfrentar.
— Tenho algumas economias que herdei daquele monstro. Pelo menos para alguma coisa ele serviu.
— Menina, não fale assim! — Padre Tomas a repreendeu. Ele não gostava o jeito dela ao falar sobre o falecido pai. Helena, ainda possui muita raiva.
— Me perdoe padre, sabe que não é por mau. — Se explicou. Ela contou sobre seus planos e metas. A jovem se inscreveu em várias universidades, contudo a que mais lhe chamou atenção foi a de Barcelona. Não levou muita fé na hora da inscrição, porém ficou em primeiro lugar.
— Eu lhe dou minha bênção filha, agora por favor não deixe de me dá notícias. — Pediu, fazendo uma cruz na testa de Helena. Ela agradeceu por tudo, abaixou a cabeça, pegou a mão do padre e beijou. Nesse mesmo dia ela organizou o restante de suas coisas e esperou o grande momento.
No avião Helena estava nervosa, afinal era uma mudança bastante significativa em sua vida. Para não deixar o medo lhe paralisar, ficou na frase que levou em todo esses dez anos. Que diz: “Se você não construir o seu sonho, alguém vai, lhe contratar para ajudar a construir o dele.” Foi para isso que não desistiu e não desistirá, até alcançar seu objetivo.
— Irei realizar meu sonho! — Declarou convicta. Será uma grande psicóloga e ajudará muitas crianças e adolescentes que passaram, por todo tipo de trauma.
Helena chegou ao dormitório da faculdade exausta, passou por muitas coisas. Perderam sua bagagem no aeroporto e teve dificuldades para conseguir um carro, não pelo idioma deles, no orfanato onde estava ensinaram espanhol, inglês, francês e latim. A cidade estava um caos. Helena não pretendia morar por muito tempo na universidade, pelo menos até conseguir um bom trabalho, aí alugaria um pequeno apartamento.
No dia seguinte era a primeira aula, se encontrava animadíssima, por isso foi uma das primeiras pessoas a chegar. A sala estava cheia, muitas pessoas diferentes. Helena meio que se sentiu intimidada.
— Boa noite! Sou o professor Xavier, serei seu professor desse semestre. — O mentor se apresentou. Começou a explicar sua matéria sorrindo a todo momento. Ela gostou dele, lhe passava boas energias.
— Alguém pode me dizer quem foi William James? — O professor perguntou do nada, pouco antes de sua aula terminar.
— Vamos pessoal. Ninguém sabe? — Incentivou. Helena levantou a mão se sentindo sem graça.
— Hum, alguém nos salvou do constrangimento. Se apresente minha jovem.
— Helena Muniz, senhor!
— Percebi levemente um sotaque. De que país vem, Helena?
— Do Brasil!
— Temos uma brasileira aqui pessoal. — sorriu — Sabe quem foi William James?
— Foi um dos fundadores da psicologia moderna e importante filósofo ligado ao pragmatismo formado como médico. Ele escreveu diversos livros conceituados sobre a então jovem ciência da psicologia, sendo um dos formuladores da psicologia funcional conhecido como “O pai da psicologia americana.”
— Muito bem, senhorita Muniz. Está vendo pessoal, quando se estuda não há o que temer — declarou sério — Para próxima aula falaremos sobre os 6 princípios da persuasão. Senhorita Muniz, sabe quais são os 6 princípios da persuasão?
— Reciprocidade, Consistência, Autoridade, Validação social, Escassez e Atracação. — Respondeu sem exitar. Todos lhe encaravam surpresos.
— Turma estão dispensados. Senhorita Muniz, pode aguardar um momento?
— Algo errado, professor?
— Não precisa se preocupar senhorita Muniz, na verdade, estou impressionado. Ninguém nunca respondeu minhas perguntas com tanta precisão e astúcia.
— Agradeço, senhor!
— Você já fez essa matéria antes?
— Não, apenas li muitos outros Cris desde pequena. A mente humana sempre me fascinou.
