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Alejandro

Ele almoçou, se banhou, vestiu algo leve e foi esperar por Helena e seu escritório. O mesmo ligou para sua empresa e soube que ela saiu a mais de uma hora.

— Onde será que está essa menina? — Se perguntou nervoso. Para ele, ela está começando pessimamente. Alguém bateu na porta do seu escritório e ele mandou entrar.

— Licença Alejandro! — Helena pediu entrando no ambiente. Sua voz está exausta mesmo assim ele ignorou.  O aborrecimento por ela lhe fazer esperar tanto tempo, falou mais alto.

— Acredito que pago seus serviços para fazer o seu trabalho corretamente.

— Eu... Não entendo o que... — Ele a interrompeu se levantando. A voz da jovem já estava embargada por prender o choro. Há muito tempo que alguém fala assim com ela.

— É a segunda vez no mesmo dia que chega atrasada. Acha que seu tempo é melhor que o meu, Helena? — Questionou colérico. Ele sabia estar sendo rude, mas não quis parar. Helena é jovem e tem muito o que aprender.

— Não, senhor. Nunca passou isso em minha cabeça. — Já estava chorando. Tentou se acalmar, contudo, foi em vão. A forma que ele falava com ela lhe arremeteu ao passado, por isso sua reação.

— Eu... — Se calou. Alejandro sentiu algo estranho ao ouvi-la chorar.

– Peço perdão senhor Sanches, não quis passar essa impressão. — Helena se pronunciou limpando as lágrimas. Ele sentiu quando ela se aproximou dele, pegou sua mão e colocou os papéis.

— Demorei para chegar, porque estava redigindo novamente seus documentos.

— Por que faria isso?

— Para que o senhor pudesse ler! — Exclamou se afastando — Agora, por favor, me dê licença, preciso me arrumar para a faculdade.

Alejandro pegou os papéis e tocou por cima.

— Ela colocou tudo em braile! — Declarou admirado e, em simultâneo, desconcertado pela sensibilidade dela para com sua pessoa. Ele nem pensou em pedir para ela fazer isso e, mesmo assim ela o fez.

— Você é um idiota Alejandro! — Bradou se levantando. Ele não arriscaria ler nenhum documento, pois não teria concentração. Ele carecia pedir desculpas a Helena por tamanha grosseria. Pela primeira vez em anos, o mesmo percebeu que o seu comportamento não é certo.

(....)

Dois meses que Helena trabalha com Alejandro passaram depressa. Ele não deixou forma os três meses do contrato para contrata-la formalmente. Ela faz seu trabalho muito bem, melhor do que muitos com experiência nessa profissão.

Ele sorriu quando lembrou da semana que ela deu gelo nele pela forma que a tratou foram duas semanas sem o seu sorriso, e comentários.

— Algo mais senhor Sanches? — Perguntou arrumando todos os papéis. Ele suspirou chateado.

— Helena... Quero... Lhe pedir des-culpas! — Pigarreou ao falar

— Pelo que, senhor?

— Pelo amor de Deus, não se faça de desentendida, sabe muito bem do que se trata.

— Não sou advinha, senhor Sanches, precisará ser mais claro.

— Quero me desculpar pela forma que lhe tratei naquele dia.

— Não é muito de se desculpar, né? — Perguntou abafando o riso.

— Não sou. — bufou —Vai me desculpar ou não?

Ela riu pela impaciência dele, pois até pedindo desculpas ele tem a necessidade de ser rude.

— Tudo bem, está desculpado senhor

— Por favor, Alejandro. Me chame de Alejandro. — Pediu contrariado. Helena levantou e por impulso beijou a face de seu chefe. Quando percebeu o que fez, pediu perdão e saiu correndo com a mão na boca. Já Alejandro continuou sorrindo e tocou na face que ela beijou. Seu desejo era que o beijo fosse em outro lugar, mais especificamente na boca. Ele entende que isso não é nada profissional, no entanto, é mais forte que ele.

Alejandro já arrumado pegou sua bengala longa e desceu as escadas cautelosamente. Não foi fácil chegar onde chegou. Conquistar novamente sua independência após o acidente, mas ele está indo bem. Ele escutou vozes que vinham da cozinha e foi até lá.

Quando entrou, as vozes cessaram, o mesmo não demonstrou, mas o fato disso acontecer o incomodou. As pessoas não se sentem a vontades em sua presença.

— Bom dia! — Saudou educado.

— Bom dia, senhor! Posso colocar a mesa do café? — Yolanda perguntou sorrindo.

— Pode, sim, Yolanda. Helena se junte a mim a mesa por gentileza, aí você me adianta o que teremos para hoje.

— Claro Alejandro, digo, sim, senhor!— Sorriu sem graça. Ela sempre esquece o combinado. Quando estiverem juntos não precisa a ver formalidades, mas quando houver pessoas vê necessário que use. Ela se sente tão bem a presença dele que acaba esquecendo.

Ouvi um silêncio constrangedor, então ele saiu para aguardar  a mesa do café ser posta.

— Bom dia, senhor Sanches!

— Bom dia, Jorge! — O mordomo respondeu com um sorriso contido. Ele notou algumas mudanças no seu chefe e se pergunta, quem, ou o que incentivou tais mudanças. Ele imaginava, contudo, não tirará conclusões precipitadas.

— Quer tomar café primeiro, ou falar sobre os trabalhos, Alejandro? — Helena Indagou quando se acomodou na frente dele.

Ele amava quando ela falava seu nome, era de uma forma tão calma e carinhosa.

— Vamos tomar café primeiro. — Disse. Yolanda colocou algo especial na mesa para Helena e a jovem se levantou dando um beijo na bochecha da senhora. Essa comoção não passou despercebida por Alejandro.

— Yó, poderia lhe encher de beijos agora. — Helena falou se acomodando em seu lugar novamente e enchendo a boca com sua comida preferida.

Yolanda deu uma gargalhada gostosa, que não tinha como não contagiar.

— Posso saber que se trata?

— Helena é apaixonada por tortilhas de batatas, senhor, foi o que fiz para o café da manhã.

— É mesmo?

— O que posso dizer, alguns têm seus vícios, o meu é tortilhas. — Finalizou gargalhando. Yolanda voltou a rir e pediu licença para se retirar.

Depois que tomaram café, eles foram para o escritório, não teve como conversar sobre trabalho a mesa, o ambiente estava muito agradável.

— O que temos para hoje Helena?

— Hoje teremos uma reunião com dois sócios Jr. da empresa.

— Onde será essa reunião? Espero que tenha marcado para ser aqui. — Avisou. Ele sentiu quando sua funcionária exitou.

— Você marcou para ser onde? — Perguntou rude. Ele não conseguiu evitar.

— Marquei para ser em um restaurante aqui perto. Pesquisei, é familiar e muito confortável.

— Desmarque! Diga-lhes que será aqui mesmo. — Mandou. Helena Suspirou triste e ele percebeu.

— Por que está chateada?

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