Refúgio

MINHAS pernas doíam. Minha respiração estava descompassada. Lágrimas e suor se confundiam em minha face. A noite quente me abraçava. Acho que eu nunca tinha corrido tanto assim. Eu havia parado em frente ao colégio Modelo. Não sabia qual curso devia tomar em seguida. Recostei-me no muro, peguei o celular na bolsa e liguei para o contato que procurava. A rua estava quase deserta, mas ainda assim fiquei com medo de ser assaltada ou coisa pior. Ele tinha me atendido sem demora:

— Preta, tá tudo bem? — perguntou, preocupado. Eu podia ouvir pessoas conversando e rindo do outro lado da linha. 

— Onde você tá? — procurei saber. Minha voz saindo mais chorosa do que deveria. 

— Em casa. O que aconteceu? Onde você tá? 

— Na frente do colégio Modelo — respondi, simplesmente. 

— Tô indo aí — falou antes de desligar.  

Cinco minutos mais tarde, Filipe estava ao meu lado, oferecendo-me o apoio que eu precisava. Ele não me fez pergunta
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