— Estou muito feliz de tela na minha turma. Está dispensada, na próxima aula a quero afiada. — Disse dispensando-a. Ela murmurou um sim senhor e saiu sorrindo. Apesar de tudo que passou se sente muito abençoada. Ela iniciou sua jornada, e não ver a hora de chegar ao seu destino.
Alejandro
— Meu Deus, estou rodeado de incompetentes! — Alejandro esbravejou irritado, principalmente com o seu assistente.
— Senhor Sanches, fiz tudo que me pediu. — Juan insistiu. Claro que sabe que seu chefe detesta ser contrariado, mesmo assim arriscou. Pessoas inúteis.
— O que foi que lhe pedir Juan?
— Me pediu o balancete da empresa e…
— Isso, lhe pedir o balancete da empresa. O interrompeu — Por acaso esse maldito documento está em braile? Como você acha que lerei? Por acaso faço milagres?
— Me perdoe senhor, isso não irá se repetir. — Juan disse nervoso. Ele não tinha se atentado.
— Não é a primeira vez que acontece e, acredito que não será a última. Vai mesmo. Passe para acerta suas contas com minha mãe.
— Mas…
— Chega, saia já da minha frente. — Alejandro esbravejou alterado. Ele até escutou seu agora ex-assistente o xingando, mesmo assim, não se abalou. Senhora Inês, a mãe de Alejandro entra bufando de raiva no escritório.
— Novamente filho? Estou cansada de ficar trocando seus assistentes. Chegara um momento que ninguém quererá trabalhar para você.
— Não importa! Mãe estou cego, não inválido, não sou obrigado a ter incompetentes trabalhando para mim. — Terminou sanguíneo. Dona Inês saí chateada sem chão. Seu coração de mãe não sabe o que fazer. Vê o seu filho tão amargurado lhe corta o coração.
Enquanto isso, Alejandro estava em seu escritório pensativo. Nesses 10 anos muita coisa mudou, ele nunca mais se envolveu com uma mulher. Claro que tinha alguns contatos que vinham para satisfazer suas necessidades sexuais, mas é apenas isso. Ele só as chamavam quando sua mãe não estava em sua casa, ele mora só, mas sua mãe vem constantemente vê-lo.
Alejandro sabe o quanto chama atenção do sexo oposto. Está no auge dos seus 30 anos, é alto, com um corpo de dá inveja em muitos moleques e possui dinheiro. Muitas horas de academia. Seu tom de pele negro veio de seu falecido pai, e seus olhos verdes, da sua mãe. Ele acredita que nenhuma mulher quererá ficar com ele, devido a sua deficiência. Se isso acontecer, provavelmente é por ser rico.
Quando os médicos investigaram sobre sua cegueira, não acharam nada. Ele se consultou com todos os especialistas que poderia e, nada. Todos diziam ser psicossomático.
— Estou cego por que quero. Ridículo! Rebanho de incompetentes. — Proferiu com raiva. Se levantou, pegou sua bengala longa e se dirigiu a porta, precisava sair e espairecer um pouco.
Saiu para o jardim. Raramente sai, pois os repórteres sempre o segue.
Ele só queria paz, algo que há muito tempo ele não sentia. As únicas coisas que sentia era raiva, dor. Sentia-se injustiçado, por isso descontava nas pessoas.
— Se não posso ser feliz, ninguém mais pode. — Disse apertando o punho.
Ele sabia ser egoísta da parte dele, todavia não se importava.
