Perdão

O calor que Filipe emanava para o meu corpo fora a primeira sensação que tive ao acordar. Sua mão esquerda repousava em minha cintura; minha mão direita contra o seu peito. Ele ainda dormia profundamente. A respiração lenta, o Black amassado, os lábios curvados levemente para cima. A última coisa de que me recordava da noite anterior era dos seus dedos acarinhando o meu cabelo. 

Afastei sua mão do meu corpo com cuidado para não despertá-lo, levantei-me devagar da cama, calcei as sandálias, peguei minha bolsa sobre a cadeira, lancei-lhe um último olhar e fui embora. 

Na sala, encontrei com dona Zefa e seu Antônio, que já deviam estar acordados há um bom tempo. Eu os agradeci pela acolhida e pedi para que avisassem a Filipe que eu tinha voltado pra casa.

Ainda não passava das 08h30, mas o sol já tinia, sem dó. Eu tentei formular atitudes, palavras que pudessem ser ditas a Silvia, porém não conseguia pensar em nada. Busquei andar o mais lentamente possível. Acho que
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