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Helena

— Vá direito ao ponto, Helena! — Mandou sem paciência. Ela acreditava que eles estavam fazendo progresso, mas era só achismo mesmo.  Ele criou uma muralha entre eles.

— Sim senhor!— Suspirou — Existem alguns números que não batem.

Para sua explicação quando o viu se levantar. Ela sabia que ele é alto, mas não que era tanto. A cabeça dela b**e na altura do umbigo dele. Lindo! Pensou aérea.

— Helena! — Exclamou nervoso

— Oi… — Falou tossindo falsamente.

— Está surda, ou algo do tipo? Estou chamando-a tem um tempo.

— Me perdoe, chefe! — bateu em sua testa — Sobre os números. Bem, já li todo o relatório, e os números da página 13, 20 e 29 não batem.

— Leu? São trinta páginas, lhe dei para ler não tem nem vinte minutos.

— Tenho memória fotográfica. Já li duas vezes, para ter certeza. — Explicou paciente. Ele tentou esconder, mas ela notou a surpresa estampada em sua face. Sorriu abertamente, por impressioná-lo de alguma forma

— Explique-me quais são as inconsistências.

— Nos dez primeiros relatórios os números batem, mas quando chega nos demais, notam-se algumas discrepâncias nos valores.

Ela se assustou quando ele levantou bruscamente, andava de um lado para o outro, com elegância nem parecia ter alguma deficiência.

— Preciso que faça algo! — Falou do nada. Ela se assustou, pensou que tinha sido pega no flagra admirando a beleza dele.

— Nem parece... — Murmurou impressionada.

— O que não parece? — Alejandro Inquiriu sentando próximo a ela. Helena esqueceu do ouvido sônico do chefe, engoliu seco sem saber como sair dessa.

– Nada Alejandro, pode pros... — se calou ao notar a face de poucos amigos do chefe — É, que esqueço às vezes sua condição e o senhor nem aparenta ter uma deficiência. Fiquei impressionada. Me perdoe por divagar em um momento tão importante.

Alejandro suspirou e voltou a caminhar novamente.

— Quero que vá a minha empresa, leve esses relatórios assinados e traga outros  que precisam da minha assinatura.

— Irei agora mesmo!

— Não, almoce primeiro!

— Certo!

Helena pediu licença e se retirou do ambiente respirando fundo quando fechou a porta atrás de si. Ela foi na e encontrou um prato já posto para ela na mesa.

– Menina precisa se alimentar, está tão magrinha. — Yolanda comentou sentando na frente da jovem. Ela é cozinheira dos Sanches a bastante tempo. Eles acolheram ela e seu esposo Javier com muito carinho. Helena riu do comentário da senhora. Não é o que ela pensava quando se olha no espelho. Ela tem 1,60 de altura, sua pele é tão branca que só em pensar em tomar sol fica com queimaduras horrorosas. Ela não é magra e nem gorda, é uma  típica brasileira cheia de curvas. Seios grandes e um bumbum muito chamativo.  Morria de vergonha, porque  chamava atenção por onde passava. Diante de tudo isso o que ela mais se orgulhava no seu corpo, eram seus cabelos longos, ela nunca cortou, apenas aparava as pontas.

— A senhora está brincando, né? Onde é que está vendo magreza? Estou mais para uma porca de tão gorda. — Riu.

— Não seja tola você é linda. Não vejo nenhuma gordura. —  a senhora riu — Reparei que seus cabelos parecem longos. Porque não os deixam soltos

— Eles são o meu orgulho Yó. Posso lhe chamar assim?

— Claro menina. Fique a vontade. Por que eles são o seu orgulho?

— Cuido deles com muito zelo. Nunca cortei, apenas apareci as pontas. Minha falecida mãe que tinha cabelos longos, assim como os meus.

— Posso ver o tamanho? — Yolando perguntou curiosa. Helena tinha um coque no alto de sua cabeça, não exitou por nenhum momento em mostra suas madeixas. Seus cabelos eram pretos, virgens. Nuca viram nenhum tipo de química.

— Valha me Deus! — a cozinheira exclamou com os olhos arregalados — São lindos

— Obrigada Yó! — proferiu envergonhada — Onde está Javier? Preciso que me leve até a empresa do senhor Sanches.

— Está lhe aguardando no carro.

Ela agradeceu a senhora e saiu. Entrou no carro saudando o motorista que a cumprimentou com um belo sorriso. Javier  e Tomando possuem a mesma idade, 50 anos. Fazem um lindo casal apaixonado, mesmo quando brigam como cão e gato. Helena pegou o senhor observando-a insistentemente e perguntou.

— Algum problema?

— Esses cabelos são seus?— Perguntou impressionado.

— Sim. Agradeço por me lembrar que está solto.

— Eles são lindos, menina. Por que deixar preso?

— Porque chamam muita atenção, não foi por isso que deixei crescer. — Disse com um sorriso sincero. Javier balançou a cabeça compreendendo e Helena fez um que frouxo e se acomodou no carro. Aproveitou o tempo e fechou os olhos. Tem tempo de sobra para pensar em seu lindo, e estressado chefe.

Alejandro

Alejandro saiu o mais rápido que pôde da entrada da cozinha, pensando que sua nova assistente sairia pelo mesmo caminho que entrou. Ele está impressionado de como ela já conquistou seus  empregados. Yolanda é bem parecida com sua mãe, nunca gostou das mulheres que ele chamava a sua casa, lhe parece que Helena é uma exceção. A cozinheira só falta estender um tapete vermelho para a garota.

Ele estava extremamente curioso em relação aos cabelos dela. Será que é tão lindo quanto dizem?  Essa curiosidade não está lhe fazendo bem.

— Porra! — Exclamou irritado. Alejandro nunca desejou tanto enxergar como agora, a curiosidade.

Ele foi grosso com ela e se arrependeu logo em seguida se arrependeu de ser tão incivil com ela. Não lhe passou despercebido sua chateação. Ficou surpreso por sua memória fotográfica.

E o fato dela não conter seus comentários sobre sua condição. Ele gostava do jeito que ela agia não importando sua limitação. Não o tratava como cego, essa é a verdade.

E aquele sorriso. Alejandro não está conseguindo esquecer o som que saia dos seus lábios ao sorri.

— Meu Deus! — Bradou nervoso. Ele necessitava colocar a cabeça no lugar, ou ficaria louco. Essa menina mulher já o surpreendeu duas vezes nesses dois dias, imagina nos três meses de experiência?

Alejandro nunca se sentiu mau ao maltratar alguém, no entanto, com Helena se sentia um idiota toda vez que a destratou.

Ele lembrou do que ela disse sobre as discrepâncias nos relatórios. Isso o deixou com o pé atrás. Se ela estiver certa, alguém por está roubando sua empresa. Essa pessoa pagará caro por isso!

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