Helena— Oi! Nina! — Helena falou com um pouco de desânimo. Ela encontrava-se exaurida, passou o dia todo procurando emprego e não achou nada. O seu antigo emprego a dispensou por falta de verba, já se passaram 2 anos desde que chegou, há Espanha. Não ficou por muito tempo no dormitório da faculdade, ela adquiriu um pequeno apartamento, não era lá essas coisas, mas era bem acolhedor.Agora que perdeu seu emprego, estava preocupada, afinal haviam despesas. Fora que tem não poderia voltar ao dormitório da universidade, pois, já foi passado para outra aluna.— Que cara é essa amiga? — Nina Inquiriu ao ver Helena tão cabisbaixa.— Andei o dia todo e não conseguir nada, nem um mísero bico. — Falou bufando.— Não fica assim. Já comeu?— Não. Ia fazer isso agora.— Vamos a minha casa, tem comida pronta. — Sua amiga falou lhe puxando do sofá. Helena levantou correndo e rindo. A comida de sua amiga é uma delícia. Elas se conheceram na faculdade, dividiam o mesmo quarto. Assim como Helena, Mari
Alejandro— Não quero saber Pablo! — Bradou irritado. O fato de está longe de sua empresa o (deixa) fora de si. Alguns de seus subordinados perderam papéis importante, e para Alejandro o culpado é o seu amigo. Afinal, ele está a frente de todos os seus negócios. Ele estava a ponto de xingar de novo, quando escutou uma voz estranha em seu escritório.— Resolva essa merda! — Mandou desligando o celular.— Olha linguajar garoto.— Me perdoe mamãe! O que lhe traz aqui?— Trouxe sua nova assistente para lhe conhecer.— Eu já disse… — Tentou falar, porém, ela não quis ouvir.— Resolva Alejandro. Ela ja está contratada. Tchau,filho. — Inês saiu com um sorriso na face. O silêncio reinava no ambiente, ele esperou ela se pronunciar, mas como ela não falava nada ele resolveu adiantar seu lado.— Aproxime-se senhorita, não tenho o dia todo. – mandou apoiando seus dois cotovelos na mesa — Sente-se por gentileza. Qual é o seu nome?Quando a garota se aproximou a primeira coisa que ele sentiu foi se
Helena— Vá direito ao ponto, Helena! — Mandou sem paciência. Ela acreditava que eles estavam fazendo progresso, mas era só achismo mesmo. Ele criou uma muralha entre eles.— Sim senhor!— Suspirou — Existem alguns números que não batem.Para sua explicação quando o viu se levantar. Ela sabia que ele é alto, mas não que era tanto. A cabeça dela bate na altura do umbigo dele. Lindo! Pensou aérea.— Helena! — Exclamou nervoso— Oi… — Falou tossindo falsamente.— Está surda, ou algo do tipo? Estou chamando-a tem um tempo.— Me perdoe, chefe! — bateu em sua testa — Sobre os números. Bem, já li todo o relatório, e os números da página 13, 20 e 29 não batem.— Leu? São trinta páginas, lhe dei para ler não tem nem vinte minutos.— Tenho memória fotográfica. Já li duas vezes, para ter certeza. — Explicou paciente. Ele tentou esconder, mas ela notou a surpresa estampada em sua face. Sorriu abertamente, por impressioná-lo de alguma forma— Explique-me quais são as inconsistências.— Nos dez pri
AlejandroEle almoçou, se banhou, vestiu algo leve e foi esperar por Helena e seu escritório. O mesmo ligou para sua empresa e soube que ela saiu a mais de uma hora.— Onde será que está essa menina? — Se perguntou nervoso. Para ele, ela está começando pessimamente. Alguém bateu na porta do seu escritório e ele mandou entrar.— Licença Alejandro! — Helena pediu entrando no ambiente. Sua voz está exausta mesmo assim ele ignorou. O aborrecimento por ela lhe fazer esperar tanto tempo, falou mais alto.— Acredito que pago seus serviços para fazer o seu trabalho corretamente.— Eu... Não entendo o que... — Ele a interrompeu se levantando. A voz da jovem já estava embargada por prender o choro. Há muito tempo que alguém fala assim com ela.— É a segunda vez no mesmo dia que chega atrasada. Acha que seu tempo é melhor que o meu, Helena? — Questionou colérico. Ele sabia estar sendo rude, mas não quis parar. Helena é jovem e tem muito o que aprender.— Não, senhor. Nunca passou isso em minha
Alejandro — Marquei a reunião em outro lugar para você espairecer. Estou aqui a quase três meses e, em nenhum momento lhe vi sair. Está muito pálido, acredito que tomar ar fresco lhe fará muito bem. — tocou na mão dele — Não fique chateado comigo, não fiz por mal. — Tudo bem. Nessa batalha você venceu. — bufou — Agora, não se acostume. Ela deu alguns pulinhos de alegria, fazendo o homem sorri. Helena pegou sua bolsa e chamou. — Vamos chefe! — Espere! Antes quero lhe pedir algo. — Peça chefe. — Me deixe conhecê-la. Eu quero vê-la Helena! — Pediu sentando na mesa. Alejandro deu um tiro no escuro, mas acreditava que seu pedido seria atendido e se não for, ele não desistiria tão fácil. — Não entendo. Como poderia me ver, se é... — Se calou nervosa. — Através do toque. Me deixe tocá-la, por favor. — Pediu. Ela não o respondeu, apenas largou sua bolsa no mesmo lugar que tirou e parou a pouco centímetros dele. Alejandro levantou e sentiu a presença dela. Uma coisa tinha ciência. He
Helena — Yó lhe disse qual era meu curso. — Você já ouvia falar que não se deve dedurar suas fontes. — Escolhi desde pequena, meu sonho é abrir uma clínica e ajudar pessoas que passaram pelos mesmo traumas que pass... — Se calou quando viu que falou demais de novo — Que traumas passou na infância? — Alejandro perguntou com um pouco de raiva, ao imaginar que Helena sofreu algum mal. — Falei demais Alejandro, prefiro não falar sobre o assunto. — Não irei sossegar enquanto não saber. Espero que confie em mim algum dia. — Agradeço! Chegaram ao restaurante já era meio-dia estava lotado, só que como usou o nome do seu querido chefe adquiriu um lugar, mas reservado. Ao chegar a mesa tinha três homens esperavam por eles. Um senhor na faixa dos 40 anos, chamado Miguel, outro na casa dos 30 anos, chamado Hugo, o qual é um amor de pessoa. E Pablo o amigo de Alejandro que é um folgado de carteirinha. Mas ela percebeu algo diferente nele. Era como se quisesse mostrar um lado que não perte
Helena— Para os que chegaram agora, meu nome é Andrés, serei seu novo professor desse semestre.Logo em seguida o docente voltou as explicações.A aula transcorreu um pouco enfadonha para Helena, seu novo educador é boçal, prepotente. Ela não foi muito com a cara dele.— Bem turma, com base no que demos hoje, o que vocês conseguiram assimilar sobre a mente humana? — Perguntou a turma. Helena levantou a mão, contudo o professor ignorou completamente. Se sentiu mau, pela forma que ele a encarava. Fria e enojada. O que fiz a esse homem? Se perguntava internamente.A preleção chegou ao fim, então, ela foi até o professor para se desculpar formalmente.— Boa noite, professor!— Qual é seu nome, senhorita?— Helena Muniz. — sorriu — Quero me desculpar por chega atrasada, não sou…— Qual é o seu jogo?— Não entendo, senhor. Vim me desculpar, apenas isso.— Esse seu jeito de boa moça não me convence, não chegue mais atrasada, ou se dará mau na minha aula. — Dizendo isso, ele saiu deixando u
HelenaPassaram-se algumas semanas desde o episódio com Alejandro e desde então, sempre que dá ela ler para ele. Amava os momentos que passavam juntos, estavam de tornando hábito. Ela se enganava diariamente quando se dizia fazer por ele, contudo, sabe a verdade. Se apaixonou pelo chefe e não sabe lidar com o sentimento. Se declarar estava fora de questão, gosta muito do emprego para perder se ele não sentir o mesmo.O problema com Mical ainda não foi resolvido, e não podemos esquecer do professor. Por algum motivo ele não gosta dela e, faz questão de constrangê-la todas às vezes. Está exausta. Ela triplicou seus estudos para não dá motivos ao educando, mas nada que faça é o suficiente. Ela lia para seu chefe, depois descia para estudar. E dormir às 03h00min e acordava às 06h00min.— HELENA! — Alejandro chamou mais alto. Tem alguns minutos que chama por ela, pensou até que não estava no ambiente.— Oi! Que susto.— Me perdoe por gritar, mas lhe chamo a tempo e não responde.— Estava p